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Dissertação Maria Hosana dos Santos

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DINÂMICA HIDROSSEDIMENTOLÓGICA E 
RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA NO TALUDE DA MARGEM 
DIREITA DO RIO SÃO FRANCISCO - SE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA HOSANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA HOSANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
DINÂMICA HIDROSSEDIMENTOLÓGICA E RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA NO 
TALUDE DA MARGEM DIREITA DO RIO SÃO FRANCISCO - SE 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade Federal de 
Sergipe, como parte das exigências do Curso de 
Mestrado em Agricultura e Biodiversidade, área de 
concentração em Agricultura e Biodiversidade, para 
obtenção do título de “Mestre em Ciências”. 
 
 
 
 
Orientador 
Prof. Dr. Francisco Sandro Rodrigues Holanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO CRISTÓVÃO 
SERGIPE – BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
 
 
 
 
 
S237d 
 
 
Santos, Maria Hosana dos 
 Dinâmica hidrossedimentológica e recomposição florística no talude 
da margem direita do rio São Francisco - SE / Maria Hosana dos Santos; 
orientador Francisco Sandro Rodrigues Holanda. – São Cristóvão, 2016. 
61 f.: il. 
 
 
Dissertação (mestrado em Agricultura e Biodiversidade) – 
Universidade Federal de Sergipe, 2016. 
 
 
1. Plantas aquáticas. 2. Solos – Erosão. 3. Taludes (Mecânica do solo). 
4. Sedimentos em suspensão – São Francisco, Rio. 5. Bioengenharia. 6. 
Biodiversidade. I. Holanda, Francisco Sandro Rodrigues, orient. II. Título. 
 
 
CDU 581.526.324:551.311.21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA HOSANA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DINÂMICA HIDROSSEDIMENTOLÓGICA E RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA NO 
TALUDE DA MARGEM DIREITA DO RIO SÃO FRANCISCO - SE 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade 
Federal de Sergipe, como parte das exigências 
do Curso de Mestrado em Agricultura e 
Biodiversidade, área de concentração em 
Agricultura e Biodiversidade, para obtenção 
do título de “Mestre em Ciências”. 
 
 
APROVADA em 25 de fevereiro de 2016. 
 
 
 
 
 
Prof. Drª. Regla Toujaguez La Rosa 
Massahud 
Universidade Federal de Alagoas 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Francisco Sandro Rodrigues Holanda 
Universidade Federal de Sergipe 
(Orientador) 
 
 
 
SÃO CRISTÓVÃO 
SERGIPE – BRASIL 
Prof. Dr. Marcelo Augusto Gutierrez 
Carnelossi 
Universidade Federal de Sergipe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, Lourival e Vânia, pelo apoio e 
incentivo ao longo da minha caminhada. 
 
