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CADERNO DE DTO EMPRESARIAL 1) História Comenda: primeira modalidade de contrato mercantil – senhores feudais e os comandantes das embarcações – equiparável à moderna Representação Comercial, ocorrendo a “venda condicionada” Juiz consular: tinha poder de aplicar as normas da cidade Código Napoleônico: criou a bipartição do Direito Civil e Comercial – pouco inovador Vivante: dizia que a lei era ultrapassada e fraca Autonomia do Dto Empresarial em relação ao Dto Civil: foi reconhecida pela Constituição Federal no artigo 22, inciso I 2) Externalidade Externalidade: desde que não haja uma contraprestação Internalização das Externalidades: mecanismo hábil e eficaz a reequilibrar a “balança” Economia do Bem Estar: o Estado toma uma medida para acabar com o problema mediante análise da situação implementando leis, etc... Análise econômica do Direito: o Estado cria mecanismos para fomentar a qualidade deste serviço, ajuda a formar concorrência melhor, mas justa, por meio de normas jurídicas 3) Custo do Direito Divisão dos custos: - Qualitativo: apesar de previsíveis, mas não são certo. Mecanismos subjetivos, tentar calcular o possível impacto no custo Direito-custo: o Direito pode significar um custo no Direito Comercial 4) Estabelecimento Empresarial Bens corpóreos e incorpóreos Ex.: marca, patente Não há relação entre Estabelecimento Empresarial e o local onde a atividade empresarial é exercida Pode ser negociado em nenhum tipo de venda da sociedade Trespasse: ligado à venda só dos bens Fundo de Empresa: Os bens reunidos (Estabelecimento Empresarial) recebem um sobrevalor (Fundo de Empresa), pois juntos podem constituir nova empresa É um elemento do Estabelecimento Empresarial, pois é um atributo deste Trespasse parcial: é possível haver a venda parcial do Estabelecimento Empresarial Natureza jurídica do Estabelecimento Empresarial: um complexo de bens que integra o patrimônio da sociedade, não corresponde à pessoa jurídica de direito Elementos do Estabelecimento Empresarial: - Materiais: bens físicos, móveis ou imóveis - Imateriais: bens industriais (patente, marca, registro, etc) e o ponto (local onde se explora a atividade) Obs.: Clientela (conjunto de pessoas) não faz parte do Estabelecimento Empresarial 5) Globalização da Economia a) Informal: “senso comum” – ampliação do comércio transpassando fronteias, aproximação de mercado gerada por atos individuais (isolados) b) Formal: não advém do “senso comum” e sim do Estado que observando a necessidade das pessoas cria acordos, tratados, alianças, para facilitar esta aproximação de mercados. Ocorre entre vários países que buscam se integrar para se desenvolver economicamente através de Blocos Econômicos 5.1) Etapas para a formação de um Bloco Econômico 1ª) Definir os países membros 2ª) Acabar com as barreiras tarifárias: impostos de circulação, exportação e importação – intuito de fomentar o comércio. Sua superação é importante para fomentar a concorrência – só é válido para produtos nacionais (65% nacional), não podendo ter peça fabricadas no exterior 3ª) Identificação e apreciação das barreiras não-tarifárias: decorrem de custos oriundos de fatores não aduaneiros (burocracia, infra-estrutura, etc) 4ª) União aduaneira: padronização de alíquotas e normas – efeito mais importante: acabar com a necessidade de identificar a origem do produto 5ª) Mercado Comum: as normas devem estar todas voltadas para o mesmo norte – Harmonização do Direito 6) Ponto Comercial/Empresarial Conceito: cria-se uma fidelização de clientela quanto ao local, mais do que por quem ali exerce a atividade econômica - o Ponto está atrelado ao conhecimento de sucesso do empreendimento naquele local Indenização pelo Ponto Empresarial: caso o locador alugue o imóvel para outro empresário, deverá indenizar o locatário que investiu para o local se tornar um ponto, aplicando-se sistemática semelhante no caso de venda do imóvel Cláusula de Restabelecimento: no contrato de venda do ponto pode haver uma cláusula impedindo quem vendeu o ponto de abrir nova empresa do mesmo ramo durante um período de tempo ou num raio de distância daquele lugar 6.2) Ação Renovatória Lei de