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PORTUGUÊS/Portugues - Aula Bonus 04.pdf Aula Bônus 04 Português p/ TRE-SP - Todos os cargos Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror (32) 8447 5981 Material de apoio da aula em vídeo Prof. Terror TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO CEARÁ Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de cargos de Analista de Controle Externo Área: Administração Especialidade Ciências Contábeis TCE CE 2015 Prof. Terror LÍNGUA PORTUGUESA Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao texto que segue. Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo- nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como ͞ŽƐ moradores do Edifício͕͟ os ͞ƉĞƁĞƐ de ĨĄďƌŝĐĂ͕͟ ͞ŽƐ sertanejos ŶŽƌĚĞƐƚŝŶŽƐ͟: os famigerados ͞ƚŝƉŽƐ ƐŽĐŝĂŝƐ͕͟ usualmente enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da Paraíba. Eduardo Coutinho, artista generoso Prof. Terror Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos. (Armindo Post, inédito) Prof. Terror 1. Ao se referir à recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo, identificando-a como uma característica da arte de Eduardo Coutinho, o autor do texto enaltece a capacidade que tem esse cineasta de (A) reproduzir os lugares-comuns e as fórmulas conhecidas, aderindo aos valores socialmente aceitos e dados por nós como irrefutáveis. (B) rejeitar as perspectivas estereotipadas que, de forma intempestiva, condicionam nosso modo de enxergar as coisas. (C) desviar-nos da tentação de embaralhar a compreensão que temos da vida, quando ele simplifica e enrijece os valores pelos quais devemos nos guiar. (D) dissipar os valores éticos, substituindo-os por critérios pessoais capazes de nos tornar mais determinados em nossas iniciativas. (E) evitar decididamente os parâmetros estranhos aos códigos sociais já firmados, para que não nos enganemos na apreciação das coisas. 94603507046 Prof. Terror 2. Atente para as seguintes afirmações sobre Eduardo Coutinho e sua arte: I. As expressões coletivistas referidas e exemplificadas no primeiro parágrafo são aquelas que ajudam o cineasta a reconhecer a contribuição original de cada cidadão no exercício de sua função social. II. Deve-se entender que, em seus documentários, o cineasta valoriza sobretudo a singularidade das pessoas retratadas, em vez de tomá-las como tipos sociais já identificados e rotulados. III. O foco de atenção que o cineasta faz incidir sobre as pessoas que retrata é tão intenso e bem trabalhado que elas surgem como personagens que se revelam para nós em toda a sua verdade. 94603507046 Prof. Terror Está correto o que se afirma em A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas. 94603507046 Prof. Terror 3. Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (A) A admiração pela arte de Eduardo Coutinho, patente nesse texto, justifica-se pelo fato de que o cineasta está preocupado em reconhecer a humanidade das criaturas retratadas, em vez de aceitar a visão estereotipada que se tem delas. (B) Patenteiam-se nesse texto a caracterização pessoal que Eduardo Coutinho atribui à seus personagens, cuja dimensão humana é assim admirada e afasta, deste modo, a visão já estereotipada que se costuma ter tanto dela como das demais criaturas. (C) É admirável como Eduardo Coutinho, a partir deste texto, revela toda uma arte pessoal quando deixa cair por terra as visões de um mundo pré-estabelecido, ao invés de fraglar, em cada uma das criaturas, a humanidade de um rosto inteiramente original. 94603507046 Prof. Terror (D) Na medida em que o cineasta Eduardo Coutinho demonstra respeitar a visão original de suas criaturas, em vez de dotá-las como simples estereótipos, sua arte deve ser louvada pelo fato de contribuir para com uma visão crítica pela qual se ultrapassa os parâmetros banais. (E) Ao pautar sua arte por uma perspectiva original, em cujo valor jamais se afasta, Eduardo Coutinho não abre mão em favor das visões já viciosas que não nos permitem distinguir as pessoas, tomadas como se fossem tão somente tipos sociais extratificados. 94603507046 Prof. Terror 4. Ocorre a transposição correta da voz ativa para a passiva, preservando-se a concordância adequada, no segmento: I. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos = em vez de ser contemplado a distância por grupos e segmentos II. para conhecer a história de cada um = para se conhecer a história de cada um III. fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos = a câmera é fixada, os olhos e os ouvidos são abertos Atende ao enunciado APENAS o que está em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 94603507046 Prof. Terror 5. Os tempos e os modos verbais estarão corretamente articulados na frase: (A) Eduardo Coutinho, morto em 2014, destacara-se como um mestre dos documentários, cuja arte contemplasse o depoimento vivo, sempre que rejeitava o retrato estereotipado das pessoas. (B) A exemplo do que houvesse na arte de Eduardo Coutinho, o primeiro passo de toda política deveria ter levado em conta o respeito pela condição singular do outro, conquanto, para isso, surgiam dificuldades. (C) Caso não fizesse dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho não viveria como um artista crítico, para quem já houvesse arte encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro. (D) Em seu processo criativo, Coutinho saberia ver e ouvir e, consequentemente, havia se acercado da história de cada um como um processo sensível e inacabado, sem que fosse necessário ajustar conceitos. (E) A obsessão que Coutinho demonstraria pela cena da vida era similar à que tivesse pela arte, e isso fez com que seja quase impossível, para Coutinho, opor personagem a pessoa. 94603507046 Prof. Terror 6. Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase: (A) A perspectiva ética aonde Coutinho manifesta todo o respeito pela pessoa que retrata é uma das características nas quais seus filmes se distinguem. (B) O paternalismo e o sentimentalismo, posições das quais muitos se agarram para tratar o outro, não são atitudes por onde Coutinho tenha mostrado qualquer inclinação. (C) As expressões coletivistas, com cujas Coutinho jamais se entusiasmou, são chavões em que se deixam impressionar as pessoas de julgamento mais apressado. (D) As pessoas por quem Coutinho se interessasse eram retratadas de modo a ter destacados os atributos pelos quais ele se deixara atrair. (E) Os paradigmas já mecanizados, nos quais muitos se deixam nortear, não mereciam de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a singularidade de cuja as pessoas são portadoras. 