 
Dedico 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pelo dom da vida e pela presença constante em minha caminhada. 
Aos meus pais Lourival e Vânia, por estarem sempre ao meu lado, apoiando-me e 
fortalecendo nos momentos mais difíceis da minha trajetória. 
Aos meus irmãos Antônio e Airton, pelo incentivo e carinho que me fazem prosseguir em 
busca dos meus sonhos. As minhas queridas cunhadas, por suas palavras de incentivo, que 
me fazem crescer cada vez mais. E aos meus sobrinhos, Matheus e o pequeno Arthur, pelos 
momentos de distração e alegria que me proporcionam; apesar de não nos conhecermos, já 
amamos muito. Aos demais parentes, que sempre rezam e torcem pelo meu sucesso. 
A família Batista, obrigada pelo apoio, carinho e atenção que sempre tiveram por mim; 
obrigada pelos momentos de conversa, descontração e alegria, pois estes fizeram-me 
renovar as forças e seguir em busca dos meus objetivos. 
Ao Professor Sandro Holanda, que me recebeu de braços abertos, obrigada pela orientação, 
conversas e ensinamentos, pois estes fizeram-me crescer como pessoa e como profissional. 
Aos amigos do LABES, Cátia, Janisson Lino, Ivo, Iury, Igor, Tássio, Marks, Antônio, 
Guilherme, Walter e Érica obrigada pelo apoio, conversas, risadas, brincadeira, e muitas 
aventuras, não foram meninos? E, principalmente, pela disposição nos dias de coletas, pois 
sem vocês, com certeza, essa jornada teria sido mais difícil, e menos animada. 
Aos amigos Rony Peterson, Janisson Batista, Ednaldo Sena, Thiago Xavier, Wadson, José 
Dantas, que contribuíram significativamente na minha pesquisa. 
A todos quem Fazem o Herbário da Universidade Federal de Sergipe, na pessoa da 
professora Ana Paula Prata, da Vice-curadora Dra. Marta Vieira Farias, das bolsistas 
Gilmara, Jéssica e Bruna. 
Aos professores do PPGAGRI pelos ensinamentos e incentivos, que nos fazem prosseguir 
em busca do conhecimento. 
 A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pelo apoio 
financeiro fundamental para o desenvolvimento dessa pesquisa. 
E a todos os meus amigos que me acompanham e torcem pelas minhas conquistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. i 
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... ii 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ......................................................... iv 
RESUMO ................................................................................................................................... v 
ABSTRACT .............................................................................................................................. vi 
1 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................................... 1 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 3 
2.1 Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco ........................................................................ 3 
2.2 O Baixo São Francisco .................................................................................................... 4 
2.3 Erosão Marginal no Baixo São Francisco ........................................................................ 5 
2.4 A Engenharia Natural no controle da Erosão Marginal ................................................... 6 
2.5 Produção de sedimentos em suspensão ........................................................................... 7 
2.6 Macrófitas aquáticas ........................................................................................................ 9 
3 ARTIGO 1: Povoamento de Macrófitas em talude do Baixo São Francisco-SE .............. 11 
Introdução ............................................................................................................................ 13 
Materiais e Métodos ............................................................................................................. 15 
Área de Estudo ..................................................................................................................... 15 
Coleta e Análise de Dados ...................................................................................................15 
Resultados e Discussão ........................................................................................................ 17 
Conclusões ........................................................................................................................... 27 
Referências ........................................................................................................................... 28 
4 ARTIGO 2: Produção de Sedimentos em taludes da margem direita do Baixo São 
Francisco – SE, submetidos a diferentes técnicas de Engenharia Natural em período de Baixa 
vazão ......................................................................................................................................... 33 
Introdução ............................................................................................................................ 35 
Materiais e Métodos ............................................................................................................. 37 
Área de estudo ..................................................................................................................... 37 
Processamento e Análise dos Dados .................................................................................... 38 
Resultados e Discussão ........................................................................................................ 40 
Conclusões ........................................................................................................................... 50 
Referências ........................................................................................................................... 51 
5 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................................. 56 
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 57 
 
i 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
REFERENCIAL TEÓRICO: 
 
FIGURA 1: Mapa do Brasil com detalhe das quatro divisões regionais da Bacia Hidrográfica 
do Rio São Francisco..................................................................................................................3 
FIGURA 2: Representação das formas biológicas das macrófitas aquáticas.............................9 
 
ARTIGO 1: Povoamento de Macrófitas Aquáticas em talude do Baixo São Francisco – Se. 
 
FIGURA 1: Localização da área de estudo. Município de Amparo de São Francisco – 
SE..............................................................................................................................................15 
FIGURA 2: Pontos de amostragens: (A) Talude Vegetado, (B) Enrocamento Vegetado, (C) 
Talude Erodido, (D) Parede Krainer e (E) Cordão de Vetiver.................................................16 
FIGURA 3: Povoamento de macrófitas desde a implantação do enrocamento na margem do 
São Francisco sergipano, nos anos de 2011 a 2015..........................................................21 
FIGURA 4: Riqueza de espécies de macrófitas aquáticas encontradas nos períodos do inverno 
e verão, para os cinco pontos de amostragens.........................................................................23 
FIGURA 5: (A) Precipitação, (B) Cota e (C) Vazão nos meses de coleta do material 
botânico.....................................................................................................................................24 
FIGURA 6: Riqueza de espécies de macrófitas aquáticas nos pontos de 
amostragens...............................................................................................................................25 
FIGURA 7: Curva de acumulação de espécie observadas e estimadas (estimadores Jack 1, o 
Chao2 e Bootsstrap), a linha contínua refere-se as espécies coletadas para os pontos de 
amostragens. (C.V.) Cordão de Vetiver, (T.E.) Talude Erodido, (EN) Enrocamento Vegetado, 
(P.K.) Parede Krainer e (T.V.) Talude Vegetado......................................................................26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
ARTIGO 2: Produção de sedimentos em taludes da margem direita do Baixo São Francisco - 
SE, submetidos a diferentes técnicas de Engenharia Natural em período de baixa vazão. 
 
