Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Biotecnologia - Farmácia UNIMEP - 2018 Profa. Dra. Margarete de F. Costa REVISÃO DE CONCEITOS crescimento divisão celular especialização MATÉRIA VIVA → CÉLULAS movimento ↓ interação menor unidade de vida BIOLOGIA MOLECULAR → descrição das estruturas, funções e interações das macromoléculas. Biotecnologia = conjunto de tecnologias que utilizam células e moléculas biológicas ↓ Gera grande especificidade de interações ↓ Ferramentas da biotecnologia são muito precisas e foram desenvolvidas para operar de forma conhecida e previsível ↓ Qualquer uma das biotecnologias pode produzir uma grande variedade de produtos, cada uma com aplicações diferentes!!!! As propriedades de um organismo → dependem de suas células individuais; A continuidade se dá através do material genético!! Formas mais simples de vida → unicelulares (propagação por divisão celular) Organismos superiores → pluricelulares (com funções especializadas) Células – nos diferentes organismos são similares quanto à estrutura e constituintes moleculares. Constituintes moleculares → considerar: - Propriedades individuais das moléculas, interações entre elas e localização nas células. Ribossomos Nucleoide (DNA compactado) Pili Flagelo Envelope celular (membrana) Célula procariótica (bactérias): Não tem organelas (núcleo, mitocondrias, etc) Material genético compactado no nucleóide (não compartimentalizado) Cromossomo único, circular fechado (na maioria das bactérias, ex: Escherichia coli) 5 Nucleóide expelido de um célula bacteriana lisada: Alças de uma fibra Nucleóide da Bactéria Célula eucariótica: Organelas (núcleo, mitocondrias, cloroplastos, etc) Material genético compactado no núcleo Cromossomos lineares Ribossomos Envelope nuclear Núcleo Ribossomos Mitocondrias Cloroplasto 7 Célula eucarionte ao microscópio eletrônico MATERIAL GENÉTICO É a estrutura que contenha a informação hereditária → características!!! Deve ser: Estável; Capaz de se expressar nas células sempre que necessário; Ter replicação precisa; Ser transferido de forma inalterada dos genitores para a prole. Questões: 1. Como sabemos que o DNA é o material genético? 2. Quais propriedades do DNA o tornam adequado para funcionar com esta capacidade?? Descobertas: Antes da Biologia Molecular – início dos estudos sobre as propriedades das células vivas. 1800 – estudos mostram a importância do núcleo para a hereditariedade; 1869 – Miescher – núcleo dos leucócitos continha um componente químico único → nucleína – rica em fósforo (ao contrário das proteínas, não continha enxofre) – posteriormente esta substância foi identificada como DNA; Fusão de núcleos → gametas – condição para originar a célula ovo; Núcleo das células contém cromossomos → duplicam antes da divisão celular (manutenção do número de cromossomos nas células filhas); Gametas – com metade do número de cromossomos – com a fusão dos gametas o número de cromossomos da espécie é reconstituído. CONCLUSÃO: O núcleo tem o papel primordial na hereditariedade; o núcleo contém cromossomos; os cromossomos contém componentes da hereditariedade que poderiam levar à informação genética? QUAL A NATUREZA QUÍMICA DO MATERIAL GENÉTICO?? 1928 – Griffith – Princípio da Transformação!! Como se descobriu a natureza química do material genético ? A transformação genética 1928 – Frederick Griffith estudou a “transformação” de cepas da bactéria Diploccocus pnuemoniae não patogênicas em patogênicas. (1881-1941) Deste fato, podia-se ter duas explicações: 1. As bactérias S mortas haviam ressuscitado, o que seria um absurdo. 