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PORTUGUÊS 20171106T164113Z 001

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PORTUGUÊS/Portugues - Aula Bonus 04.pdf
Aula Bônus 04
Português p/ TRE-SP - Todos os cargos
Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror
(32) 8447 5981 
Material de apoio da aula em vídeo 
Prof. Terror 
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO CEARÁ 
Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de cargos de 
Analista de Controle Externo 
Área: Administração 
Especialidade Ciências Contábeis 
TCE CE 2015 
Prof. Terror 
LÍNGUA PORTUGUESA 
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao texto que segue. 
 Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta 
Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em 
sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez 
de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto 
pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-
nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como ͞ŽƐ moradores do 
Edifício͕͟ os ͞ƉĞƁĞƐ de ĨĄďƌŝĐĂ͕͟ ͞ŽƐ sertanejos ŶŽƌĚĞƐƚŝŶŽƐ͟: os 
famigerados ͞ƚŝƉŽƐ ƐŽĐŝĂŝƐ͕͟ usualmente enquadrados por chavões, dão 
lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela 
quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de 
repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da 
Paraíba. 
Eduardo Coutinho, artista generoso 
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 Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição 
singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem 
paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: 
 Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história 
de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou 
comprovar conceitos. 
 Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que 
torna 
quase impossível, para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a 
pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. 
 Fazendo dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu 
como um homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo 
e suspensa no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, 
apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos. 
(Armindo Post, inédito) 
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1. Ao se referir à recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo, 
identificando-a como uma característica da arte de Eduardo Coutinho, o autor do texto 
enaltece a capacidade que tem esse cineasta de 
(A) reproduzir os lugares-comuns e as fórmulas conhecidas, aderindo aos valores 
socialmente aceitos e dados por nós como irrefutáveis. 
(B) rejeitar as perspectivas estereotipadas que, de forma intempestiva, condicionam 
nosso modo de enxergar as coisas. 
(C) desviar-nos da tentação de embaralhar a compreensão que temos da vida, quando 
ele simplifica e enrijece os valores pelos quais devemos nos guiar. 
(D) dissipar os valores éticos, substituindo-os por critérios pessoais capazes de nos 
tornar mais determinados em nossas iniciativas. 
(E) evitar decididamente os parâmetros estranhos aos códigos sociais já firmados, para 
que não nos enganemos na apreciação das coisas. 
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2. Atente para as seguintes afirmações sobre Eduardo Coutinho e sua arte: 
I. As expressões coletivistas referidas e exemplificadas no primeiro parágrafo são 
aquelas que ajudam o cineasta a reconhecer a contribuição original de cada cidadão 
no exercício de sua função social. 
II. Deve-se entender que, em seus documentários, o cineasta valoriza sobretudo a 
singularidade das pessoas retratadas, em vez de tomá-las como tipos sociais já 
identificados e rotulados. 
III. O foco de atenção que o cineasta faz incidir sobre as pessoas que retrata é tão intenso 
e bem trabalhado que elas surgem como personagens que se revelam para nós em 
toda a sua verdade. 
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Está correto o que se afirma em 
A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) III, apenas. 
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3. Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
(A) A admiração pela arte de Eduardo Coutinho, patente nesse texto, justifica-se pelo fato 
de que o cineasta está preocupado em reconhecer a humanidade das criaturas 
retratadas, em vez de aceitar a visão estereotipada que se tem delas. 
(B) Patenteiam-se nesse texto a caracterização pessoal que Eduardo Coutinho atribui à 
seus personagens, cuja dimensão humana é assim admirada e afasta, deste modo, a 
visão já estereotipada que se costuma ter tanto dela como das demais criaturas. 
(C) É admirável como Eduardo Coutinho, a partir deste texto, revela toda uma arte pessoal 
quando deixa cair por terra as visões de um mundo pré-estabelecido, ao invés de 
fraglar, em cada uma das criaturas, a humanidade de um rosto inteiramente original. 
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(D) Na medida em que o cineasta Eduardo Coutinho demonstra respeitar a visão original 
de suas criaturas, em vez de dotá-las como simples estereótipos, sua arte deve ser 
louvada pelo fato de contribuir para com uma visão crítica pela qual se ultrapassa os 
parâmetros banais. 
(E) Ao pautar sua arte por uma perspectiva original, em cujo valor jamais se afasta, 
Eduardo Coutinho não abre mão em favor das visões já viciosas que não nos permitem 
distinguir as pessoas, tomadas como se fossem tão somente tipos sociais 
extratificados. 
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4. Ocorre a transposição correta da voz ativa para a passiva, preservando-se a 
concordância adequada, no segmento: 
I. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos = em vez de ser 
contemplado a distância por grupos e segmentos 
II. para conhecer a história de cada um = para se conhecer a história de cada um 
III. fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos = a câmera é fixada, os olhos e os ouvidos 
são abertos 
Atende ao enunciado APENAS o que está em 
(A) I. 
(B) II. 
(C) III. 
(D) I e II. 
(E) II e III. 
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5. Os tempos e os modos verbais estarão corretamente articulados na frase: 
(A) Eduardo Coutinho, morto em 2014, destacara-se como um mestre dos documentários, 
cuja arte contemplasse o depoimento vivo, sempre que rejeitava o retrato 
estereotipado das pessoas. 
(B) A exemplo do que houvesse na arte de Eduardo Coutinho, o primeiro passo de toda 
política deveria ter levado em conta o respeito pela condição singular do outro, 
conquanto, para isso, surgiam dificuldades. 
(C) Caso não fizesse dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho não viveria como 
um artista crítico, para quem já houvesse arte encarnada no corpo e suspensa no 
espírito do outro. 
(D) Em seu processo criativo, Coutinho saberia ver e ouvir e, consequentemente, havia se 
acercado da história de cada um como um processo sensível e inacabado, sem que 
fosse necessário ajustar conceitos. 
(E) A obsessão que Coutinho demonstraria pela cena da vida era similar à que tivesse pela 
arte, e isso fez com que seja quase impossível, para Coutinho, opor personagem a 
pessoa. 
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6. Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte 
frase: 
(A) A perspectiva ética aonde Coutinho manifesta todo o respeito pela pessoa que 
retrata é uma das características nas quais seus filmes se distinguem. 
(B) O paternalismo e o sentimentalismo, posições das quais muitos se agarram para 
tratar o outro, não são atitudes por onde Coutinho tenha mostrado qualquer
inclinação. 
(C) As expressões coletivistas, com cujas Coutinho jamais se entusiasmou, são chavões 
em que se deixam impressionar as pessoas de julgamento mais apressado. 
(D) As pessoas por quem Coutinho se interessasse eram retratadas de modo a ter 
destacados os atributos pelos quais ele se deixara atrair. 
(E) Os paradigmas já mecanizados, nos quais muitos se deixam nortear, não mereciam 
de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a singularidade de cuja as 
pessoas são portadoras. 
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7. O verbo indicado entre parênteses deve flexionar-se de modo a concordar com o 
elemento sublinhado na seguinte frase: 
(A) A rejeição que demonstra Coutinho a preconceitos sociais (distinguir) sua obra da 
de outros documentaristas. 
(B) Grupos ou classes sociais, numa visão a distância, não (merecer) desse cineasta 
qualquer atenção especial. 
(C) Não (dever) satisfazer-se um bom documentarista com os paradigmas já 
cristalizados. 
(D) Aos tipos sociais já reconhecidos (faltar) a imprescindível singularização dos 
indivíduos. 
(E) Sertanejos nordestinos e peões de fábrica são designações que não (derivar) senão 
de uma mera tipologia. 
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Atenção: As questões de números 8 a 10 referem-se ao seguinte fragmento de 
um pensador ilustrado do século XVIII: 
O adultério é um crime para todos os povos da terra; o adultério das mulheres, 
entenda-se, visto terem sido os homens que fizeram as leis. Enxergaram-se 
como proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens; o adultério as 
rouba, introduz nas famílias herdeiros estranhos. 
Acrescente-se a essas razões a crueldade do ciúme, e não será surpreendente 
que em tantas nações, mal saídas do estado selvagem, o espírito de 
propriedade tenha decretado a pena de morte para sedutores e seduzidas. 
(VOLTAIRE, O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 63-64) 
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8. Ao considerar o adultério como crime que penaliza sobretudo as mulheres, 
Voltaire estabelece uma íntima conexão entre 
(A) o preconceito masculino e a moralidade religiosa. 
(B) a ética própria do século XVIII e a capacidade feminina de sedução. 
(C) a origem autoral da legislação e o direito de propriedade. 
(D) a volubilidade masculina e o oportunismo feminino. 
(E) a administração política e os direitos da família. 
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9. Enxergaram-se como proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens; o 
adultério as rouba. 
Dando nova redação à frase acima, ela se manterá coerente e formalmente correta em: 
(A) Ainda que se vejam como proprietários, os homens consideram que o adultério as 
rouba, tal e qual pode acontecer com um de seus bens. 
(B) Os homens entendem o adultério como um roubo, uma vez que consideram suas 
esposas um bem de que um terceiro se apropria. 
(C) Como as esposas são bens inalienáveis dos homens, qualifica-se como roubo aquele 
que as usurpam de seu legítimo proprietário. 
(D) Uma vez premeditado o adultério como um roubo, os homens passam a ver suas 
esposas como parte de seu patrimônio do qual foi usurpado. 
(E) Não obstante se considere que as esposas sejam parte de seus bens, os homens 
passam a ver como um roubo o adultério que os privam delas. 
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10. As leis? Ora, como são os homens que elaboram as leis, eles usam essas leis a 
seu favor, dão a essas leis um caráter coercitivo, tornam essas leis um instrumento 
de penalização das mulheres adúlteras. 
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos 
sublinhados, na ordem dada, por: 
(A) elaboram-nas о��usam-lhes о��ĚĆŽ-ůŚĞƐ����о���ƚŽƌŶĂŵ-lhes 
(B) as elaboram о� usam-ŶĂƐ�����о��dão-nas о���ĂƐ�tornam 
(C) elaboram-lhes о� as usam о��ůŚĞƐ�dão о���ůŚĞƐ�tornam 
(D) elaboram-nas о��ůŚĞƐ�usam о��ĚĆŽ�a ĞůĂƐ���о���ƚŽƌŶĂŵ-lhes 
(E) as elaboram о��ƵƐĂŵ-ŶĂƐ�����о��ĚĆŽ-lhes о� tornam-nas 
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01 - B 02 - D 
03 - A 04 - E 
05 - C 06 - D 
07 - A 08 - C 
09 - B 10 - E 
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Domínio da ortografia oficial. Emprego da acentuação gráfica. Emprego dos sinais de 
pontuação. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e 
colocação. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de tempos e modos 
verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. 
Sintaxe. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção 
de texto. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento 
de tipos e gêneros textuais. 
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Aula 10
Português p/ TRE-SP - Todos os cargos
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. O que é Redação Oficial? 2 
1.1. A Impessoalidade 3 
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais 3 
1.3. Formalidade e Padronização 5 
1.4. Concisão e Clareza 5 
2. Pronomes de Tratamento 12 
2.1. Concordância com os Pronomes de Tratamento 12 
2.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento 22 
2.3. Fechos para Comunicações 30 
2.4. Identificação do Signatário 31 
3. O Padrão Ofício 32 
4. Exposição de Motivos 43 
5. Mensagem 46 
6. Telegrama 46 
7. Fax 46 
8. Correio Eletrônico 47 
9. ATA 48 
10. Parecer 49 
11. Relatório 50 
12. Requerimento 52 
13. Declaração 55 
14. Atestado 55 
15. Lista de questões para revisão 60 
16. Gabarito 77 
 
