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O controle do próprio corpo é a meta do desenvolvimento psicomotor. Prof. Ms. Marineide M. Nogueira AULA 7 O corpo é o lugar onde se realizam as coordenações sensório-motoras e a exteriorização da emotividade, através das percepções. A fase importante para trabalhar os aspectos do desenvolvimento: motor, intelectual e sócio- emocional: é na faixa etária que compreende do nascimento até 8 anos, quando surgem as primeiras dificuldades em todas as áreas de relação com o meio e, se não exploradas e trabalhadas a tempo, trarão prejuízos nos processos de aprendizagem da criança. ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE • Tonicidade • Equilibração 1ª. Unid. Funcional: Estruturas Psicomotoras • Lateralização • Noção do corpo • Estruturação espaço-temporal 2ª. Unid. Funcional: Estruturas Psicomotoras • Praxia global • Praxia fina 3ª. Unid. Funcional: Estruturas Psicomotoras Relacionada ao tônus muscular, varia com as condições fisiológicas próprias do sujeito. O músculo, mesmo em repouso, possui um estado permanente de relativa tensão, de origem reflexa, o tono ou tônus muscular, cuja função é ajustar as posturas locais e a atitude geral; Depende da estimulação ambiental para uma boa evolução e participa de todas as funções motrizes (equilíbrio, coordenação). ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Primeira Unidade • Tonicidade • Equilibração TONICIDADE Costalat divide o tônus em: muscular, afetivo e mental. tônus muscular relaciona-se ao movimento realizado; tônus afetivo ao estado de espírito, e tônus mental, à capacidade de atenção no momento da ação. O tônus muscular se molda conforme a vivência corporal; hipertonia, normalidade e hipotonia. Se constroi ao longo do 1º. ano de vida (nasc. /12 m). TONICIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS A motricidade encontra-se intrinsecamente ligada à tonicidade, e é influenciada pelo comportamento humano; varia conforme as estimulações e limitações do meio. O tônus desempenha importante papel na vida de relação, e por esse motivo, mantém estreita relação com a afetividade e suas manifestações. A motricidade necessita do suporte da tonicidade, estado de tensão ativa e permanente, (sendo impossível separar motricidade de tonicidade). “[...] a motricidade é composta por uma sucessão de tonicidades, que no todo materializam a equilibração humana”. (FONSECA, 1986) TONICIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS O equilíbrio é à base da organização psicomotora... (dos 12 meses aos 2 anos) Reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, que envolve o controle postural ou à capacidade de sustentar-se nas mais diferentes situações, e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. O sistema vestibular (área temporal) é o órgão sensorial relacionado ao equilíbrio vertical e manutenção da posição ereta. EQUILIBRAÇÃO Primeira Unidade • Tonicidade • Equilibração ESTRUTURAS PSICOMOTORAS O equilíbrio estático é mais abstrato, exige maior concentração, e seu domínio implica o controle da postura. O equilíbrio dinâmico envolve maior dificuldade, porque todo o corpo está em movimento . “ toda parte do corpo que se move tende a mover o centro de gravidade”, cujo equilíbrio objetiva o gesto harmonioso. (WALLON) EQUILIBRAÇÃO ESTRUTURAS PSICOMOTORAS É a propensão que o ser humano possui de utilizar, preferencial- mente, mais um lado do corpo que o outro, em quatro áreas: mão, pé, olho e ouvido. Os movimentos preferenciais de um dos lados do corpo determinam se o indivíduo é destro (D) ou sinistro (E). Segundo a especialização cerebral relativa às habilidades manuais, as pessoas destras (HE dominante) e as canhotas ou sinistras (HD). Segunda Unidade • Lateralização • Noção do corpo • Estruturação espaço-temporal LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS (LATERALIZAÇÃO): (dos 2 aos 3 anos) Apresenta correspondentes neurológicos, com predomínio motor de um dos lados; Caracteriza-se por uma assimetria funcional, observando-se maior força muscular, melhor precisão, habilidade e mais rapidez. A definição do lado dominante ocorre como resultado de fatores culturais, ambientais, neurológicos e hereditários. LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Pode ser: homogênea, dominância destra (D)/ sinistra (E) em todas as áreas (mãos, pés, olhos e ouvidos); cruzada, destra da mão, canhota do pé, do olho e do ouvido ou seu