94603507046 Prof. Terror 7. O verbo indicado entre parênteses deve flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na seguinte frase: (A) A rejeição que demonstra Coutinho a preconceitos sociais (distinguir) sua obra da de outros documentaristas. (B) Grupos ou classes sociais, numa visão a distância, não (merecer) desse cineasta qualquer atenção especial. (C) Não (dever) satisfazer-se um bom documentarista com os paradigmas já cristalizados. (D) Aos tipos sociais já reconhecidos (faltar) a imprescindível singularização dos indivíduos. (E) Sertanejos nordestinos e peões de fábrica são designações que não (derivar) senão de uma mera tipologia. 94603507046 Prof. Terror Atenção: As questões de números 8 a 10 referem-se ao seguinte fragmento de um pensador ilustrado do século XVIII: O adultério é um crime para todos os povos da terra; o adultério das mulheres, entenda-se, visto terem sido os homens que fizeram as leis. Enxergaram-se como proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens; o adultério as rouba, introduz nas famílias herdeiros estranhos. Acrescente-se a essas razões a crueldade do ciúme, e não será surpreendente que em tantas nações, mal saídas do estado selvagem, o espírito de propriedade tenha decretado a pena de morte para sedutores e seduzidas. (VOLTAIRE, O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 63-64) 94603507046 Prof. Terror 8. Ao considerar o adultério como crime que penaliza sobretudo as mulheres, Voltaire estabelece uma íntima conexão entre (A) o preconceito masculino e a moralidade religiosa. (B) a ética própria do século XVIII e a capacidade feminina de sedução. (C) a origem autoral da legislação e o direito de propriedade. (D) a volubilidade masculina e o oportunismo feminino. (E) a administração política e os direitos da família. 94603507046 Prof. Terror 9. Enxergaram-se como proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens; o adultério as rouba. Dando nova redação à frase acima, ela se manterá coerente e formalmente correta em: (A) Ainda que se vejam como proprietários, os homens consideram que o adultério as rouba, tal e qual pode acontecer com um de seus bens. (B) Os homens entendem o adultério como um roubo, uma vez que consideram suas esposas um bem de que um terceiro se apropria. (C) Como as esposas são bens inalienáveis dos homens, qualifica-se como roubo aquele que as usurpam de seu legítimo proprietário. (D) Uma vez premeditado o adultério como um roubo, os homens passam a ver suas esposas como parte de seu patrimônio do qual foi usurpado. (E) Não obstante se considere que as esposas sejam parte de seus bens, os homens passam a ver como um roubo o adultério que os privam delas. 94603507046 Prof. Terror 10. As leis? Ora, como são os homens que elaboram as leis, eles usam essas leis a seu favor, dão a essas leis um caráter coercitivo, tornam essas leis um instrumento de penalização das mulheres adúlteras. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) elaboram-nas о��usam-lhes о��ĚĆŽ-ůŚĞƐ����о���ƚŽƌŶĂŵ-lhes (B) as elaboram о� usam-ŶĂƐ�����о��dão-nas о���ĂƐ�tornam (C) elaboram-lhes о� as usam о��ůŚĞƐ�dão о���ůŚĞƐ�tornam (D) elaboram-nas о��ůŚĞƐ�usam о��ĚĆŽ�a ĞůĂƐ���о���ƚŽƌŶĂŵ-lhes (E) as elaboram о��ƵƐĂŵ-ŶĂƐ�����о��ĚĆŽ-lhes о� tornam-nas 94603507046 Prof. Terror 01 - B 02 - D 03 - A 04 - E 05 - C 06 - D 07 - A 08 - C 09 - B 10 - E 94603507046 Prof. Terror Domínio da ortografia oficial. Emprego da acentuação gráfica. Emprego dos sinais de pontuação. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Sintaxe. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 94603507046 Prof. Terror Prof. Terror (32) 98447 5981 PORTUGUÊS/Portugues - Aula 10.pdf Aula 10 Português p/ TRE-SP - Todos os cargos Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 77 SUMÁRIO PÁGINA 1. O que é Redação Oficial? 2 1.1. A Impessoalidade 3 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais 3 1.3. Formalidade e Padronização 5 1.4. Concisão e Clareza 5 2. Pronomes de Tratamento 12 2.1. Concordância com os Pronomes de Tratamento 12 2.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento 22 2.3. Fechos para Comunicações 30 2.4. Identificação do Signatário 31 3. O Padrão Ofício 32 4. Exposição de Motivos 43 5. Mensagem 46 6. Telegrama 46 7. Fax 46 8. Correio Eletrônico 47 9. ATA 48 10. Parecer 49 11. Relatório 50 12. Requerimento 52 13. Declaração 55 14. Atestado 55 15. Lista de questões para revisão 60 16. Gabarito 77 Olá, pessoal! A teoria desta aula engloba um extrato do Manual de Redação da Presidência da República, para que você tenha em mão um material claro, efetivo e que englobe o que realmente cai na prova. Você vai perceber ao longo da aula que algumas vezes são cobradas as expressões literais deste manual. Por isso evitei colocar considerações minhas, mas um retrato fiel sobre o que esse manual expõe. Aula 10 ± Correspondência oficial 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 77 Vale observar que a banca FCC não tem número grande de questões deste assunto, motivo que me fez inserir questões de outras bancas, a fim de praticarmos bastante. Outra coisa: a banca CESPE é a referência neste assunto, motivo que me fez disponibilizar uma aula em vídeo só com questões do CESPE para você praticar. Muitas mesmo!!!!!! 1. O que é Redação Oficial???? Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que diVS}H�� QR� DUWLJR� ���� ³A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (����´�� 6HQGR� D� publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. A identificação das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação ou existência de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica ± comunicar com impessoalidade e máxima clareza ± impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 77 1.1. A Impessoalidade A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 77 Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) observam-se as regras da gramática formal, e b) emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir, então, que QmR�H[LVWH�SURSULDPHQWH�XP�³padrão oficial de linguagem´; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 77 1.3. Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. 