 Olá, pessoal! 
A teoria desta aula engloba um extrato do Manual de Redação da 
Presidência da República, para que você tenha em mão um material claro, 
efetivo e que englobe o que realmente cai na prova. Você vai perceber ao 
longo da aula que algumas vezes são cobradas as expressões literais deste 
manual. Por isso evitei colocar considerações minhas, mas um retrato fiel 
sobre o que esse manual expõe. 
Aula 10 ± Correspondência oficial 
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Vale observar que a banca FCC não tem número grande de questões 
deste assunto, motivo que me fez inserir questões de outras bancas, a fim de 
praticarmos bastante. 
Outra coisa: a banca CESPE é a referência neste assunto, motivo que me 
fez disponibilizar uma aula em vídeo só com questões do CESPE para você 
praticar. Muitas mesmo!!!!!! 
 
1. O que é Redação Oficial???? 
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o 
Poder Público redige atos normativos e comunicações. 
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do 
padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e 
uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, 
que diVS}H�� QR� DUWLJR� ���� ³A administração pública direta, indireta ou 
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (����´�� 6HQGR� D�
publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais
de toda 
administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração 
dos atos e comunicações oficiais. 
Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja 
redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A 
transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, 
são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal 
não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, 
necessariamente, clareza e concisão. 
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, 
concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas 
devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais 
e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. 
A identificação das características específicas da forma oficial de redigir 
não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação ou existência 
de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e 
pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve 
ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do 
jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. 
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à 
evolução da língua. É que sua finalidade básica ± comunicar com 
impessoalidade e máxima clareza ± impõe certos parâmetros ao uso que se faz 
da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da 
correspondência particular, etc. 
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, 
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas. 
 
