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prescrição e decadencia

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (Artigos 189 a 211 CC).
Os institutos da prescrição e decadência a serem estudados a seguir tratam exatamente sobre o decurso de tempo e suas consequências no mundo jurídico. “O direito não socorre àqueles que dormem”.
1. Diferença entre os dois institutos.
Prescrição: é a extinção ou perda da pretensão.
Os prazos prescricionais estão previstos na Parte Geral do Código Civil em seus artigos 205 e 206.
A prescrição pode ser: extintiva (artigos 205 e 206 CC) ou aquisitiva (usucapião, artigos 1.238 a 1.244 CC).
Decadência: é a extinção ou perda de um direito em decorrência do seu não exercício.
Os prazos decadenciais estão previstos em vários artigos do Código Civil, principalmente em sua Parte Especial. 
A decadência pode ser: legal (lei) ou convencional (convenção das partes – ex.: garantia contratual).
2. Conceito de prescrição.
“A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto pela lei”.
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Pretensão é o poder de exigir de outrem de forma coercitiva o cumprimento de um dever jurídico.
2.1. Disposições gerais sobre a prescrição (artigos 190 a 196 CC).
A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão (art. 190 CC);
Por exceção, entenda como defesa do réu, por exemplo.
Só pode haver renúncia da prescrição após sua consumação e desde que não se prejudiquem terceiros (art. 191 CC); 
Exemplo de renúncia da prescrição: o devedor permite que o credor prossiga exigindo débito cuja pretensão está prescrita.
A renúncia à prescrição pode ser expressa ou tácita. 
Tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição (art. 191, segunda parte, CC);
Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes (art. 192, CC).
A prescrição pode ser alegada em qualquer instância ou fase processual pela parte a quem se aproveita (art. 193 CC);
As pessoas relativamente incapazes e as pessoas jurídicas tem ação contra seus assistentes ou representantes legais quando estes derem causa à prescrição ou não alegarem oportunamente (art. 195 CC);
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor (art. 196 CC);
O juiz pode pronunciar de ofício a prescrição (art. 219, § 5º, CPC);
2.2. Prazos prescricionais.
Prescrição ordinária: 10 anos (art. 205 CC);
Prescrição especial: prazos expressos (art. 206 CC);
Quadro simplificado dos prazos prescricionais
(estrutura mnemônica a leitura do artigo pelo aluno é indispensável para entendimento)
	REGRA GERAL (Art. 205)
	- 10 anos  A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor
	Única hipótese que prescreve em 2 anos (§ 2º, art. 206):
	- Prestações alimentares vencidas a partir da data que se vencerem
	Única hipótese que prescreve em quatro anos (§ 4º, art. 206):
	- Direitos relativos à tutela 
	Hipóteses que prescrevem em 1 ano (§ 1º, art. 206):
	- Receber valor de hospedagem ou alimentos
- Seguros exceto os obrigatórios como o DPVAT
- Recebimento por tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos pela percepção de emolumentos, custas e honorários está excluído o Estado
- Perito para receber por avaliação de bem de SA
- Credor não pago de sociedade liquidada
	Hipóteses que prescrevem em 5 anos (§ 5º, art. 206):
	- Dívidas líquidas constantes em instrumento público e particular
- Profissionais liberais em geral, procuradores e professores pelos seus honorários
- Receber custas processuais do vencido
	Por EXCLUSÃO todas as outras hipóteses prescrevem em 3 anos (§ 3º, art. 206):
	- Aluguéis
- Rendas temporárias ou vitalícias
- Juros e dividendos pagáveis em no máximo um ano
- Enriquecimento sem causa
- Reparação civil
- Lucros e dividendos, recebidos de má-fé
- Violação de lei ou estatuto de SA 
- Recebimento de título de crédito que não possuir prazo especial
- DPVAT e demais seguros obrigatórios
	Questão de concurso:
Tício é Tabelião de um determinado Cartório de Notas e Protestos de uma cidade do Estado do Rio de Janeiro. Mauro compareceu em um determinado dia para elaboração de uma procuração pública para sua irmã vender um imóvel de sua propriedade situado na cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. Realizada a escritura Mauro não pagou as custas e emolumentos inerentes ao ato. Neste caso, para cobrança das custas e emolumentos, o Tabelião Tício terá o prazo prescricional de:
a) 2 anos
b) 1 ano
c) 3 anos
d) 4 anos
e) 5 anos
Comentários: Artigos 206, § 3º e CC. Letra b, 1 ano.
2.3. Causas que interrompem, suspendem ou impedem a prescrição.
2.3.1. Causas impeditivas (artigos 197, I a III e 199, I e II, do CC).
São circunstâncias que impedem que o curso prescricional se inicie e seus efeitos são similares aos da suspensão.