2. As bactérias R haviam sido transformadas em bactérias S por algum tipo de substância liberada pelas bactérias mortas. Essa substância foi chamada de “princípio transformante” e essa transformação das bactérias R em S, foi chamada de transformação bacteriana. O princípio transformante: O experimento original de Griffith foi repetido com sucesso em vários laboratórios. No entanto, sua elucidação só aconteceu em 1944, após anos de estudos de Oswald Avery (1877 – 1955) e seus colaboradores. Eles descobriram que a transformação das bactérias ocorria também in vitro (em um meio de cultura, fora do corpo do camundongo), e que, em uma cultura com bactérias R e bactérias S (mortas pelo calor), apareciam células S vivas. O material genético (1877-1955) O princípio transformante (1944) – Oswald Avery; C.M. MacLeod e McCarty estudaram a “decomposição das células “S” e teste da capacidade infectiva de cada componente Assim, em 1944, Avery e seu colaboradores, chegaram à conclusão de que a substância transformante era o DNA. O princípio transformante Estrutura do DNA out/2007 18 DNA é um polímero em forma de hélice dupla. Hoje – DNA é o material genético (maioria) Obs. Alguns bacteriófagos têm RNA como material genético. DNA E RNA = Ácidos Nucléicos ↓ MACROMOLÉCULAS ↓ Nucleotídeos Ácidos Nucléicos Pirimidina Purina 21 James Watson e Francis Crick (1953) DNA – A dupla hélice James Watson – com o modelo original do DNA ESTRUTURA DO DNA Rosalind Franklin Uracila Timina Citosina 2´desoxirribose Ribose Adenina Guanina Ácido fosfórico Componentes dos ácidos nucleicos Ribonucleotídeo 32 Desoxirribonucleotídeos 33 34 CARACTERÍSTICAS DO DNA DNA → fita dupla; fitas complementares; em hélice; fitas antiparalelas (polaridades opostas) DNA fita dupla: cadeias antiparalelas 38 Dupla hélice de DNA: Watson-Crick, 1953 Sulco maior Sulco menor 43 44 FORMAS DO DNA DNA - conformações: A-DNA, B-DNA e Z-DNA. A-DNA E B-DNA - a hélice gira para a direita, e a diferença entre elas está na distância necessária para fazer uma volta completa da hélice e no ângulo que as bases fazem com o eixo da hélice. A-DNA tem a forma mais curta e mais grossa, e para completar uma volta na hélice são necessários 11 pares de bases; enquanto no DNA do tipo B são necessários 10 pares de bases para completar uma volta na hélice, além disso, a dupla hélice é mais longa e mais fina. Em solução, geralmente o DNA assume a conformação B. Quando há pouca água disponível para interagir com a dupla hélice, o DNA assume a conformação A-DNA. Z-DNA - apresenta seu sentido de rotação para a esquerda. Esta conformação é mais alongada e mais fina do que o B-DNA. Para completar uma volta na hélice são necessários 12 pares de bases. O DNA, em solução com altas concentrações de cátions, assume a conformação Z-DNA. Em eucariotos o DNA tende a assumir a conformação Z-DNA devido a metilação do DNA. 46 AINDA DNA PODE SER: CIRCULAR – cadeia fechada (procariontes) LINEAR – cadeia aberta Tamanho do genoma Genoma – variável em relação ao nº de pares de bases (pb) → Nº pb= valor c (quantidade de DNA) Procariontes – c varia de 105 a 107pb Eucariontes – c varia de 107 a 1011pb Valor c → complexidade do genoma → não há correlação!!!! A complexidade do genoma não tem a ver com a quantidade de material genético (pb), mas sim com a expressão dos genes. Existe uma impossibilidade de correlacionar complexidade do organismo com o tamanho do genoma → PARADOXO DO VALOR c. Ex. humanos – 25.000 genes → 100.000 tipos de proteínas!!!! EMPACOTAMENTO DO DNA NOS PROCARIONTES CROMOSSOMO – abriga um segmento de DNA BACTÉRIAS – somente um cromossomo: DNA desnudo – não associado à proteínas; Molécula de DNA fica presa em um núcleo/cerne de proteínas (nucleóide); DNA – só segmentos éxons (sem íntrons) EMPACOTAMENTO DO DNA NOS EUCARIONTES DNA linear, DNA associado a proteínas (maioria histonas) – compactar dentro do núcleo e também com papel na expressão de genes; DNA com segmentos éxons e íntrons CROMOSSOMOS AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO TELÔMEROS PARTES DO CROMOSSOMO: Telômeros – sequências especializadas de DNA, com centenas de cópias de uma curta sequência repetida (p.ex. humanos – 5’TTA GGG3’); Constrição primária (centrômero) – com genes que codificam proteínas que formam