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* FARMACOGNOSIA * Metabolismo básico e origem dos metabólitos secundários * Biossíntese ou biogênese dos fármacos Estudo dos processos bioquímicos que levam a formação dos componentes secundários Século xx – investigação científica dos processos de biossíntese * 1912- químico G. Trier: aminoácidos servem de precursores para alcalóides 2a metade séc XX: acesso aos compostos orgânicos marcados por isótopos : confirmação da hipótese de Trier * Metabolismo: conjunto de reações químicas que continuamente estão ocorrendo em cada célula. A presença de enzimas específicas garante certa direção a essas reações, estabelecendo as rotas metabólicas. As reações químicas visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes para satisfazer as exigências fundamentais da célula: energia (ATP), poder redutor (NADPH) e biossíntese das substâncias essenciais a sua sobrevivência (macromoléculas celulares). * Esquema geral dos processos e suas inter-relações * * Razões para estudar a biogênese dos metabólitos secundários: Em função da importância de vários metabólitos secundários, na área farmacêutica, o estudo da sua biogênese e regulação tem crescido e se tornado um dos campos da Farmacognosia. Somente através desse conhecimento é possível ao homem interferir racionalmente sobre o organismo produtor, de forma a direcionar sua produção. * Uma vez que a produção de fármacos, inclusive os derivados de drogas vegetais, diz respeito ao farmacêutico, que o estudante de farmácia deve conhecer a biossíntese dos metabólitos vegetais. “Tanto quanto o entendimento da síntese química do fenobarbital ou outro fármaco sintético é de fundamental importância para o estudante de Química Farmacêutica, o conhecimento da biossíntese dos fármacos de origem natural é de igual importância ao aluno de Farmacognosia” (Robbers et al., 1996) * Funções no organismo produtor e importância dos metabólitos secundários: Produtos de excreção do vegetal Hoje: substâncias diretamente envolvidas nos mecanismos que permitem a adequação do produtor a seu meio Ex.: defesa contra herbívoros e microganismos Proteção contra os raios UV Atração de polinizadores ou animais dispersores de sementes alelopatia * Metabolismo primário: processos essenciais à vida e comuns aos seres vivos (carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nuclêicos) * Fotossíntese: Organismos autotróficos (vegetais e microrganismos): capazes de sintetizar compostos orgânicos (açúcares) a partir de precursores inorgânicos (CO2 e água), utilizando a energia solar. Portanto, as exigências fundamentais podem ser satisfeitas nos vegetais através do metabolismo dos açúcares. O oxigênio atmosférico é liberado no processo fotossíntético. * 6 C02 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2 Na etapa fotoquímica da fotossíntese, a absorção de energia luminosa induz os eletróns a fluir da H2O para o NADP+, reduzindo-o para formar NADPH. O2 é assim liberado da H2O. O ATP é outro produto destas reações. Na etapa bioquímica o ATP e o NADPH são usados para reduzir o CO2 e formar glicose * Vegetais e microrganismos apresentam um arsenal metabólico capaz de produzir, transformar e acumular inúmeras outras substâncias, não necessariamente relacionadas de forma direta à manutenção da vida do organismo produtor. Neste grupo encontram-se as substâncias cuja produção e acumulação estão restritas a um número limitado de organismos. * A todo este conjunto metabólico defini-se como metabolismo secundário, cujos produtos, embora não necessariamente essenciais para o organismo produtor, garantem vantagens para sua sobrevivência e para a perpetuação de sua espécie, em seu ecossistema. * FATORES INTERFERENTES NO METABOLISMO SCUNDÁRIO DE PLANTAS Fatores Genéticos enzimas expressas por genes Fatores ontogenésicos variação da composição e concentração dos metabólitos secundários de acordo