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EMPRESARIAL 4

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RESUMO – DIREITO EMPRESARIAL IV
Só pode falir o empresário ou uma sociedade empresária. Nesse sentido, não se pode confundir o SÓCIO com a  SOCIEDADE EMPRESÁRIA. Isso está cristalino no art. 1º da Lei 11.101/2005.
A recuperação judicial ou extrajudicial também só pode ser pedida por uma sociedade empresária ou empresário. A única exceção(sociedade empresária ilimitada) não tem aplicabilidade prática, porque nesse caso seu patrimônio se confunde com o patrimônio da sociedade e isso não existe no Brasil.
Qualquer pessoa pode PEDIR a falência de uma sociedade empresária ou de um empresário.
Desde esse pedido até o juiz decretar a falência(então quem decreta a falência é o JUIZ DE DIREITO) tem o processo conhecimento com pequenas diferenças do processo ordinário. A partir da decretação da falência começa uma execução coletiva, logicamente com variantes.
Pode existir vários pedidos de falência proposta por credores diversos contra a mesma Sociedade empresária : eu , allan, izabella pedimos a falência do Carrefour. Só vai existir falência depois que o juiz decretar a falência do Carrefour. Antes disso não tem falência. Tem apenas pedidos.
Todos os bens da Sociedade Carrefour são arrecadados para satisfazer todos os credores dessa Sociedade. Então se trata de uma execução coletiva. E esses credores recebem de acordo com uma ordem de pagamento estabelecida na Lei de falência.
Todos os credores tem o mesmo direito se pertencentes à mesma classe de credores. Mas as classes diferentes não tem o mesmo direito.
‘’Coronel” é um a classe, ‘’soldado” tá lá em baixo. Todos os soldados recebem da mesma forma, todos os coroneis recebem da mesma forma.
Eu não tenho jeito de pagar todo mundo. Se eu tenho 1.000.000 para pagar 2.000.000, se a soma dos créditos daquela classe, ta na cara que todo mundo não vai satisfazer seu crédito integralmente, e aí todos os credores daquela classe vão receber em RATEIO. Esses pagamentos são feitos, mas antes de pagar os credores tem que pagar os pedidos de restituição.
DETALHE: O INSS não é credor, é proprietário. INSS é União. Todo mundo que trabalha, quando você recebe seu contracheque está escrito lá: descontos. Esse desconto é o empregador que faz de você. O empregador também paga uma parcela para o INSS. A parcela que o empregador paga para o INSS em razão de você, empregado, é tributo, imposto, mas o que ele tira de você, quem paga o imposto é você.Mas o empregador tem a obrigação de entregar esse dinheiro para a União. Se ele não entrega isso é apropriação indébita, ele ficou com um dinheiro que não é dele. Quando ocorre isso, e isso é comum em sociedades falidas(Estarem a dever importâncias descontadas de seus empregados: não entregaram à União e colocaram no seus bolsos)… como a União é PROPRIETÁRIA e não CREDORA, a massa falida tem que pagar PRIMEIRO os pedidos de RESTITUIÇÃO, e depois vem os trabalhadores, depois as garantias reais, depois os fiscos(união, estado, município) ….
Tudo que começa um dia acaba. Os bens da sociedade falida são alienados, converte-se em dinheiro , pagam-se os credores e decreta-se o ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA.Isso não significa que as RESPONSABILIDADES do falido estão encerradas.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL:  É uma sociedade que não está conseguindo pagar os seus credores em dia, e que pede o juiz para deferir processamento de recuperação judicial, e a lei exige vários requisitos, e se ela consegue provar com a inicial esses requisitos, o juiz defere o processamento da recuperação judicial. Então a Sociedade apresenta o plano de recuperação de seus credores. A lei enumera diversos tipos de plano, mas não é taxativo. Esse plano é levado aos credores. Se os credores não aceitarem o plano, em assembleia geral, o juiz decreta a falência. Se a assembleia aprovar o plano, o juiz vai conceder a recuperação judicial.
Quanto à recuperação extrajudicial, a sociedade empresária procura e os credores assinam livremente quem quer e quem não quer. Depois que você assinou é difícil voltar atrás.
Se esse plano atinge um número de adesão, a sociedade pode forçar os outros credores que não aderiram livremente.
Empresário é a pessoa física que exerce atividade empresarial e a sociedade empresária é a pessoa jurídica. O art 966 do CC define ‘’considera-se empresário quem exerce atividade econômica, organizada, para produção ou circulação de bens ou serviço’’. Esse empresário tanto pode ser sociedade empresária como a pessoa. Não é uma vez ou outra. É quem exerce de forma profissional, todo dia. Você vai lá na FIAT todo dia ela tá em funcionamento. Quando o empregado realiza uma tarefa, produz um bem, ele o faz em nome do empregador.
Tanto o empresário individual quanto a sociedade empresária dispõe de empregados que exerce atividade no seu nome, empresário.
O empresário exerce de forma profissional uma atividade econômica, organizada para a produção ou circulação de bens ou serviço. Essa atividade visa o que ? Lucro à luz da função social. Essa atividade é organizada e utiliza quatro fatores de produção: trabalho, capital, matéria prima, tecnologia. Esses fatores de produção tem que se entrelaçar, ser seriados e organizados para a produção de bens e serviços.
Se você pedir uma falência e aquela sociedade for uma sociedade simples, o que o réu vai alegar na contestação? Associação, fundação. Você está pedindo uma falência contra uma sociedade que não pode. Ilegitimidade ATIVA e PASSIVA. Então quando você fizer um pedido de falência CONTRA QUEM você pede tem que ser um empresário ou uma sociedade empresária. Agora o AUTOR tudo bem, pode ser qualquer um, desde que seja credor.
Produtor rural pode ser empresário, desde que seja inscrito na junta e a atividade principal dele seja atividade rural. Os escritórios de advocacia, contabilidade não são sociedade empresárias. Porque o pu do art 966. O Hospital é uma sociedade empresária, mas um consultório não é.
Sócio não fale. Mas existe uma grande diferença entre sociedade empresária e empresa. Quem exerce atividade profissional é o empresário ou a sociedade empresária. A empresa é distinta da sociedade empresária. Quem fale é sociedade empresária. Empresa é ATIVIDADE, movimento, FIAT funcionando .Quem ORGANIZA a FIAT é o empresário, a sociedade empresário. Quem fale é a sociedade empresária, e não a empresa. Eu não vou na empresa, eu vou no estabelecimento(art 1142) da FIAT.
Empresa é atividade que tem como finalidade o lucro que é obtido com o oferecimento de bens ou serviços ao mercado, que são gerados mediante organização pelo empresário dos fatores de produção(capital, trabalho, matéria prima e tecnologia). A empresa difere do empresário. Está errado dizer que empresa faliu. Quem pode falir é o empresário ou a sociedade empresário. É empresário a pessoa física ou juridica que organiza a produção/circulação de bens…
Você pode propor uma execução contra você aqui em BH. Ela pode propor uma execução contra mim no Maranhão. etcetc, Falência não é assim. Só existe um juízo competente no Brasil inteiro para pedir a falência de alguém. É um Juiz de Direito. Você vai ter que descobrir onde fica o principal estabelecimento do Carrefour no Brasil inteiro, ou onde fica o principal estabelecimento da Telhanorte no Brasil inteiro. E que que é principal estabelecimento? Posso achar que o principal estabelecimento é o maior fisicamente. E não é necessariamente o que tá escrito no contrato social. Normalmente, o é: ‘’a sede fica no Rio de Janeiro’’.
NORMALMENTE coincide, mas nem sempre o é.
E como descobre  ? Aí é que está o problema.
Em 1945 já existia no decreto lei que regulamentava falência. O professor Gladson que tem livro escrito de falência fala algo muito certo: o juiz tem que examinar caso por caso.
Tem 2 principais teorias:
1: principal estabelecimento é onde ocorre o maior volume de negócios dessa sociedade. (teoria econômica). – normalmente é onde se encontra o maior número de credores.
2: a segunda teoria é onde se encontra a direção da empresa.
Recentemente soltaram uma jurisprudência em tese quevem escrito o seguinte: ‘’o principal estabelecimento, para fins do art 3º da lei de falência é o centro do local do estabelecimento de empresa, não se confundindo com o endereço da sede constante do estatuto social’’.
Se o juiz for incompetente em matéria de falência, a incompetência é absoluta. Ai poderia propor de novo. TEM QUE DESCOBRIR ONDE FICA O PRINCIPAL ESTABELECIMENTO.
A maioria das sociedades no Brasil não tem tantas filiais assim não.
