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Hiperprolactinemia Patricia de Rossi 1 Prolactina Controle da secreção de prolactina Tônus inibitório hipotalâmico – dopamina Fatores estimulantes Serotonina Estrogênios (altas doses) TRH (hormônio liberador de TSH) 3 Hipófise Hiperprolactinemia Aumento dos níveis de prolactina Valor normal: até 15-25 mcg/l Aumentos superiores a 100 mcg/l sugerem neoplasia Prolactina > 200 mcg/l é compatível com macroprolactinoma Etiologia Causas fisiológicas Causas orgânicas Fármacos 5 Causas fisiológicas de hiperprolactinemia Gravidez (níveis 200~300 ng/ml) Hiperplasia dos lactotrofos devido ao ↑E Lactação (níveis normais após 3 meses) Estresse Exercícios físicos Coleta após 30 minutos de repouso Repetir dosagem em caso de dúvida 6 Causas orgânicas de hiperprolactinemia Hipotireoidismo primário ↑TSH ↑TRH ↑PRL Tumores do SNC Hipófise: adenomas podem gerar níveis de prolactina >100 mcg/l. Hipotálamo: craniofaringiomas Compressão da haste hipofisária com bloqueio da passagem de dopamina e liberação da secreção de PRL Trauma encefálico Hiperprolactinemia neurogênica: ativação das vias aferentes neurais e do reflexo neuroendócrino Fisiológicos: sucção mamilar ou manipulação das mamas Patológicos: lesões da parede torácica, mastectomia, herpes zoster 7 Hiperprolactinemia secundária a fármacos Bloqueio dos receptores dopaminérgicos Metoclopramida (Plasil®) Neurolépticos Prometazina (Fenergan®) Clorpromazina (Amplictil®) Levomepromazina (Neozine®) Droperidol (Inoval®) Haloperidol (Haldol®) Alteração na síntese de dopamina (depletoras) Alfa-metildopa (Aldomet®) Reserpina (associada com clortalidona: Higroton Reserpina®) Estimulação do sistema serotoninérgico e da produção de prolactina Antidepressivos tricíclicos Inibidores de recaptação de serotonina Diazepam Cimetidina Estrogênios 8 Drogas Que estimulam a secreção de PRL: estrógenos, cimetidina, tricíclicos, IRS, diazepan Que bloqueiam os receptores dopaminérgicos: clorpromazina, metoclopramida, sulpiride, domperidona, haloperidol Que são depletoras de dopamina: metildopa, reserpina Hiperprolactinemia – quadro clínico 9 Exames complementares na hiperPRL Exames complementares Teste de gravidez Função tireoidiana: TSH e T4 livre Exames de imagem do SNC Ressonância magnética / tomografia da sela túrcica Campimetria visual e exame neuro-oftalmológico nos casos de macroadenomas Formas circulantes de prolactina Monômero 23 KDa (80~90%): única que tem atividade biológica Dímero 50 KDa (molécula “big”): ~10% do total Macroprolactina 150-170 KDa (“big-big”): prolactina + IgG Dosagem da prolactina: problemas Macroprolactinemia Níveis séricos elevados de prolactina com predomínio da forma “big-big” (macroprolactina) Baixa atividade biológica – pacientes assintomáticas Baixa correlação dos valores séricos de prolactina com volume tumoral 12 Efeito-gancho na dosagem de prolactina Ocorre quando se utilizam métodos que empregam duplo anticorpo para a dosagem de prolactina. I – Anticorpo específico para prolactina na parede do tubo. II – Quando a concentração de prolactina é extremamente elevada, existe uma grande quantidade de antígeno livre que não se liga a nenhum anticorpo na parede do tubo. III – O segundo anticorpo pode se ligar a moléculas de prolactina não-ligadas ao anticorpo do tubo. IV – Após a lavagem final antes da leitura, o segundo anticorpo é perdido, pois se ligou ao excesso de antígeno disponível, fornecendo um resultado falsamente baixo. Tratamento da hiperprolactinemia Supressão dos sintomas Controle de doenças associadas (por ex., hipotireoidismo