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1.1. A Impessoalidade 
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para 
que haja comunicação, são necessários: 
a) alguém que comunique; 
b) algo a ser comunicado; e 
c) alguém que receba essa comunicação. 
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público 
(este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, 
Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do 
órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o 
conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 
Poderes da União. 
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos 
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: 
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora 
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada 
Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. 
Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações 
elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa 
uniformidade; 
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas 
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como 
público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário 
concebido de forma homogênea e impessoal; 
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo 
temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito 
ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou 
pessoal. 
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais 
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e 
expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses 
atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui 
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a 
conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que 
só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O 
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de 
informar com clareza e objetividade. 
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser 
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse 
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados 
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação 
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem 
sua compreensão dificultada. 
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Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada 
e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata 
qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros 
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., 
para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já 
a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior 
vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. 
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo 
com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos 
nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões 
extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de 
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, 
há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a 
finalidade com que a empregamos. 
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por 
sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem 
o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele 
em que 
a) observam-se as regras da gramática formal, e 
b) emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do 
idioma. 
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na 
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, 
morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das 
idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a 
pretendida compreensão por todos os cidadãos. 
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de 
expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De 
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem 
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios 
da língua literária. 
Pode-se concluir, então, que QmR�H[LVWH�SURSULDPHQWH�XP�³padrão oficial 
de linguagem´; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações 
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, 
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso 
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de 
linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser 
evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. 
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a 
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos 
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil 
entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o 
cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros 
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. 
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1.3. Formalidade e Padronização 
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a 
certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de 
impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa 
formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao 
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma 
autoridade de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à 
polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a 
comunicação. 
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária 
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é 
natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O 
estabelecimento desse padrão exige que se atente para todas as 
características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos 
textos. 
1.4. Concisão e Clareza 
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto 
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações 
com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é 
fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se 
escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa 
releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições 
desnecessárias de ideias. 
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao princípio de 
economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras 
para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como 
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens 
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se 
exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada 
acrescentem ao que já foi dito. 
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de 
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas 
podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas 
existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma 
ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser 
dispensadas. 
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se 
definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo 
leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende 
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem: 
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que 
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; 
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b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento 
geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o 
jargão; 
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível 
uniformidade dos textos; 
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que 
nada lhe acrescentam. 
É pela correta observação dessas características que se redige com 
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A 
ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais 
provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. 
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil 
compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser 
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos 
em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os 
tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. 
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das 
siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser 
dispensados. 
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são 
elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não 
se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. 
³Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados´�� GL]� D�Pi[LPD��(YLWH-se, 
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. 
Questão 1: TJ AM 2011 Superior (banca FCC) 
Clareza e correção, imprescindíveis na redação de correspondência oficial, 
estão presentes em: 
(A) Em atenção à solicitação recebida por este departamento, vimos informar 
a V. Exa. que serão tomadas as devidas providências, bem como 
encaminhadas as informações dentro do prazo estipulado, como requerem 
os objetivos de transparência e agilidade no cumprimento de nossas 
funções. 
(B) As Comissões Legislativas que se encarregaram de avaliar os projetos 
elaborados por deputados dessa bancada sugeriram que sejam 
submetidos a maiores esclarecimentos, no sentido de se ampliar sua 
participação na área abrangida por eles, a ser encaminhadas por escrito. 
(C) A Vossa Excelência, ilustre e nobre Deputado, estamos encaminhando 
reivindicações dos moradores deste município, que diz respeito a melhoria 
efetiva de nossas estradas, facilitando o acesso e o transporte de bens 
produzidos aqui para comercialização nas cidades vizinhas. 
(D) Como se tratavam de situações calamitosas, causadas por chuvas 
torrenciais, provocando deslizamentos de morros, soterramento de 
pessoas, inundação de casas, sem os remédios para controlar eventuais 
epidemias, viemos solicitar a liberação das verbas do município contra 
catástrofes. 
(E) Aproveitamos o ensejo para esclarecer a V. Sa. que nos é obrigado a 
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enfatizar as conclusões apostas a este Parecer, porque, quando se iniciar 
os trabalhos desta legislatura, irá aparecer, sem dúvida, as origens dessa 
crise em que se mergulhou recentemente. 
Comentário: A alternativa (A) está correta, porque o texto encontra-se de 
acordo com a norma culta e se percebe clareza nas informações. Note que não 
há ambiguidade. 
 Na alWHUQDWLYD��%���D�ORFXomR�YHUEDO�GD�YR]�SDVVLYD�³sejam submetidos´�
p� WUDQVLWLYD� GLUHWD� H� LQGLUHWD�� 2� REMHWR� LQGLUHWR� p� D� H[SUHVVmR� ³a maiores 
esclarecimentos´�� PDV� R� VXMHLWR� paciente não foi expresso literalmente no 
texto, o que nos deixa em dúvida sobre dois possíveis referentes: ³deputados´�
RX� ³os projetos elaborados por deputados´�� 2V� SURQRPHV� ³sua´� H� ³eles´�
colaboram para que haja a indecisão do referente. Assim, o texto não está 
FODUR��(VWi�DPEtJXR��$�H[SUHVVmR�³a ser encaminhadas por escrito´�QmR�SRVVXi 
referente, pois a única expressão plural e feminina mencionada anteriormente 
p� ³As Comissões Legislativas´��PDV��DOpP�GH�HVWDU�PXLWR�GLVWDQWH��QmR� FDEH�
neste contexto. 
 1D� DOWHUQDWLYD� �&��� D� H[SUHVVmR� ³ilustre e nobre Deputado´� IHUH� D�
impessoalidade, a objetividade e a concisão, por ser um tratamento de cunho 
pessoal. Veja que essa expressão não acrescenta em nada o que já fora 
H[SUHVVR� QR� SURQRPH� ³Vossa Excelência´�� $OpP� GLVVR�� Ki� SUREOHPDV�
JUDPDWLFDLV��SRLV�R�SURQRPH�UHODWLYR�³que´�HVWi�QD�IXQomR�GH�VXMeito e retoma 
³UHLYLQGLFDo}HV´�� ID]HQGR� FRP�TXH�R� YHUER� VH� IOH[LRQH�QR�SOXUDO� �dizem). O 
VXEVWDQWLYR� ³respeito´� H[LJH� SUHSRVLomR� ³a´� H� R� VXEVWDQWLYR� ³melhoria´�
é 
antecipado do DUWLJR�³a´��SRU�LVVR�Ki�FUDVH��à melhoria). 
 Na alternativa (D), o verbo transitivo indireto ³tratavam´� QmR� VH�
HQFRQWUD� IOH[LRQDGR�GH�DFRUGR� FRP�D�QRUPD� FXOWD�� SRLV� R�SURQRPH� ³se´� p�R�
índice de indeterminação do sujeito, assim o verbo obrigatoriamente deve se 
flexionar na terceira pessoa do singular. Quanto à clareza, seria melhor a 
e[SUHVVmR�³contra catástrofes´�ILFDU�SUy[LPD�GH�VHX�Q~FOHR�³verbas´� 
 1D�DOWHUQDWLYD��(���D�H[SUHVVmR�³nos é obrigado a enfatizar´�QmR�SRVVXL�
VXMHLWR�� SRLV� ³nos´� H� ³a enfatizar´� QmR� SRGHP� VHU� VXMHLWR� GD� H[SUHVVmR� ³é 
obrigado´��2� SULPHLUR�� SRU� VHU� XP�SURQRPH átono, o segundo, por ser uma 
oração iniciada por preposição. O ideal é transformar a expressão em ³somos 
obrigados a enfatizar´ RX�³nos é obrigado enfatizar´� �LVVR�p�REULJDGR�D�
nós). 
 2� YHUER� ³iniciar´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� R� SURQRPH� ³se´� p� DSDVVLYDGRU� 
$VVLP��D�H[SUHVVmR�³os trabalhos desta legislatura´�p�R�VXMHLWR�SDFLHQWH��R�TXDO�
força este verbo ao plural: iniciarem. Para termos certeza de que realmente 
há pronome apassivador, devemos transpor para a voz passiva analítica: 
...quando os trabalhos desta legislatura forem iniciados... 
 $� ORFXomR� YHUEDO� ³irá aparecer´� GHYH� VHU� IOH[LRQDGD� QR� SOXUDO� �irão 
aparecer���SRLV�R�VXMHLWR�³as origens dessa crise´�HQFRQWUD-se no plural. 
 1RWH� TXH� R� YHUER� ³mergulhou´� HVWi� FRUUHWDPHQWH� HPSUHJDGR� QR�
singular, por ser iQWUDQVLWLYR��R�SURQRPH�³se´�VHU�R� tQGLFH�GH� LQGHWHUPLQDomR�
GR�VXMHLWR�H�D�H[SUHVVmR�³em que´�VHU�R�DGMXQWR�DGYHUELDO�GH�OXJDU� 
Gabarito: A 
 
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Questão 2: MEC 2008 Superior (banca FGV) 
As questões a seguir referem-se ao Manual de Redação da Presidência da 
República. 
A respeito da redação oficial, analise as afirmativas a seguir: 
I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a 
certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do 
padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de 
tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto 
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade 
de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à 
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a 
comunicação. 
II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a 
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos 
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de 
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se 
ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas 
a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos 
cidadãos. 
III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. 
Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer 
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros 
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, 
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa 
distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as 
transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se 
apenas de si mesma para comunicar. 
Assinale: 
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Comentário: A frase I é uma cópia da introdução do Manual de Redação da 
Presidência da República. Perceba que as palavras mais importantes são: 
impessoalidade, formalidade, padrão culto. Veja isso no tópico 1.3 
anteriormente referenciado. 
 Na frase II, perceba uma afirmação realmente lógica. O termo técnico 
pode ser usado quando necessário. Porém, se o documento é enviado a quem 
possa não ter conhecimento, é natural que seja explicado no decorrer do 
texto. Isso está previsto no 9° parágrafo do tópico 1.2 anteriormente 
referenciado. 
 2� HUUR� QD� IUDVH� ,,,� p� R� DGYpUELR� ³1mR´�� +i�� VLP�� XP� GLVWDQFLDPHQWR�
entre língua falada e língua escrita, e todo o trecho acima confirmou isso. Veja 
no 3° parágrafo do tópico 1.2. 
Gabarito: A 
 
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Questão 3: TRT 16 R - 2009 ± Analista (banca FCC) 
A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da 
seguinte frase: 
(A) Causa-nos revolta, a todos, o pouco interesse que ele vem demonstrando 
na condução desse processo ± razão pela qual há quem peça a demissão 
dele. 
(B) Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a 
decisão, há quem creia que nos satisfará o desfecho deste caso. 
(C) Inconformados com a resposta insatisfatória que nos deu, reiteramos o 
pedido para que ele não deixe de tomar as providências que o caso 
requer. 
(D) Ele deu uma resposta insatisfatória à providência que lhe solicitamos, em 
razão da qual será preciso insistir em que não venha a repeti-la. 
(E) Caso não sejam tomadas as providências cabíveis, seremos obrigados a 
comunicar à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso. 
Comentário: Não está claro na alternativa (D) a quem a expressão ³da qual" 
VH� UHIHUH�� j� ³resposta´� RX� j� ³providência´�� O texto poderia ser mais claro, 
concorda? 
 Vale lembrar que, neste tipo de questão, devemos ficar ligados nos 
referentes: a quem os pronomes, substantivos ou verbos se referem. 
1RUPDOPHQWH�� YRFr� WHUi� XP� SURQRPH� SRVVHVVLYR� �³sua´�� ³seu´�� FRPR�
elemento que mostrará a ambiguidade. Nesta questão, especificamente, não 
houve o pronome possessivo, mas você o verá em outras. 
Gabarito: D 
 