É sempre um juiz de direito da vara cível. Aqui em BH tem vara empresarial. Aqui tem que dirigir  Exmo Juiz de Direito da _ Vara Empresarial
Sabará não tem vara especializada em falência. Lá distribui: Exmo Juiz de Direito da _ Vara Cível
Não é todo lugar que tem Vara Especializada. Lá em Contagem o Juízo é junto com as varas tributárias. Cada comarca é diferente.
  Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        I – empresa pública e sociedade de economia mista;
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
A lei de Falências, portanto, não se aplica a sociedade de economia mista e à empresas públicas. Isso se dá pois o patrimônio está nas mãos do Estado.
Ademais, não se aplica a BANCOS: é obrigação do Estado fiscalizá-los através do Banco Central. Quando um Banco passa por dificuldades o Banco Central pode decretar liquidação(liquidante) ou intervenção(interventor). Os responsáveis assinam um relatório constando várias coisas para o Banco Central. Se, no relatório, constar mais PASSIVO do que ATIVO o credor quirografário não tem nenhuma garantia e nem privilégio. O Banco Central autoriza o liquidante ou o interventor a pedir a falência do Banco.
Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
        Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pessoas      referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei.
A Lei de Falência continua servindo para os bancos até outra lei ser implementada.
Nesse sentido, a Lei 6.024(Dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras, e dá outras providências) vem explicando o relatório.
   Art . 11. O interventor, dentro em sessenta dias, contados de sua posse, prorrogável se necessário, apresentará ao Banco Central do Brasil relatório, que conterá:
        a) exame da escrituração, da aplicação dos fundos e disponibilidades, e da situação econômico-financeira da instituição;
        b) indicação, devidamente comprovada, dos atos e omissões danosos que eventualmente tenha verificado;
        c) proposta justificada da adoção das providências que lhe pareçam convenientes à instituição.
        Parágrafo único. As disposições deste artigo não impedem que o interventor, antes da apresentação do relatório, proponha ao Banco Central do Brasil a adoção de qualquer providência que lhe pareça necessária e urgente.
        Art . 12. À vista do relatório ou da proposta do interventor, o Banco Central do Brasil poderá:
        a) determinar a cessação da intervenção, hipótese em que o interventor será autorizado a promover os atos que, nesse sentido, se tornarem necessários;
        b) manter a instituição sob intervenção, até serem eliminadas as irregularidades que a motivaram, observado o disposto no artigo 4º;
        c) decretar a liquidação extrajudicial da entidade;
        d) autorizar o interventor a requerer a falência da entidade, quando o seu ativo não for suficiente para cobrir sequer metade do valor dos créditos quirografários, ou quando julgada inconveniente a liquidação extrajudicial, ou quando a complexidade dos negócios da instituição ou, a gravidade dos fatos apurados aconselharem a medida.
        Art . 21. A vista do relatório ou da proposta previstos no artigo 11, apresentados pelo liquidante na conformidade do artigo anterior o Banco Central do Brasil poderá autorizá-lo a:
        a) prosseguir na liquidação extrajudicial;
        b) requerer a falência da entidade, quando o seu ativo não for suficiente para cobrir pelo menos a metade do valor dos créditos quirografários, ou quando houver fundados indícios de crimes falimentares.
        Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto neste artigo, em qualquer tempo, o Banco Central do Brasil poderá estudar pedidos de cessação da liquidação extrajudicial, formulados pelos interessados, concedendo ou recusando a medida pleiteada, segundo as garantias oferecidas e as conveniências de ordem geral.
Pois bem: o Banco, portanto, pode falir, mas é muito difícil, havendo todo um procedimento que lhe é peculiar, elencado em epígrafe.
UNIMED e outros: mesmo procedimento, sai o Banco Central e entra AGENCIA NACIONAL de Saúde, nos ditames da Lei 9656(Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.), art. 23:
Art. 23.  As operadoras de planos privados de assistência à saúde não podem requerer concordata e não estão sujeitas a falência ou insolvência civil, mas tão-somente ao regime de LIQUIDAÇÃO extrajudicial. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 1o  As operadoras sujeitar-se-ão ao regime de falência ou insolvência civil quando, no curso da liquidação extrajudicial, forem verificadas uma das seguintes hipóteses: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        I – o ativo da massa liquidanda não for suficiente para o pagamento de pelo menos a metade dos créditos quirografários; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        II – o ativo realizável da massa liquidanda não for suficiente, sequer, para o pagamento das despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular processamento da liquidação extrajudicial; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        III – nas hipóteses de fundados indícios de condutas previstas nos arts. 186 a 189 do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 2o  Para efeito desta Lei, define-se ativo realizável como sendo todo ativo que possa ser convertido em moeda corrente em prazo compatível para o pagamento das despesas administrativas e operacionais da massa liquidanda. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 3o  À vista do relatório do liquidante extrajudicial, e em se verificando qualquer uma das hipóteses previstas nos incisos I, II ou III do § 1o deste artigo, a ANS poderá autorizá-lo a requerer a falência ou insolvência civil da operadora. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 4o  A distribuição do requerimento produzirá imediatamente os seguintes efeitos: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        I – a manutenção da suspensão dos prazos judiciais em relação à massa liquidanda; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        II – a suspensão dos procedimentos administrativos de liquidação extrajudicial, salvo os relativos à guarda e à proteção dos bens e imóveis da massa; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        III – a manutenção da indisponibilidade dos bens dos administradores, gerentes, conselheiros e assemelhados, até posterior determinação judicial; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        IV – prevenção do juízo que emitir o primeiro despacho em relação ao pedido de conversão do regime. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 5o  A ANS, no caso previsto no inciso II do § 1o deste artigo, poderá, no período compreendido entre a distribuição do requerimento e a decretação da falência ou insolvência civil, apoiar a proteção dos bens móveis e imóveis da massa liquidanda. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 6o  O liquidante enviará ao juízo preventoo rol das ações judiciais em curso cujo andamento ficará suspenso até que o juiz competente nomeie o síndico da massa falida ou o liquidante da massa insolvente. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Ademais, entidade de previdência complementar não se sujeita à falência, nos termos do art 43 e 73 da lei complementar 109/2001(Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar e dá outras providências):
        Art. 47. As entidades fechadas não poderão solicitar concordata e não estão sujeitas a falência, mas somente a liquidação extrajudicial.
        Art. 73. As entidades abertas serão reguladas também, no que couber, pela legislação aplicável às sociedades seguradoras.
É importante termos em mente que em 99% dos casos de falência quem pede é o CREDOR. O credor pede a falência de outrem. Acontece que existe, também, o AUTOR FALÊNCIA, hipótese em que a Sociedade pede a sua própria falência, conforme os arts. 105 a 107 da Lei de Falência:
Seção VI
Da Falência Requerida pelo Próprio Devedor
        Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
        a) balanço patrimonial;
        b) demonstração de resultados acumulados;
        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
        d) relatório do fluxo de caixa;
        II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos;
        III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
        IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
        V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
        VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
        Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará que seja emendado.
        Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
        Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pessoas      referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei.
Na Sociedade Anônima, quem confessa a falência, EXCEPCIONALMENTE, é a Assembleia, nos termos do art 122, IX, pu, da Lei de SA : Ressalte-se que a Assembleia AUTORIZA os administradores e os Administradores é que deverão confessar a Falência, no caso das SAs.
Art. 122.  Compete privativamente à assembleia geral:
IX – autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.    
Nas LTDAS, o Código Civil não conta como se requer a falência. Entretanto, o art 1044 fala que a falência dissolve a Sociedade. Acontece que outro dispositivo menciona a anuência dos sócios e de 3/4 do capital:
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas:
I – pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071;
Concordata – recuperação judicial.
Falência – espólio
É sabido que o pode morrer o empresário individual. É possível pedir a falência do espólio desse empresário individual, em nome da segurança jurídica. Quando os bens não são suficientes para pagar os credores, há uma ordem pagamento.
No entanto, também em nome da segurança jurídica, para pedir a falência do espólio desse empresário individual há um PRAZO, que é em até UM ANO contado a partir da morte do empresário individual.
Quando o empresário individual morreu, nós, filhos dele, resolvemos contratar uma sociedade. O credor vai cobrar a falência da nova sociedade. Os herdeiros podem até passar a empresa a uma sucessora, mas é óbvio que os credores poderão requerer sua falência.
Os credores só podem ser pagos com o patrimônio do EMPRESÁRIO INDIVIDUAL.
Com a falência do Espólio, suspende-se o inventário.
RESUMO, art. 3º e art. 94 DA LEI 11.101/04
SIMPLES RESUMO.