inverso; ambidestra, quando as habilidades se equivalem tanto do lado direito, quanto do esquerdo. A lateralidade influi na ideia que a criança tem de si mesma, na formação de seu esquema corporal, na percepção da simetria do seu corpo, e contribui para determinar sua estruturação espacial. LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS “A nível cerebral, o hemisfério direito funciona de uma maneira global e instintiva e é especializado em funções espaciais. É responsável pelo nosso inconsciente. O hemisfério esquerdo é analítico e lógico, além de ser especializado em aptidões linguísticas. É responsável pelo consciente” ▪ (VELASCO apud BUENO, 1998, p. 60) . Não se pode confundir lateralidade com o conhecimento da criança dos conceitos direita- esquerda. LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Normalmente, a criança começa a definir a lateralidade aos 7 meses, quando começa a segurar objetos c/ uma das mãos. Já o conhecimento de esquerda e direita só pode ocorrer em torno dos 5/6 anos. Reversibilidade - (reconhecer a mão direita ou a mão esquerda de uma pessoa à sua frente), não pode ser abordada antes dos 6 anos e meio/ 7anos. LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Criança imatura no plano psicomotor, hesitará em definir a lateralidade, e depois de adquiri-la poderá aprender a orientação, seriação, precisão e ajustamento espaço-temporal (FONSECA). Não se pode forçar a mudança do lado dominante da criança... Segundo estudiosos, no plano clínico, tem-se: lateralidade de utilização (predominância manual nas atividades correntes), de lateralidade espontânea (execução de gestos espontâneos) e lateralidade neurológica, dominância hemisférica. LATERALIDADE ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Compreendida como uma representação mais ou menos consciente do nosso corpo, dinâmica e postural, posicional e espacial, que estrutura-se, genericamente, durante a infância e projeta-se em constante evolução durante toda a existência humana. (FONSECA, 1995) Envolve a Noção do Eu, consciencialização e percepção corporal (dos 3 aos 4 anos). Segunda Unidade • Lateralização • Noção do corpo • Estruturação espaço-temporal NOÇÃO DO CORPO ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Para a criança agir através de seus aspectos psicomotores, emocionais, cognitivos e afetivo-sociais, precisa ter o corpo organizado. A importância do Outro no desenvolvimento da noção do corpo é fundamental. Compreende a aquisição da imagem corporal e do esquema corporal. NOÇÃO DO CORPO ESTRUTURAS PSICOMOTORAS O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, c/ as pessoas com quem convive e o mundo onde estabelece relações afetivas e emocionais. O corpo se organiza gradualmente, de acordo com sua experienciação; Antes de ter seu esquema corporal estruturado é necessário que a criança obtenha o conhecimento de seu corpo, a unidade de suas diferentes partes e o domínio de seus movimentos. NOÇÃO DO CORPO EsquemaCorporal ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Esquema corporal estruturado: quando a criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. Condutas psicomotoras dependentes do esquema corporal: equilíbrio, coordenação viso- motora, percepção de movimentos e de posição no espaço e a linguagem. NOÇÃO DO CORPO Esquema Corporal ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Impressão que se tem de si mesmo, subjetivamente, baseada em percepções internas e externas, e na relação com outras pessoas no próprio meio social. Inicialmente, acontece a percepção global do corpo, que a criança descobre dos 3 aos 6 anos, graças a experiência do espelho - descoberta de sua imagem no espelho (LE BOULCH, 1982). NOÇÃO DO CORPO Imagem Corporal ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Nesse estágio de seu desenvolvimento, a criança tem duas imagens de seu corpo, a imaginária, dependente do inconsciente vivido, e a reprodutora, ligada à percepção. É a tomada de consciência de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo… NOÇÃO DO CORPO Imagem Corporal ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Estruturação espacial: reconhecimento situacional de seu próprio corpo em um meio ambiente, ou seja, do lugar e da orientação que se pode ter em relação às pessoas e objetos, com o reconhecimento da noção de direção. Estruturação temporal: capacidade de situar-se em função da ordem e sucessão dos acontecimentos, da duração