Questão 4: TRT 12R 2010 Analista (banca FCC) 
Ao se redigir um documento oficial, deve-se atentar para as seguintes 
recomendações: 
I. Praticar a concisão e a clareza, de modo a que poucas palavras possam 
trazer muita informação, não deixando dúvida quanto à significação do 
conjunto do texto. 
II. A comunicação oficial não exime o redator de manifestar claramente sua 
subjetividade, por meio de opiniões criativas e do posicionamento 
estritamente pessoal diante de uma questão. 
III. A formalidade da linguagem é uma característica imprescindível da 
redação oficial, fazendo-se notar, por exemplo, pela observância da 
norma culta e pelas formas protocolares de tratamento. 
Está correto o que consta APENAS em 
(A) I. 
(B) II. 
(C) III. 
(D) I e III. 
(E) II e III. 
Comentário: A frase I está correta, pois transmite o que se diz no tópico 1.4 
sobre concisão. Assim, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E) e já sabemos 
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que a frase II está errada. Mas devemos confirmar. 
 A frase II realmente está errada, pois o texto deve ser objetivo e sem 
impressões pessoais. Leia o que se diz no tópico 1.1 sobre a impessoalidade. 
 A frase III também expressa o que se informa no tópico 1.3 sobre a 
formalidade e a padronização. Releia o primeiro parágrafo deste tópico. 
 Portanto, a alternativa correta é a (D). 
Gabarito: D 
 
Questão 5: TRE RN 2011 Técnico (banca FCC) 
A redação de documentos oficiais deve pautar-se
por impessoalidade, clareza, 
concisão e pelo uso correto da norma culta. Todas essas qualidades são 
respeitadas no seguinte trecho: 
(A) Este setor do Governo Estadual, responsável pelo atendimento a vítimas 
de desastres naturais, elaborou um plano geral de assistência a ser 
encaminhado às entidades que colaboram nesse atendimento, para a 
adequada efetivação dos trabalhos nas ocasiões de calamidade pública. 
(B) O Instituto Benefício para Todos deverá estar sendo convidado para fazer 
parte de uma campanha destinada a angariar donativos, que se espera 
seja suficiente para atender a todos os desabrigados da enchente; 
conforme estipulado pela Coordenadoria, que foi considerada de relevante 
interesse social. 
(C) Como Deputado da Bancada Estadual, sinto-me avexado por que não 
estou podendo atender com mais prontidão e benefícios as vítimas dessa 
implacável seca, que teve motivos alheios à minha vontade para não 
conseguir isso. 
(D) Membros da Comissão Técnica destinada a averiguar a distribuição de 
favores em troca de votos, apurou que o Presidente do Conselho de 
Agricultores do Estado afirmou ao seu Vice de que ele poderia estar sendo 
investigado por desvio de verbas. 
(E) O critério metodológico de escolha dos participantes das equipes de 
atendimento à vítimas de desastres naturais estão sendo preparados, 
tendo em vista que é importante observar a correspondência entre tais 
desastres e o atingimento de pessoas nessa situação. 
Comentário: Perceba que a alternativa (A) possui um texto claro, impessoal 
e gramaticalmente correto. 
 $� DOWHUQDWLYD� �%�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� JHUXQGLVPR� ³deverá estar sendo 
convidado´� IHUH� D� QRUPD� FXOWD�� 2� LGHDO� p� D� FRUUHomR� SDUD� ³deverá ser 
convidado´��$�H[SUHVVmR�³que se espera seja suficiente´�QmR�p�HVVHQFLDO�SDUD�R�
WH[WR�H��SRU�FRQFLVmR��GHYH�VHU�H[FOXtGD��1D�H[SUHVVmR�³para fazer parte´��D�
SUHSRVLomR� ³para´� GHYH� VHU� VXEVWLWXtGD� SHOD� SUHSRVLomR� ³a´� SRU� LQLFLDU� XPD�
oração com valor de objeto indireto. 
 2� DGMXQWR� DGYHUELDO� ³conforme estipulado pela Coordenadoria´� H� D�
RUDomR� VXERUGLQDGD� DGMHWLYD� H[SOLFDWLYD� ³que foi considerada de relevante 
interesse social´�� QD� SRVLomR� HP�TXH� VH encontram, não transmitem clareza 
quanto ao seu referente. O adjunto adverbial se refere à locução verbal 
³deverá ser convidado´� H� D� RUDomR� DGMHWLYD� VH� UHIHUH� DR� VXEVWDQWLYR�
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³campanha´��Como essas informações estão distantes dos seus referentes e 
não são essenciais ao entendimento do texto, podem ser excluídas. 
 A alternativa (C) está errada, pois o texto contém subjetivismo nas 
H[SUHVV}HV� ³sinto-me avexado´�� ³minha vontade´�� $OpP� GLVVR�� Ki� SUREOHPD�
JUDPDWLFDO��SRLV�D�H[SUHVVmR�³por que´�GHYH�VHU�XQLGD�SRr ser uma conjunção 
causal (porque��� 2� YHUER� ³atender´� HVWi� EHP� HPSUHJDGR�� SRLV�� QHVWH�
contexto, admite ser transitivo direto, por isso não há obrigatoriedade de 
FUDVH�HP�³as vítimas´��$�H[SUHVVmR�³SDUD�QmR�FRQVHJXLU�LVVR´��DOpP�GH�QmR�VHU�
clara, não é essencial para o texto, devendo ser excluída. A oração 
VXERUGLQDGD�DGMHWLYD�H[SOLFDWLYD�³que teve motivos alheios à minha vontade´�
HVWi�HPSUHJDGD�HTXLYRFDGDPHQWH��SRLV�HVWi�H[SOLFDQGR�R�VXEVWDQWLYR�³seca´��
o que a torna incoerente. 
 A alternativa (D) está errada, porque a oração subordinada adjetiva 
UHGX]LGD� GH� SDUWLFtSLR� ³destinada a averiguar a distribuição de favores em 
troca de votos´�UHVWULQJH�D�H[SUHVVmR�³Comissão Técnica´��3RU�LVVR��QmR�SRGH�
haver vírgula fechando essa oração. Deve-se retirar a vírgula DSyV� ³YRWRV´��
$OpP�GLVVR��R�VXMHLWR�SOXUDO�IRUoD�R�YHUER�DR�SOXUDO��³Membros...apuraram���´� 
 2� YHUER� ³afirmou´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� LQGLUHWR�� D� H[SUHVVmR� ³ao seu 
Vice´� p� REMHWR� LQGLUHWR�� SRU� LVVR� GHYH-VH� UHWLUDU� D� SUHSRVLomR� ³de´� DQWHV� GD�
conjunção integrante ³que´�� a qual inicia a oração subordinada substantiva 
objetiva direta ³que ele poderia estar sendo investigado por desvio de 
verbas´. 
 3HUFHED� TXH� QmR� SRGHPRV� HQWHQGHU� D� ORFXomR� YHUEDO� ³poderia estar 
sendo investigado´� FRPR� JHUXQGLVPR�� SRLV� D� UHGXomR� SDUD� ³poderia ser 
investigado´�PXGD�R�VHQWLGR��FRQILUPDQGR�TXH�VHX�XVR�HVWi�FRUUHWR� 
 A alternativa (E) está errada, pois se deve retirar o acento indicativo de 
FUDVH�HP�³j�YtWLPDV´��1RWH�TXH�R�VXEVWDQWLYR�HVWi�QR�SOXUDO�H�R�YRFiEXOR�³D´�
está no singular��SRU�LVVR�Vy�Ki�SUHSRVLomR�³D´��$OpP�GLVVR��R�Q~FOHR�GR�VXMHLWR�
(critério) leva a locução verbal ao singular (está sendo preparado). 
Gabarito: A 
 