Não pode haver dúvida quanto à liquidez. Não necessita uma perícia para se obter essa obrigação. Para você provar a insolvência de uma Sociedade, a insolvência é presumida. Não é insolvência real. Presume-se uma insolvência. Não tem nada contábil. É uma presunção que essa insolvência é comprovada pela impontualidade no art 1º, que é o não pagamento de obrigação de obrigação líquida encarnada de título executivo. E pra provar isso você precisa do protesto. Sem protesto não tem falência.
Já estamos vendo que qualquer defeito nesse título executivo, qualquer defeito nesse protesto serão objeto de contestação. Você precisa de um título executivo e precisa dos protestos por falta de PAGAMENTO (não é por falta de aceite). Lembre-se que pode sim executar alguém sem protesto, o que não pode é exigir a falência sem protesto.
Outra coisa: não pode pedir falência se o título executivo está prescrito.
Não se exige comprovação inequívoca de insolência. O Estado falimentar é presumido. Presume-se que só existe falência no dia que o Juiz decreta falência. O que existe é uma presunção relativa a partir da impontualidade no pagamento de uma obrigação. Existe também na execução frustada que vamos estudar no final da aula e nos atos de falência que são os atos mencionados no art. 94.
Quando a gente lê o art. trata-se de um fato. É o não pagamento de uma obrigação. Mas a falência de direito só vem com a sentença. A sociedade empresária pode manter-se nesse Estado e nunca ser falida. Basta que os credores não tenham interesse em pedir sua falência. A maioria dos credores não interesse em pedir a falência da Sociedade. Eles tem interesse em execução.
Prova a impontualidade através do PROTESTO.
A JURISPRUDÊNCIA “EM TESE” DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA É NO SENTIDO QUE:
“Para fins do art. 3º da Lei n. 11.101/2005, principal estabelecimento é o local do centro das atividades da empresa, não se confundindo com o endereço da sede constante do estatuto social.”
ART. 94 DA LEI 11.101/05.
A lei não exige, para a declaração da falência, uma demonstração inequívoca (contábil/matemática) de que o patrimônio ativo da sociedade empresário/empresário não é capaz, por insuficiência e ou/iliquidez de saldar as obrigações do passivo. Não se exige comprovação inequívoca de insolvência. O estado falimentar é presumido (presunção relativa) a partir da impontualidade no adimplemento de obrigação, na verificação da execução frustrada e na prática de determinados atos (art. 94, incisos I, II, III).   
Art. 94, inciso I: “Será decretada a falência do devedor que sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência”.
Aqui trata de uma situação de “fato” da falência e não da falência de “direito”, que só ocorrerá se a falência for decretada pelo juiz. A sociedade empresária/empresário pode manter-se nesse estado (do art. 94) e nunca ser falida, basta que os credores não têm interesse em pedir a falência.
O título tem que ser executivo, ou seja, qualquer título (judicial ou extrajudicial) que legitima a execução individual.Em face da gravidade do pedido de falência por impontualidade, a lei previu um valor de alçada: o pedido deve fundar-se em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos na data da distribuição da ação de falência. Entretanto, a ação pode ter como fundamento o inadimplemento de várias obrigações, mesmo que de natureza diversas, somando-as para alcançar o valor de alçada. Não se exige também que as obrigações se referiram a um credor (art. 94, § 1º, credores podem reunir-se em litisconsórcio … ) admite-se litisconsórcio ativo
MUITA ATENÇÃO: A obrigação deve ser líquida, ou seja, certa quanto à sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. Não há dúvidas quanto à existência da obrigação (um cheque regularmente emitido é uma dívida certa, a prova da sua existência é o próprio título). A obrigação tem também que ser líquida, o valor tem que ser determinado.
O título executivo extrajudicial objeto de litígio judicial não pode servir para fundamentar a pretensão falimentar. Se existe uma discussão entre Flávia e o Carrefour na justiça por conta de um Cheque, existe uma controvérsia, esse título não vai servir para o pedido de falência, porque ele não é líquido. Tem uma discussão judicial acerca desse título.
Da mesma forma, a sentença (não definitiva, pende recurso) não se presta à pretensão falimentar. Se há dúvida verossímil sobre a existência da relação jurídica que deu origem ao título ou sobre a existência de prestação jurídica, não se pode decretar a falência.
O valor do título tem que ser determinado, como já foi dito. Mas não é necessário que o valor esteja consignado no título em sua expressão final. Basta que o valor seja apurável por simples cálculo aritmético. 
O título tem que estar vencido, ou seja, a obrigação pode ser demandada pelo credor. O título executivo não vencido não se presta ao pedido de falência, com fundamento no art. 94, inciso I, da Lei 11.101/05. Pode existir uma hipótese. O credor de um título não vencido. Ex: o título de que sou credor vai vencer em dezembro deste ano. Se vier a acontecer que o devedor pratique qualquer dos atos mencionados no art. 94, III, que são os denominados atos de falência pela doutrina. Atos que demonstram uma insolvência, eu posso pedir a falência. Isso não acontece na prática. E por que não? O que está mencionado no inciso III art 94? Quando a Sociedade pratica os atos do mencionado no inciso III 94, à exceção de algum previsto num plano de recuperação judicial, você também pode pedir a falência. Você vai juntar um título não vencido e vai provar que a Sociedade praticou qualquer dos atos mencionados. Mas por que não ocorre? A prova desses fatos não é tão fácil. Muito melhor é quando você tem um título vencido e protestado contra a Sociedade. Não existe quase nenhum pedido de falência com fundamento no inciso III do art. 94.
Sum 233: o contrato de abertura de crédito não é título executivo. Se você vier a fazer pedido de falência com fundamento num contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado no distrato da conta, você não vai lograr êxito. Você é carecedor da ação.
Sum 251 STJ: A nota promissória vinculado a contato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Se o contrato de abertura de crédito não é título executivo, é lógico que a nota promissória vinculada a ele também não se presta para fins de falência.
Sum 300: o instrumento de confissão de dívida, ainda que originado de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo.
Sum 361: a notificação do protesto para requerimento de falência da empresa devedora exige a identificação da pessoa que recebeu a notificação. Vários pedidos de falência acabaram sendo indeferidos em razão dessa súmula. Se você protesta o título, a Flávoa é devedora desse título, ela tem que ser NOTIFICADA desse protesto. Se o Carrefour alegar em contestação quem é que recebeu a notificação, não vai ter falência. É necessário a identificação da pessoa que recebe a notificação do protesto. Por isso, quando você via fazer um pedido de falência, vc vai juntar o CONTRATO SOCIAL DA EMPRESA; os títulos ou títulos em ORIGINAL (em falÊncia não se admite xerox a não ser que o título esteja em outro processo); vocÊ junta o INSTRUMENTO DE PROTESTO; e como autor já deve solicitar ao cartório o AR(uma certidão do cartório constnado quem recebeu a notificação). O réu, afinal, pode alegar isso: quem recebeu a notificação do processo.
Art. 13, §1º: Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.
Como que eu provo que Fulano não me devolveu a caneta?
Entretanto, o credor de título ainda não vencido está legitimado para apresenta o requerimento de falência com fundamento no inciso III, do art. 94, Lei 11.101/05.
O pedido de falência fundado na impontualidade, art. 94, inciso I, Lei 11.01/05 deve ser instruído com os títulos executivos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo, acompanhados dos respectivos instrumentos de protesto para fins falimentares.
A prova da impontualidade é sempre o protesto do título por falta de pagamento. Se for título de crédito (letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédula de crédito, etc.), o protesto cambial basta à caracterização da impontualidade, ainda que ultrapassado o prazo fixado na legislação. Mas para a conservação do direito de regresso contra codevedores (protesto do título para pedir a falência de um coobrigado, deve ser observado o prazo da mencionado na lei.  Atenção, o protesto do título (em face do devedor principal) por falta de pagamento é indevido se o título estiver prescrito, o STJ – jurisprudência em tese: “É indevido o protesto de título prescrito”.
Caracteriza-se a impontualidade injustificada do devedor principal (aceitante da letra de câmbio, subscritor da nota promissória, emitente do cheque ou sacador da duplicata), com o protesto do título, protesto que deve ser realizado enquanto o título não tiver prescrito. Para a decretação da falência de codevedor (avalista, endossante), o protesto da cambial deve ser feito no prazo da lei cambiária. Quando o título não se sujeita a protesto cambial (sentença e outros) será ele protestado também, é o chamado protesto especial para falência. Nenhum outro meio de prova a não ser o protesto por falta de pagamento é apto para provar a impontualidade injustificada.