1.4. Concisão e Clareza A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem: a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 77 b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam. É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. ³Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados´�� GL]� D�Pi[LPD��(YLWH-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Questão 1: TJ AM 2011 Superior (banca FCC) Clareza e correção, imprescindíveis na redação de correspondência oficial, estão presentes em: (A) Em atenção à solicitação recebida por este departamento, vimos informar a V. Exa. que serão tomadas as devidas providências, bem como encaminhadas as informações dentro do prazo estipulado, como requerem os objetivos de transparência e agilidade no cumprimento de nossas funções. (B) As Comissões Legislativas que se encarregaram de avaliar os projetos elaborados por deputados dessa bancada sugeriram que sejam submetidos a maiores esclarecimentos, no sentido de se ampliar sua participação na área abrangida por eles, a ser encaminhadas por escrito. (C) A Vossa Excelência, ilustre e nobre Deputado, estamos encaminhando reivindicações dos moradores deste município, que diz respeito a melhoria efetiva de nossas estradas, facilitando o acesso e o transporte de bens produzidos aqui para comercialização nas cidades vizinhas. (D) Como se tratavam de situações calamitosas, causadas por chuvas torrenciais, provocando deslizamentos de morros, soterramento de pessoas, inundação de casas, sem os remédios para controlar eventuais epidemias, viemos solicitar a liberação das verbas do município contra catástrofes. (E) Aproveitamos o ensejo para esclarecer a V. Sa. que nos é obrigado a 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 77 enfatizar as conclusões apostas a este Parecer, porque, quando se iniciar os trabalhos desta legislatura, irá aparecer, sem dúvida, as origens dessa crise em que se mergulhou recentemente. Comentário: A alternativa (A) está correta, porque o texto encontra-se de acordo com a norma culta e se percebe clareza nas informações. Note que não há ambiguidade. Na alWHUQDWLYD��%���D�ORFXomR�YHUEDO�GD�YR]�SDVVLYD�³sejam submetidos´� p� WUDQVLWLYD� GLUHWD� H� LQGLUHWD�� 2� REMHWR� LQGLUHWR� p� D� H[SUHVVmR� ³a maiores esclarecimentos´�� PDV� R� VXMHLWR� paciente não foi expresso literalmente no texto, o que nos deixa em dúvida sobre dois possíveis referentes: ³deputados´� RX� ³os projetos elaborados por deputados´�� 2V� SURQRPHV� ³sua´� H� ³eles´� colaboram para que haja a indecisão do referente. Assim, o texto não está FODUR��(VWi�DPEtJXR��$�H[SUHVVmR�³a ser encaminhadas por escrito´�QmR�SRVVXi referente, pois a única expressão plural e feminina mencionada anteriormente p� ³As Comissões Legislativas´��PDV��DOpP�GH�HVWDU�PXLWR�GLVWDQWH��QmR� FDEH� neste contexto. 1D� DOWHUQDWLYD� �&��� D� H[SUHVVmR� ³ilustre e nobre Deputado´� IHUH� D� impessoalidade, a objetividade e a concisão, por ser um tratamento de cunho pessoal. Veja que essa expressão não acrescenta em nada o que já fora H[SUHVVR� QR� SURQRPH� ³Vossa Excelência´�� $OpP� GLVVR�� Ki� SUREOHPDV� JUDPDWLFDLV��SRLV�R�SURQRPH�UHODWLYR�³que´�HVWi�QD�IXQomR�GH�VXMeito e retoma ³UHLYLQGLFDo}HV´�� ID]HQGR� FRP�TXH�R� YHUER� VH� IOH[LRQH�QR�SOXUDO� �dizem). O VXEVWDQWLYR� ³respeito´� H[LJH� SUHSRVLomR� ³a´� H� R� VXEVWDQWLYR� ³melhoria´� é antecipado do DUWLJR�³a´��SRU�LVVR�Ki�FUDVH��à melhoria). Na alternativa (D), o verbo transitivo indireto ³tratavam´� QmR� VH� HQFRQWUD� IOH[LRQDGR�GH�DFRUGR� FRP�D�QRUPD� FXOWD�� SRLV� R�SURQRPH� ³se´� p�R� índice de indeterminação do sujeito, assim o verbo obrigatoriamente deve se flexionar na terceira pessoa do singular. Quanto à clareza, seria melhor a e[SUHVVmR�³contra catástrofes´�ILFDU�SUy[LPD�GH�VHX�Q~FOHR�³verbas´� 1D�DOWHUQDWLYD��(���D�H[SUHVVmR�³nos é obrigado a enfatizar´�QmR�SRVVXL� VXMHLWR�� SRLV� ³nos´� H� ³a enfatizar´� QmR� SRGHP� VHU� VXMHLWR� GD� H[SUHVVmR� ³é obrigado´��2� SULPHLUR�� SRU� VHU� XP�SURQRPH átono, o segundo, por ser uma oração iniciada por preposição. O ideal é transformar a expressão em ³somos obrigados a enfatizar´ RX�³nos é obrigado enfatizar´� �LVVR�p�REULJDGR�D� nós). 2� YHUER� ³iniciar´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� R� SURQRPH� ³se´� p� DSDVVLYDGRU� $VVLP��D�H[SUHVVmR�³os trabalhos desta legislatura´�p�R�VXMHLWR�SDFLHQWH��R�TXDO� força este verbo ao plural: iniciarem. Para termos certeza de que realmente há pronome apassivador, devemos transpor para a voz passiva analítica: ...quando os trabalhos desta legislatura forem iniciados... $� ORFXomR� YHUEDO� ³irá aparecer´� GHYH� VHU� IOH[LRQDGD� QR� SOXUDO� �irão aparecer���SRLV�R�VXMHLWR�³as origens dessa crise´�HQFRQWUD-se no plural. 1RWH� TXH� R� YHUER� ³mergulhou´� HVWi� FRUUHWDPHQWH� HPSUHJDGR� QR� singular, por ser iQWUDQVLWLYR��R�SURQRPH�³se´�VHU�R� tQGLFH�GH� LQGHWHUPLQDomR� GR�VXMHLWR�H�D�H[SUHVVmR�³em que´�VHU�R�DGMXQWR�DGYHUELDO�GH�OXJDU� Gabarito: A 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 77 Questão 2: MEC 2008 Superior (banca FGV) As questões a seguir referem-se ao Manual de Redação da Presidência da República. A respeito da redação oficial, analise as afirmativas a seguir: I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. Assinale: (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (D) se nenhuma afirmativa estiver correta. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentário: A frase I é uma cópia da introdução do Manual de Redação da Presidência da República. Perceba que as palavras mais importantes são: impessoalidade, formalidade, padrão culto. Veja isso no tópico 1.3 anteriormente referenciado. Na frase II, perceba uma afirmação realmente lógica. O termo técnico pode ser usado quando necessário. Porém, se o documento é enviado a quem possa não ter conhecimento, é natural que seja explicado no decorrer do texto. Isso está previsto no 9° parágrafo do tópico 1.2 anteriormente referenciado. 2� HUUR� QD� IUDVH� ,,,� p� R� DGYpUELR� ³1mR´�� +i�� VLP�� XP� GLVWDQFLDPHQWR� entre língua falada e língua escrita, e todo o trecho acima confirmou isso. Veja no 3° parágrafo do tópico 1.2. Gabarito: A 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 77 Questão 3: TRT 16 R - 2009 ± Analista (banca FCC) A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da seguinte frase: (A) Causa-nos revolta, a todos, o pouco interesse que ele vem demonstrando na condução desse processo ± razão pela qual há quem peça a demissão dele. (B) Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a decisão, há quem creia que nos satisfará o desfecho deste caso. (C) Inconformados com a resposta insatisfatória que nos deu, reiteramos o pedido para que ele não deixe de tomar as providências que o caso requer. (D) Ele deu uma resposta insatisfatória à providência que lhe solicitamos, em razão da qual será preciso insistir em que não venha a repeti-la. (E) Caso não sejam tomadas as providências cabíveis, seremos obrigados a comunicar à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso. Comentário: Não está claro na alternativa (D) a quem a expressão ³da qual" VH� UHIHUH�� j� ³resposta´� RX� j� ³providência´�� O texto poderia ser mais claro, concorda? Vale lembrar que, neste tipo de questão, devemos ficar ligados nos referentes: a quem os pronomes, substantivos ou verbos se referem. 