Locação Predial Urbana: protege as sociedades civis podendo ingressar com Ação Renovatória (locatário ingressa para obrigar o locador a seguir alugando para ele o imóvel, forçando a renovação do contrato) para permanecer naquele imóvel onde é o seu Ponto Empresarial Ação Renovatória: só caberá se for Contrato de Locação Empresarial, o qual deve obedecer aos requisitos do art. 51 da Lei nº 8.245/91 - Formal: precisa ser escrito e com prazo determinado - Temporal: prazo mínimo de 5 anos, podendo somar períodos dos contratos, não precisando ser ininterruptos desde que não saia do imóvel - Material: nos últimos 3 anos não pode ter ocorrido mudança da atividade econômica (tempo suficiente para a criação do Fundo de Empresa) 6.2.1) Exceção de Retomada: mecanismo para combater a Ação Renovatória, protegendo o direito do proprietário 6.2.2) Hipóteses favoráveis ao locador nos litígios com o locatário: a) em função de obras do Poder Público o imóvel deve ser desocupado Inegavelmente o argumento de desocupação do imóvel para “uso próprio” é o que possui melhor alcance 7) Locação-Gerência Modalidade de contrato de locação em que o locador (empresário) além de alugar o imóvel, também aluga o estabelecimento empresarial, deste modo o locatário torna-se um “gerente” vendendo ou prestando serviços por ele determinados, devendo pagar ao proprietário um porcentual do faturamento Costuma ocorrer em locais de movimentação de clientela sazonal, por exemplo em caso de veraneio nas praias. 8) Shopping Center Geralmente é gerido por uma sociedade empresária Se difere das Galerias pois estas não são organizadas (planejadas) de modo que suas lojas estejam postas em locais a favorecer e fomentar o consumo. 9) Propriedade Industrial: visa conferir propriedade na exclusividade de exploração - Invenção: não está compreendido no estado da técnica (informação de como é feito está acessível em algum lugar) - Modelo de Utilidade: já está no estado da técnica mas foi aprimorado de maneira que represente um avanço tecnológico engenhoso, aumentando a sua utilidade. Independe de autorização daquele que detém a patente da invenção. - Desenho Industrial: apenas reveste a invenção de um aspecto visual novo, sem avanço tecnológico ou ampliando a sua utilidade, se revestindo de “futilidade” - Marca: somente sinal distintivo visual Obs.: segredo de empresa não se registra 9.1) Patenteabilidade: conjunto de requisitos necessários para gerar a patente a) Novidade: quando não está compreendido no estado da técnica b) Atividade Industrial: FRANQUIA – Lei n. 8.955/94 As cláusulas do contrato de franquia prezam por pessoas com pouca ou nenhum experiência empresarial para evitar inovações indesejáveis visando manter o padrão estabelecido pelo “dono” da Marca, por isso da rigidez dos contratos 1) Pessoas a) Franqueador: empresa dona da marca b) Franqueado: pessoa que “compra” o direito de uso da marca, tem direito e total acesso às informações para o melhor desenvolvimento da atividade 2) Modalidades a) Management: tenta implementar uma técnica através de sistemas operacionais e treinamento de pessoal b) Engineering: melhor aproveitamento de espaço c) Marketing: técnicas, modelos, organização da técnica implementada para venda Circular de Oferta da Franquia Perfil do franqueado ideal: deve ser avaliado, mas não ser causa excludente Obrigações do Franqueador: em geral tratam de livre acesso às informações necessárias, fornecimento dos produtos, etc. Sem arquivamento do contrato no INPI não produz efeitos perante terceiros, é vedada a remessa de dinheiro ao exterior, etc. COMÉRCIO ELETRÔNICO TÍTULOS DE CRÉDITONão há título de crédito para outro tipo de obrigação senão a creditícia Título executivo: dispensa a discussão de direito dele emanado por meio de Processo de Conhecimento (art. 585, inc. I, CPC) basta portá-lo. Tem por finalidade movimentar a economia, facilitar a circulação de riquezas 1) Princípio de Direito cambiário a) Cartularidade: para poder executa-lo é preciso ter o original em mãos – é uma segurança para as partes a obrigatoriedade de juntada do original na Ação de Execução Exceção: Duplicata nos casos de protesto por indicação ou emissão da 2ª via (triplicata). b) Literalidade: só produz efeitos jurídicos válidos os atos lançados no título. Finalidade de dar garantia para as partes do valor e do aval c) Autonomia: condição de que eventual vício numa etapa negocial não compromete a validade da relação jurídica creditícia, por exemplo perante terceiro de boa-fé que recebe o cheque – A sustação não afasta os efeitos da Execução 2) Classificação 2.1) Quanto ao modelo a) Vinculados: dependem de formatação, ordem ou norma específica para ter validade b) Livres: não obedecem a padrão algum 2.2) Quanto à estrutura observa-se quantas situações (e não pessoas) jurídicas se cria no momento do saque a) Ordem de pagamento: 3 situações - Sacador (quem emite); Sacado (quem deve pagar) e o Tomador-Beneficiário (quem desconta) b) Promessa de pagamento: 2 situações – Promitente (quem emite) e Beneficiário da promessa (quem fica de receber) 2.3) Quanto à emissão a) Causais: norma positiva de direito - emissão tem suas hipóteses elencadas em lei b) Limitada: norma negativa de direito – quando é impedida sua emissão c) Não causais: norma neutra de direito – podem ser emitidos em qualquer situação, para qualquer coisa, de livre emissão 2.4) Quanto à circulação a) Ao portador: não é posto em favor de quem, sem identificar o beneficiário b) Nominativos/Nominal: identifica o tomador b.1) À ordem: não traz nenhum impedimento/observação, transferível por endosso b.2) Não à ordem: tem uma cláusula, observação (escrito “não à ordem” junto ao nome do tomador) o que não impede a circulação do título, sendo transferível por contrato civil de cessão de crédito 3) Letra de Câmbio 3.1) Aceite torna o Sacado o devedor principal – antes disso era o Sacador Recusa do Aceite, Aceite Limitativo e Modificativo geram vencimento antecipado 3.2) Cláusula não aceitável: impede a apresentação do título antes do vencimento (Princípio da Literalidade) 3.3) Vencimento a) Ordinário: ocorre de forma natural pelo decurso do tempo ou apresentação do título b) Extraordinário: recusa do aceite ou falência do aceitante 3.4) Endosso: ato de transferência do título nominativo Caso o endosso seja feito sem qualquer observação o Endossante é coobrigado com o Sacador – Cláusula sem garantia: escreve no título “pague-se, sem garantia” e se livra da coobrigação a) Endosso em preto: deve identificar o nome e CPF b) Endosso-mandato: não passa a propriedade do título, apenas o direito de cobrar em nome do credor 3.5) Aval Aval: garantia da obrigação creditícia, autônoma e equivalente – pode ser feito a qualquer tempo Fiança: obrigação acessória nas relações contratuais Diferenças 3.5.1) Alcance a) Fiança: é acessória à obrigação civil principal, rescindindo o contrato não existe mais a fiança (art. 837, CC) b) Aval: não tem nenhuma ligação com a obrigação avalizada, recaindo sobre o título, ainda que não haja mais obrigação entre Autor e Réu, podendo ser ainda assim ser exigido o valor do título – é mais amplo que a Fiança, não se limitando a acessoriedade 3.5.2) Benefício de ordem a) Fiança: direito do Fiador de apenas ser cobrado após esgotadas todas as tentativas de cobrança do afiançado (previsto no CC) b) Aval: o Avalista não tem benefício de ordem, respondendo mesmo que o avalizado tenha recursos para arcar com a obrigação – caso haja Aceite Limitativo, o Avalista responde apenas pelo valor dado em aceite 3.6) Classificação quanto ao vencimento a) Letra com vencimento em dia certo: data futura e certa b) Letra à vista: quando o Sacado “bater o olho” no título, isto é, quando o título for apresentado ao Sacado c) Letra a certo termo da vista: um determinado período a contar da apresentação d) Letra a certo termo da data: um determinado período a contar a partir do saque 3.7) Pagamento: extingue uma, alguma ou todas as obrigações e desfaz as posteriores de quem cumpriu, dependendo de quem o fizer conforme a Cadeia de Anterioridade 3.8) Cadeia de Anterioridade 1º) Devedor principal: se tem Aceite é o Sacado, caso contrário é o Sacador 2º) Sacador e endossante 3º) Avalista imediatamente após o Avalizado 3.9) Prazo para apresentação no dia do vencimento, permitindo-se em até 2 dias após 3.10) Cautelas no pagamento 1º) Dar a quitação no próprio