placas protéicas (cinetocórios) – se ligam nessa região do centrômero na separação das cromátides, na divisão celular; Constrição secundária – com genes repetitivos = DNA satélite (útil em taxonomia). ESTABILIDADE DO DNA Molécula estável – para não ocorrer quebras e evitar mutações. Estabilidade do DNA → empilhamento das bases e ligações fosfodiéster. Empilhamento das bases: bases são Hidrofóbicas e fosfatos hidrofílicos. Hidrofobia – evita presença de enzimas – também auxilia na Estabilidade. DESESTABILIZAÇÃO DO DNA EFEITO DE ÁCIDOS ácidos fortes (HCl4 – perclórico) + altas temperaturas ↓ Hidrólise dos ácidos nucléicos Ácido mineral diluído (pH – 3 a 4) → quebra mais seletiva de ligações (p. ex. ligações glicosídicas das bases púricas do açúcar). EFEITO DE ÁLCALIS Aumento de pH – 7 a 8 → causa mudanças sutis no estado tautomérico das bases. Esses processos → DESNATURAÇÃO DO DNA DESNATURAÇÃO E RENATURAÇÃO DO DNA ↓ Separação e reanelamento das fitas de DNA ↓ Fenômenos fundamentais para os processos de replicação do DNA (antes da divisão celular) DESNATURAÇÃO – ocorre quando as pontes de hidrogênio entre as cadeias complementares de DNA são rompidas e as fitas se separam; RENATURAÇÃO – inverso da desnaturação “In vivo” – Duplicação do DNA utiliza enzimas “In vitro” – Processos físicos (altas temperaturas) e químicos Tm= Temperatura de fusão 50% da molécula de DNA está desnaturada Efeito hipercrômico 66 REPLICAÇÃO OU DUPLICAÇÃO DO DNA Ocorre antes dos processos de divisão celular; Permite: transferência do material genético; continuidade; hereditariedade DNA – a maioria é bifilamentar → complexidade na duplicação!! Replicação do DNA O mecanismo de replicação está baseado no pareamento das bases da dupla hélice do DNA. A estrutura do DNA contém a informação necessária para perpetuar sua sequência de bases 69 A replicação do cromossomo circular - PROCARIONTES 70 Replicon: Unidade do DNA onde está ocorrendo um evento de replicação Replicon: Origem + Término Ativados apenas uma única vez em cada ciclo celular O genoma de uma célula procariótica constitui um único replicon Cada cromossomo eucariótico constitui vários replicons e todos são ativados uma única vez no ciclo celular ainda que não simultaneamente O genoma eucariótico constitui vários replicons A velocidade da forquillha de replicação eucariótica é 2000pb/min Os replicons eucarióticos tem 40-100 kb e são iniciados em tempos diferentes Fase S demora ~ 6hrs em uma célula somática Fita contínua (líder) Fita descontínua 73 Desoxiribonucleosídeo 5´trifosfato (precursor) Fita sendo polimerizada Fita molde 74 ENZIMAS QUE ATUAM NA REPLICAÇÃO DO DNA DNA polimerase → δ (sigma) – cadeia contínua (longa) α (alfa) - cadeia descontínua (curta) Funções: reconhecer as Ori; polimerizar as novas fitas; promover a correção de alguns “erros”; 2. RNA primase – polimerização dos iniciadores (primers); 3. RNAse H – remoção dos iniciadores; 4. Nucleases reparadoras – cortam o DNA nos locais onde o segmento duplicado está incorreto; 5. Helicases – promovem o rompimento das pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas (abertura do DNA); 6. Topoisomerases e girases – desenrolam e enrolam a molécula de DNA; 7. DNA ligases – ligam segmentos de DNA As histonas (proteínas) dos nucleossomos são codificadas por um grupo de genes (20 a 50), e são transcritos simultaneamente na fase S (do ciclo celular). TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DO DNA Síntese e Processamento de Proteínas Transcrito primário mRNA maduro Proteína (inativa) Tradução Transcrição Processamento pós-transcricional Dobramento Modificações covalentes nos aminoácidos Processamento pós-tradução Proteína ativa 78 RNA – sintetizada pela RNA polimerase; Tipos de RNA: RNA mensageiro RNA transportador RNA ribossômico RNA: fita simples (unifilamentar); segmento curto; bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e uracila RNTPs – ribonucleotídeos