dos intervalos, da renovação cíclica de certos intervalos, bem como do caráter irreversível do tempo. ELEMENTOS PSICOMOTORES Segunda Unidade • Lateralização • Noção do corpo • Estruturação espaço-temporal ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL “a evolução da percepção do tempo é mais complexa que a espacial”. Categoria de ação prática (vivencial), o tempo está sempre relacionado com a própria atividade da criança. Fenômeno de caracteristica subjetiva, repleto de afetividade, e associado às suas necessidades biológicas. tempo subjetivo, criado por nossa própria impressão, varia conforme as pessoas e a atividade realizada; o tempo objetivo, cronométrico; é o tempo matemático. ELEMENTOS PSICOMOTORES ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL Diz respeito à atividade dos grandes grupos musculares e depende do equilíbrio postural do sujeito. Quanto maior o equilíbrio, mais coordenadas serão suas ações, ou seja, o sujeito ao adquirir a dissociação de movimentos terá condições de utilizar segmentos corporais em movimentos diferenciados. PRAXIA GLOBAL OU AMPLA Terceira Unidade • Praxia Global • Praxia Fina ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Permite o controle dos movimentos amplos do corpo, possibilitando a contratação de grupos musculares diferentes ou antagônicos de forma independente... Para o estabelecimento da coordenação dinâmica global, as atividades seguem uma progressão, que iniciam com movimentos simples para outros combinados e sucessivos, do amplo p/ o específico. PRAXIA GLOBAL OU AMPLA (dos 5 aos 6 anos) ESTRUTURAS PSICOMOTORAS A coordenação geral apresenta-se como: coordenação estática (realizada em repouso): é resultante do equilíbrio entre a ação dos grupos musculares antagonistas; coordenação dinâmica, produto da ação conjunta de grupos musculares diferentes, visando à realização de movimentos voluntários mais ou menos complexos. “A coordenação estática está subordinada a um bom controle postural, enquanto um bom automatismo depende de uma adequada coordenação dinâmica” (BUENO, 1998). PRAXIA GLOBAL OU AMPLA ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Diz respeito à habilidade e destreza manual, constituindo um aspecto fundamental à coordenação global. A praxia fina compreende a micromotricidade e a perícia manual, adquiridas pela capacidade de controlar os pequenos grupos musculares para realizar movimentos refinados. PRAXIA FINA Terceira Unidade • Praxia Global • Praxia Fina (dos 6 aos 7 anos) ESTRUTURAS PSICOMOTORAS Envolve a coordenação viso-motora, a coord. viso- manual ou óculo-manual e a coord. músculo-facial. Coordenação viso-motora: capacidade de coordenar os movimentos em relação ao um alvo visual. Coordenação viso-manual prepara a criança para a escrita, quando destreza, velocidade e precisão desenvolvidas traduzirão a qualidade da escrita. Coordenação músculo-facial relaciona-se aos movimentos refinados da face, que fundamentam a aquisição da fala, da mastigação e da deglutição. PRAXIA FINA ESTRUTURAS PSICOMOTORAS A mão é o órgão central da praxia fina, responsável pela preensão, palpação, discriminação tátil, entre outras funções. A coordenação elaborada dos dedos da mão facilita a aquisição de novos conhecimentos, podendo sobrepujar-se como instrumento de ação a serviço da inteligência. PRAXIA FINA ESTRUTURAS PSICOMOTORAS 1. Relacione os elementos básicos da Psicomotricidade, segundo ontogênese proposta por Luria. 2. Explique o que é tônus muscular e qual sua abrangência, segundo FONSECA. 3. Defina equilibração. 4. Diferencie equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. 5. Caracterize noção do corpo. 6. Estabeleça as principais diferenças entre esquema corporal e imagem corporal. 7. Justifique a importância da aquisição do esquema corporal para a formação da personalidade da criança. 8. Explique a percepção global do corpo que a criança descobre entre os 3 e 6 anos. ATIVIDADE 9. Caracterize lateralidade e relacione as áreas corporais envolvidas com sua aquisição. 10. Por que não se pode confundir lateralidade com o conhecimento da criança dos conceitos direita-esquerda? 11. Que componentes estão envolvidos na aquisição da lateralidade, sendo importante que não se tente a mudança do lado dominante da criança? 12. Caracterize a estruturação espaço-temporal. 13. Estabeleça as diferenças entre Praxia global e Praxia fina. ATIVIDADE
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