FIGURA 1. Localização da área de estudo. Município de Amparo de São Francisco – 
SE..............................................................................................................................................37 
FIGURA 2: Representação dos pontos de coleta de sedimentos na área experimental ao longo 
da margem direita do Rio..........................................................................................................38 
FIGURA 3. Representação dos pontos de coleta: (P1 = margem direita, P2 = antes do 
talvegue, margem direita, P3 = meio do talvegue, P4 = antes do talvegue, margem esquerda e 
P5 = margem na barra arenosa, margem esquerda) .........................................................39 
FIGURA 4. Representação esquemática da textura na área experimental, nas três 
profundidades (0-20, 20-40 e 40-60 cm) do Neossolo Flúvico..........................................41 
FIGURA 5: Vazão do Rio São Francisco no baixo curso, no período de 2012 a 
2015...........................................................................................................................................42 
FIGURA 6: Perfil transversal dos transectos avaliados nos anos de 2013 a 2015. Talude 
Vegetado (A); Enrocamento Vegetado (B); Talude Erodido (C); Parede Krainer (D); Cordão 
de Vetiver (E).................................................................................................................43 
FIGURA 7. Produção Total de Sedimentos (ton/dia) para os anos de 2013, 2014 e 2015......45 
FIGURA 8: Sedimentos em suspensão ao longo do perfil transversal no transecto A (Talude 
Vegetado) em cinco pontos de coleta nos anos de 2013, 2014 e 2015.....................................46 
FIGURA 9: Sedimentos em suspensão ao longo do perfil transversal no transecto 2 
(Enrocamento Vegetado) em cinco pontos de coleta nos anos de 2013, 2014 e 2015.............47 
FIGURA 10: Sedimentos em suspensão ao longo do perfil transversal no transecto 4 (Parede 
Krainer) em cinco pontos de coleta nos anos de 2013, 2014 e 2015........................................47 
FIGURA 11: Sedimentos em suspensão ao longo do perfil transversal no transecto 3 (Talude 
Erodido) em cinco pontos de coleta nos anos de 2013, 2014 e 2015.......................................48 
FIGURA 12: Sedimentos em suspensão ao longo do perfil transversal no transecto E (Cordão 
de Vetiver) em cinco pontos de coleta nos anos de 2014 e 2015..............................................49 
FIGURA 13. Sedimentos em Suspensão (ton/dia) no talvegue, em três diferentes anos de 
coleta. As médias seguidas por diferentes letras diferem estatisticamente entre si pelo teste de 
Tukey ano nível de 5% de probabilidade...........................................................................50 
iii 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
ARTIGO 1: Povoamento de Macrófitas Aquáticas em talude do Baixo São Francisco – Se. 
 
TABELA 1. Famílias de espécies de Macrófitas Aquáticas identificadas na área de estudo. 
Formas de vida, Anfíbias (AN), Submersas (SUB), Submersas enraizadas (SUB EN), 
Flutuante (FLU) e Emersas (EM).....................................................................................19 
TABELA 2: Espécies de fauna associada às macrófitas aquáticas...........................................22 
TABELA 3: Análise de similaridade (ANOSIM) para as comunidades de macrófitas nos 
cinco pontos de amostragem. (*p<0,05)..................................................................................27iv 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
AL – Alagoas 
ANA – Agência Nacional das Águas 
BA – Bahia 
BSF – Baixo São Francisco 
CBHSF – Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 
CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba 
DESO – Companhia de Saneamento de Sergipe 
ONS - Operador Nacional do Sistema 
PAE - Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado da Bacia e sua Zona 
Costeira 
PGI – Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia 
do São Francisco 
PRH – Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 
PSS – Produção de sedimentos em suspensão 
SEMARH – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
RESUMO 
 
SANTOS, M. H. Dinâmica hidrossedimentológica e recomposição florística no talude da 
margem direita do rio São Francisco - SE. São Cristóvão – UFS, 2016. 61p. (Dissertação – 
Mestrado em Agricultura e Biodiversidade).
1
 