trifosfatados = precursores das bases açúcar da base = ribose RNAs – sintetizados à partir de uma fita molde de DNA (não há necessidade de um primer ou iniciador) ESTRUTURA DO RNA Gene – segmento de DNA que codifica um polipeptídeo Procarionte Eucarionte Gene: Região reguladora – controla a expressão do conjunto de genes de uma mesma via metabólica (são sequências de nucleotídeos sem codificação para proteína); Região promotora – sequência de nucleotídeos que irá reagir com a RNA polimerase permitindo o início da transcrição; Região finalizadora (terminador) – fica após o último gene, reconhecida pela própria RNA polimerase e ação da enzima rô promove o desligamento do RNA sintetizado. TRANSCRIÇÃO NOS EUCARIONTES Transcrição – ocorre no núcleo (separado da tradução) → primeiro transcreve no núcleo e depois o RNA vai para o citoplasma. 3 classes de RNAs polimerases (enzimas que sintetizam os diferentes RNAs): RNA polimerase I – RNA ribossômico; RNA polimerase II – RNA mensageiro; RNA polimerase III – RNA transportador. RNAs → atuam em conjunto nos processos de síntese protéica e, somente o RNAm é degradado após várias leituras, o RNAt e o RNAr são reciclados. DNA eucarionte – possui éxons (segmentos codificantes) e íntrons (segmentos não codificantes); Região reguladora controla um único gene; Cístron = segmento de DNA com região codificadora de uma cadeia polipeptídica + iniciador + terminador. Região reguladora é específica para cada tipo de gene. No RNA – pontos 5’ e 3’ apresentam modificações (regiões surgem após a transcrição): 5’ = CAP → capuz de nucleotídeos = proteção contra ação de nucleases e pode ser o local de reconhecimento do ribossomo (início da tradução). Radicais metil podem se ligar neste local e inativar a tradução. 3’ = Poli A → 250 adeninas Quatro etapas são importantes para a transformação do pré-RNA em RNAm: Retirada dos íntrons - Os introns não deverão passar para o citoplasma, porque não irão ser traduzidos em proteínas. Isto é o que se denomina de economia celular. Ligação dos éxons – Os éxons ligados originarão a sequência correta de nucleotídeos que é a informação para originar a cadeia polipeptídica. A adição do CAP – Uma molécula de 7-metil-guanosina é adicionada na extremidade 5’ do pré- RNA com a finalidade de direcionar o RNAm até os ribossomos. A adição da cauda de Poli A – Várias sequências de adenina são adicionadas na extremidade 3’. CLASSES DE RNA RNAs – todos são sintetizados à partir do DNA e são unifilamentares; Bases – A, C, G, U RNA mensageiro (RNAm) sintetizado pela RNA polimerase II; Determina quais são e a sequência de aminoácidos em proteínas específicas, e é transcrito à partir de um segmento do DNA. A sequência de bases é lida em grupos de 3 nucleotídeos = códons; 92 b. RNA transportador (RNAt): Transcrito à partir do DNA pela RNA polimerase III; Constitui um segmento curto de 73 a 93 nucleotídeos; Com 3 bases livres = anticódons (reconhece o códon no RNAm) Na extremidade 3’ –OH → sítio de ativação do aminoácido – ponta CCA (enzima aminoacil – que retira a hidroxila e se liga ao aminoácido); Função: reconhece e se liga ao aminoácido específico e transporta até o RNAm. RNAt = estrutura secundária com grampos e alças formando um trevo e com alto número de bases modificadas depois da sua transcrição. Para cada tipo de aa. Existe uma enzima aminoacil-RNAt-sintetase específica. RNAt ativado – quando carregado com um aa. Específico. RNAt -Estrutura secundária com grampos e alças formando um trevo -Alto número de bases modificadas depois da sua transcrição c. RNA ribossômico (RNAr); Sintetizado à partir da RNA polimerase I; Se associa com proteínas/enzimas – formando o ribossomo; Ribossomo – tem 2 subunidades – específico para procariontes e eucariontes. Ribossomo bacteriano 70S (2,7 x 106) Ribossomo Eucariótico 80S (4,6 x 106) CÓDIGO GENÉTICO E SÍNTESE PROTÉICA DNA e RNA são → constituídos por 4 bases distintas....... As