Comentários sobre os títulos:
a- a prova escrita sem eficácia de título executivo pode instruir pedido de ação monitória, mas não dá margem ao pedido de falência;
b- Boletos Bancários. Os boletos bancários podem servir ou não para instruir um pedido de falência? Há divergência na jurisprudência. Para compreensão acerca dos boletos bancários é necessário ler os acórdãos na integra e os arts. 889 do CC; 8º, 21,§ 3º e 22 da Lei 9.472/97; 13 da lei 5.457/68 .
ENTENDIMENTO 1 (Boleto bancário NÃO PODE  servir para instruir pedido de falência:)
FALÊNCIA – DUPLICATA MERCANTIL – COMPROVAÇÃO –
REMESSA PARA ACEITE – PROTESTO DE BOLETOS BANCÁRIOS – IMPOSSIBILIDADE – EXTRAÇÃO DE TRIPLICATAS FORA DAS HIPÓTESES LEGAIS.
– Para amparar o pedido de falência, é inservível a apresentação de triplicatas imotivadamente emitidas, eis que não comprovados a perda, o extravio ou a retenção do título pelo sacado.
– A retenção da duplicata remetida para aceite é condição para o protesto por indicação, inadmissível o protesto de boletos bancários.
Recurso não conhecido.
ENTENDIMENTO 2 (Boleto bancário PODE servir para instruir pedido de falência, desde que devidamente acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação dos serviços:)
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS.DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL.
As duplicatas virtuais – emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação eletrônica – podem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é imprescindível para o ajuizamento da execução judicial. Lei 9.492/97.
Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual, devidamente acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título cambiário eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos extrajudiciais.
Recurso especial a que se nega provimento.
EMENTA
EMPRESARIAL. FALÊNCIA. PEDIDO FUNDADO EM TRIPLICATAS PROTESTADAS PARA FINS DE FALÊNCIA. COMPROVAÇÃO DA ENTREGA DAS MERCADORIAS. TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL. PROVA DOS MOTIVOS QUE ENSEJARAM A EMISSÃO DA TRIPLICATA. DISPENSABILIDADE. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E NÃO PROVIDO.
Se o acórdão recorrido, com base nos elementos probatórios dos autos, estabeleceu que o protesto dos títulos de crédito se deu para fins de falência e que o recebimento foi identificado, contrariar esse entendimento esbarraria no óbice da Súmula nº 7/STJ. Recurso não conhecido neste ponto. Protestos, ademais, demonstrados nos autos.
É pacífico na jurisprudência que se admitem triplicatas emitidas em razão da não devolução das duplicatas originalmente enviadas ao devedor. Interpretação extensiva do art. 23 da Lei nº 5.474/1968 (Lei das Duplicatas).
A triplicata sem aceite, mas protestada para fins de falência e acompanhada de documentos comprobatórios da entrega da mercadoria constitui título executivo hábil a embasar a propositura da quebra.
A retenção das duplicatas deve ser presumida em face da entrega da mercadoria, cabendo ao devedor a prova da devolução.
Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, JURISPRUDÊNCIA EM TESE, DECLAROU:
“ As duplicatas virtuais possuem força executiva, desde que acompanhadas DOS INSTRUMENTOS DE PROTESTO POR INDICAÇÃO e dos comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação do serviço. “
VOTO DO TJMG SOBRE O ENTENDIMENTO 1 (FUNDAMENTAÇÃO)
Inicialmente, destaco que o artigo 94 da Lei nº 11.101/05 estabelece:
Art. 94: Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
(…)
§3º: Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
Da análise dos autos, constata-se que os instrumentos acostados às fls.08/37 se referem a duplicatas que foram protestadas mediante SIMPLES indicação do portador. ELE FALOU PARA O TABELIÃO COMO ERA A DUPLICATA. ELE NÃO LEVOU A DUPLICATA PARA O TABELIÃO.
Nesse mister, o artigo 13, parágrafo 1º, da Lei nº 5.474/68 (Lei de Duplicatas) dispõe:
Art. 13, §1º: Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante APRESENTAÇÃO da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na FALTA de devolução do título.
Assim, constata-se que o protesto tirado por indicação somente é admissível para comprovar a impontualidade do devedor quando acompanhado da demonstração de que o título foi remetido ao mesmo, para aceite ou pagamento, mas não foi restituído.
Nesse sentido, a doutrina de Wille Duarte Costa, em sua obra Títulos de Crédito:
Então, o protesto por simples indicação só poderá ocorrer havendo comprovada retenção da duplicata que foi enviada ao comprador para aceite e que não foi desenvolvida. Por isso, o remetente tem de possuir o comprovante de entrega da duplicata, sem o que não há como falar em retenção. Se esta prova (da remessa) não ocorrer, o protesto é irregular, não podendo produzir os efeitos pretendidos. (Títulos de Crédito, 1ª edição, Belo Horizonte, Del Rey, 2003, p. 235).
Da detida análise dos autos, verifica-se que a apelante não logrou êxito em comprovar o envio das duplicatas a apelada, não havendo que se falar, portanto, em retenção dos títulos e, dessa forma, fica DESCARACTERIZADA a impontualidade da apelada para fim falimentar.
É o entendimento desta Corte Revisora:
“DIREITO FALIMENTAR – DIREITO PROCESSUAL CIVIL – NÃO APRECIAÇÃO DE PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO – IRRELEVÂNCIA – POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO DA LIDE – NULIDADE DA SENTENÇA – INOCORRÊNCIA – PEDIDO DE FALÊNCIA – DUPLICATA – PROTESTO POR INDICAÇÃO DESACOMPANHADO DE PROVA DE ENVIO E RETENÇÃO DO TÍTULO – MEIO INÁBIL PARA DEMONSTRAÇÃO DE IMPONTUALIDADE – NOTIFICAÇÃO DO PROTESTO – AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DA PESSOA QUE A RECEBEU – SÚMULA 361 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – VÍCIO QUE IMPEDE A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – REDUÇÃO – POSSIBILIDADE – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO”.
– Não há como falar em nulidade da sentença, se o Juiz, embora não tenha apreciado, expressamente, o pedido de suspensão do processo, julgou o feito por entender ser inapto o protesto dos títulos que instruíram a ação de falência.
– Admite-se o protesto por indicação somente quando a duplicata for remetida ao devedor, para aceite ou pagamento, e não restituída, de tal sorte que, não demonstrado o encaminhamento do título e configurada a retenção do mesmo pelo sacado, afigura-se inapto o instrumento de protesto para fins de caracterização da impontualidade que viabiliza o pedido de falência. Ainda que assim não fosse, o Superior Tribunal de Justiça, na súmula 361, consagrou o entendimento de que “a notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu”, o que não ocorreu no presente caso.
– Devem ser reduzidos os honorários advocatícios que não são fixados em valor que atende ao disposto no artigo 20, parágrafos 3º. e 4º, do Código de Processo Civil. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0024.11.282125-1/001 – COMARCA DE BELO HORIZONTE – APELANTE(S): F MAIA IND COM LTDA – APELADO(A)(S): BIOQUÍMICA E QUÍMICA LTDA, RELATOR: EXMO. SR. DES. MOREIRA DINIZ, julgado em 06/09/2012)
Apelação. Pedido de falência. Protesto por indicação. Falta de prova de remessa da duplicata para aceite. Impossibilidade. 1 – Na falta de prova a respeito da eventual retenção da duplicata enviada ao sacado para aceite, fica impossibilitado o seu protesto por indicação, para efeitos de pedido de falência. 2 – Recurso improvido. (APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0024.04.520825-3/001 – COMARCA DE BELO HORIZONTE – APELANTE(S): ARTEFATOS CHAPAS IND COM LTDA – APELADO(A)(S): SEPAR ENGENHARIA PROJETOS LTDA – RELATOR: EXMO. SR. DES. NILSON REIS, julgado em 22/11/2005)
No que concerne aos honorários advocatícios, dispõe o artigo 20 do Estatuto Processual….
Custas recursais pelo apelante.
Des. Bitencourt Marcondes (REVISOR) – De acordo com o(a) Relator(a).
Des. Alyrio Ramos – De acordo com o(a) Relator(a).
SÚMULA: “DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO”
OBSERVE,  NESSE JULGADO: – Admite-se o protesto por indicação somente quando a duplicata for remetida ao devedor, para aceite ou pagamento, e não restituída, de tal sorte que, não demonstrado o encaminhamento do título e configurada a retenção do mesmo pelo sacado, afigura-se inapto o instrumento de protesto para fins de caracterização da impontualidade que viabiliza o pedido de falência.