Questão 6: TRE RN 2011 Analista (banca FCC) 
Considerando-se as qualidades exigidas na redação de documentos oficiais, 
está INCORRETA a afirmativa: 
(A) A concisão procura evitar excessos linguísticos que nada acrescentam ao 
objetivo imediato do documento a ser redigido, dispensando detalhes 
irrelevantes e evitando elementos de subjetividade, inapropriados ao 
texto oficial. 
(B) A impessoalidade, associada ao princípio da finalidade, exige que a 
redação de um documento seja feita em nome do serviço público e tenha 
por objetivo o interesse geral dos cidadãos, não sendo permitido seu uso 
no interesse próprio ou de terceiros. 
(C) Clareza e precisão são importantes na comunicação oficial e devem ser 
empregados termos de conhecimento geral, evitando-se, principalmente, 
a possibilidade de interpretações equivocadas, como na afirmativa: O 
Diretor informou ao seu secretário que os relatórios deveriam ser 
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encaminhados a ele. 
(D) A linguagem empregada na correspondência oficial, ainda que 
respeitando a norma culta, deve apresentar termos de acordo com a 
região e com requinte adequado à importância da função desempenhada 
pela autoridade a quem se dirige o documento. 
(E) Textos oficiais devem ser redigidos de acordo com a formalidade, ou seja, 
há certos procedimentos, normas e padrões que devem ser respeitados 
com base na observância de princípios ditados pela civilidade, como 
cortesia e polidez, expressos na forma específica de tratamento. 
Comentário: A alternativa (A) está de acordo com o tópico 1.4. 
 A alternativa (B) está de acordo com o tópico 1.1. 
 A alternativa (C) está de acordo com o tópico 1.4. O exemplo colocado 
nesta alternativa nos mostra um problema de clareza: 
³O Diretor informou ao seu secretário que os relatórios deveriam ser 
encaminhados a ele�´ 
 $�TXHP�VH�UHIHUH�R�SURQRPH�³ele´"�$R�³'LUHWRU´ RX�DR�³VHFUHWiULR´? 
 Veja que a alternativa (D) vai contra os princípios analisados no tópico 
1.2 (A linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). A oração subordinada 
DGYHUELDO�FRQFHVVLYD�³ainda que respeitando a norma culta´�ID]�HQWHQGHU�TXH�
normalmente não há necessidade de respeitar o padrão culto, o que não está 
em conformidade com a linguagem da correspondência oficial. Além disso, 
deve-se evitar o regionalismo e linguagem rebuscada, pois deve ser 
transmitida de maneira mais clara e objetiva possível. 
 Veja que a alternativa (E) está de acordo com o que prevê o tópico 1.3. 
Gabarito: D 
 
2. Pronomes de Tratamento 
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga 
tradição na língua portuguesa. 
2.1. Concordância com os Pronomes de Tratamento 
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam 
certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. 
Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala,
ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira 
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como 
VHX� Q~FOHR� VLQWiWLFR�� ³9RVVD� Senhoria nomeará R� VXEVWLWXWR´�� ³9RVVD�
Excelência conhece o assunto´� 
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de 
tratamento são sempre os da terceira pessoa�� ³9RVVD�Senhoria nomeará seu 
VXEVWLWXWR´��H�QmR�³Vossa ... vosso���´�� 
 Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical 
deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo 
que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é 
³Vossa Excelência está atarefado´�� ³Vossa Senhoria deve estar satisfeito´��VH�
IRU� PXOKHU�� ³9RVVD� ([FHOrQFLD� HVWi� DWDUHIDGD´�� ³9RVVD� 6HQKRULD� GHYH� HVWDU�
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satisfeita´� Isso tem uma razão lógica dentro da correspondência oficial: 
clareza na informação. 
Observações: 
a. Quando esses pronomes estão na função de objeto indireto ou 
FRPSOHPHQWR�QRPLQDO��DQWHFHGLGRV�GD�SUHSRVLomR�³D´��QmR�UHFHEHP�crase, pois 
não admitem artigo: Refiro-me a Vossa Senhoria. 
b. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, 
vocês. O senhor e a senhora são empregados num tratamento formal; você e 
vocês, no tratamento familiar e amigável. 
Dentre os pronomes de tratamento, somente senhora DGPLWH�DUWLJR�³D´��
SRU�LVVR��VH�HVVH�SURQRPH�IRU�SUHFHGLGR�GH�SUHSRVLomR�³D´��KDYHUi�FUDVH� 
Refiro-me à senhora Gioconda. 
c. Usa-VH�³Vossa´, quando conversamos com a pessoa��H�³Sua´, quando 
falamos da pessoa. 
Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não 
com as de Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. 
Questão 7: Fiotec / 2010 / Auxiliar Adm (banca Funrio) 
Suponha que o primeiro parágrafo de um memorando tenha sido redigido da 
seguinte maneira: 
³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria 
possa estar verificando a possibilidade de que instale-se três 
microcomputadores neste Departamento�´ 
Se corrigirmos os problemas linguísticos encontrados no texto acima, teremos 
a seguinte redação: 
A) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria 
verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores 
neste Departamento. 
B) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria 
venha a verificar a possibilidade de que se instale três microcomputadores 
em nosso Departamento. 
C) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicitamos a V. Sa que 
verifique a possibilidade de ser instalado três microcomputadores nesse 
Departamento. 
D) Nos termos do Plano Geral Informatizacional, solicito à V. Sa a verificação 
da possibilidade de que sejam instalados três computadores de pequeno 
porte no Departamento signatário. 
E) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria 
verificar a possibilidade de que se instale três microcomputadores nesse 
Departamento. 
Comentário: Nesta questão, devemos basicamente entender que um texto 
de correspondência oficial deve primar pela utilização da norma culta. Assim, 
devemos observar os erros no trecho do pedido da questão e escolher a 
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alternativa que não apresenta tais vícios. 
³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria 
possa estar verificando a possibilidade de que se instale três 
microcomputadores neste Departamento�´ 
 Primeiramente, veja que é vício de linguagem utilizar o gerundismo 
�³possa estar verificando´�. O gerundismo é o uso impróprio do gerúndio. Para 
eOLPLQDU� R� HUUR�� EDVWD� H[FOXLU� ³possa HVWDU´� H� WUDQVIRUPDU� R� JHU~QGLR� HP�
presente do subjuntivo (verifique). 
 $OpP�GLVVR�� QRWH� TXH� D� FRQMXQomR� LQWHJUDQWH� ³que´� p� SDODYUD� DWUDWLYD��
SRU� LVVR� R� SURQRPH� SHVVRDO� REOtTXR� iWRQR� ³se´� GHYH� VH� SRVLFLRQDU�
imediatamentH�DQWHV�GR�YHUER��³que se instale´�� 
 3RU� ILP�� R� YHUER� ³instale´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR�� R� SURQRPH� ³se´� p�
DSDVVLYDGRU�H�R�WHUPR�SOXUDO�³três microcomputadores´ é o sujeito paciente e 
força o verbo ao plural (que se instalem três microcomputadores). 
 Veja a correção da frase: 
³Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria 
verifique a possibilidade de que se instalem três microcomputadores neste 
Departamento�´ 
 Agora, vamos às alternativas: 
 A alternativa (B) está errada, pois a concorGkQFLD� GR� YHUER� ³instale´�
FRQWLQXD� HUUDGD�� $OpP� GLVVR�� QmR� FDEH� D� SUHSRVLomR� ³D´� HP� ³YHQKD� D�
YHULILFDU´��9HMD�D�FRUUHomR�� 
Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito que Vossa Senhoria 
venha verificar a possibilidade de que se instalem três microcomputadores 
em nosso Departamento. 
 A alternativa (C) está errada, pois a locução verbal deve concordar com 
R�VXMHLWR�SDFLHQWH��$OpP�GLVVR��GHYH�KDYHU�R�SURQRPH�³neste´��WHQGR�HP�YLVWD�
ser o departamento de onde partiu a comunicação. Note que deve haver o 
SRQWR�SDUD�ILQDOL]DU�D�DEUHYLDomR�³Sa.´��Veja a correção: 
Nos termos do Plano Geral de informatização, solicitamos a V. Sa. que 
verifique a possibilidade de serem instalados três microcomputadores neste 
Departamento. 
 A alternativa (D) está errada, pois não pode haver crase antes do 
SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³9��6D�´��$V�GHPDLV�DOWHUDo}HV�HVWmR�GH�DFRUGR�FRP�D�
norma culta. 
Nos termos do Plano Geral Informatizacional, solicito a V. Sa. a verificação da 
possibilidade de que sejam instalados três computadores de pequeno porte no 
Departamento signatário. 
 A alternativa (E) está errada, tendo em vista que o verbo não concorda 
FRP�R�VXMHLWR�SDFLHQWH��$OpP�GLVVR��GHYH�KDYHU�R�SURQRPH�³neste´��WHQGR�HP�
vista ser o departamento de onde partiu a comunicação. Veja a correção: 
Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria 
verificar a possibilidade de que se instalem três microcomputadores neste 
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Departamento. 
 Assim, a alternativa (A) é a correta, pois as alterações realizadas na 
frase preservam a norma culta. Veja: 
Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria 
verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores 
neste Departamento. 
Gabarito: A 
 