título Literalidade para os efeitos do pagamento 2º) Entregar o título pago 4) Duplicata - Lei n. 5.474/68 4.1) Características Exige o aceite do devedor, ao contrário da Letra de Câmbio Promessa de pagamento, título causal (somente crédito oriundo de compra e venda mercantil) Não é obrigatório expedi-la, porém caso emita terá a obrigação de registrar no Livro de Registro de Duplicatas Na Duplicata deve haver menção ao número da Nota Fiscal emitida e na Nota Fiscal o da respectiva Duplicata Não é ao portador e sim por endosso 4.2) Requisitos obrigatórios a) Cláusula cambiária: em algum local do título deve ter escrito “Duplicata” b) Cláusula “à ordem” c) Data de emissão igual à data da Nota Fiscal d) Data de vencimento e) Nome, identificação (CPF/CNPJ) e local do Sacado f) o valor, local e assinatura do Sacador e seu CPF/CNPJ 4.3) Recusa do Aceite Em caso de entrega futura, é possível a recusa do Aceite quando: a) Houverem avarias nas mercadorias b) Quando a mercadoria não for recebida c) Diferenças qualitativas e quantitativas, bem como de preço e prazo sem cláusula contratual falando da possibilidade de alteração 4.4) Triplicata é uma 2ª via da duplicata e não um novo título 4.5) Prescrição da execução 3 anos: contra os Avalistas também 1 ano: contra os endossantes 5) Cheque - Lei n. 7.357/85 5.1) Características Embora seja ordem de pagamento à vista a jurisprudência é praticamente uníssona em resguardar o “acordo de cavalheiros” feito no cheque pré-datado com ressarcimento de perdas e danos em caso de quebra deste acordo Título de modelo vinculado: somente o banco tem condição de imprimi-lo 5.2) Requisitos obrigatórios a) Cláusula cambiária b) Ordem de quantia certa, determinada e incondicional independe de condição, tendo sido sacado deverá ser pago, pois o Sacador assumiu a situação de devedor daquela quantia ao assinar c) Nome do banco Sacado: é preciso saber em qual banco o cheque será descontado d) Data do saque: se for pré-datado deve colocar a data futura e) Lugar do saque ou menção do lugar junto ao nome do emitente: influencia no prazo para apresentação f) Assinatura do Sacador 5.3)Observações: a) Não cabem, em hipótese alguma, exceções pessoais: trata-se de obrigação creditícia, portanto autônoma b) A indicação por extenso prevalece sobre a numeral em caso de divergência (art. 12) c) Não incide juros em razão do lapso de tempo entre a data do saque e do desconto (art. 10) d) Uma devolução por falta de fundos já é suficiente para ensejar a execução, a 2ª vez é apenas para efeitos legais de inclusão do nome no cadastramento de maus pagadores do BACEN – igualmente desnecessário é o protesto e) O juros começa a contar da data em que apresentado ao banco (somente para as ações judiciais) f) Caso seja “não à ordem” se transfere por cessão civil (contrato entre as partes estabelecendo a cessão) o que não deve ser confundido com “título não transferível” que nãocircula 5.4) Modalidade a) Visado: visto do banco (carimbo) que certifica a existência de fundos – garante ao endossante ou tomador de que receberá o valor (art. 7º). Obs.: Há bancos que após visar bloqueiam o valor par assegurar seu pagamento b) Administrativo: emitido pelo banco, assinado pelo gerente, contra o próprio banco para descontar da sua conta – não é promessa de pagamento, pois ainda gera 3 situações jurídica distintas c) Cruzado: pode apenas ser depositado na conta e não descontado pelo Tomador – Especial (em preto): entre as linhas do “cruzamento” terá o banco onde será depositado Obs.: apenas para valor superior a R$100,00 d) Para ser creditado em conta: no verso é posto os dados bancários do Tomador onde será depositado o valor 5.5) Prazo O endossante só é responsabilizado pelo pagamento se apresentado dentro do prazo para apresentação (art. 47) 5.6) Cheque pós-datado 5.7) Sustação do cheque: só pode ser feito em hipótese de desapossamento Obs.: não permite a 2ª apresentação, mas não impede a cobrança a) Revogação: feito pelo próprio emitente (art. 35) – não é obrigatório registrar Boletim de Ocorrência em caso de desapossamento b) Oposição: feito pelo portador/legitimado que o perdeu (art. 36)
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