VOTO DO TJMG SOBRE O ENTENDIMENTO 2:
A modernização atual fez com que os indivíduos mudassem seus hábitos buscando facilitar o dia a dia. No mundo moderno a eficiência e a agilidade estão associadas ao avanço incansável dos meios tecnológicos. Nas relações comerciais isso não é diferente, atualmente o meio virtual é uma forma de garantir compras e vendas céleres.Assim, como a legislação não pode deixar de acompanhar a evolução da sociedade, o artigo 889, §3º, do Código Civil, disciplina a emissão do titulo de crédito por meio eletrônico, o que DISPENSA a sua apresentação em papel, in verbis:
“Art. 889. (…)
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.”
Assim, em razão dessa modernização, nem mesmo as duplicatas são enviadas ao comprador, as empresas repassam os dados de forma virtual para as instituições financeiras que cobram a dívida por meio de boletos bancários. O artigo 6º, da Lei de Duplicatas disciplina a matéria, verbis:
“Art . 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.”
No que se refere ao protesto deste título de crédito virtual, a Lei nº 9.492/97, dispõe:
“Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.
Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas.”
Como se percebe, o protesto por indicação não só abrange os casos em que há a retenção da duplicata enviada para aceite, mas também quando se trata de duplicata virtual.
Portanto, tem-se que é plenamente aceitável a duplicata virtual em razão da evolução tecnológica, sendo cabível o seu protesto por indicação, por força do dispositivo acima mencionado.
Vejamos trecho do voto do Ministro Raul Araújo do colendo STJ no julgamento dos Embargos de Divergência EREsp 1024691/PR: “Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata virtual, conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97”.
Nossos olhos tem que ter uma visão maior quando formos ler o art 13.
Para Fábio Ulhoa Coelho  in Curso de Direito Comercial, v.1, 15ª Ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2011:
“O instrumento de protesto da duplicata, realizado por indicações, quando acompanhado do comprovante de entrega e mercadorias, é título executivo extrajudicial. É inteiramente dispensável a exibição da duplicata, para aparelhar a execução, quando o protesto é feito por indicações do credor (LD, art. 15, § 2º). O registro eletrônico do título, portanto, é amparado no direito em vigor, posto que o empresário tem plenas condições para protestar e executar. Em juízo, basta a apresentação de dois papéis: o instrumento de protesto por indicações e o comprovante de entrega das mercadorias“. 
O Colendo Superior Tribunal de Justiça também tem acompanhado a evolução da sociedade moderna admitindo o protesto por indicação de títulos de crédito virtuais, conforme recente decisão:
“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS  FISCAIS E RESPECTIVOS COMPROVANTES DE ENTREGADAS  MERCADORIAS. EXECUTIVIDADE RECONHECIDA.
1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução jurídica diversa para a questão da exeqüibilidade da duplicata virtual, com base em boleto bancário, acompanhado do instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos embargos de divergência.
2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata virtual, conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97.
3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 22 do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica  da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento da dívida.
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se considerar que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 admite, essencialmente, é o protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível não somente o protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de duplicata virtual amparada em documento suficiente.
5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2º do art. 15 da Lei 5.474/68, que cuida de executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja sido protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite pelos motivos constantes dos arts. 7º e 8º da Lei.
6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instrumento acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, suficientemente, as exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas protestadas por indicação.
7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas ao sacado e ao sacador.
8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos.” (EREsp 1024691/PR, Relator Ministro Raul Araújo, DJ 22/08/2012)
Tal posicionamento também vem sendo adotado por este eg. Tribunal de Justiça:
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. AUSÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. 
I – Em consonância com recente jurisprudência do eg. STJ, o boleto bancário vinculado à duplicata, devidamente acompanhado do instrumento de protesto por indicação e do comprovante de entrega da mercadoria, supre a ausência física do título cambiário e constitui título executivo extrajudicial. 
II – Ausente, contudo, a comprovação do protesto, correta a decisão que extinguiu a execução.” (AC nº 1.0694.12.005670-0/001, Relator Des. Leite Praça, DJ 13.03.2014)
“EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – DUPLICATA VIRTUAL – PROTESTO POR INDICAÇÃO – BOLETO BANCÁRIO – NOTA FISCAL – COMPROVANTE DE ENTREGA DAS MERCADORIAS – DOCUMENTOS HÁBEIS A EMBASAR A EXECUÇÃO – JURISPRUDÊNCIA DO STJ – DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO DO TÍTULO DE CRÉDITO.
Conforme recente jurisprudência do STJ,nas ações de execução de título extrajudicial, o boleto bancário acompanhado do instrumento de protesto por indicação, da nota fiscal referente às mercadorias comercializadas e de seu comprovante de entrega devidamente assinado são documentos hábeis a embasar a execução e, por isso, é desnecessária a apresentação da duplicata.” (AI nº 1.0024.13.259429-2/001, Relator Des. Luciano Pinto, DJ 31.10.2013)
No caso dos autos, os documentos trazidos pelo Apelante são aptos para comprovar a ocorrência de impontualidade injustificada por parte do Apelado em adimplir a obrigação, o que viabiliza o pedido de falência conforme previsto no art. 94, inciso I, da Lei nº 11.101/05.
Aliás, também não prospera o entendimento do douto julgador de que mesmo que fosse permitido o protesto por indicação, o Apelante não teria demonstrado quem teria recebido a notificação dos protestos. Isso porque, verifica-se às fls. 716-719/TJ que tal irregularidade foi devidamente sanada pelo Recorrente, atendendo ao contido na Súmula 361, do STJ, que dispõe:
“A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu”.
Destarte, a sentença recorrida deve ser cassada para que seja regularmente processada a ação falimentar, inclusive com a análise do pedido do Apelante de levantamento do depósito elisivo efetuado pelo Apelado.
Com essas considerações, rejeito a preliminar de intempestividade e dou provimento ao recurso para cassar a sentença, determinando o retorno dos autos à origem para normal prosseguimento do feito.
Custas ex lege.
A POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES É NO SENTIDO DE ACEITAR OS TÍTULOS VIRTUAIS. OS TRIBUNAIS TEM ACEITO FAZER PROTESTO POR INDICAÇÃO. DESDE QUE APRESENTAR A NOTA FISCAL. O CANHOTO DA NOTA FISCAL COMPROVANDO QUE AS MERCADORIAS FORAM ALIENADAS.:
Conforme recente jurisprudência do STJ, nas ações de execução de título extrajudicial, o boleto bancário acompanhado do instrumento de protesto por indicação, da nota fiscal referente às mercadorias comercializadas e de seu comprovante de entrega devidamente assinado são documentos hábeis a embasar a execução e, por isso, é desnecessária a apresentação da duplicata.
Lúcio é empresário e tem um milhão de reais. Eu preciso de dinheiro. Ao invés de ir cobrar dos credores e tomar as providências ele pega esses títulos e entrega para Flávia. A Flávia não trabalha de graça. Eu cedo esses títulos para a Flávia e ela vai assumir o risco. Factoring é um contrato de risco. Pode ser que a Flávia não receba nada. Mas ela cobra pra risco. Eu entreguei em títulos 1.000.000 e ela me entrega 700.000. Mas eu paguei. Não vale, se ela me obrigar a assinar nota promissória em favor dela, essa nota promissória não serve, ela não pode vir a pedir a minha falência(se for empresáro ou sociedade empresária) PORQUE ELA ASSUMIU O RISCO.  E além do mais ela cobrou pelo risco.
CONFISSÃO DE DÍVIDA E NOTAS PROMISSÓRIAS VINCULADAS A CONTRATO DE FACTORING :
A Jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, normalmente, a empresa de factoring não tem direito de regresso contra a faturizada(Lúcio), com base no inadimplemento dos títulos transferidos, esse risco é da essência do contrato de factoring.
Vide acórdão do TJMG Apelação Cível 1.0024.07.582269-2/002 – acórdão do TJSP, apelação n. 9266076.88,2008.8.26.0000.
O faturizadora(Flávia) não pode pedir a falência do faturizada por notas promissórias por ela assinadas (faturizada) ou por contratado de confissão de dívida (assinado pela faturizada), para garantir o pagamento dos títulos cedidos por ela (faturizada) à faturizadora.
Súm 600 do STJ. (Se cabe ação executiva cabe ação de falência). (Onde está escrito execução pode colocar AÇÃO DE FALÊNCIA)
Quando um cheque é devolvido seu fundo ele recebe um carimbo. Esse carimbo supre o protesto, MAS NÃO SUPRE O PROTESTO PARA FALÊNCIA. O carimbo não supre para falência.
LEI 11.101/05
– Art. 94, inciso I –
Vide Súmulas do STJ: 233, 248, 258,300 e 361, 600.