proteínas são constituídas por 20 aminoácidos diferentes.... Como se resolve esse problema de “escala”? Combinações de + de 1 nucleotídeos: 1 “letra” = 2 nucleotídeos 42 = 16 insuficiente 1 “letra” = 3 nucleotídeos 4 3 = 64 suficiente Cada aminoácido deve ser codificado por, pelo menos, 3 nucleotídeos → CODON 2a. Letra do códon 1a. Letra do códon Degeneração do código genético 99 Etapas da síntese de proteínas 1. Ativação do aminoácido 2. Iniciação 3. Elongação 4. Terminação 5. Dobramento/processamento pós-tradução 102 RESUMINDO → SÍNTESE PROTÉICA: 1º Ativação dos aminoácidos e carregamento dos RNAs transportadores – aminoacil RNAt-sintetase; 2º A extremidade 5’ do RNAm se combina com a subunidade menor do ribossomo, que contém o códon de iniciação metionina (nos eucarionte é a N-formil-metionina), se ligando o RNAt com o anticódon correspondente ao códon do RNAm; 3º A subunidade maior do ribossomo se liga ao mensageiro, e o códon de iniciação e o segundo códon ocupam, respectivamente, os sítios P e A do ribossomo. Nos ribossomos vai ocorrer a ligação peptídica entre os aminoácidos (2 a 2), pela enzima aminoacil sintetase; 4º A leitura progride códon a códon, na direção 5’ → 3’, até o códon de terminação. Um fator de liberação se liga ao ribossomo, finalizando a tradução. Ocorre o desprendimento do ribossomo. FATORES DE TRANSCRIÇÃO São necessários para o início da transcrição: A) Proteínas: Basais – interage com a região promotora do gene (são iguais para todos os genes) – presentes em todas as células. Específicas (facultativas) – interage com a região reguladora do gene (uma para cada gene) – presentes nas células que produzem a proteína específica. Os fatores de transcrição basais e específicos, após se unirem nas regiões reguladora e promotora do gene, ocorre o dobramento do DNA e a interação entre as duas regiões, permitindo a inserção da RNA polimerase II e a transcrição do RNAm. O surgimento dos organismos pluricelulares só foi possível após o surgimento do cromossomo eucarionte, que se diferencia do procarionte por possuir extensas regiões ou domínios regulatórios, que são sensíveis a uma ampla gama de proteínas reguladoras. Estas proteínas são bastante variáveis entre diferentes espécies e tecidos de uma mesma espécie, indicando a grande complexidade dos domínios regulatórios dos cromossomos eucariontes, que podem se localizar, por vezes a uma considerável distância do gene estrutural. B) Histonas – promovem o empacotamento do DNA (compactação). Acetil se liga a cromatina → se expressa (eucromatina) Acetil não se liga a cromatina → não expressa (heterocromatina) . Enzimas - acetiltransferase → adiciona acetil desacetilase → retira acetil Acetilação/desacetilação de Histonas controlam a atividade da cromatina Cromatina Ativa é mais sensível ao tratamento com nucleases. C) Metilação do DNA (CH3) Metil (CH3) – pode se ligar à molécula de DNA e tem preferência pela citosina (seguida de uma guanina) – metilcitosina. Este mecanismo impede a transcrição do gene. Regulação da atividade gênica em eucariontes Corpo → + de 200 tipos (muscular, hepático, Humano celulares nervosa, epitélio....) ↓ Diferentes na morfologia e funções ↓ Com a mesma informação genética Células diferentes em um mesmo organismo surgem pela expressão diferencial de um genoma idêntico Porque controlar a expressão gênica? Complemento total de genes de uma única célula → grande quantidade de informação biológica ↓ Informação que é requisitada todo tempo Ex. transcrição de RNAr e genes das proteínas ribossomais; genes da RNA polimerase; genes das vias metabólicas básicas... ↓ Genes de manutenção (house keeper) → ativos o tempo todo; Em todas as células do organismo: proteínas essenciais para a manutenção da vida, normalmente envolvida em processos básicos como geração de energia, replicação e manutenção do material genético. Esses genes são chamados house keeping genes Genes com papéis