1RUPDOPHQWH�� YRFr� WHUi� XP� SURQRPH� SRVVHVVLYR� �³sua´�� ³seu´�� FRPR� elemento que mostrará a ambiguidade. Nesta questão, especificamente, não houve o pronome possessivo, mas você o verá em outras. Gabarito: D Questão 4: TRT 12R 2010 Analista (banca FCC) Ao se redigir um documento oficial, deve-se atentar para as seguintes recomendações: I. Praticar a concisão e a clareza, de modo a que poucas palavras possam trazer muita informação, não deixando dúvida quanto à significação do conjunto do texto. II. A comunicação oficial não exime o redator de manifestar claramente sua subjetividade, por meio de opiniões criativas e do posicionamento estritamente pessoal diante de uma questão. III. A formalidade da linguagem é uma característica imprescindível da redação oficial, fazendo-se notar, por exemplo, pela observância da norma culta e pelas formas protocolares de tratamento. Está correto o que consta APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e III. (E) II e III. Comentário: A frase I está correta, pois transmite o que se diz no tópico 1.4 sobre concisão. Assim, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E) e já sabemos 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 77 que a frase II está errada. Mas devemos confirmar. A frase II realmente está errada, pois o texto deve ser objetivo e sem impressões pessoais. Leia o que se diz no tópico 1.1 sobre a impessoalidade. A frase III também expressa o que se informa no tópico 1.3 sobre a formalidade e a padronização. Releia o primeiro parágrafo deste tópico. Portanto, a alternativa correta é a (D). Gabarito: D Questão 5: TRE RN 2011 Técnico (banca FCC) A redação de documentos oficiais deve pautar-se por impessoalidade, clareza, concisão e pelo uso correto da norma culta. Todas essas qualidades são respeitadas no seguinte trecho: (A) Este setor do Governo Estadual, responsável pelo atendimento a vítimas de desastres naturais, elaborou um plano geral de assistência a ser encaminhado às entidades que colaboram nesse atendimento, para a adequada efetivação dos trabalhos nas ocasiões de calamidade pública. (B) O Instituto Benefício para Todos deverá estar sendo convidado para fazer parte de uma campanha destinada a angariar donativos, que se espera seja suficiente para atender a todos os desabrigados da enchente; conforme estipulado pela Coordenadoria, que foi considerada de relevante interesse social. (C) Como Deputado da Bancada Estadual, sinto-me avexado por que não estou podendo atender com mais prontidão e benefícios as vítimas dessa implacável seca, que teve motivos alheios à minha vontade para não conseguir isso. (D) Membros da Comissão Técnica destinada a averiguar a distribuição de favores em troca de votos, apurou que o Presidente do Conselho de Agricultores do Estado afirmou ao seu Vice de que ele poderia estar sendo investigado por desvio de verbas. (E) O critério metodológico de escolha dos participantes das equipes de atendimento à vítimas de desastres naturais estão sendo preparados, tendo em vista que é importante observar a correspondência entre tais desastres e o atingimento de pessoas nessa situação. Comentário: Perceba que a alternativa (A) possui um texto claro, impessoal e gramaticalmente correto. $� DOWHUQDWLYD� �%�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� JHUXQGLVPR� ³deverá estar sendo convidado´� IHUH� D� QRUPD� FXOWD�� 2� LGHDO� p� D� FRUUHomR� SDUD� ³deverá ser convidado´��$�H[SUHVVmR�³que se espera seja suficiente´�QmR�p�HVVHQFLDO�SDUD�R� WH[WR�H��SRU�FRQFLVmR��GHYH�VHU�H[FOXtGD��1D�H[SUHVVmR�³para fazer parte´��D� SUHSRVLomR� ³para´� GHYH� VHU� VXEVWLWXtGD� SHOD� SUHSRVLomR� ³a´� SRU� LQLFLDU� XPD� oração com valor de objeto indireto. 2� DGMXQWR� DGYHUELDO� ³conforme estipulado pela Coordenadoria´� H� D� RUDomR� VXERUGLQDGD� DGMHWLYD� H[SOLFDWLYD� ³que foi considerada de relevante interesse social´�� QD� SRVLomR� HP�TXH� VH encontram, não transmitem clareza quanto ao seu referente. O adjunto adverbial se refere à locução verbal ³deverá ser convidado´� H� D� RUDomR� DGMHWLYD� VH� UHIHUH� DR� VXEVWDQWLYR� 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 77 ³campanha´��Como essas informações estão distantes dos seus referentes e não são essenciais ao entendimento do texto, podem ser excluídas. A alternativa (C) está errada, pois o texto contém subjetivismo nas H[SUHVV}HV� ³sinto-me avexado´�� ³minha vontade´�� $OpP� GLVVR�� Ki� SUREOHPD� JUDPDWLFDO��SRLV�D�H[SUHVVmR�³por que´�GHYH�VHU�XQLGD�SRr ser uma conjunção causal (porque��� 2� YHUER� ³atender´� HVWi� EHP� HPSUHJDGR�� SRLV�� QHVWH� contexto, admite ser transitivo direto, por isso não há obrigatoriedade de FUDVH�HP�³as vítimas´��$�H[SUHVVmR�³SDUD�QmR�FRQVHJXLU�LVVR´��DOpP�GH�QmR�VHU� clara, não é essencial para o texto, devendo ser excluída. A oração VXERUGLQDGD�DGMHWLYD�H[SOLFDWLYD�³que teve motivos alheios à minha vontade´� HVWi�HPSUHJDGD�HTXLYRFDGDPHQWH��SRLV�HVWi�H[SOLFDQGR�R�VXEVWDQWLYR�³seca´�� o que a torna incoerente. A alternativa (D) está errada, porque a oração subordinada adjetiva UHGX]LGD� GH� SDUWLFtSLR� ³destinada a averiguar a distribuição de favores em troca de votos´�UHVWULQJH�D�H[SUHVVmR�³Comissão Técnica´��3RU�LVVR��QmR�SRGH� haver vírgula fechando essa oração. Deve-se retirar a vírgula DSyV� ³YRWRV´�� $OpP�GLVVR��R�VXMHLWR�SOXUDO�IRUoD�R�YHUER�DR�SOXUDO��³Membros...apuraram���´� 2� YHUER� ³afirmou´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� LQGLUHWR�� D� H[SUHVVmR� ³ao seu Vice´� p� REMHWR� LQGLUHWR�� SRU� LVVR� GHYH-VH� UHWLUDU� D� SUHSRVLomR� ³de´� DQWHV� GD� conjunção integrante ³que´�� a qual inicia a oração subordinada substantiva objetiva direta ³que ele poderia estar sendo investigado por desvio de verbas´. 3HUFHED� TXH� QmR� SRGHPRV� HQWHQGHU� D� ORFXomR� YHUEDO� ³poderia estar sendo investigado´� FRPR� JHUXQGLVPR�� SRLV� D� UHGXomR� SDUD� ³poderia ser investigado´�PXGD�R�VHQWLGR��FRQILUPDQGR�TXH�VHX�XVR�HVWi�FRUUHWR� A alternativa (E) está errada, pois se deve retirar o acento indicativo de FUDVH�HP�³j�YtWLPDV´��1RWH�TXH�R�VXEVWDQWLYR�HVWi�QR�SOXUDO�H�R�YRFiEXOR�³D´� está no singular��SRU�LVVR�Vy�Ki�SUHSRVLomR�³D´��$OpP�GLVVR��R�Q~FOHR�GR�VXMHLWR� (critério) leva a locução verbal ao singular (está sendo preparado). Gabarito: A Questão 6: TRE RN 2011 Analista (banca FCC) Considerando-se as qualidades exigidas na redação de documentos oficiais, está INCORRETA a afirmativa: (A) A concisão procura evitar excessos linguísticos que nada acrescentam ao objetivo imediato do documento a ser redigido, dispensando detalhes irrelevantes e evitando elementos de subjetividade, inapropriados ao texto oficial. (B) A impessoalidade, associada ao princípio da finalidade, exige que a redação de um documento seja feita em nome do serviço público e tenha por objetivo o interesse geral dos cidadãos, não sendo permitido seu uso no interesse próprio ou de terceiros. (C) Clareza e precisão são importantes na comunicação oficial e devem ser empregados termos de conhecimento geral, evitando-se, principalmente, a possibilidade de interpretações equivocadas, como na afirmativa: O Diretor informou ao seu secretário que os relatórios deveriam ser 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 77 encaminhados a ele. (D) A linguagem empregada na correspondência oficial, ainda que