com a idade e estágio de desenvolvmento da planta Fatores ambientais tipos de solo, temperatura, altitude, pluviosidade, luminosidade e outros. * APLICABILIDADE DA ELUCIDAÇÃO DE ROTAS METABÓLICAS Conhecimento das Rotas do Metabolismo Secundário Engenharia Genética de Plantas Produção de substâncias de interesse industrial Biotecnologia De Plantas * Ex.: Terpenos Ác. Mevalônico produção de esteróides Desoxixilulose P demais compostos terpênicos Inibidores da HMG-CoA inibe produção de esteróides sem inibir a produção de demais terpenos Ácido mevalônico 3 unidades de acetil-CoA Desoxixilulose P Piruvato e Gliceraldeído 3P * ROTAS DO METABOLISMO SECUNDÁRIO EM PLANTAS Sequência de reações químicas enzimaticamente catalisadas e funcionalmente organizadas na célula dá-se o nome de ROTA METABÓLICA Alguns intermediários da metabolismo primário são empregados na biossíntese de metabólitos secundários: acetil-CoA, ác. chiquímico, ác. Mevalônico, desoxixilulose-5P, aminoácidos. ROTAS: Acetato/Malonato, Desoxixilulose-5P, Ác. Mevalônico, Ác. Chiquímico e Aminoácidos (Alcalóides). * Terpenos – Lipofílicos Hidrofílicos Heterosídeos Ácido mevalônico e desoxixilulose P Compostos Fenólicos Caráter mais hidrofílico Não são biossintetizados nos mamíferos. Essenciais na dieta (antioxidantes) Acetato/Malonato, Ác. Chiquímico * Derivados do ácido chiquímico Ácido chiquímico é formado pela condensação aldólica de dois metabólitos da glicose: Fosfoenolpiruvico e eritrose-4-fosfato Uma vez formado, pode ser metabolizado em ácido gálico ou ácido corísmico * * * Alcalóides derivados de aminoácidos aromáticos Ácido corísmico (ác. chiquimico + PEP) origina os aa aromáticos, precursores de diversos alcalóides Via comum a plantas , fungos e bactérias Não em animais (Phe e Tri são essenciais às dietas humanas) * * Derivados do triptofano: alcalóides indólicos e quinolínicos A redução do corismato e a incorporação de amônia (proveniente do aa glutamina) conduz ao aa Tri, precursor dos alcalóides indólicos Para a formação do esqueleto final de um alcalóide, contribuem outros precursores como terpenos ou esteróides * * Os alcalóides quinolínicos representados por quinina e quinidina derivam do aa Tri e de um esqueleto monoterpênico * Derivados de fenilalanina/tirosina: protoalcalóides e alcalóides isoquinolínicos Um rearranjo intramolecular do ácido corísmico produz o ácido prefênico. A descarboxilação deste, seguida de aromatização e aminação redutiva, produz o aa Phe. Uma rota alternativa, a partir do ác. prefênico, conduz à formação da Tir Esses aa originam vários protoalcalóides e alc isoquinoleínicos * Fenilpropanóides A Phe, pela ação da enzima fenilalanina amonialiase (PAL) perde uma molécula de amônia, originando o ác cinâmico, precursor da maioria dos compostos aromáticos com cadeia lateral de três átomos de C ligada ao anel aromático = fenilpropanóides (ArC3) A redução da cadeia lateral dos ác cinâmicos conduz a formação de compostos presentes nos óleos essenciais ( eugenol, anetol) * A cadeia lateral também pode perder átomos de C. originando derivados ArC2 e ArC1- fenóis simples Os fenilpropanóides também servem como unidades formadoras dos compostos fenólicos mais complexos: lignóides e cumarinas * * Lignóides: As lignanas são compostos resultantes do acoplamento oxidativo de 2 unidades de ác cinâmico (dímeros de fenilpropanóides) A lignina, depois da celulose, é a substância orgânica mais abundante nos vegetais. Quimicamente é um polímero de fenilpropanos, altamente ramificados. As cumarinas originam do ác trans-cinâmico que, por oxidação, resulta no ácido o-cumárico, cuja OH condensa c/ glicose. Isomeriza e cicliza p/ formar cumarina * * Taninos hidrolisáveis 3-desidrochiquimato é o precursor do ácido gálico, uma das unidades formadoras dos taninos hidrolisáveis, polímeros polifenólicos de elevado peso molecular, constituído por açúcares e ácido gálico e/ou seus