O regime hidrossedimentológico do baixo curso do rio São Francisco, por meio do controle 
da vazão, tem alterado as características do ecossistema aquático, bem como a produção e 
transporte de sedimentos em suspenção. O objetivo desse estudo foi avaliar a produção de 
sedimentos em suspensão no canal do Rio São Francisco, e povoamento de macrófitas 
aquáticas em um trecho da margem direita submetida a diferentes técnicas de Engenharia 
Natural. A área de estudo compreendeu um trecho de talude da margem direita do Rio São 
Francisco no seu baixo curso, localizada no Município de Amparo do São Francisco, Sergipe. 
A coleta do material botânico seguiu os métodos convencionais, tendo sido realizada no 
período de abril de 2014 a setembro de 2015, totalizando quatro amostragens, duas no período 
chuvoso e duas no período seco. Sedimentos em suspensão foram avaliados no período de 03 
anos (2013, 2014 e 2015) a 20, 40 e 60% de profundidade do canal, em cinco diferentes 
transectos, orientados pela presença ou ausência de técnicas de controle de erosão, assim 
identificados: 1- Talude Vegetado; 2- Enrocamento Vegetado; 3- Talude Erodido; 4- Parede 
Krainer; e 5- Cordão de Vetiver, sendo que em três trechos da margem (2, 4 e 5) foram 
implantadas técnicas de Engenharia Natural. Do material coletado foram identificadas 66 
espécies, distribuídas em 23 famílias, mostrando sua riqueza e diversidade em um pequeno 
trecho do Rio São Francisco. Na avaliação do povoamento de macrófitas, o período do 
inverno apresentou maior riqueza dessas espécies e a Parede Krainer foi o tratamento que 
apresentou maior número de indivíduos. O aporte de Sedimentos em Suspensão diferiu 
estatisticamente para os três anos de coleta, com destaque para o ano de 2013, quando o rio 
apresentou a maior vazão. Entre os tratamentos, o Talude Erodido apresentou na profundidade 
de 20% o menor aporte de sedimentos em suspensão e, o Enrocamento Vegetado os menores 
valores quando comparada às outras técnicas. A forte presença de macrófitas aquáticas, na 
margem do rio, contribuiu para a proteção da base dos taludes por dissipar a energia do fluxo 
e refluxo das ondas. Constatou-se um decréscimo progressivo nos sedimentos em suspensão 
na comparação do período avaliado, devido não somente à redução da vazão do rio, como 
também à proteção conferida pelas técnicas adotadas de controle de erosão. 
 
Palavras-chave: Erosão, macrófitas aquáticas, sedimentos em suspensão, bioengenharia de 
solos 
 
 
1
 Comitê Orientador: Francisco Sandro Rodrigues Holanda – UFS (Orientador) 
vi 
 
ABSTRACT 
 
SANTOS, M. H. Hydrossedimentological Dynamics and floristic recovery in the São 
Francisco riverbank. St. Kitts - UFS, 2016. 61p. (Dissertation - Master in Agriculture and 
Biodiversity). 
 
Change in hydrossedimentological system of the lower course of the São Francisco river, by 
controlling the flow, has changed the characteristics of the aquatic ecosystem as well as the 
suspended sediment load. The objective of this study was to evaluate the suspended sediment 
load in the São Francisco river Chanel, and settlement of aquatic macrophytes species in a 
section of the right bank under different soil bioengineering techniques. The study area 
comprises a margin stretch of the São Francisco River in its lower course, located in the 
Amparo de São Francisco Municipality, Sergipe. The botanical material collection followed 
conventional methods, being held from April 2014 to September 2015, in a total of four 
sampling time, two in the rainy season and two in the dry season. Suspended sediments load 
were evaluated through 03 years (2013, 2014 and 2015) in 20, 40 and 60% of the channel 
depth in five different transects oriented by the presence or absence of erosion control 
techniques, as identified: 1- Vegetated Slope; 2- Vegetated Riprap; 3- Eroded Slope; 4- 
Cribwall; and 5- Vetiver grass Line, considering three of them (2, 4 and 5) with soil 
bioengineering techniques. In the collected material 66 species was identified in 23 families, 
showing the its richness and diversity in a small stretch of the São Francisco River. In 
assessing the macrophytes population, the wet period showed greater species richness, and 
among soil bioengineering techniques, the Cribwall presented the highest number of 
individuals. The sediment load was statistically different for the three evaluated years, and the 
highest values were presented in 2013, when the river had the highest discharge. Among the 
treatments, the Eroded Slope presented at a depth of 20% the lowest contribution of 
suspended sediment and the Vegetated Riprap the lower sediment load rate compared to other 
techniques. The strong presence of aquatic macrophytes in the river contributed to the 
protection of the slopes toe by dissipating the energy of the ebb and flow of the waves. A 
progressive decrease in total sediment suspended load was found throughout evaluated period, 
due not only to reduced river discharge, but also the protection provided by adopted erosion 
control techniques. 
 