Questão 8: TRT 16 R - 2009 ± Analista (banca FCC) 
 A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que 
lhe são próprios, nem a máxima objetividade no tratamento do assunto em 
tela. Não cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você, é preciso 
conhecer o emprego mais cerimonioso de Vossa Senhoria e Vossa Excelência, 
por exemplo, para os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas 
se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada, a redação deve ser clara 
e precisa, para que se evitem ambiguidades, incoerências e quebras 
sintáticas. 
(Diógenes Moreyra, inédito) 
Quanto ao emprego das formas de tratamento, está correta a seguinte 
construção: 
(A) Se preferires, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua 
coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente tereis 
a nos oferecer. 
(B) Sempre contaremos com os préstimos
com que Vossa Senhoria nos tem 
honrado, razão pela qual, antecipadamente, deixamos-lhe aqui nosso 
profundo reconhecimento. 
(C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à vossa 
disposição o relatório que nos incumbiste de providenciar há cerca de uma 
semana. 
(D) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera de suas providências, das 
quais não nos cabe tratar com seu adjunto ± grande, embora, seja a 
consideração, meu caro senhor, que lhe dispensamos. 
(E) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz de atender aos nossos 
reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a vossa atenção. 
Comentário: Devemos nos lembrar de que os verbos ou pronomes que se 
referem a pronomes de tratamento devem se flexionar na terceira pessoa. Foi 
o que ocorreu na alternativa (B) e por isso está correta. Veja as frases abaixo 
já corrigidas: 
(A) Se preferir, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua 
coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente terá a nos 
oferecer. 
(C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à sua disposição 
o relatório que nos incumbiu de providenciar há cerca de uma semana. 
(D) Diga a Sua Senhoria (não se está falando diretamente com a autoridade) 
que estamos à espera de suas providências, das quais não nos cabe tratar 
com seu adjunto ± grande, embora, seja a consideração, meu caro senhor, 
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que lhe dispensamos. 
(E) Esperamos que Vossa Senhoria seja capaz de atender aos nossos 
reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a sua atenção. 
Gabarito: B 
 
Questão 9: BB 2010 ± Escriturário (banca FCC) 
A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é: 
(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e 
esperamos poder estar sendo recebidos em vosso gabinete para discutir 
nossos problemas salariais. 
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de 
pessoal especializado em serviços gerais para os departamentos que 
foram recentemente criados. 
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sa. este jovem, muito inteligente e 
esperto, que lhe vai resolver os problemas do sistema de informatização 
de seu gabinete. 
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste 
departamento, faltaram um número grande de servidores para os 
andamentos do serviço. 
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais 
providências vão ser tomadas para resolver essa confusão que foi criado 
pelos manifestantes. 
Comentário: Sabendo-se que o documento oficial deve ser escrito de acordo 
com a norma culta e transmitir clareza, veja a reescrita já corrigida abaixo: 
 Na (A), não há crase antes de pronome de tratamento. O gerundismo é 
vício de linguagem, por isso a expressão verbal foi reestruturada. 
Estamos encaminhando a Vossa Senhoria algumas reivindicações, e 
esperamos ser recebidos em seu gabinete para discutirmos nossos 
problemas salariais. 
 A alternativa (B) é a correta, porque o texto segue a norma culta, é 
claro, objetivo, impessoal e conciso. 
 Na alternativa (C), foram inseridos vocábulos desnecessários 
�³SUHVHQoD´�� ³lhe´) e inadequados por transmitirem impressões pessoais: 
³este jovem´��³muito inteligente e esperto´� 
Estou encaminhando a V. Sa. uma pessoa que vai resolver os problemas do 
sistema de informatização de seu gabinete. 
 Na alternativa (D), o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito 
(faltou um número). Veja: 
Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste 
departamento, faltou um número grande de servidores para os andamentos 
do serviço. 
 Na alternativa (E), deve-VH�UHWLUDU�R�SOHRQDVPR�³QRVVR´�´SHVVRDO´��DOpP�
da necessidade de ajustar a regência e a concordância. Veja: 
Do nosso ponto de vista, fica difícil lhes informar quais providências vão 
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ser tomadas para resolver essa confusão que foi criada pelos manifestantes. 
Gabarito: B 
 
Questão 10: TRF 1R 2001 Analista (banca FCC) 
A única frase corretamente construída é: 
(A) Espero que Vossa Excelência aprecieis o novo código. 
(B) Se o senhor preferir, aguardarei que termines a leitura integral do código. 
(C) Se passares os olhos pela nova redação, poderá ver que são pequenas as 
alterações. 
(D) Conserva contigo esse exemplar do novo código; não vá perdê-lo, por 
favor. 
(E) Se Vossa Senhoria não fizer objeção, levo-lhe ainda hoje a nova redação 
do código. 
Comentário: Os verbos e pronomes que se referem aos pronomes de 
tratamento devem se flexionar em terceira pessoa. Assim: 
 Na alternativa (A), o verbo apreciar deve ser flexionado na terceira 
pessoa do singular: aprecie. 
 Na alternativa (B), o verbo terminar deve ser flexionado na terceira 
pessoa do singular: termine. 
 Na alternativa (C), não há pronome de tratamento explícito; mas veja 
TXH�D�ORFXomR�YHUEDO�³poderá ver´�HVWi�VHQGR�HPSUHJDGD�HP�WHUFHLUD�SHVVRD�
do singular (subentendendo um sujeito de terceira pessoa), o que força o 
YHUER� ³passares´� a ser flexionado também na terceira pessoa do singular 
(passar), pois as duas construções verbais estão se referindo ao mesmo 
sujeito. 
 Neste caso, um verbo deve seguir a concordância do outro (ou os dois 
em segunda pessoa, ou os dois em terceira pessoa). 
 1D� DOWHUQDWLYD� �'��� R� YHUER� ³&RQVHUYD´� HVWi� HPSUHJDGR� QD� VHJXQGD�
pessoa do singular do imperativo afirmativo, combinando com o pronome 
³FRQWLJR´�� $� ORFXomR� YHUEDO� SRVWHULRU está no imperativo negativo, mas na 
terceira pessoa do singular. Por isso, o correto é transpô-la para a segunda 
pessoa do singular do imperativo negativo: não vás perdê-lo. 
 A alternativa (E) é a correta, pois o verbo e o pronome estão 
corretamente empregados na terceira pessoa do singular. 
Gabarito: E 
 