derivados. * Flavonóides Dois anéis aromáticos conectados por uma ponte de três átomos de C (C6-C3-C6), resulta de rotas biossintéticas separadas:ác chiquímico e do acetato, via ác. malônico. A 1ª origina Phe (anel B e ponte de 3C) e a 2ª (anel A) * * * Taninos condensados São formados pela ligação de unidades de flavonóides (flavan-3-óis e/ou flavan-3,4-dióis). São formados pela hidroxilação no C3 de uma flavanona, seguida por uma redução * * 3.Derivados do acetato O acetato fornece as unidades acetila que compõem o intermediário reativo, acetil-tio-coenzima A, o precursor de vários grupos de substâncias (aa alifáticos, terpenóides, esteróides, ácidos graxos e triglicerídeos) Os aa alifáticos originam do ciclo do ác cítrico Os demais derivam do mevalonato ou da condensação de unidades de acetato * ÁCIDOS GRAXOS Célula vegetal estroma do cloroplasto complexo enzimático da Ác. Graxo Sintase Palmitato ação de elongases e dessaturases Plantas Relação Ác. Graxo Insaturado/Saturado fluidez das membranas * * * POLICETÍDEOS FENÓLICOS Poli--cetometileno numerosos compostos aromáticos e cíclicos não aromáticos . Alvo de várias reações enzimáticas reações intra- moleculares do tipo aldólica ou de Claisen. * * ANTRAQUINONAS * * 3.1 originados a partir do ácido cítrico Este ciclo ocorre na matriz mitocondrial e apresenta funções anabólicas e catabólitas. Muitas rotas metabólicas geram os intermediários desse ciclo (piruvato e acetil-CoA que é oxidado a CO2). Os metabólitos reduzidos são usados na fosforilação oxidativa (síntese de ATP). Também são formados precursores da glicose, maioria dos aa, além de fornecer unidades actil-CoA para biossíntese dos ác graxos no citoplasma * * Dentre os aa originados desse ciclo, estão o aspartato e glutamina e seus derivados (nos vegetais superiores e bactérias) lisina e ornitina Alcalóides derivados dos aminoácidos alifáticos ornitina e lisina Alcalóides pirrolidínicos, tropânicos e pirrolizidínicos – ornitina Alcalóides quinolizidínicos – lisina * * Núcleo dos alc. tropânicos é formado pela condensação de um precursor pirrolidínico (ornitina) com 3 C derivados do acetato, os quais por ciclização, dão origem ao 2º anel (piperidinico) Glicosídeos cianogenéticos e glucosinolatos Cianogenéticos derivam de aa alifáticos que são hidroxilados e descarboxilados a uma aldoxima. Nitrila é formada pela perda de água e hidroxilação permite ligação ao açucar * Glucosinolatos biossíntese é análoga. O átomo de S que liga a aglicona ao açucar é fornecido por aa sulfurados (cisteína) * 3.2 produtos da via do mevalonato Mevalonato é formado pela condensação de uma unidade da acetoacetil-CoA com uma molécula da acetil CoA. Após a condensação aldólica, ocorre uma hidrólise originando 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA que é reduzida a mevalonato, numa reação irreversível. O mevalonato é convertido a isopentenil-pirofosfato (isopreno ativo), a unidade básica na formação dos terpenos e esteróides. * A polimerização do mevalonato vai originar moléculas de cadeias carbonadoas crescentes de 5 em 5 átomos de C: monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15), diterpenos (C20), triterpenos (C30) e esteróides (C27) Ex: Derivados do isopreno (óleos voláteis, saponinas e cardiotônicos) * * * Acetil-CoA Acetoacetil-CoA O O C O S C o a 3-Hidroxi-3-metil- glutaril CoA O O H O Mevalonato O P P H O P P Isopentenilpirofosfato (IPP) Dimetilalilpirofosfato (DMAPP) O P P Geranilpirofosfato Monoterpenos (10C) IPP O P P Sesquiterpenos (15C) IPP O P P Geranil geranil pirofosfato (GGPP) Diterpenos (20C) Farnesilpirofosfato (FPP) FPP Esqualeno H O Esteróides (27C) Het. digitálicos Saponinas esteroidais Triterpenos tetracíclicos (30C) H O Triterpenos pentacíclicos (30C) Saponinas triterpênicas * * BIOSSÍNTESE DE HETEROSÍDEOS O-heterosídeos C-heterosídeos S-heteosídeos N-heterosídeos * * *
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