Key-words: Erosion, aquatic macrophytes, suspended sediments load, soil bioengineering.
1 
 
 
1 INTRODUÇÃO GERAL 
 
A ação humana, ao longo dos anos, tem alterado significativamente os ecossistemas 
naturais, que vem sendo fortemente modificados, gerando progressiva redução da 
biodiversidade, e consequente desequilíbrio ambiental. Nos corpos d’água essas 
transformações não foram diferentes, repercutindo no uso indiscriminado da água e do solo, 
criando condições propícias para a aceleração da erosão nos taludes marginais. As ações 
antrópicas vêm contribuir para intensificação dos processos de degradação, como por 
exemplo, no manejo inadequado da vegetação das margens dos rios, para ampliação de áreas 
agricultáveis ou pastagem, acentuando os processos erosivos. 
Nas últimas décadas o Rio São Francisco teve seu curso alterado com a implantação 
de usinas hidrelétricas no seu canal, o que vem ocasionando alterações na dinâmica fluvial 
(HOLANDA et al., 2005), e com a retirada da mata ciliar para diversos fins, se promoveu a 
exposição dos taludes fluviais ao solapamento da base. 
Para minimizar problemas dessa natureza, pesquisadores do mundo inteiro têm se 
empenhado em elaborar técnicas que contribuam tanto na reconstituição de matas ciliares 
quanto no favorecimento dos processos de sucessão ecológica (ARAÚJO – FILHO, et al., 
2013; STOKES, et al., 2010; PETRONE & PRETI, 2008; LI & EDDLEMAN, 2002). A 
Engenharia Natural, por exemplo, utiliza um conjunto de técnicasque mesclam o uso de 
materiais inertes como rochas, pedaços de madeiras e geotêxteis, com materiais biológicos 
como mudas de plantas, sementes e estacas (HOLANDA et al., 2008), com o objetivo de 
mitigar o avanço da erosão, e promover a recomposição florística do ambiente. 
Estudos pós-implantação das técnicas de engenharia natural são de grande importância 
para conhecer como estas contribuem na minimização da erosão marginal, bem como no 
estabelecimento de condições que favoreçam à recomposição florística local. 
No que se refere aos estudos sobre macrófitas aquáticas e demais espécies que povoam 
as margens de rios e lagos, são, em geral, bem recentes, sendo a sua maioria associados aos 
estudos taxonômicos, com poucas iniciativas que buscam entender suas relações com outros 
organismos, e sua importância para dinâmica dos ecossistemas lacustres. Outro fator 
importante para se analisar, é como a presença das espécies aquáticas na base dos taludes 
fluviais, podem contribuir na mitigação dos processos erosivos, uma vez que estas atuam 
como barreira biológica, mas com efeito físico, dissipando a energia cinética das águas no 
embate com o talude. Essas espécies criam condições favoráveis para a nidificação e forrageio 
2 
 
de diversas espécies da fauna (POTT et al., 2011; CUNHA et al., 2012). Sua biomassa serve 
tanto de alimento como abrigo para outros animais. Sobre a sua importância na recuperação 
de áreas degradadas, estas servem de berço para o desenvolvimento de outras espécies, 
contribuindo para o aumento da biodiversidade local (ROLON et al., 2010; THOMAZ e 
CUNHA, 2010). 
Nos taludes fluviais, mais especificamente na sua base, as espécies aquáticas também 
contribuem na diminuição da energia com que as ondas se chocam nas margens, fazendo com 
que se reduza a turbidez da água, que no caso passa a mobilizar menos sedimentos (CABRAL 
et al., 2009; CAVENAGHI, 2003). 
A produção de sedimentos em suspensão no baixo curso do Rio São Francisco está 
diretamente relacionada com a vazão do rio, e esta é controlada pelas barragens, construídas 
para atender a demanda de energia elétrica (MEDEIROS et al., 2011). Nos últimos anos, em 
virtude de uma seca prolongada, na região da bacia hidrográfica do Rio São Francisco, a 
vazão do rio vem sendo reduzida progressivamente, chegando em janeiro de 2016 a 800 m
3
/s 
(ANA, 2016), contribuindo diretamente no aporte de sedimentos em suspensão. 
O objetivo desse estudo foi avaliar o povoamento de macrófitas aquáticas em um 
trecho da margem direita do Rio São Francisco, e a produção de sedimentos em suspensão no 
canal do rio, submetida a diferentes técnicas de Engenharia Natural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 
 