2.3.2. Causas suspensivas (artigos 198, I, II e III e 199, III, do CC).
São as situações que paralisam temporariamente o curso prescricional já iniciado, com efeitos similares às causas impeditivas.
2.3.3. Causas interruptivas (artigos 202 a 204, do CC).
São situações que liquidam com a prescrição já iniciada, de modo que seu prazo recomeça a correr por inteiro da data do ato que a interrompeu.Depende, em regra, de um comportamento do credor.
	Impeditivas
	Suspensivas
	Interruptivas
	- entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
- entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
- entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, duIII - pendendo ação de evicção.
rante a tutela ou curatela.
- pendendo condição suspensiva;
- não estando vencido o prazo;
	- contra os absolutamente incapazes;
- contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
- contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
- pendendo ação de evicção.
	- despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação;
- protesto;
- protesto cambial;
- apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
- qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
- qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor;
	Questão de concurso:
Alberto, locatário de prédio urbano, deixou de pagar a Gilberto, locador, o aluguel referente a março de 2009. Em março de 2010, porém, encaminhou carta a Gilberto informando que somente não efetuou o pagamento porque estava em dificuldades financeiras à época. Disse ainda não negar a dívida e prometeu pagá-la em breve. Entretanto, como Alberto não cumpriu o prometido, em fevereiro de 2013 Gilberto ajuizou ação de cobrança do aluguel de março de 2009. Em contestação, Alberto alegou prescrição. Alberto está:
- errado, porque a carta encaminhada a Gilberto interrompeu o prazo prescricional.
Comentários: ver artigo 202, inciso VI, 206 § 3º, do Código Civil.
3. Decadência.
É a extinção do direito potestativo pela inação de sei titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado para o seu exercício (artigos 207 a 211 CC).
3.1. Disposições gerais sobre a decadência.
Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição (art. 207 CC);
Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm"inciso I (art. 208 CC);
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm"o;
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
É nula a renúncia à decadênciafixada em lei (art. 209);
Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei (art. 210);
Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação (art. 211).
3.2. Exemplos de prazos decadenciais.
Artigos 68, 178, I, II, III, do CC.
	Questões de concurso:
1. Alberto, locatário de prédio urbano, deixou de pagar a Gilberto, locador, o aluguel referente a março de 2009. Em março de 2010, porém, encaminhou carta a Gilberto informando que somente não efetuou o pagamento porque estava em dificuldades financeiras à época. Disse ainda não negar a dívida e prometeu pagá-la em breve. Entretanto, como Alberto não cumpriu o prometido, em fevereiro de 2013 Gilberto ajuizou ação de cobrança do aluguel de março de 2009. Em contestação, Alberto alegou prescrição. Alberto está:
- errado, porque a carta encaminhada a Gilberto interrompeu o prazo prescricional.
2. Cauã, então com 9 anos, foi obrigado por Romualdo, durante três anos, a trabalhar em regime análogo à escravidão. Neste período, foi submetido a trabalhos forçados, que lhe causaram danos morais. Seis anos depois, ajuizou ação compensatória contra Romualdo. Este, por sua vez, alegou prescrição. A alegação de Romualdo 
- não procede, pois o prazo de prescrição para pretensão de reparação civil não se consumou.
4. Resumos esquemáticos. 
Resumos baseados nas explicações acima expostas.
4.1. Distinção entre prescrição e decadência.
	Prescrição
	Decadência
	Extingue a pretensão
	Extingue o direito
	Prazos estabelecidos na lei (artigos 205 e 206 CC)
	Prazos estabelecidos na lei (decadência legal) ou por convenção entre as partes (decadência convencional)
	Deve ser conhecida de ofício pelo juiz
	A decadência legal deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
A decadência convencional não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
	Pode ser renunciada após a consumação.
	A decadência legal não pode ser renunciada.
A decadência convencional pode ser renunciada após consumação (mesmo tratamento da prescrição)
	Não corre contra determinadas pessoas
	Corre contra todas as pessoas, exceto absolutamente incapazes
	Previsão de casos de impedimento, suspensão ou interrupção
	Não pode ser impedida, suspensa ou interrompida, como regra geral, salvo exceção (art. 198, I)
	Relacionada com direitos subjetivos, atinge ações condenatórias (principalmente cobrança e reparação de danos)
	Relacionada com direitos potestativos, atinge ações constitutivas positivas e negativas (principalmente ações anulatórias)
	Prazo geral: 10 anos
	Não há um prazo geral de decadência.
Obs.: prazo geral para anular negócio jurídico 2 anos, contados da celebração (art. 179 CC)
4.2. Distinção entre renúncia na prescrição e decadência.
	Renúncia
	Prescrição
	Decadência
	Só se admite depois de consumada e desde que não cause prejuízo a terceiros
	Legal Não se admite (NULA)
	Convencional Admite-se

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