primário) Redução do volume tumoral Prevenção da progressão de adenomas Controle das sequelas: osteopenia secundária à redução do estrogênio Pacientes com menstruação normal e sem desejo imediato de gravidez podem ter conduta expectante com controle periódico de imagem (ressonância magnética ou tomografia em 6 a 12 meses) 14 Tratamento da hiperPRL Macroprolactinomas: todos devem ser tratados devido a possibilidade de complicações pela massa tumoral Microprolactinomas Não tendem acrescer com o tempo Devem ser tratados quando os sintomas forem importantes PRL < 40 ng/ml : cura espontânea em 5 anos em 2/3 dos casos Tratamento farmacológico Agonistas dopaminérgicos Efeito equivalente à dopamina Agem na hipófise inibindo a secreção de prolactina Reduzem tamanho de prolactinomas Favorecem o retorno à fertilidade Drogas disponíveis Bromocriptina Cabergolina 16 Bromocriptina Alcaloide derivado do ergot Uso oral Parlodel® Posologia: titular dose Começar com ½ cp ao deitar e aumentar a dose 2x/semana até 3cp/dia ou efeitos colaterais ou controle clínico Efeitos colaterais Náusea / vômitos Cefaleia Dor abdominal 17 Cabergolina Dostinex® Droga de ação mais longa (maior meia-vida) – pode ser administrada 1 a 2 x/semana Uso oral Titular a dose Começar com ½ cp 1x/semana e aumentar até 1 cp 2x/semana Efeitos colaterais Náuseas Cefaleia 18 Normalização da Prolactina Cabergolina (1-2 mg/semana) Bromocriptina (2,5-5 mg/ 2 X ao dia) Webster J et al. N Engl J Med 1994; 331: (14):904-9 Mulheres com hiperprolactinemia e amenorreia 83% 58% Retorno da ovulação 71% 52,5% Cabergolina (1-2 mg/semana) Bromocriptina (2,5-5 mg 2x/dia) N=223 N=236 Mulheres com hiperprolactinemia e amenorreia que ovularam ou engravidaram Webster J et al. N Engl J Med 1994; 331: (14):904-9 Efeitos Colaterais dos Agonistas Dopaminérgicos Bromocriptina Cabergolina Náuseas 50% 31% Vômitos 10% 4% Constipação 9% 7% Dor de cabeça 29% 30% Tontura ou vertigens 26% 25% Dor Abdominal, dispepsia ou gastrite 20% 15% Fadiga 18% 13% Dor nas mamas 5% 4% Depressão 2% 3% Ondas decalor 2% 3% Metanálise Comparativa Bromocriptina Cabergolina Normalização da PRL (Microadenoma) 58% 83-96% Normalização da PRL (Macroadenoma) 46% 77-89% Redução do Tumor 76% 89% Descontinuação do tratamento por EA 12% 3% Greenberg RN. Clin Ther 1984;6:592–9. Claxton AJ, Cramer J, Pierce C. Clin Ther 2001;23:1296–310 Dostinex Dostinex Apresentação 0,5 mg, em embalagens contendo 2 ou 8 comprimidos Posologia Dose inicial de 0,5 mg/semana Pode ser aumentada gradualmente, adicionando-se 0,5 mg por semana em intervalos mensais, até que a resposta terapêutica ótima seja alcançada Aumento dos níveis de prolactina + de 1 exame laboratorial Macroprolactinemia* Triagem laboratorial PEG: Precipitação com polietilenoglicol Causas Secundárias: Uso de fármacos**, Gestação, Hipotiroidismo, etc Hiperprolactinemia Patológica Rx e RMN Normal Microprolactinoma (<10mm) Macroprolactinoma (>10mm) Assintomático Sintomático Controle anual dos níveis de prolactina Tratamento Se envolver Quiasma Óptico solicitar avaliação de campo visual Investigação Diagnóstica de Hiperprolactinemia Agonista Dopaminérgico Controlado Intolerante ao agonista inicial Não Controlado Trocar o agente dopaminérgico Não controlado Cirurgia Não controlado Radioterapia Dosar nível sérico de prolactina Avaliação do Campo Visual Nova RMN Se em 2 anos os valores de prolactina se mantiverem normais e a RMN mostrar redução do tumor Redução progressiva da dose do agonista dopaminérgico (até sua retirada, se possível) Conduta na Hiperprolactinemia
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