A bacia hidrográfica do Rio São Francisco é de grande importância para todo território 
nacional, abrangendo uma área de drenagem de 639.219 km
2
, tendo sua vazão média 
regularizada de 2.850 m
3
/s, quando os reservatórios podem garantir tal volume de água, e 
apresenta quatro divisões regionais em seu curso (Figura 1): Alto São Francisco, que se 
estende da nascente até a cidade de Pirapora em Minas Gerais; Médio São Francisco, trecho 
de maior abrangência, que vai de Pirapora à cidade de Remanso, na Bahia; o Submédio São 
Francisco que segue depois de Remanso até alcançar o limite do estado de Alagoas, com a 
cidade de Paulo Afonso, no estado da Bahia; e por fim, o Baixo São Francisco, que vai de 
Paulo Afonso até a Foz, entre os estados de Sergipe e Alagoas (SEMARH, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1: Mapa do Brasil com detalhe das quatro divisões regionais da Bacia 
Hidrográfica do Rio São Francisco. 
Fonte: Adaptado de PAE (2004). 
 
O Rio São Francisco tem 2.700 km de extensão, nasce na Serra da Canastra em Minas 
Gerais e deságua no Oceano Atlântico, contemplando sete unidades federativas (Minas 
Gerais, Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas), abrangendo 504 
municípios (CBHSF, 2014). As águas do São Francisco são exploradas de diversas formas, 
4 
 
sendo 70% de sua demanda utilizada para irrigação, nas regiões do Médio e Submédio. No 
Alto São Francisco, as maiores demandas estão direcionadas para os setores de abastecimento 
urbano e industriais. No Baixo São Francisco, a economia é direcionada principalmente para 
as comunidades ribeirinhas, por meio da agropecuária e da pesca tradicionais, e nos últimos 
anos apresenta um crescimento significativo na agricultura, turismo e lazer. Não esquecendo 
da exploração das suas águas, com uso não consuntivo, para geração de energia (CBHSF, 
2014). 
A utilização dos seus recursos de maneira indiscriminada tem gerado sérios problemas 
no seu curso, desde despejos de resíduos domésticos e industriais, contaminando suas áreas, 
como também o carreamento de agrotóxicos utilizados nas lavouras, que comprometem a 
qualidade das águas (CBHSF, 2014). Outro problema que afeta o curso do rio é a erosão 
marginal, que resulta em graves consequências para o ambiente aquático, tais como: 
assoreamento do rio; aumento da turbidez da água, o que requer mais custos no seu 
tratamento para o consumo humano; alterações no seu regime fluvial; prejuízo para sua biota 
(GUIMARÃES et al, 2010). 
 
2.2 O Baixo São Francisco 
 
O Baixo São Francisco se inicia na cidade de Paulo Afonso (BA) e se estende até a foz 
do rio no Oceano Atlântico, localizada entre os municípios de Piaçabuçu (AL), e de Brejo 
Grande (SE). Sua área abrange os Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas 
(CBHSF, 2016). Ocupa uma extensão territorial de 32.013 Km², o que equivale a 5,1% da 
área total da bacia. Segundo PGI (2002), no Baixo São Francisco o clima predominante é sub-
úmido, com precipitações médias que variam de 1300 mm na zona litorânea a 600 mm 
próximo ao sub-médio São Francisco. Com duas estações bem definidas, inverno e verão, 
sendo que o período chuvoso de março a setembro, porém montante da Usina Hidroelétrica de 
Xingó o período chuvoso se estende de novembro a janeiro, se constituindo em 53% da 
precipitação anual. A temperatura média é de 25°C. A vegetação predominante é a caatinga 
no trecho mais alto, e mata atlântica, manguezais e restingas na região costeira (PAE, 2004). 
Segundo o PRH (2015) a Bacia Hidrográfica do rio São Francisco apresenta uma 
população de 14,3 milhões de habitantes, sendo que o Baixo São Francisco é o trecho menos 
povoada das quatro regiões com 1,4 milhões de habitantes, apresentando maior taxa da 
população vivendo no meio rural, cerca de 46,7%. 
5 
 