respeitando a norma culta, deve apresentar termos de acordo com a região e com requinte adequado à importância da função desempenhada pela autoridade a quem se dirige o documento. (E) Textos oficiais devem ser redigidos de acordo com a formalidade, ou seja, há certos procedimentos, normas e padrões que devem ser respeitados com base na observância de princípios ditados pela civilidade, como cortesia e polidez, expressos na forma específica de tratamento. Comentário: A alternativa (A) está de acordo com o tópico 1.4. A alternativa (B) está de acordo com o tópico 1.1. A alternativa (C) está de acordo com o tópico 1.4. O exemplo colocado nesta alternativa nos mostra um problema de clareza: ³O Diretor informou ao seu secretário que os relatórios deveriam ser encaminhados a ele�´ $�TXHP�VH�UHIHUH�R�SURQRPH�³ele´"�$R�³'LUHWRU´ RX�DR�³VHFUHWiULR´? Veja que a alternativa (D) vai contra os princípios analisados no tópico 1.2 (A linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). A oração subordinada DGYHUELDO�FRQFHVVLYD�³ainda que respeitando a norma culta´�ID]�HQWHQGHU�TXH� normalmente não há necessidade de respeitar o padrão culto, o que não está em conformidade com a linguagem da correspondência oficial. Além disso, deve-se evitar o regionalismo e linguagem rebuscada, pois deve ser transmitida de maneira mais clara e objetiva possível. Veja que a alternativa (E) está de acordo com o que prevê o tópico 1.3. Gabarito: D 2. Pronomes de Tratamento O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. 2.1. Concordância com os Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como VHX� Q~FOHR� VLQWiWLFR�� ³9RVVD� Senhoria nomeará R� VXEVWLWXWR´�� ³9RVVD� Excelência conhece o assunto´� Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa�� ³9RVVD�Senhoria nomeará seu VXEVWLWXWR´��H�QmR�³Vossa ... vosso���´�� Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é ³Vossa Excelência está atarefado´�� ³Vossa Senhoria deve estar satisfeito´��VH� IRU� PXOKHU�� ³9RVVD� ([FHOrQFLD� HVWi� DWDUHIDGD´�� ³9RVVD� 6HQKRULD� GHYH� HVWDU� 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 77 satisfeita´� Isso tem uma razão lógica dentro da correspondência oficial: clareza na informação. Observações: a. Quando esses pronomes estão na função de objeto indireto ou FRPSOHPHQWR�QRPLQDO��DQWHFHGLGRV�GD�SUHSRVLomR�³D´��QmR�UHFHEHP�crase, pois não admitem artigo: Refiro-me a Vossa Senhoria. b. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. O senhor e a senhora são empregados num tratamento formal; você e vocês, no tratamento familiar e amigável. Dentre os pronomes de tratamento, somente senhora DGPLWH�DUWLJR�³D´�� SRU�LVVR��VH�HVVH�SURQRPH�IRU�SUHFHGLGR�GH�SUHSRVLomR�³D´��KDYHUi�FUDVH� Refiro-me à senhora Gioconda. c. Usa-VH�³Vossa´, quando conversamos com a pessoa��H�³Sua´, quando falamos da pessoa. Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as de Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. Questão 7: Fiotec / 2010 / Auxiliar Adm (banca Funrio) Suponha que o primeiro parágrafo de um memorando tenha sido redigido da seguinte maneira: ³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria possa estar verificando a possibilidade de que instale-se três microcomputadores neste Departamento�´ Se corrigirmos os problemas linguísticos encontrados no texto acima, teremos a seguinte redação: A) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. B) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria venha a verificar a possibilidade de que se instale três microcomputadores em nosso Departamento. C) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicitamos a V. Sa que verifique a possibilidade de ser instalado três microcomputadores nesse Departamento. D) Nos termos do Plano Geral Informatizacional, solicito à V. Sa a verificação da possibilidade de que sejam instalados três computadores de pequeno porte no Departamento signatário. E) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que se instale três microcomputadores nesse Departamento. Comentário: Nesta questão, devemos basicamente entender que um texto de correspondência oficial deve primar pela utilização da norma culta. Assim, devemos observar os erros no trecho do pedido da questão e escolher a 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 77 alternativa que não apresenta tais vícios. ³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria possa estar verificando a possibilidade de que se instale três microcomputadores neste Departamento�´ Primeiramente, veja que é vício de linguagem utilizar o gerundismo �³possa estar verificando´�. O gerundismo é o uso impróprio do gerúndio. Para eOLPLQDU� R� HUUR�� EDVWD� H[FOXLU� ³possa HVWDU´� H� WUDQVIRUPDU� R� JHU~QGLR� HP� presente do subjuntivo (verifique). $OpP�GLVVR�� QRWH� TXH� D� FRQMXQomR� LQWHJUDQWH� ³que´� p� SDODYUD� DWUDWLYD�� SRU� LVVR� R� SURQRPH� SHVVRDO� REOtTXR� iWRQR� ³se´� GHYH� VH� SRVLFLRQDU� imediatamentH�DQWHV�GR�YHUER��³que se instale´�� 3RU� ILP�� R� YHUER� ³instale´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR�� R� SURQRPH� ³se´� p� DSDVVLYDGRU�H�R�WHUPR�SOXUDO�³três microcomputadores´ é o sujeito paciente e força o verbo ao plural (que se instalem três microcomputadores). Veja a correção da frase: ³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria verifique a possibilidade de que se instalem três microcomputadores neste Departamento�´ Agora, vamos às alternativas: A alternativa (B) está errada, pois a concorGkQFLD� GR� YHUER� ³instale´� FRQWLQXD� HUUDGD�� $OpP� GLVVR�� QmR� FDEH� D� SUHSRVLomR� ³D´� HP� ³YHQKD� D� YHULILFDU´��9HMD�D�FRUUHomR�� Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria venha verificar a possibilidade de que se instalem três microcomputadores em nosso Departamento. A alternativa (C) está errada, pois a locução verbal deve concordar com R�VXMHLWR�SDFLHQWH��$OpP�GLVVR��GHYH�KDYHU�R�SURQRPH�³neste´��WHQGR�HP�YLVWD� ser o departamento de onde partiu a comunicação. Note que deve haver o SRQWR�SDUD�ILQDOL]DU�D�DEUHYLDomR�³Sa.