É necessário a apresentação do (s) título (s) em original e o instrumento do protesto do título por falta de pagamento. A Lei não menciona, mas é CONVENIENTE apresentar o comprovante da notificação do protesto (AR), com a identificação da pessoa que recebeu a notificação do protesto, súmula 361 do STJ.
Art. 94, inciso II
Execução frustada é uma execução que não se conseguiu lograr êxito. Eu Flávia estou executando o Carrefour e essa execução tramita na 15º Vara Cível de BH. O Carrefour não pagou, não nomeou penhora, nada disso. Vamos imaginar que ele não embargou. Hoje em dia pode existir embargos à execução sem garantia do juízo. Antigamente não era possível. Vamos imaginar que o juiz julgou improcedente seus embargos à execução. A Flávia, então, vai no cartório, na 15º Vara de BH e vai falar: quero uma certidão de fatos dessa execução. Perfeitamente: já pagou as custas? Não. Então desce no Fórum na Augusto de Lima. Diz que vai pagar por uma certidão de um processo. Não preciso protestar essa certidão. O título falencial agora, ou seja, o fundamento desse pedido é de uma execução frustada, certo? E a prova dessa execução frustada é a certidão.
Execução Frustrada, art. 94, inciso II, Lei 11.101/05.
O pedido exige a certidão do juízo da execução de que, não tendo sido interpostos embargos do devedor ou tendo transitado em julgado a decisão que não acolheu os embargos, no todo ou em parte, não houve pagamento, depósito ou penhora de bem para praça.
O exequente, autor do pedido de falência, tem que pedir a suspensão da execução.
Quando o empresário ou soc. Empresária é executada por qualquer quantia líquida, em qualquer valor, e não paga, não deposita bens à penhora, dentro do prazo legal, a ação de falência poderá ser proposta.
Quando o empresário ou soc. empresária é executada por qualquer quantia líquida, em qualquer valor, e não paga, não deposita ou nomeia bens à penhora, dentro do prazo legal, a ação de falência poderá ser proposta.
Não há necessidade de protesto, nem de valor mínimo. Se houve embargos à execução (sem garantia do juízo ou com garantia do juízo) não cabe pedido de falência. Não é possível o pedido de falência, porque a matéria posta nos embargos já está submetida ao juízo da execução. Transitada em julgado a decisão que não os acolheu, que não houve pagamento, depósito ou penhora de bem para praceamento.
Para pedir a falência, o credor exequente deverá requerer junto a juízo da execução, a extinção/suspensão da execução, em face do requerimento da falência. É nulo eventual processamento simultâneo das demandas, execução e pedido de falência.
Art. 94, inciso III:
Pode não haver ainda a impontualidade ou o inadimplemento de qualquer obrigação. Mas a prática dos atos enumerados nesse inciso, independente da intenção de prejudicar, pode esvaziar o patrimônio do empresário ou da soc. empresária em detrimento dos credores. Representam, portanto uma ameaça à esfera jurídica dos credores e é esta ameaça o que a Lei considera.
  
Art. 94, inciso III, letra a
O termo liquidação é no sentido técnico, como na venda precipitada, apressada dos bens do ativo, por preços injustificados, inclusive, por vezes abaixo do custo.
“Lança mão de meios ruinosos ou fraudulentos para realizar pagamentos”. (“São todos aqueles que prejudicam a sociedade, comprometem a sua situação, levando-a a insolvência, impedem-na de operar em todos os seus setores, diminuem-lhe a sua receita e credito.”) (Exemplo, venda de equipamentos e maquinário necessários ao exercício da atividade: pagamento de comissões elevadas; emissão de títulos de mero favor, contratação de empréstimos a juros excessivos, emissão de duplicatas frias, dentre outros)
O Código Civil enumera dentre os atos praticados com fraude aos credores, aqueles de transmissão gratuita de bens ou de remissão de dívidas, quando o devedor já era ou tornou-se insolvente pela pratica do ato (art. 158); os contratos onerosos celebrados, quando a insolvência já era notória ou, pelo menos, conhecida do outro contratante (art.129); o pagamento de dívida não vencida, pelo devedor insolvente (art. 162) ou as garantias prestadas pelo insolvente a algum credor.
  
Art. 94, inciso III, letra b: são atos que se praticados por um devedor você pode pedir a falência do devedor e vai obtê-la se conseguir comprovar que o devedor praticou aqueles atos.
Definição de negócio simulado, art. 167 do C.C.
“É indispensável que os atos definidos no art. 94, inciso III, b, tenham por objetivo retardar pagamentos ou fraudar credores. A caracterização do ato falimentar, no comportamento aqui descrito (art. 94, inciso III, letra b) exige dolo específico: a intenção consciente de criar uma situação em prejuízo dos credores. O fundamento específico é da decretação da falência é a má-fé do empresário, ou do administrador societário, enfraquecendo a garantia genérica dos credores, qual seja, o patrimônio ativo da empresa, transferindo-o a terceiros por meio de negócios simulados ou fraudulentos, bem como por atos que, mesmo não construindo-se como imitações ou falseamentos, revelam a intenção clara de esvaziar e enfraquecer o patrimônio ativo, tornando provável que as obrigações constantes do patrimônio passivo não sejam satisfeitas. É necessário provar por atos inequívocos (por ações), que ele realizou ou tentou realizar. Do contrário estarão afastadas as condições para a decretação da falência.” – Direito Empresarial Brasileiro, Gladston Mamede, vol. 4, Falência e Recuperação de Empresas.
Súm 600 do STJ. (Se cabe ação executiva cabe ação de falência). (Onde está escrito execução pode colocar AÇÃO DE FALÊNCIA).
Só existe no País inteiro uma sentença de falência válida. Não é como execução. Só uma contra o Carrefour. Art 3º da Lei de falência. Você vai pedir a falência no principal lugar. E o art 6º, §8º. Vamos imaginar que não exista nenhum pedido de falência contra o Carrefour e imaginemos que seu principal estabelecimento ocorra aqui em BH. Eu tenho título executivo protestado contra Carrefour e vou pedir a falência do Carrefour. Processo eletrônico mandei às 8 horas. Ele também tem um título e propôs. Mas o faz às 12 hs. Outra pessoa tem a mesma ideia e propõe uma aácão. Daqui 3 meses outra propõe, daqui 4 outra propõe. Na hora que a primeira propõe o pedido foi pra 1º Vara Empresarial de Belo Horizonte.
Quando o juiz decretar a falência.
Ocorre a prevenção.
PS: CONFLITO DE COMPETÊNCIA – TJMG DECIDE (VER ART CPC)
Você não pode pedir a falência por uma obrigação gratuita. Eu recebi uma promessa do Carrefour de me fazer uma doação de 1.000.000. Ele formalizou essa promessa. Assinou, tem 2 testemunhas. Obrigação gratuito é o que? Uma das partes não dá nada, só recebe. – Art 5º.
Também não pode pedir falência de um avalista se ele deu aquele aval por dar, por bondade.
Prova: mescla casos e perguntas.
 
Direito Empresarial IV
Reflexões sobre a importância do estudo.
Lei 11.101/05
É de fevereiro mas entrou em vigor 120 dias. Entrou em vigor em junho de 2005. Antes de começarmos a estudar sistematicamente esta lei vamos fazer um resumo do instituto que vamos estudar que é o instituto da falência. Depois, se alguém tiver alguma curiosidade acerca da falência perguntemos à prof que vamos estudar a lei art. por art.
Só pode falir o empresário ou uma sociedade empresária. Eu não posso falir. Não sou empresário ou sociedade empresária. Não confundam SÓCIO com SOCIEDADE EMPRESÁRIA. Quem fale é a sociedade empresária ou o empresário. Isso tá escrito no primeiro artigo da lei da falência. A recuperação judicial e a recuperação extrajudicial também só pode ser pedida por uma sociedade empresária ou empresário. Tem uma exceção que uma sociedade empresária ilimitada em que os sócios são considerados falidos. Mas no Brasil não tem sociedade de responsabilidade ilimitada. Ninguém vai contratar sociedade em responsabilidade ilimitada, porque nesse caso seu patrimônio se confunde com o patrimônio da sociedade.
Qualquer pessoa pode pedir a falência de uma sociedade empresária ou de empresa.
Desde esse pedido até o juiz decretar a falência tem o processo conhecimento com pequenas diferenças do processo ordinário. A partir da decretação da falência começa uma execução coletiva, logicamente com variantes. Sei que infelizmente não estudamos execução. Mas ela vai explicar um pedacinho de execução e depois explica a falência. Vamos imaginar que ela é credora do Carrefour. O Carrefour deu um cheque sem fundo para ela. Ela quer pedir a execução do carrefour. Propõe uma ação de execução contra o carrefour através do cheque. Para saber se um documento é a lei que diz. Sempre a lei tem que falar que é título executivo, se não não pode pedir execução. O CPC enumera a maioria dos títulos executivos, mas existem outros.
