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Português Material 01

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LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFESSORA NÚBIA BORGES 
Tipologia textual 
1 – Narração é: 
a) Uma história, portanto é dinâmica. Apresenta 
verbo de ação ® personagem em movimento 
® sequência de fatos, capítulos, episódios que, 
somados entre si, fazem a história ou o relato 
todo. 
 
2 – Descrição é: 
a) Um retrato verbal, portanto é estática. A 
descrição não é produzida separadamente, 
ela é usada como recurso enriquecedor da 
narração e da dissertação, ou seja, o texto 
descritivo não aparece puramente descritivo. 
As passagens descritivas estão inseridas 
dentro da narração e da dissertação. 
Apresenta verbo de ligação ® personagem ® 
parado ® sequência de detalhes e de 
adjetivos. 
 
3 – Dissertação é: 
a) Apresentação de argumentos que defendem um 
ponto de vista subjetivo (tese). Apresenta verbo de 
ação ou de ligação ® sequência de argumentos. 
b) Um texto que se caracteriza por analisar, explicar, 
interpretar e avaliar os vários aspectos associados a 
uma determinada questão. A finalidade da 
dissertação, portanto, é explicitar um ponto de vista 
claro e articulado sobre um tema específico. Em 
alguns casos, além da análise cuidadosa e detalhada 
de um tema, espera-se que o texto também 
apresente os argumentos para a defesa de um ponto 
de vista. Quando isso ocorre, tem-se a dissertação-
argumentativa. (ABAURRE, Maria Luiza M. e 
ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de Texto. 
Interlocução e Gêneros. São Paulo: Moderna, 2007). 
* Coesão textual é: 
a) União íntima das partes de um todo. Ligação, de 
natureza gramatical ou lexical, entre os elementos de 
uma frase ou de um texto.(FERREIRA, Aurélio 
Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da 
língua portuguesa. 3ª ed. . Curitiba: Positivo, 2004.) 
b) A ligação, a relação, a conexão entre as palavras, 
expressões ou frases do texto. (FIORIN, José Luiz e 
SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e 
redação. São Paulo: Ática, 1996). 
c) A conexão gramatical existente entre palavras, 
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um 
texto. (CEREJA, William Roberto e THEREZA, Cochar 
Magalhães. Texto e interação: uma proposta de 
produção textual a partir de gêneros e projetos. São 
Paulo: Atual, 2005.) 
* Coerência textual é: 
a) Num discurso oral ou escrito, o conjunto de 
relações que unem os significados de sentenças. 
Ligação ou harmonia entre situações, 
acontecimentos ou ideias; relação harmônica. 
(FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo 
Dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª ed. . 
Curitiba: Positivo, 2004.) 
b) A relação que se estabelece entre as partes do 
texto, criando uma unidade de sentido. (FIORIN, José 
Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: 
leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996). 
c) A estruturação lógico-semântica de um texto, isto 
é, a articulação de ideias que faz com que numa 
situação discursiva palavras e frases componham um 
todo significativo para os interlocutores. (CEREJA, 
William Roberto e THEREZA, Cochar Magalhães. 
Texto e interação: uma proposta de produção textual 
a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 
2005.) 
 
 
 
*TIPOS DE DISCURSO 
* DISCURSO DIRETO 
No discurso direto, o narrador introduz na fala da 
personagem com verbo de elocução (declarativos) e 
termina a frase com dois-pontos. Em seguida, faz um 
novo parágrafo e coloca um travessão, seguido da 
fala da personagem. 
Normalmente, há um verbo de elocução (verbo que 
introduz a fala da personagem: dizer, responder, 
falar, perguntar, pedir, etc.) que pode ser colocado 
também no meio ou depois da fala da personagem. 
Observe: 
¾Peri, disse empalidecendo, não desças, volta! 
¾ Não; Peri não volta sem trazer o que te fez chorar. 
¾ Mas tu vais morrer!... 
¾ Não tem medo. 
¾ Peri, disse Cecília com severidade, tua senhora 
manda que não desças. 
(José de Alencar, O Guarani.) 
 DISCURSO INDIRETO 
Não olhava para ele o padre, mas para fora, com uns 
olhos dolorosos e o gesto impaciente. Quando ele 
acabou, fitou-o com resolução; disse-lhe que se 
tratava de casar Helena, não com um marido 
especial, mas com o que ela própria escolhera de sua 
vontade livre; casamento que cumpria fazer sem 
demora. 
(Machado de Assis, Helena) 
No trecho destacado, o narrador conta o que a 
personagem (o padre) disse, reproduzindo as suas 
palavras. Temos aí o discurso indireto. Veja: “... disse-
lhe que se tratava de casar Helena, não com um 
marido especial, mas com o que ela própria escolhera 
de sua vontade livre; casamento que cumpria fazer 
sem demora”. 
Se a personagem usasse o discurso direto, falaria 
com as próprias palavras. Assim: Quando ele acabou, 
fitei-o com resolução e disse-lhe: 
¾ Trata-se de casar Helena, não com um marido 
especial, mas com o que ela própria escolheu de sua 
vontade livre; casamento que cumpre fazer sem 
demora. 
 DISCURSO INDIRETO LIVRE 
O discurso indireto livre é uma fusão da fala do 
narrador com a da personagem, sem qualquer 
pontuação ou verbo de elocução. Veja: 
Ela cumprimentou arisca meio de longe, estendendo-
lhe as pontas dos dedos, os olhos no chão. Depois 
saiu ligeira para os fundos da casa, não apareceu 
mais. E a prima? disse ao se despedir, já no cavalo. 
Deixa pra lá, tem dessas esquisitices de ausência de 
moça solteira, desculpou o pai. 
 
 VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
CONCEITOS MORFOLÓGICOS 
1. VARIANTE 
É a evolução da palavra. A variante é sempre a 
palavra mais nova. A evolução das palavras é 
marcada pela perda de fonemas, no máximo, pela 
troca de fonemas, nunca pelo acréscimo. 
Ex.: enchova é variante de anchova. 
(peixe de água salgada) 
Ex.: você é variante de vosmecê. 
Obs.: A variante pode ser usada na fala e na escrita. 
 
 
 
 
2. VARIANTE COLOQUIAL LIN-GUÍSTICA 
É a evolução da palavra e só pode ser usada na fala. 
Ocê e cê ® são variantes coloquiais linguísticas da 
palavra “você”, e só podem ser usadas na escrita 
quando estiverem reproduzindo a fala do 
personagem. Essas formas só podem ser usadas na 
língua falada (língua coloquial). 
3. NEOLOGISMO [De neo ... log(o) . + . ismo]. 
Existem dois tipos de neologismo: 
1º - Neologismo é a palavra ou expressão nova numa 
língua, como, por exemplo, dolarizar, dolarização, no 
português 
2º - Neologismo é significado novo que uma palavra 
ou expressão de uma língua pode assumir. [Por 
exemplo, zebra, como ‘resultado inesperado'.] 
4. GÍRIA [De or. obscura] S. f. l. E Ling. Linguagem de 
malfeitores, malandros etc., com a qual procuram ser 
entendidos pelas outras pessoas, 2. Linguagem 
peculiar àqueles que exercem a mesma profissão ou 
arte: a gíria dos artistas. 3. Linguagem que nascida 
num determinado grupo social, termina estendendo-
se, por sua expressividade, à linguagem familiar de 
todas as camadas sociais. 4. palavra ou expressão de 
gíria. Ex.: Bacana. 
5. REGIONALISMO [De regional + -ismo] S. m. l. 
Doutrina que incrementa os argumentos regionais. 2. 
Locução peculiar a uma região ou às regiões. Ex.: ficar 
no caritó (expressão NE p/ solteirona) 
6. ESTRANGEIRISMO [De estrangeiro + -ismo] S. m, l. 
Emprego de palavra, frase ou construção sintática 
estrangeira. 
6. 1. ANGLICISMO [Do fr. Anglicismo] S. m. e Ling. l. 
Palavra ou locução inglesa introduzida noutra língua 
e empregada como se fora desta. 2. idiotismo dessa 
lín-gua. Ex.: Office-boy, Out-door, Self-service. 
6. 2. GALICISMO [Do fr. Galicismo] S. m. E. Ling. 
Palavra ou construção afrancesada como, p. ex., 
fetiche (por feitiço), gauche (por desajeitado), ter 
lugar (por realizar-se), fazer um passeio (por dar um 
passeio), [sin.: francesismo] Ex.: Vitrô, Bidê. 
6. 3. ESPANHOLISMO [De espanhol + -ismo] S. 
m. l. Palavra, locução ou construção própria 
da língua espanhola; hispanismo, 
castelhanismo. 2. Palavraou locução própria 
do espanhol e transportada para outra língua; 
hispanismo, castelhanismo. 3. Emprego de 
palavras, locuções ou construções espanholas 
em idioma estrangeiro; hispanismo, 
castelhanismo. 
 
O VOO DA ÁGUIA 
A Águia pode viver por 70 anos. Sabe por quê? 
A Águia é a ave que possui a maior longevidade da 
espécie. Chega a viver 70 anos, mas, para chegar a 
essa idade, aos 40 ela tem de tomar um séria 
decisão. 
É nessa fase da vida que ela está com as unhas 
compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar 
suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e 
pontiagudo se curva. Apontadas contra o peito estão 
suas asas, envelhecidas e pesadas em função da 
grossura das penas e voar já é tão difícil... 
A águia então tem duas alternativas: morrer ou 
enfrentar um dolorido processo de renovação que vai 
durar 150 dias. Esse processo de renovação consiste 
em voar para o alto de uma montanha e recolher-se 
em ninho próximo a um paredão onde não necessite 
voar. 
Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar 
suas unhas. Quando começam a nascer as novas 
unhas, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só 
cinco meses depois, sai para o famoso voo de 
renovação e para viver então mais 30 anos. 
 
 
 
 
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos 
resguardar por algum tempo e começar um processo 
de renovação. 
Para que continuemos a voar um voo de vitória, 
devemos nos desprender de lembranças, costumes e 
velhos hábitos que nos causam dor. 
Somente livres do peso do passado, podemos 
aproveitar o resultado valioso que a renovação 
sempre nos traz.. 
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos 
resguardar por algum tempo e começar um processo 
de renovação. 
Para que continuemos a voar um voo de vitória, 
devemos nos desprender de lembranças, costumes e 
velhos hábitos que nos causam dor. 
Somente livres do peso do passado, podemos 
aproveitar o resultado valioso que a renovação 
sempre nos traz.

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