´��Veja a correção: Nos termos do Plano Geral de informatização, solicitamos a V. Sa. que verifique a possibilidade de serem instalados três microcomputadores neste Departamento. A alternativa (D) está errada, pois não pode haver crase antes do SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³9��6D�´��$V�GHPDLV�DOWHUDo}HV�HVWmR�GH�DFRUGR�FRP�D� norma culta. Nos termos do Plano Geral Informatizacional, solicito a V. Sa. a verificação da possibilidade de que sejam instalados três computadores de pequeno porte no Departamento signatário. A alternativa (E) está errada, tendo em vista que o verbo não concorda FRP�R�VXMHLWR�SDFLHQWH��$OpP�GLVVR��GHYH�KDYHU�R�SURQRPH�³neste´��WHQGR�HP� vista ser o departamento de onde partiu a comunicação. Veja a correção: Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que se instalem três microcomputadores neste 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 77 Departamento. Assim, a alternativa (A) é a correta, pois as alterações realizadas na frase preservam a norma culta. Veja: Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. Gabarito: A Questão 8: TRT 16 R - 2009 ± Analista (banca FCC) A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que lhe são próprios, nem a máxima objetividade no tratamento do assunto em tela. Não cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você, é preciso conhecer o emprego mais cerimonioso de Vossa Senhoria e Vossa Excelência, por exemplo, para os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada, a redação deve ser clara e precisa, para que se evitem ambiguidades, incoerências e quebras sintáticas. (Diógenes Moreyra, inédito) Quanto ao emprego das formas de tratamento, está correta a seguinte construção: (A) Se preferires, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente tereis a nos oferecer. (B) Sempre contaremos com os préstimos com que Vossa Senhoria nos tem honrado, razão pela qual, antecipadamente, deixamos-lhe aqui nosso profundo reconhecimento. (C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à vossa disposição o relatório que nos incumbiste de providenciar há cerca de uma semana. (D) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera de suas providências, das quais não nos cabe tratar com seu adjunto ± grande, embora, seja a consideração, meu caro senhor, que lhe dispensamos. (E) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz de atender aos nossos reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a vossa atenção. Comentário: Devemos nos lembrar de que os verbos ou pronomes que se referem a pronomes de tratamento devem se flexionar na terceira pessoa. Foi o que ocorreu na alternativa (B) e por isso está correta. Veja as frases abaixo já corrigidas: (A) Se preferir, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente terá a nos oferecer. (C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à sua disposição o relatório que nos incumbiu de providenciar há cerca de uma semana. (D) Diga a Sua Senhoria (não se está falando diretamente com a autoridade) que estamos à espera de suas providências, das quais não nos cabe tratar com seu adjunto ± grande, embora, seja a consideração, meu caro senhor, 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 77 que lhe dispensamos. (E) Esperamos que Vossa Senhoria seja capaz de atender aos nossos reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a sua atenção. Gabarito: B Questão 9: BB 2010 ± Escriturário (banca FCC) A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é: (A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais. (B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais para os departamentos que foram recentemente criados. (C) Estou encaminhando a presença de V. Sa. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas do sistema de informatização de seu gabinete. (D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um número grande de servidores para os andamentos do serviço. (E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas para resolver essa confusão que foi criado pelos manifestantes. Comentário: Sabendo-se que o documento oficial deve ser escrito de acordo com a norma culta e transmitir clareza, veja a reescrita já corrigida abaixo: Na (A), não há crase antes de pronome de tratamento. O gerundismo é vício de linguagem, por isso a expressão verbal foi reestruturada. Estamos encaminhando a Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos ser recebidos em seu gabinete para discutirmos nossos problemas salariais. A alternativa (B) é a correta, porque o texto segue a norma culta, é claro, objetivo, impessoal e conciso. Na alternativa (C), foram inseridos vocábulos desnecessários �³SUHVHQoD´�� ³lhe´) e inadequados por transmitirem impressões pessoais: ³este jovem´��³muito inteligente e esperto´� Estou encaminhando a V. Sa. uma pessoa que vai resolver os problemas do sistema de informatização de seu gabinete. Na alternativa (D), o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito (faltou um número). Veja: Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltou um número grande de servidores para os andamentos do serviço. Na alternativa (E), deve-VH�UHWLUDU�R�SOHRQDVPR�³QRVVR´�´SHVVRDO´��DOpP� da necessidade de ajustar a regência e a concordância. Veja: Do nosso ponto de vista, fica difícil lhes informar quais providências vão 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 77 ser tomadas para resolver essa confusão que foi criada pelos manifestantes. Gabarito: B Questão 10: TRF 1R 2001 Analista (banca FCC) A única frase corretamente construída é: (A) Espero que Vossa Excelência aprecieis o novo código. (B) Se o senhor preferir, aguardarei que termines a leitura integral do código. (C) Se passares os olhos pela nova redação, poderá ver que são pequenas as alterações. (D) Conserva contigo esse exemplar do novo código; não vá perdê-lo, por favor. (E) Se Vossa Senhoria não fizer objeção, levo-lhe ainda hoje a nova redação do código. Comentário: Os verbos e pronomes que se referem aos pronomes de tratamento devem se flexionar em terceira pessoa. Assim: Na alternativa (A), o verbo apreciar deve ser flexionado na terceira pessoa do singular: aprecie. Na alternativa (B), o verbo terminar deve ser flexionado na terceira pessoa do singular: termine. Na alternativa (C), não há pronome de tratamento explícito; mas veja TXH�D�ORFXomR�YHUEDO�³poderá ver´�HVWi�VHQGR�HPSUHJDGD�HP�WHUFHLUD�SHVVRD� do singular (subentendendo um sujeito de terceira pessoa), o que força o YHUER� ³passares´� a ser flexionado também na terceira pessoa do singular (passar), pois as duas construções verbais estão se referindo ao mesmo sujeito. Neste caso, um verbo deve seguir a concordância do outro (ou os dois em segunda pessoa, ou os dois em terceira pessoa). 