Ao final da execuçõa um bem tem que ser penhorado. O título executivo pode ser até uma sentença, que se tornou líquida. A penhora pode recair sobre dinheiro mas no exemplo está recaindo sobre a caneta. Essa execução passa entre eu você e o juiz. Ela não atinge outras pessoas nem outros credores. Só entre eu e você ou entre eu e o Carrefour.
Só um bem seu vai ser penhorado. Eu sou exequente e você é executado. A falência é um pouco diferente. Só existe falência se um Juiz de Direito decreta falência. Quem decreta falência é um Juiz de Direito. Isso diz o CPC. Então a falência, para existir falência, tem que ter uma sentença decretando falência. Antes pode existir varios pedidos de falência proposta por credores diversos contra a mesma Sociedade empresária : eu , allan, izabella pedimos a falência do Carrefour. Só vai existir falência depois que o juiz decretar a falência do Carrefour. Antes disso não tem falência. Tem pedido. Na hora que o juiz decreta essa falência, os pedidos formulados ficam prejudicados.
Todos os bens da Sociedade Carrefour são arrecadados para satisfazer todos os credores dessa Sociedade. Então se trata de uma execução coletiva. E esses credores recebem de acordo com uma ordem de pagamento estabelecida na Lei de falência. Pode ser que eu, que pedi a falência, nada receba. Pode ser que você receba. Pode ser que você não receba. Todos os credores tem o mesmo direito se pertecentes à mesma classe de credores. Mas as mesmas classes não tem o mesmo direito. ‘’Coronel” é um a classe, ‘’soldado” tá lá em baixo. Todos os soldados recebem da mesma forma, todos os coroneis recebem da mesma forma.
Eu não tenho jeito de pagar todo mundo. Se eu tenho 1.000.000 para pagar 2.000.000, se a soma dos créditos daquela classe, ta na cara que todo mundo não vai satisfazer seu crédito integralmente, e aí todos os credores daquela classe vão receber em RATEIO. Esses pagamentos são feitos, mas antes de pagar os credores tem que pagar os pedidos de restituição.
O INSS não é credor, é proprietário. INSS é União. Todo mundo que trabalha, quando você recebe seu contracheque está escrito lá: descontos. Esse desconto é o empregador que faz de você. O empregador também paga uma parcela para o INSS. A parcela que o empregador paga para o INSS em razão de você, empregado, é tributo, imposto, mas o que ele tira de você, quem paga o imposto é você. Mas o empregador tem a obrigação de entregar esse dinheiro para a União. Se ele não entrega isso é apropriação indébita, ele ficou com um dinheiro que não é dele. Quando ocorre isso, e isso é comum em sociedades falidas(Estarem a dever importâncias descontadas de seus empregados: não entregaram à União e colocaram no seus bolsos)… como a União é proprietária, a massa falida tem que pagar primeiro os pedidos de RESTITUIÇÃO, e depois vem os trabalhadores, depois as garantias reais, depois os fiscos(união, estado, município) ….
Tudo que começa um dia acaba. Os bens da sociedade falida são alienados, converte-se em dinheiro , pagam-se os credores e decreta-se o encerramento da falência. Isso não significa que as responsabilidades do falido estão encerradas.
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A recuperação judicial não existia anteriormente à essa lei. O decreto-leo 7641 de 1945 existia a concordata. Existia a concordata preventiva,um instituto que tentava prevenir a falência e a suspensiva, que tentava suspender a falência.
Passou a existir a recuperação judicial e extrajudicial. Não existe um instituto hoje similar. A lei de recuperação judicial já tem estudos para modificá-la, pois ela não atende aos anseios das Sociedades Empresárias. Então falências podem vir a ser transformadas em recuperação judicial.  Nossa geração vai acompanhar isso: Sociedade que entrou em processo de falência mas que tem jeito de recuperar. A recuperação judicial o que é? É uma sociedade que não está conseguindo pagar os seus credores em dia, e o que faz? Pede o juiz para deferir processamento de recuperação judicial, e a lei exige vários requisitos, e se ela consegue provar com a inicial esses requisitos, o juiz defere o processamento da recuperação judicial. Ele não tá concedendo nada não. Só fala: ‘’vc pode seguir o caminho’’. Então a Sociedade apresenta o plano de recuperação de seus credores. A lei enumera diversos tipos de plano, mas não é taxativo. Esse plano é levado aos credores. Se os credores não aceitarem o plano, em assembleia geral, o juiz decreta a falência. Se a assembleia aprovar o plano, o juiz vai conceder a recuperação judicial.
Quanto à recuperação extrajudicial, a sociedade empresária procura e os credores assinam livremente quem quer e quem não quer. Depois que você assinou é difícil voltar atrás
Se esse plano atinge um número de adesão, a sociedade pode forçar os outros que não aderiram livremente.
Empresário é a pessoa física que exerce atividade empresarial e a sociedade empresária é a pj. O art 966 do CC define ‘’considera-se empresário quem exerce atividade econômica, organizada, para produção ou circulação de bens ou serviço’’. Esse empresário tanto pode ser sociedade empresária como a pessoa. Não é uma vez ou outra. É quem exerce de forma profissional, todo dia. Você vai lá na FIAT todo dia ela tá em funcionamento. Quando o empregado realiza uma tarefa, produz um bem, ele o faz em nome do empregador. O empresário individual ou a sociedade empresária dispõe de empregados que exerce atividade no seu nome, empresário. Esse empresário, se você vende pijamas, você tem que conhecer os pijamas que você vende. Saber a qualidade, o tecido. Você detem o conhecimento acerca do produto que você fabrica. A FIAT sabe tudo sobre carro.
O empresário exerce de forma profissional uma atividade econômica, organizada para a produção ou circulação de bens ou serviço. Essa atividade visa o que ? Lucro à luz da função social. Essa atividade é organizada que utiliza o que? Os fatores de produção. Temos 4 fatores de produção: trabalho, capital, matéria prima, tecnologia. Esses fatores de produção tem que se entrelaçar, ser seriados e organizados para a produção de bens e serviços. A atividade empresarial utiliza esses fatores de produção de forma organizada. Pensa na FIAT: ali tem dinheiro, muito dinheiro. Tem empregados(mão de obra). Tem matéria prima e tem tecnologia. Tem tudo isso, muito engrenadinho.
Se você pedir uma falência e aquela sociedade for uma sociedade simples, o que o réu vai alegar na contestação? Associação, fundação. Você está pedindo uma falência contra uma sociedade que não pode. Ilegitimidade ATIVA e PASSIVA. Então quando você fizer um pedido de falência CONTRA QUEM você pede tem que ser um empresário ou uma sociedade empresária. Agora o AUTOR tudo bem, pode ser qualquer um, desde que seja credor.
Produtor rural pode ser empresário, desde que seja inscrito na junta e a atividade principal dele seja atividade rural. Os escritórios de advocacia, contabilidade não são sociedade empresárias. Porque o pu do art 966. O Hospital é uma sociedade empresária, mas um consultório não é. Você vai no consultório do Dr. Fulano de Tal. Você vai atrás do serviço daquele médico.
Sócio não fale. Mas existe uma grande diferença entre sociedade empresária e empresa. Isso não é muito fácil pra pessoa entender. Quem exerce atividade profissional é o empresário ou a sociedade empresária. A empresa é distinta da sociedade empresária. Quem fale é sociedade empresária. Empresa é ATIVIDADE, movimento, FIAT funcionando .Quem ORGANIZA a FIAT é o empresário, a sociedade empresário. Quem fale é a sociedade empresária, e não a empresa.  Eu não vou na empresa, eu vou no estabelecimento(art 1142) da FIAT.
O Estado e todos nós devemos nos preocupar muito com a empresa. Ficamos estarrecidos com a notícia do Joesley Batista. A lei de falência se preocupa muito com o ‘’efeito dominó’’ de as sociedades falirem e dos impactos disso para a Sociedade. Empresa é atividade e o titular dessa atividade é o empresário ou a Sociedade empresária.