Questão 11: TRT 12R 2010 Técnico (banca FCC) 
O emprego dos pronomes de tratamento está inteiramente correto em: 
(A) Senhor João das Neves, respeitável representante da Sociedade Amigos e 
Amigos, queremos cumprimentar-vos pela gestão que V. Exa. tão bem 
tem conduzido neste último ano. 
(B) Estamos à disposição de V. Exa. para dar continuidade aos trabalhos que 
vós encetaram neste setor, e esperamos fazê-lo tão bem quanto vós 
mesmos o fizestes. 
(C) É notório que V. Sa. deveis estar sabendo dos progressos conseguidos por 
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estas pessoas, e por isso vimos solicitar-vos vossa atenção para uma 
situação surgida recentemente. 
(D) Pedimos encarecidamente a Vossa Senhoria que não abandoneis a 
organização de nossos programas culturais, em nome daqueles que 
dependem de vosso conhecimento nessa área. 
(E) A Vossa Excelência, nossa prestigiada Embaixadora, dirigimos os votos de 
que possa cumprir com êxito sua missão diplomática em região tão 
conturbada por conflitos entre nações vizinhas. 
Comentário: Perceba que nesta questão foi cobrado apenas o uso dos 
pronomes. Assim, mesmo havendo algumas frases com posicionamento 
subjetivo e pouco claro, devemos nos ater apenas ao uso desses pronomes. 
 Na alternativa (A), o pronoPH�FRUUHWR�VHULD� ³9��6D�´� �9RVVD�6HQKRULD���
$OpP� GLVVR�� D� H[SUHVVmR� ³FXPSULPHQWDU-YRV´�
GHYH� VHU� FRUULJLGD� SDUD�
³FXPSULPHQWi-OR´� 
 1D�DOWHUQDWLYD��%���R�YHUER�³HQFHWDUDP´�p�WUDQVLWLYR�GLUHWR�H�WHP�FRPR�
VXMHLWR� HOtSWLFR� ³9�� ([D´�� SRU� LVVR� GHYH� VHU� IOH[LRQDGR na terceira pessoa do 
singular (encetou���2�SURQRPH�UHODWLYR�³TXH´�HVWi�QD�IXQomR�GH�REMHWR�GLUHWR�
H� UHWRPD� ³RV� WUDEDOKRV´�� $� H[SUHVVmR� ³vós mesmos o fizestes´� GHYH� VHU�
FRUULJLGD�SDUD�³Vossa Excelência mesma os fez´��Como não há referência a 
uma autoridade do sexo masculino, o pronome demonstrativo (mesma) 
FRQFRUGD�OLWHUDOPHQWH�FRP�R�Q~FOHR�³Excelência´� 
 &RPR� VH� UHIHUHP� DR� VXEVWDQWLYR� SOXUDO� ³trabalhos´�� R� LGHDO� p� TXH� Rs 
SURQRPHV�³-lo´�H�³o´�VH�IOH[LRQHP�QR�SOXUDO��³-los´�H�³os´� 
 Na alternativa (C), o verbo e pronomes devem ser flexionados na 
terceira pessoa. Corrigindo, teremos: 
É notório que V. Sa. deve estar sabendo dos progressos conseguidos por 
estas pessoas, e por isso vimos solicitar-lhe sua atenção para uma situação 
surgida recentemente. 
 Na alterQDWLYD��'���R�YHUER�³abandoneis´�H�R�SURQRPH�³vosso´�GHYHP�VH�
flexionar na terceira pessoa (abandone e seu). 
 A alternativa (E) está correta, pois D�ORFXomR�YHUEDO�³possa cumprir´ e o 
pronome ³sua´�� RV� TXDLV� VH� UHIHUHP� j� DXWRULGDGH�� estão corretamente 
flexionados na terceira pessoa do singular. Veja que a linguagem da frase está 
subjetiva, porém não foi isso o cobrado nesta questão. 
Gabarito: E 
 
Questão 12: TRT 12R 2010 Analista (banca FCC) 
A frase em que se apresenta adequado e uniforme o tratamento pessoal e 
verbal é: 
(A) Vimos, por este intermédio, solicitar a Vossa Senhoria que vos digneis a 
acolher e enviar ao Juiz da 4ª Vara os autos do processo em tela. 
(B) Viemos, por este intermédio, solicitar que Vossa Excelência se digneis a 
acolher o parecer do processo em tela e enviá-lo ao Juiz da 4ª Vara. 
(C) Vimos, por este instrumento, solicitar-vos que acolhais o parecer que 
dispomos sobre o processo, e encaminhá-lo ao Juiz da 4ª Vara. 
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(D) Vêm aqui, por este recurso, solicitar-vos os interessados que Vossa 
Excelência remetais o parecer do processo em tela ao Juiz da 4ª Vara. 
(E) Vimos, por este dispositivo, solicitar que Vossa Senhoria acolha e 
encaminhe ao Juiz da 4ª Vara os autos do referido processo. 
Comentário: Ao comentarmos a alternativa (E), que é a correta, já se vê por 
TXH�DV�GHPDLV�HVWmR�HUUDGDV��2�YHUER�³vimos´�HVWi�FRUUHWDPHQWH�HPSUHJDGR�
QR� SUHVHQWH� GR� LQGLFDWLYR�� R� SURQRPH� ³Vossa Senhoria´� p� R� WUDWDPHQWR�
cerimonioso dirigido a qualquer cidadão ou a ocupante de cargo que não seja 
de altas DXWRULGDGHV��SRU�LVVR�HVWi�FRUUHWR��2V�YHUERV�³acolha´�H�³encaminhe´�
estão corretamente empregados na terceira pessoa do singular do presente do 
subjuntivo. 
Gabarito: E 
 
 
Questão 13: TRE PE 2011 Técnico (banca FCC) 
As qualidades exigidas na redação de um documento oficial estão presentes 
em: 
(A) Encaminhamos a V. Exa. o relatório das atividades programadas por esta 
Secretaria, previstas para o próximo trimestre, para que sejam tomadas 
as medidas relativas à liberação dos recursos necessários a esses 
empreendimentos. 
(B) Como V. Exa. já deve ter ficado sabendo, tivemos alguns contratempos 
durante os eventos programados para este fim de semana e, por isso 
mesmo, estamos enviando a V. Exa. as informações mais exatas possíveis 
a respeito desses acontecimentos, para que tomeis as providências 
cabíveis. 
(C) Considerando que houveram contratempos na realização dos eventos que 
estavam programados para este final de semana, esperamos que V. Exa. 
e seus auxiliares tomem as medidas importantes para resolver esse 
impasse. 
(D) O relatório que acabou de ser encaminhado para V.Exa., demos conta do 
andamento das providências que cabia tomar, sendo possível dentro dos 
prazos agendados, a realização de todo o programa desta Secretaria. 
(E) Nós, na qualidade de representante desta comunidade que vos dirige a 
solicitação de providenciar a licença necessária para a limpeza da praça 
deste bairro, conforme abaixo assinado pelos moradores, é o que pedimos 
a V.Exa., com urgência. 
Comentário: Vimos que a correspondência oficial baseia-se na 
impessoalidade, formalidade, objetividade, concisão, padrão culto da 
linguagem e clareza. 
 A alternativa (A) é a correta, pois se preservou a norma culta e com isso 
XP�QtYHO�GH� OLQJXDJHP�IRUPDO��9HMD�TXH�R�SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³V. Exa.´�
está antecHGLGR� GD� SUHSRVLomR� ³a´�� 1mR� SRGH� KDYHU� FUDVH�� SRUTXH� HVWH�
pronome de tratamento não admite artigo. 
 (VWi�FRUUHWR�WDPEpP�R�XVR�GR�SURQRPH�GHPRQVWUDWLYR�³esta´�WHQGR�HP�
vista se referir à secretaria que está remetendo o documento a outro órgão. 
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 A crase eVWi� FRUUHWDPHQWH� HPSUHJDGD�� SRUTXH� R� DGMHWLYR� ³relativas´�
H[LJLX�D�SUHSRVLomR�³a´�H�R�VXEVWDQWLYR� IHPLQLQR�³liberação´�DGPLWLX�R�DUWLJR�
³a´�� 
 $� H[SUHVVmR� ³a esses empreendimentos´� QmR� UHFHEHX� FUDVH� SRUTXH� R�
SURQRPH� ³esses´� QmR� DGPLWH� VHU� DQWHFHGLGR� GH� DUWigo; além disso, o 
VXEVWDQWLYR�HVWi�IOH[LRQDGR�QR�SOXUDO�H�R�³D´�HVWi�IOH[LRQDGR�QR�VLQJXODU� 
 A partir de agora, perceba que a banca insere um erro gramatical, para 
você eliminar logo a alternativa. Depois, inclui um ou mais problemas de 
clareza, informalidade etc. Dessa forma, ela evita que se perca muito tempo 
na questão. Você deve enxergar o problema gramatical e partir para a 
próxima alternativa. 
 $� DOWHUQDWLYD� �%�� HVWi� HUUDGD�� SRUTXH� R� YHUER� ³tomeis´� VH� UHIHUH� DR�
SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³V. Exa�´��$VVLP, deve se flexionar na terceira pessoa 
do singular: tome. 
 Além disso, o texto deve primar pela objetividade, evitando repetição 
desnecessária. Assim, segue uma sugestão. 
Durante a programação para este fim de semana, tivemos alguns 
contratempos, sobre os quais estamos enviando as informações mais exatas, 
para que V. Exa. tome as providências cabíveis. 
 $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� R� YHUER� ³houveram´� HVWi� VHQGR�
HPSUHJDGR�QR�VHQWLGR�GH�³existir´��$VVLP��GHYH�VH�IOH[LRQDU�QD�WHUFHLUD�SHVVRD�
do singular�� SRLV� QmR� WHP� VXMHLWR� �³houve´��� 2� WHUPR� ³contratempos´� p�
apenas o objeto direto. 
Considerando que houve contratempos na realização dos eventos que 
estavam programados para este final de semana, esperamos que V. Exa. e 
seus auxiliares tomem as medidas importantes para resolver esse impasse. 
 A alternativa (D) está errada, primeiro porque há um truncamento 
VLQWiWLFR��9HMD�TXH�D�H[SUHVVmR�³O relatório´��VHJXLGD�GD�RUDomR�VXERUGLQDGD�
DGMHWLYD�UHVWULWLYD�³que acabou de ser encaminhado para V.Exa.´��GHYHULD�VHU 
R� VXMHLWR� GR� YHUER� GD� RUDomR� SULQFLSDO�� SRUpP� R� YHUER� ³demos´� SRVVXL� R�
VXMHLWR�RFXOWR�³nós´��$VVLP��Ki�XPD�LQFRPSDWLELOLGDGH�VLQWiWLFD��R�TXH�IHUH�D�
norma culta. 
 $�H[SUHVVmR�³demos conta´�p�SUySULD�GH�XPD�OLQJXDJHP�LQIRUPDO��D�TXDO�
deve ser evitada. 
 Além disso, o texto deve ser objetivo, evitando a prolixidade. Uma 
sugestão seria: 
O relatório que acabou de ser encaminhado para V.Exa. teve as providências 
tomadas dentro dos prazos agendados, com a realização de todo o programa 
desta Secretaria. 
 A alterQDWLYD��(��HVWi�HUUDGD��SRLV�R�DGMHWLYR�³representante´� UHIHUH-se 
DR�SURQRPH�³nós´��$VVLP��GHYH�VH�IOH[LRQDU�QR�SOXUDO��representantes. 
 Além disso, o texto não prima pela concisão, clareza e objetividade. 
Segue uma sugestão de correção: 
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 Nós, na qualidade de representantes desta comunidade, solicitamos, 
com urgência, a V. Exa. a licença necessária para a limpeza da praça deste 
bairro, conforme abaixo assinado pelos moradores. 
Gabarito: A 
 