1D� DOWHUQDWLYD� �'��� R� YHUER� ³&RQVHUYD´� HVWi� HPSUHJDGR� QD� VHJXQGD� pessoa do singular do imperativo afirmativo, combinando com o pronome ³FRQWLJR´�� $� ORFXomR� YHUEDO� SRVWHULRU está no imperativo negativo, mas na terceira pessoa do singular. Por isso, o correto é transpô-la para a segunda pessoa do singular do imperativo negativo: não vás perdê-lo. A alternativa (E) é a correta, pois o verbo e o pronome estão corretamente empregados na terceira pessoa do singular. Gabarito: E Questão 11: TRT 12R 2010 Técnico (banca FCC) O emprego dos pronomes de tratamento está inteiramente correto em: (A) Senhor João das Neves, respeitável representante da Sociedade Amigos e Amigos, queremos cumprimentar-vos pela gestão que V. Exa. tão bem tem conduzido neste último ano. (B) Estamos à disposição de V. Exa. para dar continuidade aos trabalhos que vós encetaram neste setor, e esperamos fazê-lo tão bem quanto vós mesmos o fizestes. (C) É notório que V. Sa. deveis estar sabendo dos progressos conseguidos por 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 77 estas pessoas, e por isso vimos solicitar-vos vossa atenção para uma situação surgida recentemente. (D) Pedimos encarecidamente a Vossa Senhoria que não abandoneis a organização de nossos programas culturais, em nome daqueles que dependem de vosso conhecimento nessa área. (E) A Vossa Excelência, nossa prestigiada Embaixadora, dirigimos os votos de que possa cumprir com êxito sua missão diplomática em região tão conturbada por conflitos entre nações vizinhas. Comentário: Perceba que nesta questão foi cobrado apenas o uso dos pronomes. Assim, mesmo havendo algumas frases com posicionamento subjetivo e pouco claro, devemos nos ater apenas ao uso desses pronomes. Na alternativa (A), o pronoPH�FRUUHWR�VHULD� ³9��6D�´� �9RVVD�6HQKRULD��� $OpP� GLVVR�� D� H[SUHVVmR� ³FXPSULPHQWDU-YRV´� GHYH� VHU� FRUULJLGD� SDUD� ³FXPSULPHQWi-OR´� 1D�DOWHUQDWLYD��%���R�YHUER�³HQFHWDUDP´�p�WUDQVLWLYR�GLUHWR�H�WHP�FRPR� VXMHLWR� HOtSWLFR� ³9�� ([D´�� SRU� LVVR� GHYH� VHU� IOH[LRQDGR na terceira pessoa do singular (encetou���2�SURQRPH�UHODWLYR�³TXH´�HVWi�QD�IXQomR�GH�REMHWR�GLUHWR� H� UHWRPD� ³RV� WUDEDOKRV´�� $� H[SUHVVmR� ³vós mesmos o fizestes´� GHYH� VHU� FRUULJLGD�SDUD�³Vossa Excelência mesma os fez´��Como não há referência a uma autoridade do sexo masculino, o pronome demonstrativo (mesma) FRQFRUGD�OLWHUDOPHQWH�FRP�R�Q~FOHR�³Excelência´� &RPR� VH� UHIHUHP� DR� VXEVWDQWLYR� SOXUDO� ³trabalhos´�� R� LGHDO� p� TXH� Rs SURQRPHV�³-lo´�H�³o´�VH�IOH[LRQHP�QR�SOXUDO��³-los´�H�³os´� Na alternativa (C), o verbo e pronomes devem ser flexionados na terceira pessoa. Corrigindo, teremos: É notório que V. Sa. deve estar sabendo dos progressos conseguidos por estas pessoas, e por isso vimos solicitar-lhe sua atenção para uma situação surgida recentemente. Na alterQDWLYD��'���R�YHUER�³abandoneis´�H�R�SURQRPH�³vosso´�GHYHP�VH� flexionar na terceira pessoa (abandone e seu). A alternativa (E) está correta, pois D�ORFXomR�YHUEDO�³possa cumprir´ e o pronome ³sua´�� RV� TXDLV� VH� UHIHUHP� j� DXWRULGDGH�� estão corretamente flexionados na terceira pessoa do singular. Veja que a linguagem da frase está subjetiva, porém não foi isso o cobrado nesta questão. Gabarito: E Questão 12: TRT 12R 2010 Analista (banca FCC) A frase em que se apresenta adequado e uniforme o tratamento pessoal e verbal é: (A) Vimos, por este intermédio, solicitar a Vossa Senhoria que vos digneis a acolher e enviar ao Juiz da 4ª Vara os autos do processo em tela. (B) Viemos, por este intermédio, solicitar que Vossa Excelência se digneis a acolher o parecer do processo em tela e enviá-lo ao Juiz da 4ª Vara. (C) Vimos, por este instrumento, solicitar-vos que acolhais o parecer que dispomos sobre o processo, e encaminhá-lo ao Juiz da 4ª Vara. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 77 (D) Vêm aqui, por este recurso, solicitar-vos os interessados que Vossa Excelência remetais o parecer do processo em tela ao Juiz da 4ª Vara. (E) Vimos, por este dispositivo, solicitar que Vossa Senhoria acolha e encaminhe ao Juiz da 4ª Vara os autos do referido processo. Comentário: Ao comentarmos a alternativa (E), que é a correta, já se vê por TXH�DV�GHPDLV�HVWmR�HUUDGDV��2�YHUER�³vimos´�HVWi�FRUUHWDPHQWH�HPSUHJDGR� QR� SUHVHQWH� GR� LQGLFDWLYR�� R� SURQRPH� ³Vossa Senhoria´� p� R� WUDWDPHQWR� cerimonioso dirigido a qualquer cidadão ou a ocupante de cargo que não seja de altas DXWRULGDGHV��SRU�LVVR�HVWi�FRUUHWR��2V�YHUERV�³acolha´�H�³encaminhe´� estão corretamente empregados na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo. Gabarito: E Questão 13: TRE PE 2011 Técnico (banca FCC) As qualidades exigidas na redação de um documento oficial estão presentes em: (A) Encaminhamos a V. Exa. o relatório das atividades programadas por esta Secretaria, previstas para o próximo trimestre, para que sejam tomadas as medidas relativas à liberação dos recursos necessários a esses empreendimentos. (B) Como V. Exa. já deve ter ficado sabendo, tivemos alguns contratempos durante os eventos programados para este fim de semana e, por isso mesmo, estamos enviando a V. Exa. as informações mais exatas possíveis a respeito desses acontecimentos, para que tomeis as providências cabíveis. (C) Considerando que houveram contratempos na realização dos eventos que estavam programados para este final de semana, esperamos que V. Exa. e seus auxiliares tomem as medidas importantes para resolver esse impasse. (D) O relatório que acabou de ser encaminhado para V.Exa., demos conta do andamento das providências que cabia tomar, sendo possível dentro dos prazos agendados, a realização de todo o programa desta Secretaria. (E) Nós, na qualidade de representante desta comunidade que vos dirige a solicitação de providenciar a licença necessária para a limpeza da praça deste bairro, conforme abaixo assinado pelos moradores, é o que pedimos a V.Exa., com urgência. Comentário: Vimos que a correspondência oficial baseia-se na impessoalidade, formalidade, objetividade, concisão, padrão culto da linguagem e clareza. A alternativa (A) é a correta, pois se preservou a norma culta e com isso XP�QtYHO�GH� OLQJXDJHP�IRUPDO��9HMD�TXH�R�SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³V. Exa.´� está antecHGLGR� GD� SUHSRVLomR� ³a´�� 1mR� SRGH� KDYHU� FUDVH�� SRUTXH� HVWH� pronome de tratamento não admite artigo. (VWi�FRUUHWR�WDPEpP�R�XVR�GR�SURQRPH�GHPRQVWUDWLYR�³esta´�WHQGR�HP� vista se referir à secretaria que está remetendo o documento a outro órgão. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 77 A crase eVWi� FRUUHWDPHQWH� HPSUHJDGD�� SRUTXH� R� DGMHWLYR� ³relativas´� H[LJLX�D�SUHSRVLomR�³a´�H�R�VXEVWDQWLYR� IHPLQLQR�³liberação´�DGPLWLX�R�DUWLJR� ³a´�� $� H[SUHVVmR� ³a esses empreendimentos´� QmR� UHFHEHX� FUDVH� SRUTXH� R� SURQRPH� ³esses´� QmR� DGPLWH� VHU� DQWHFHGLGR� GH� DUWigo; além disso, o VXEVWDQWLYR�HVWi�IOH[LRQDGR�QR�SOXUDO�H�R�³D´�HVWi�IOH[LRQDGR�QR�VLQJXODU� A partir de agora, perceba que a banca insere um erro gramatical, para você eliminar logo a alternativa. Depois, inclui um ou mais problemas de clareza, informalidade etc. Dessa forma, ela evita que se perca muito tempo na questão. Você deve enxergar o problema gramatical e partir para a próxima alternativa. $� DOWHUQDWLYD� �%�� HVWi� HUUDGD�� SRUTXH� R� YHUER� ³tomeis´� VH� UHIHUH� DR� SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³V. Exa�´��$VVLP, deve se flexionar na terceira pessoa do singular: tome. Além disso, o texto deve primar pela objetividade, evitando repetição desnecessária. Assim, segue uma sugestão. Durante a programação para este fim de semana, tivemos alguns contratempos, sobre os quais estamos enviando as informações mais exatas, para que V. Exa. tome as providências cabíveis. $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� YHUER� ³houveram´� HVWi� VHQGR� HPSUHJDGR�QR�VHQWLGR�GH�³existir´��$VVLP��GHYH�VH�IOH[LRQDU�QD�WHUFHLUD�SHVVRD� do singular�� SRLV� QmR� WHP� VXMHLWR� �³houve´��� 2� WHUPR� ³contratempos´� p� apenas o objeto direto. Considerando que houve contratempos na realização dos eventos que estavam programados para este final de semana, esperamos que V. Exa. e seus auxiliares tomem as medidas importantes para resolver esse impasse. A alternativa (D) está errada, primeiro porque há um truncamento VLQWiWLFR��9HMD�TXH�D�H[SUHVVmR�³O relatório´��VHJXLGD�GD�RUDomR�VXERUGLQDGD� DGMHWLYD�UHVWULWLYD�³que acabou de ser encaminhado para V.Exa.