especializados - Regulados → informações são necessárias em situações específicas. Genes expressos em alguns tecidos, cuja função está diretamente relacionada à função do órgão/tecido Genes expressos em somente um tecido, de função altamente especializada. Ex: β-globina é expressa somente em eritrócitos Genes expressos em somente uma célula, e todas as células clonais descendentes dessa progenitora. Ex: maturação de anticorpos em linfócitos B durante a resposta imune tardia. Todos os organismos são capazes de regular a expressão de seus genes → genes de proteínas que não são utilizados são desligados. Regulação gênica (síntese controlada) para: Adaptação celular; Variação; Diferenciação; Desenvolvimento EUCARIONTES – com mecanismos complexos de regulação para expressar um gene em um tipo celular. Respostas à mudanças ambientais são restritas (exceto em unicelulares - leveduras) Organismos pluricelulares – células respondem à estímulos originados dentro do organismo: Hormônios; Fatores de crescimento; Vários tipos de moléculas regulatórias. Hormônios: Esteróides – moléculas pequenas que penetram nas células; Polipeptídeos – se ligam à um receptor na superfície da célula. * Esteróides – formação de um complexo receptor-hormônio no citoplasma → vai para o ´núcleo e reconhece sequências regulatórias específicas → ativação e transcrição de alguns genes. * Polipeptídeos – a ligação nos receptores de membrana desencadeia uma cascata de eventos intracelulares → controle da expressão gênica de formas variadas. Existem proteínas que são liberadas em certas células e agem em células vizinhas ou longe → Ex. fatores de crescimento. Obs. Atualizando, são aproximadamente 25.000 genes NOVA DEFINIÇÃO DE BIOTECNOLOGIA : UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS E MOLÉCULAS BIOLÓGICAS PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS OU PRODUÇÃO DE PRODUTOS ÚTEIS ENZIMAS CELULARES UTILIZADAS EM BIOTECNOLOGIA DNA polimerases – copiam o DNA – sintetizam uma nova fita simples que é complementar à fita molde da molécula original → adicionando novos nucleotídeos à extremidade 3`da fita em crescimento. Requer um iniciador (primer) – RNA – à partir deste os novos nucleotídeos são adicionados. Isoladas de vários organismos – os mais importantes são os que vivem em temperaturas extremas (usadas em PCR) RNA polimerases – leêm uma sequência de DNA e sintetizam uma molécula de RNA complementar. Requerem uma sequência inicial de bases chamada Promotor – sinaliza onde começa a transcrição. Não necessitam de iniciadores (primers). DNA ligases – combinam fragmentos de DNA ou RNA pela formação de novas ligações fosfodiéster entre os fragmentos. TRANSCRIPTASE REVERSA – leêm uma sequência de RNA e sintetizam uma sequência de DNA complementar (cDNA); São produzidas por vírus RNA – convertem seu genoma RNA para DNA, quando infectam a célula hospedeira. Esta enzima permitiu aos cientistas sintetizar genes do DNA à partir de um RNAm; Útil para trabalhar com genes eucarióticos (por possuírem íntrons). W. Alber H. Smith D. Nathans Uma enzima de restrição ou endonuclease de restrição é um tipo de nuclease que cliva fita dupla de DNA sempre que identificar uma seqüência particular de nucleotídeos que seja o sítio de restrição da enzima; Descritas em 1970, ENZIMAS DE RESTRIÇÃO 4/23/2018 127 ENZIMAS DE RESTRIÇÃO Função Natural: proteger o DNA bacteriano do DNA exógeno 4/23/2018 128 A enzima BamHI reconhece a sequência dupla fita: - reconhecem sequências específicas de nucleotídeos no DNA, atuando como verdadeiras tesouras moleculares BamHI 4/23/2018 129 BamHI - Bacillus amyloliquefaciens H 5’ G/GATCC 3’ EcoRI - Escherichia coli R 5’ G/AATTC 3’ HaeIII - Haemophilus aegyptius 5’ GG/CC 3’ PstI - Providencia stuartii 5’ CTGCA/G 3’ Nomenclatura 4/23/2018 130 370 C, 1 hora, com tampão adequado ENZIMAS DE RESTRIÇÃO EcoRI 4/23/2018 131 ENZIMAS DE RESTRIÇÃO Tipos de cortes: - Produção de terminais coesivos (adesivos, protuberantes) - Produção de terminais abruptos (ou cegos) 4/23/2018 132 4/23/2018 134 370 C, 1 hora, com tampão adequado ENZIMAS DE RESTRIÇÃO EcoRI 4/23/2018 135 Vetores Hospedeiros Utilização Plasmídeos Cosmídeos Virus Bactérias / leveduras clonagem Terapia gênica Células eucarióticas Bacteriófagos A) Plasmídeos São moléculas de DNA extracromossômico, circulares, bifilamentares → bactérias. A maioria replica automaticamente; Muitos têm genes para resistência à antibióticos (marcadores selecionáveis ideais) – ampicilina, tetraciclina São usados para clonar fragmentos de DNA de 1kb até 15kb. Tipos de Vetores 140 Vetor de Clonagem Plasmidial Componentes básicos de vetor plasmidial de clonagem Região de Múltiplos Sítios de Clonagem Vetor Plasmidial de Clonagem 141 Vetor de Clonagem Plasmidial pBR322: plasmídio para clonagem em Escherichia coli (1977) 1-Origem de replicação em E. coli (10 a 20 cópias do plasmídio por célula) 2-Genes que conferem resistência a antibióticos 3-Sítios únicos para diferentes endonucleases de restrição 142 Vetor de Expressão em Eucariotos VETORES PLASMIDIAIS 4/23/2018 143 B) Bacteriófago A maioria à partir do cromossomo do fago do Bacteriófago λ que possui 48.502 pares de bases; Utilizados para clonar fragmentos de DNA até 23 kb; Clonagem do DNA no Bacteriófago λ é baseado em duas carcaterísticas-chave do genoma do λ: a) um terço do genoma não é essencial e pode ser substituído pelo DNA estranho b) moléculas do DNA recombinante podem ser embaladas na cabeça do fago in vitro → partículas do fago podem injetar o DNA recombinante em células de E. coli que multiplicarão os clones de DNA recombinante. 144 145 C) Cosmídios Vetores para acomodar inserções maiores de DNA; São basicamente plasmídeos alojados em cápsulas proteicas virais vazias; São transferidos para bactérias por infecção viral; É um híbrido entre plasmídeos e cromossomo λ; Cos = sítio coesivo em relação às pontas unifilamentares complementares de 12 bases do cromossomo λ final. Aceitam DNA exógeno até 44 kb, e contém: a) uma origem plasmidial de replicação; b) um ou mais marcadores de seleção; c) um certo número de sítios únicos de restrição onde o DNA estranho pode ser inserido e; d) um sítio cos (sequência de DNA do bacteriófago λ). 146 Vantagens – plasmidiais e fago λ: Capacidade dos plasmídeos se multiplicarem de forma autonoma em E. coli; Capacidade de embalagem do cromossomo λ; Com origem de replicação e gene de resistência do plasmídeo + o sítio cos de λ (acomodação do DNA); TECNOLOGIA DO DNA RECOMBINANTE USO DE TÉCNICAS COLETIVAS PARA OBTER, AMPLIFICAR E MANIPULAR FRAGMENTOS ESPECÍFICOS DE DNA. Desde a metade dos anos 70 – esta técnica revolucionou o campo da Biologia → abertura de áreas de pesquisa para investigação molecular. Engenharia Genética: aplicação desta tecnologia à problemas específicos biológicos, médicos, agriculturais.... Genômica: extensão da tecnologia à análise global dos ácidos nucléicos presentes em um núcleo, uma célula, um organismo ou um grupo de espécies correlacionadas. A capacidade de construir moléculas recombinantes é a base da tecnologia do DNA recombinante, que revolucionou a Biologia Molecular nas últimas três décadas. Hoje → Tecnologia do DNA Recombinante Técnicas coletivas que visam obter, amplificar e manipular fragmentos específicos de DNA. ↓ Engenharia Genética Produção de moléculas recombinantes, requer: Enzimas de restrição; Técnicas para isolar fragmentos de DNA; Vetores de clonagem de genes (transferência); Técnicas para transferência e seleção. PRODUÇÃO DE MOLÉCULAS DE DNA RECOMBINANTE - Como isolar amostras de segmentos individuais de DNA? A princípio seria buscar uma agulha no palheiro!!!! ↓ ENZIMAS Uma amostra de moléculas contendo o gene de interesse = DNA doador 2. Os fragmentos do DNA doador são inseridos em cromossomos acessórios não essenciais → VETORES Tecnologia do DNA recombinante requer: Construção da molécula