 Dentre as atividades econômicas desenvolvidas no Baixo São Francisco está a 
agricultura de sequeiro e agricultura irrigada (cana, milho, mandioca, feijão, algodão, banana, 
sisal, abacaxi, fumo hortaliças e café) (PGI, 2002), bem como a piscicultura semi-intensiva, e 
pecuária. A produção industrial está relacionada com produção de açúcar e álcool, com 
destaque para as cidades de Igreja Nova, Cururipe, Junqueiro e Penedo, no estado de Alagoas. 
No Baixo São Francisco, a preocupação maior é com a regularização do fluxo de água. 
A vazão regularizada da região é de 2850m
3
/s, porém o que se tem observado nos últimos 
anos é a sua redução constante, em virtude de restrições hídricas, sendo que em janeiro de 
2016 foi autorizada a prática de vazão de 800 m
3
/s (ANA, 2016). Como consequência disso, o 
que se espera são os impactos socioambientais no Baixo São Francisco, entre eles: problemas 
relacionados com a captação de água, para o uso humano e irrigação, pesca e navegação. 
Segundoa DESO (2016), cerca de 70% do abastecimento de água de Aracaju vem do rio São 
Francisco, e 50% do abastecimento de água de Sergipe é oriundo do “Velho Chico”. Dentre 
os problemas ambientais com a baixa vazão do rio, o aumento da cunha salina que avança 
sobre o rio na sua foz, afeta diretamente a fauna e a flora aquática. Além do aumento da 
erosão marinha, em virtude do avanço do mar, bem como o assoreamento do rio. 
 
2.3 Erosão Marginal no Baixo São Francisco 
 
A erosão é dividida em três fases: desagregação, transporte e sedimentação dos 
sólidos, sendo esta influenciada pela velocidade do fluxo d’água, que é variável ao longo das 
dimensões longitudinal e transversal do canal do rio (OLIVEIRA, 2006). As características 
morfológicas e sedimentológicas dos taludes, aliados ao ângulo de inclinação dos mesmos, 
são fatores preponderantes para maior incidência dos processos erosivos ao longo do canal de 
um rio (CASADO, 2000). Segundo Machado (2014), além dos fatores naturais que propiciam 
os processos erosivos, ações antrópicas desordenadas intensificam a erosão nas margens dos 
cursos d’águas. 
A erosão marginal é um processo natural, de desprendimento de partículas da 
superfície do solo. O deslocamento de partículas ocorre por meio da força hidrodinâmica, que 
atua sobre o talude o que ocasiona o arraste de partículas (BANDEIRA, 2005). A erosão 
fluvial resulta no desgaste das rochas, por ação da água, ocasionado a formação dos vales, 
redesenhando o canal do rio (ARAUJO-FILHO, 2012). 
Os estudos sobre erosão marginal são importantes no planejamento urbano e 
ambiental, uma vez que são observados impactos sociais negativos, ocasionando prejuízos 
6 
 
financeiros em virtude da redução de áreas agricultáveis, desvalorizando as terras ribeirinhas 
(HOLANDA et al., 2011; RIBEIRO et al., 2011; SILVA et al., 2011). 
No Baixo São Francisco sergipano, o uso irregular dos recursos naturais, com a 
retirada da vegetação ripária, para ampliação de áreas agricultáveis, bem como a modificação 
no sistema hidrológico, com o represamento das águas, para produção de energia elétrica, tem 
levado à uma maior exposição dos taludes marginais, que naturalmente apresentam condições 
de fácil desagregação e desmoronamento, e são fatores que acentuam os processos erosivos 
locais (CUNHA; OLIVEIRA; ROCHA, 2006). 
Segundo Araújo-Filho et al. (2013), as alterações no regime hidrossedimentológico do 
baixo curso do rio São Francisco, por meio da construção de barragens, para geração de 
energia elétrica, tornou-se um agravante para o avanço da erosão marginal, ocasionada pelo 
abaixamento da cota do rio, no qual deixaram os taludes vulneráveis aos processos de 
erosivos de solo. 
 
