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Principio da insignificancia à luz de varios doutrinadores

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TRABALHO DE PROCESSO PENAL 1
PROFESSOR: LEONARDO GUIMARÃES 
ACADÊMICOS: VINICIUS GALUPO E LUCIANA CARPES 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho, elaborado com a finalidade de acrescer à nota da prova N1 da referida matéria, buscou analisar a aplicabilidade do principio da insignificância e atipicidade formal pela autoridade policial da Polícia Judiciária quando constatada. 
Como forma de pesquisa, primeiramente, utilizou-se de das jurisprudências estaduais dos respectivos estados que foram delegados às duplas, no caso desta, o TJ do Piauí. Como forma subsidiaria, já que no referido tribunal não se encontra decisões onde o delegado tenha aplicado tais atipicidades, foi permitido o uso de Doutrinas e artigos. Segue então o resultado de tal pesquisa.
HENRRIQUE HOFFMAN. 
(HOFFMAN, Henrrique. Delegado pode e deve aplicar o princípio da insignificância.)
Este doutrinador e Delegado, que defende a aplicabilidade do principio da insignificância e atipicidade formal pelo delegado de policia detém hoje um dos argumentos mais convincentes desta corrente que está surgindo e ganhando força. 
Defende que, já que estes excludentes de tipicidade estão consagrados no direito brasileiro e interligados diretamente com o principio de intervenção mínima do direito penal, por que não ser aplicado logo no começo da persecução criminal através do delegado quando for constatado? Evitando assim propriamente dita a intervenção exacerbada do Estado. 
E afirma que a persecução penal deve caminhar lado a lado com a franquia constitucional, sendo uma prerrogativa do cargo de autoridade policial judiciaria a independência funcional para tomar essas decisões. 
II – ALEXANDRE MORAIS DA ROSA
(ROSA, Alexandre Morais da. Delegados relevantes e lesões insignificantes: a legitimidade do reconhecimento da falta de tipicidade material pela autoridade policial.)
“Não só os delegados podem como devem analisar os casos de acordo com o princípio da insignificância. Merecem aplauso e incentivo os delegados que agem dessa forma, pois estão cientes do papel que lhes cabe na investigação preliminar, atuando como filtros de contenção da irracionalidade potencial do sistema penal. (...) Não interessa reafirmar qualquer lugar de autoridade: interessa é obstaculizar a irracionalidade e para isso, os delegados devem ser a primeira barreira”.
Após esse trecho do artigo acima citado, publicado no justificando.cartacapital.com, Não resta duvidas que esse doutrinador defende a prerrogativa do primeiro filtro dos fatos realizado pela autoridade policial, e argumenta que o inquérito policial por ser chefiado pelo delegado ele é responsável pelas garantias e direitos do investigado. 
São argumentos realmente sedutores, e que nos fazem pensar o que a corrente contraria pode usar contra isso? 
III - LUIZ FLAVIO GOMES
(GOMES, Luis Flávio. Drogas e Princípio da Insignificância: atipicidade material do fato. Disponível em http://www.lfg.com.br/artigos/DROGAS_E_INSIGNIFICANCIA.pdf. Acesso em 19 de abril de 2018)
Luiz Flávio Gomes, grande jurista fundador da LFG e doutrinador pertencente à corrente oposta, acredita que é impossível reconhecer o principio de insignificância através do Delegado de policia, pois este não pode proferir “decisão definitiva” à respeito da insignificância do fato ou do seu resultado, já que sua atribuição primordial consiste em registrar o fato.
Quando questionado à respeito do procedimento que seria utilizado nos casos em que se constatasse o principio ele afirmou o seguinte; 
Se a infração for de menor potencial ofensivo, a solução seria a lavratura de um Termo Circunstanciado. A autoridade policial não pode arquivar o procedimento investigatório (TC, Inquérito Policial etc.). Cabe-lhe registrar tudo e enviar ao juízo competente, sendo certo que o Ministério Público pedirá o arquivamento em razão da atipicidade (material). Ao juiz (não à autoridade policial) cabe determinar o arquivamento (CPP, arts. 28 e 17), pois nenhuma sanção pode recair sobre quem pratica uma conduta absolutamente insignificante.
Se o Ministério Público, em lugar de pedir o arquivamento fizer proposta de transação penal ou denunciar o “investigado”, impõe-se que a defesa solicite ao juiz o reconhecimento da insignificância. O caso é de arquivamento, reconhecendo-se a atipicidade material do fato. Mas, e se o juiz insistir na transação penal ou então, receber a inicial acusatória? Neste caso, só restaria o caminho do habeas corpus contra a medida de constrangimento ilegal proferida pelo juiz.
Então para ele é necessário registrar o fato de alguma maneira para que, mais tarde, possa ser feito o arquivamento. Porém ele destaca que jamais esse agente poderá ficar preso, ou seja, jamais deve ser recolhido ao cárcere (porque estamos diante de um fato atípico). Por isso, não se deve lavrar o auto de prisão em flagrante. Assim, se na infração penal de menor potencial ofensivo não se lavra flagrante, mas, Termo Circunstanciado, se aplicaria a mesma regra para a infração considerada insignificante. 
IV – CLEBER MASSON 
(MASSON, Cleber, Direito Penal Parte Geral Esquematizado, Vol. 1, 9ª ed., Método, São Paulo, 2015.)
Este jurista não deixa duvidas do seu entendimento, além de ter o pensamento mais objetivo possível no momento de argumentar, defende que se o fato pode ser considerado atípico pelo judiciário ele não vai deixar de ser atípico para o delegado, ou seja, se o fato é atípico não necessita chegar ate o judiciário para que seja constatado isso, por que partindo desta premissa, ate chegar ao entendimento do juiz que não houve crime, o investigado depois acusado, réu já passou por quanto transtorno? Ou mais além, quanto maior foi o desgaste da maquina estatal simplesmente por não deixar o delegado constatar isso? 
Ressalta o autor que a obrigatoriedade do inquérito, flagrante, termo circunstanciado em qualquer fato insignificante causaria uma banalização do Direito Penal e do esquecimento de outros relevantes princípios, tais como o da intervenção mínima, da subsidiariedade, da proporcionalidade e da lesividade. 
V – FERNANDO CAPEZ 
(CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, ed. Saraiva 2012.)
Pasme o senhor leitor, mas esta lenda do processo penal não participa das correntes opostas ao uso do principio de insignificância e atipicidade formal pelos delegados e autoridades de policia, muito pelo contrario, em seu livro quando fala à respeito desse assunto ele defende que o delegado é por direito o primeiro filtro dos fatos que acontecem e deixa claro em sua afirmação; “faltando justa causa, a autoridade policial pode (aliás, deve) deixar de instaurar o inquérito”.
 Portanto ao findar deste trabalho não há de se deixar de concluir que as garantias constitucionais, e os princípios do direito penal devem ser aplicados desde o inicio da persecução criminal, e que embora os Promotores e juízes entendam que o delegado não é a pessoa capaz de fazer isso não será assim que vigorará.

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