Questão 14: TRT 12R 2010 Técnico (banca FCC) 
Esses mesmos princípios (...) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem 
sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e 
uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. 
As observações acima estão inteiramente respeitadas em: 
(A) Tendo sido convidado para participar junto de V. Sa. da festa de 
encerramento do ano, apesar da evidente prova de amizade dada ao 
dirigir-me tão honroso convite, devo dizer-lhe que, infelizmente não 
poderei comparecer a tão auspicioso evento, por ter assumido outro 
importante compromisso na mesma data. 
(B) Em cumprimento ao despacho de V. Exa., publicado nesta data no Diário 
Oficial do Estado, encaminhamos-lhe as informações referentes ao 
andamento dos serviços, em consonância com o cronograma previamente 
estabelecido por esta pasta. 
(C) Venho, em nome de toda a comunidade que tenho a honra de estar 
representando, enviar a V. Exa. e a todos servidores de seu gabinete, o 
convite para a merecida homenagem que desejamos prestar-lhe, em 
agradecimento ao vosso valioso auxílio para o andamento de nossos 
projetos sociais. 
(D) Como estamos com tempo realmente reduzido, encaminho a vós, Senhor 
Responsável pelo setor de entregas deste Departamento, pedindo-lhe o 
despacho dos produtos com urgência, que se destina ao pessoal da 
limpeza destas dependências. 
(E) Complementando, como deve ser feito, as informações que se referem ao 
ato que o Diário Oficial publicou, de V. Sa., na semana passada, é meu 
dever informar a V.Sa. de que já está sendo tomada as devidas 
providências a respeito. 
Comentário: Perceba que a banca copiou o 4° parágrafo do tópico 1 do 
Manual de Redação da Presidência da República. Este parágrafo sintetiza que 
deve haver clareza, impessoalidade, uniformidade e padrão culto na 
linguagem. 
 A alternativa (A) está errada, pois ocorrem duas expressões que 
WUDQVPLWHP� SHVVRDOLGDGH�� ³apesar da evidente prova de amizade dada ao 
dirigir-me tão honroso convite´�H�³tão auspicioso evento´� 
 A alternativa (B) está correta. Perceba que o texto está claro, correto 
gramaticalmente e sem tom pessoal. 
 $� DOWHUQDWLYD� �&�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� DV� H[SUHVV}HV� ³tenho a honra´��
³merecida´� H� ³valioso´� IHUHP� D� LPSHVVRDOLGDGH�� $V� H[SUHVV}HV� ³de estar 
representando´��³todos servidores´�H�R�HPSUHJR�GR�SURQRPH�³vosso´�IHUHP�R�
padrão culto da linguagem. O primeiro é o famoso gerundismo, o qual pode 
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VHU�FRUULJLGR�SDUD�³de representar´��2�VHJXQGR�p�D�QHFHVVLGDGH�GR�DUWLJR�³os´��
SRU� H[LJrQFLD� GR� SURQRPH� ³todos´��1R� WHUFHLUR�� D� UHIHUrQFLD� DR� SURQRPH�GH�
tratamento deve ser feita em terceira pessoa do singuODU�³seu´�� 
 $� DOWHUQDWLYD� �'�� HVWi� HUUDGD�� SRLV� DV� H[SUHVV}HV� ³a vós´� �VHJXQGD�
SHVVRD� GR� SOXUDO�� H� ³lhe´� �WHUFHLUD� SHVVRD� GR� VLQJXODU�� QmR� FRPELQDP�� SRLV�
fazem referência ao mesmo termo e estão em pessoas diferentes do discurso. 
$OpP� GLVVR�� R� YHUER� ³encaminho´� p� WUDQVLWLYR� GLUHWR� H� LQGLUHWR�� R� REMHWR�
indireto (a vós) está presente, mas falta o objeto direto. Como o termo 
³Senhor Responsável pelo setor de entregas deste Departamento³� QmR� p�
essencial porque apenas explica, podemos transformar o trecho em uma 
linguagem mais clara e concisa da seguinte forma: encaminho com urgência a 
Vossa Senhoria pedido de despacho dos produtos, que se destinam ao 
pessoal da limpeza destas dependências. 
 $�DOWHUQDWLYD��(��HVWi�HUUDGD��SRLV�DV�H[SUHVV}HV�³como deve ser feito´�e 
³meu dever´� QmR� VmR� HVVHQFLDLV� SDUD� R� HQWHQGLPHQWR� GR� WH[WR�� DOpP� GH�
transmitirem subjetividade. Para tornar o texto mais conciso, podem ser 
VXSULPLGDV�� $� H[SUHVVmR� ³de V. Sa.´� WDPEpP� GHYH� VHU� H[FOXtGD� SDUD� HYLWDU�
repetição viciosa no texto, além de as vírgulas estarem erradas. A segunda 
ocorrência dessa expressão é o objeto indireto do verbo transitivo direto e 
LQGLUHWR�³informar´��3RU�LVVR��GHYH-VH�UHWLUDU�D�SUHSRVLomR�³de´�DQWHV�GD�RUDomR�
VXERUGLQDGD� VXEVWDQWLYD� REMHWLYD� GLUHWD� ³que já estão sendo tomadas as 
devidas providências a respeito´� 
 Note que, nesta última oração, a locução verbal deve se flexionar no 
plural e feminino, pois o núcleo do sujeito é o substantivo plural e feminino 
³providências´� 
Gabarito: B 
 
2.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento 
 Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular 
tradição. São de uso consagrado: 
 Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: 
a) do Poder Executivo; 
Presidente da República; 
Vice-Presidente da República; 
Ministros de Estado1; 
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; 
Oficiais-Generais das Forças Armadas; 
Embaixadores; 
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de 
natureza especial; 
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; 
 
1
 Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de 2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, além dos titulares dos 
Ministérios: o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da 
Secretaria-Geral da Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União. 
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Prefeitos Municipais. 
b) do Poder Legislativo: 
Deputados Federais e Senadores; 
Ministros do Tribunal de Contas da União; 
Deputados Estaduais e Distritais; 
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; 
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. 
c) do Poder Judiciário: 
Ministros dos Tribunais Superiores; 
Membros de Tribunais; 
Juízes; 
Auditores da Justiça Militar. 
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de 
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, 
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. 
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do 
cargo respectivo: 
Senhor Senador, 
Senhor Juiz, 
Senhor Ministro, 
Senhor Governador, 
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo 
(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto 
para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida 
evocação. 
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para 
particulares. O vocativo adequado é: 
Senhor Fulano de Tal, 
(...) 
No envelope, deve constar do endereçamento: 
Ao Senhor 
Fulano de Tal 
Rua ABC, no 123 
12345-000 ± Curitiba. PR 
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Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo

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