Empresa é atividade que tem como finalidade o lucro que é obtido com o oferecimento de bens ou serviços ao mercado, que são gerados mediante organização pelo empresário dos fatores de produção(capital, trabalho, matéria prima e tecnologia). A empresa difere do empresário. Está errado dizer que empresa faliu. Quem pode falir é o empresário ou a sociedade empresário. É empresário a pessoa física ou juridica que organiza a produção/circulação de bens…
Você pode propor uma execução contra você aqui em BH. Ela pode propor uma execução contra mim no Maranhão. etcetc, Falência não é assim. Só existe um juízo competente no Brasil inteiro para pedir a falência de alguém. É um Juiz de Direito. Você vai ter que descobrir onde fica o principal estabelecimento do Carrefour no Brasil inteiro, ou onde fica o principal estabelecimento da Telhanorte no Brasil inteiro. E que que é principal estabelecimento? Posso achar que o principal estabelecimento é o maior fisicamente. E não é necessariamente o que tá escrito no contrato social. Normalmente, o é: ‘’a sede fica no Rio de Janeiro’’.
NORMALMENTE coincide, mas nem sempre o é.
E como descobre  ? Aí é que está o problema.
Em 1945 já existia no decreto lei que regulamentava falência. O professor Gladson que tem livro escrito de falência fala algo muito certo: o juiz tem que examinar caso por caso.
Tem 2 principais teorias:
1: principal estabelecimento é onde ocorre o maior volume de negócios dessa sociedade. (teoria econômica). – normalmente é onde se encontra o maior número de credores.
2: a segunda teoria é onde se encontra a direção da empresa.
No site do STJ podemos procurar jurisprudências em tese. Ramos do Direito. Empresarial. Falência. Recentemente soltaram uma jurisprudência em tese que vem escrito o seguinte: ‘’o principal estabelecimento, para fins do art 3º da lei de falência é o centro do local do estabelecimento de empresa, não se confundindo com o endereço da sede constante do estatuto social’’.
Se o juiz for incompetente em matéria de falência, a incompetência é absoluta. Ai poderia propor de novo. TEM QUE DESCOBRIR ONDE FICA O PRINCIPAL ESTABELECIMENTO.
A maioria das sociedades no Brasil não tem tantas filiais assim não.
É sempre um juiz de direito da vara cível. Aqui em BH tem vara empresarial. Aqui tem que dirigir  Exmo Juiz de Direito da _ Vara Empresarial
Sabará não tem vara especializada em falência. Lá distribui: Exmo Juiz de Direito da _ Vara Cível
Não é todo lugar que tem Vara Especializada. Lá em Contagem o Juízo é junto com as varas tributárias. Cada comarca é diferente
10 de agosto de 2017
  Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
        I – empresa pública e sociedade de economia mista;
        II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
A lei de Falências, portanto, não se aplica a sociedade de economia mista e à empresas públicas. Isso se dá pois o patrimônio está nas mãos do Estado.
Ademais, não se aplica a BANCOS: é obrigação do Estado fiscalizá-los através do Banco Central. Quando um Banco passa por dificuldades o Banco Central pode decretar liquidação(liquidante) ou intervenção(interventor). Os responsáveisassinam um relatório constando várias coisas para o Banco Central. Se, no relatório, constar mais PASSIVO do que ATIVO o credor quirografário não tem nenhuma garantia e nem privilégio. O Banco Central autoriza o liquidante ou o interventor a pedir a falência do Banco.
Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
        Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pessoas      referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei.
A Lei de Falência continua servindo para os bancos até outra lei ser implementada.
Nesse sentido, a Lei 6.024(Dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras, e dá outras providências) vem explicando o relatório.
   Art . 11. O interventor, dentro em sessenta dias, contados de sua posse, prorrogável se necessário, apresentará ao Banco Central do Brasil relatório, que conterá:
        a) exame da escrituração, da aplicação dos fundos e disponibilidades, e da situação econômico-financeira da instituição;
        b) indicação, devidamente comprovada, dos atos e omissões danosos que eventualmente tenha verificado;
        c) proposta justificada da adoção das providências que lhe pareçam convenientes à instituição.
        Parágrafo único. As disposições deste artigo não impedem que o interventor, antes da apresentação do relatório, proponha ao Banco Central do Brasil a adoção de qualquer providência que lhe pareça necessária e urgente.
        Art . 12. À vista do relatório ou da proposta do interventor, o Banco Central do Brasil poderá:
        a) determinar a cessação da intervenção, hipótese em que o interventor será autorizado a promover os atos que, nesse sentido, se tornarem necessários;
        b) manter a instituição sob intervenção, até serem eliminadas as irregularidades que a motivaram, observado o disposto no artigo 4º;
        c) decretar a liquidação extrajudicial da entidade;
        d) autorizar o interventor a requerer a falência da entidade, quando o seu ativo não for suficiente para cobrir sequer metade do valor dos créditos quirografários, ou quando julgada inconveniente a liquidação extrajudicial, ou quando a complexidade dos negócios da instituição ou, a gravidade dos fatos apurados aconselharem a medida.
        Art . 21. A vista do relatório ou da proposta previstos no artigo 11, apresentados pelo liquidante na conformidade do artigo anterior o Banco Central do Brasil poderá autorizá-lo a:
        a) prosseguir na liquidação extrajudicial;
        b) requerer a falência da entidade, quando o seu ativo não for suficiente para cobrir pelo menos a metade do valor dos créditos quirografários, ou quando houver fundados indícios de crimes falimentares.
        Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto neste artigo, em qualquer tempo, o Banco Central do Brasil poderá estudar pedidos de cessação da liquidação extrajudicial, formulados pelos interessados, concedendo ou recusando a medida pleiteada, segundo as garantias oferecidas e as conveniências de ordem geral.
Pois bem: o Banco, portanto, pode falir, mas é muito difícil, havendo todo um procedimento que lhe é peculiar, elencado em epígrafe.
UNIMED e outros: mesmo procedimento, sai o Banco Central e entra AGENCIA NACIONAL de Saúde, nos ditames da Lei 9656(Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.), art. 23:
Art. 23.  As operadoras de planos privados de assistência à saúde não podem requerer concordata e não estão sujeitas a falência ou insolvência civil, mas tão-somente ao regime de LIQUIDAÇÃO extrajudicial. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 1o  As operadoras sujeitar-se-ão ao regime de falência ou insolvência civil quando, no curso da liquidação extrajudicial, forem verificadas uma das seguintes hipóteses: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        I – o ativo da massa liquidanda não for suficiente para o pagamento de pelo menos a metade dos créditos quirografários; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        II – o ativo realizável da massa liquidanda não for suficiente, sequer, para o pagamento das despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular processamento da liquidação extrajudicial; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        III – nas hipóteses de fundados indícios de condutas previstas nos arts. 186 a 189 do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 2o  Para efeito desta Lei, define-se ativo realizável como sendo todo ativo que possa ser convertido em moeda corrente em prazo compatível para o pagamento das despesas administrativas e operacionais da massa liquidanda. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 3o  À vista do relatório do liquidante extrajudicial, e em se verificando qualquer uma das hipóteses previstas nos incisos I, II ou III do § 1o deste artigo, a ANS poderá autorizá-lo a requerer a falência ou insolvência civil da operadora. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 4o  A distribuição do requerimento produzirá imediatamente os seguintes efeitos: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        I – a manutenção da suspensão dos prazos judiciais em relação à massa liquidanda; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        II – a suspensão dos procedimentos administrativos de liquidação extrajudicial, salvo os relativos à guarda e à proteção dos bens e imóveis da massa; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        III – a manutenção da indisponibilidade dos bens dos administradores, gerentes, conselheiros e assemelhados, até posterior determinação judicial; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        IV – prevenção do juízo que emitir o primeiro despacho em relação ao pedido de conversão do regime. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 5o  A ANS, no caso previsto no inciso II do § 1o deste artigo, poderá, no período compreendido entre a distribuição do requerimento e a decretação da falência ou insolvência civil, apoiar a proteção dos bens móveis e imóveis da massa liquidanda. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
        § 6o  O liquidante enviará ao juízo prevento o rol das ações judiciais em curso cujo andamento ficará suspenso até que o juiz competente nomeie o síndico da massa falida ou o liquidante da massa insolvente. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Ademais, entidade de previdência complementar não se sujeita à falência, nos termos do art 43 e 73 da lei complementar 109/2001(Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar e dá outras providências):
        Art. 47. As entidades fechadas não poderão solicitar concordata e não estão sujeitas a falência, mas somente a liquidação extrajudicial.
        Art. 73. As entidades abertas serão reguladas também, no que couber, pela legislação aplicável às sociedades seguradoras.
É importante termos em mente que em 99% dos casos de falência quem pede é o CREDOR. O credor pede a falência de outrem. Acontece que existe, também, o AUTOR FALÊNCIA, hipótese em que a Sociedade pede a sua própria falência, conforme os arts. 105 a 107 da Lei de Falência:
Seção VI
Da Falência Requerida pelo Próprio Devedor
        Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
        a) balanço patrimonial;

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