recombinante; Amplificação dessas moléculas recombinantes (produção de cópias ou clones) → garantir que o DNA da molécula recombinante seja capaz de auto-replicação; Inserção do gene ou sequencia de DNA de interesse em um vetor de clonagem. VETOR DE CLONAGEM – 3 componentes essenciais: Uma origem de replicação; Um gene marcador (repórter) dominante selecionável (resistência à antibiótico, produção de algum composto...); Pelo menos um único sítio de clivagem da endonuclease de restrição. Clonagem do gene gfp (Green Fluorescent Protein) de Aequorea victoria água-viva (celenterado, jellyfish) em E. coli (LE392) GFP é utilizado como gene repórter em estudos de expressão gênica e na localização de proteínas em uma grande variedade de organismos. Transferência do gene de interesse – usando plasmídeo O plasmídio é o material genético circular não ligado ao cromossomo que fica espalhado pelo hialoplasma das bactérias. Ele sofre o mesmo processo do DNA cromossomal de transcrição e tradução, além de, se multiplicar a cada divisão celular, passando uma cópia para cada célula “filha”. PRODUÇÃO DE MOLÉCULAS DE DNA RECOMBINENTE Etapas: Escolha do DNA: DNA genômico – obtido diretamente do cromossomo; cDNA (complementar) – versão bifilamentar do DNA à partir de um RNAm (sem íntrons); DNA sintetizado quimicamente - é necessário a sequência ser conhecida. 2. Cortando o DNA genômico: - Enzimas de restrição – cortam as sequências alvo específicas = sítios de restrição → geram fragmentos de restrição Finalidade da tecnologia do DNA recombinante: – estudo de genes, transgênicos, produção de biomoléculas.... Por exemplo: Os pesquisadores querem estudar um gene humano que produz uma proteína que não se sabe a função. Os pesquisadores “recortam” (utilizando enzimas de restrição), do DNA humano, o gene de interesse. Esse fragmento de DNA contendo o gene é multiplicado por PCR para obter várias cópias do mesmo fragmento (ou da mesma informação). A mesma enzima que clivou o gene do DNA humano é utilizada para clivar o plasmídio bacteriano. Lembre-se que o fragmento de DNA, ao ser clivado, gera pontas adesivas que são complementares ao plasmídio se este for clivado com a mesma enzima. A seguir o plasmídio clivado é misturado com os fragmentos de DNA (contendo o gene) e uma enzima chamada ligase “cola” os fragmentos ao plasmídio, produzindo o chamado DNA recombinante. Isso feito, o DNA recombinante é introduzido em uma bactéria hospedeira. A bactéria hospedeira é colocada em um meio nutritivo seletivo, apenas aquelas que possuem o DNA recombinante crescem, formando colônias. Após muitas gerações de bactérias, o produto da expressão dos genes, as proteínas humanas, são purificadas das bactérias (são separadas das proteínas das bactérias). Construção de uma Bactéria pela Engenharia Genética Obtenção do gene do organismo doador ou, em alguns casos, pode ser sintetizados em laboratório por nucleotídeos artificiais. DNA plasmidial (ou outro vetor de clonagem) é isolado para servir como carreador de determinado gene. O DNA doador e o plasmidial são tratados com a mesma enzima, uma endonuclease de restrição, que cliva o DNA, formando fitas simples com terminais complementares (“terminais coesivos”). Esses são capazes de ligar-se a outros fragmentos de DNA que apresentam o mesmo terminal complementar das fitas simples. 160 O terminal coesivo de um fragmento de DNA doador liga-se com o terminal coesivo do DNA plasmidial através da DNA ligase → plasmídio com o fragmento do DNA doador. O plasmídio é adicionado a uma suspensão de bactérias receptoras transformação. As bactérias geneticamente construídas são propagadas em grande quantidade e o produto (proteína) codificado pelo gene transferido é extraído da cultura e purificado. Ou outro caminho é colocar esta bactéria transformada com outro tecido e fazer a transferência do gene. 162 PRODUÇÃO DA INSULINA HUMANA – BACTÉRIAS TRANSGÊNICAS 4/23/2018 167