´��GHYHULD�VHU R� VXMHLWR� GR� YHUER� GD� RUDomR� SULQFLSDO�� SRUpP� R� YHUER� ³demos´� SRVVXL� R� VXMHLWR�RFXOWR�³nós´��$VVLP��Ki�XPD�LQFRPSDWLELOLGDGH�VLQWiWLFD��R�TXH�IHUH�D� norma culta. $�H[SUHVVmR�³demos conta´�p�SUySULD�GH�XPD�OLQJXDJHP�LQIRUPDO��D�TXDO� deve ser evitada. Além disso, o texto deve ser objetivo, evitando a prolixidade. Uma sugestão seria: O relatório que acabou de ser encaminhado para V.Exa. teve as providências tomadas dentro dos prazos agendados, com a realização de todo o programa desta Secretaria. A alterQDWLYD��(��HVWi�HUUDGD��SRLV�R�DGMHWLYR�³representante´� UHIHUH-se DR�SURQRPH�³nós´��$VVLP��GHYH�VH�IOH[LRQDU�QR�SOXUDO��representantes. Além disso, o texto não prima pela concisão, clareza e objetividade. Segue uma sugestão de correção: 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 77 Nós, na qualidade de representantes desta comunidade, solicitamos, com urgência, a V. Exa. a licença necessária para a limpeza da praça deste bairro, conforme abaixo assinado pelos moradores. Gabarito: A Questão 14: TRT 12R 2010 Técnico (banca FCC) Esses mesmos princípios (...) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. As observações acima estão inteiramente respeitadas em: (A) Tendo sido convidado para participar junto de V. Sa. da festa de encerramento do ano, apesar da evidente prova de amizade dada ao dirigir-me tão honroso convite, devo dizer-lhe que, infelizmente não poderei comparecer a tão auspicioso evento, por ter assumido outro importante compromisso na mesma data. (B) Em cumprimento ao despacho de V. Exa., publicado nesta data no Diário Oficial do Estado, encaminhamos-lhe as informações referentes ao andamento dos serviços, em consonância com o cronograma previamente estabelecido por esta pasta. (C) Venho, em nome de toda a comunidade que tenho a honra de estar representando, enviar a V. Exa. e a todos servidores de seu gabinete, o convite para a merecida homenagem que desejamos prestar-lhe, em agradecimento ao vosso valioso auxílio para o andamento de nossos projetos sociais. (D) Como estamos com tempo realmente reduzido, encaminho a vós, Senhor Responsável pelo setor de entregas deste Departamento, pedindo-lhe o despacho dos produtos com urgência, que se destina ao pessoal da limpeza destas dependências. (E) Complementando, como deve ser feito, as informações que se referem ao ato que o Diário Oficial publicou, de V. Sa., na semana passada, é meu dever informar a V.Sa. de que já está sendo tomada as devidas providências a respeito. Comentário: Perceba que a banca copiou o 4° parágrafo do tópico 1 do Manual de Redação da Presidência da República. Este parágrafo sintetiza que deve haver clareza, impessoalidade, uniformidade e padrão culto na linguagem. A alternativa (A) está errada, pois ocorrem duas expressões que WUDQVPLWHP� SHVVRDOLGDGH�� ³apesar da evidente prova de amizade dada ao dirigir-me tão honroso convite´�H�³tão auspicioso evento´� A alternativa (B) está correta. Perceba que o texto está claro, correto gramaticalmente e sem tom pessoal. $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� DV� H[SUHVV}HV� ³tenho a honra´�� ³merecida´� H� ³valioso´� IHUHP� D� LPSHVVRDOLGDGH�� $V� H[SUHVV}HV� ³de estar representando´��³todos servidores´�H�R�HPSUHJR�GR�SURQRPH�³vosso´�IHUHP�R� padrão culto da linguagem. O primeiro é o famoso gerundismo, o qual pode 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 77 VHU�FRUULJLGR�SDUD�³de representar´��2�VHJXQGR�p�D�QHFHVVLGDGH�GR�DUWLJR�³os´�� SRU� H[LJrQFLD� GR� SURQRPH� ³todos´��1R� WHUFHLUR�� D� UHIHUrQFLD� DR� SURQRPH�GH� tratamento deve ser feita em terceira pessoa do singuODU�³seu´�� $� DOWHUQDWLYD� �'�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� DV� H[SUHVV}HV� ³a vós´� �VHJXQGD� SHVVRD� GR� SOXUDO�� H� ³lhe´� �WHUFHLUD� SHVVRD� GR� VLQJXODU�� QmR� FRPELQDP�� SRLV� fazem referência ao mesmo termo e estão em pessoas diferentes do discurso. $OpP� GLVVR�� R� YHUER� ³encaminho´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� LQGLUHWR�� R� REMHWR� indireto (a vós) está presente, mas falta o objeto direto. Como o termo ³Senhor Responsável pelo setor de entregas deste Departamento³� QmR� p� essencial porque apenas explica, podemos transformar o trecho em uma linguagem mais clara e concisa da seguinte forma: encaminho com urgência a Vossa Senhoria pedido de despacho dos produtos, que se destinam ao pessoal da limpeza destas dependências. $�DOWHUQDWLYD��(��HVWi�HUUDGD��SRLV�DV�H[SUHVV}HV�³como deve ser feito´�e ³meu dever´� QmR� VmR� HVVHQFLDLV� SDUD� R� HQWHQGLPHQWR� GR� WH[WR�� DOpP� GH� transmitirem subjetividade. Para tornar o texto mais conciso, podem ser VXSULPLGDV�� $� H[SUHVVmR� ³de V. Sa.´� WDPEpP� GHYH� VHU� H[FOXtGD� SDUD� HYLWDU� repetição viciosa no texto, além de as vírgulas estarem erradas. A segunda ocorrência dessa expressão é o objeto indireto do verbo transitivo direto e LQGLUHWR�³informar´��3RU�LVVR��GHYH-VH�UHWLUDU�D�SUHSRVLomR�³de´�DQWHV�GD�RUDomR� VXERUGLQDGD� VXEVWDQWLYD� REMHWLYD� GLUHWD� ³que já estão sendo tomadas as devidas providências a respeito´� Note que, nesta última oração, a locução verbal deve se flexionar no plural e feminino, pois o núcleo do sujeito é o substantivo plural e feminino ³providências´� Gabarito: B 2.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo; Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado1; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; 1 Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de 2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União. 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 77 Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministros do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador, Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação. Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal, (...) No envelope, deve constar do endereçamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, no 123 12345-000 ± Curitiba. PR 75592037872 Curso de Português para TRE SP Teoria e exercícios comentados Prof. Décio Terror ʹ Aula 10 Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 77 Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo
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