 2.4 A Engenharia Natural no controle da Erosão Marginal 
 
Os ambientes naturais têm como característica seu dinamismo, no qual a todo o 
momento sofre alterações na sua morfologia, seja por processos naturais ou intensificados 
pela ação humana. A constante transformação do relevo se dá por forças exógenas que criam 
ondulações e depressões na superfície da terra (terremotos, vulcanismo). Por outro lado, as 
forças exógenas modelam o relevo, por meio dos processos erosivos, tendo como seus agentes 
principais a água e o vento, que carreiam a resultante do intemperismo (DURLO & SUTILI, 
2012). 
Os processos de erosão marginal podem ser causados por eventos naturais, e muitas 
vezes intensificados pela ação humana (CASADO et al., 2002). Nesse sentido, a revitalização 
dos cursos d’água é importante para prevenção e proteção dos recursos hídricos, promovendo 
a recuperação e proteção das margens, por meio de técnicas eficientes que levam a 
sustentabilidade (RIBEIRO, 2008). 
Técnicas de Engenharia natural vem sendo utilizada para minimização de processos 
erosivos, porque são de fácil implementação, corretas do ponto de vista ecológico e estético, 
empregando conhecimentos biológicos para estabilização de encostas de terrenos e margens 
de cursos d’água (LI e EDDLEMAN, 2002; STOKES et al., 2010; ARAÚJO-FILHO et al., 
2013). 
7 
 
Dentre as técnicas de engenharia natural, difundidas mundialmente, podemos citar: 
enrocamento de pedras, estacas vivas, feixes vivos, camada de arbustos, Parede Krainer, 
manta de arbustos, barreiras vivas, gabiões de pedra com vegetação, paliçadas vivas, 
hidrossemeadura, geossintéticos, geotêxtis e retentores de sedimentos. Essas técnicas podem 
ser aplicadas individualmente ou interligadas, potencializando seus efeitos positivos sobre os 
processos erosivos (ROCHA, 2006; HOLANDA et al., 2009; ARAÚJO-FILHO et al., 2013). 
Para a melhor eficiência na implantação das técnicas de engenharia natural, 
primeiramente é preciso conhecer as características físicas do solo, morfologia do canal do 
rio, ângulo de inclinação e características granulométricas do talude, que passa por um re-
afeiçoamento ou retaludamento antes da implantação da técnica (BANDEIRA, 2005; 
ROCHA, 2006). A priori, essas técnicas possibilitam a contenção da erosão, a posteriori, 
permite a estabilização da vegetação. A vegetação desempenha um papel importante no 
controle de erosão, uma vez que sua parte aérea minimiza o embate das gostas de água 
diretamente sobre o solo, impedindo a erosão laminar. O sistema radicular possibilita a coesão 
entre as partículas de solo, aumentando a resistência do mesmo ao cisalhamento 
(MACHADO, et al., 2015). 
Na área experimental foram implantadas três técnicas de Engenharia Natural: 
Enrocamento Vegetado, Parede Krainer e Cordão de Vetiver. Após alguns anos da 
implantação das técnicas, foi possível verificar a presença de macrófitas aquáticas, espécies 
que se desenvolve em áreas cobertas ou saturadas por água, e favoreceu na mitigação dos 
processos erosivos local. 
 
2.5 Produção de sedimentos em suspensão 
 
A produção de sedimentos em suspensão (PSS) ocorre naturalmente, e é decorrente 
das taxas de erosão dentro de uma bacia hidrográfica, que promove o arraste de sedimentos 
para os cursos d’água, possibilitando o seu transporte e posterior deposição nas margens desse 
sistema hídrico. A erosão por sua vez é influenciada por fenômenos climáticos, que podem ser 
intensificados pelas atividades humanas (DUTU et al., 2014; ESTRANY et al., 2009). Outra 
interferência no transporte de sedimentos é a regularização da vazão do rio, esta é uma 
medida de controle sobre o fluxo hídrico dos cursos d’água, que é responsável também por 
alterar o regime sedimentar do ecossistema (DANG et al., 2010). 
A PSS é definida como a quantidade de sedimentos que é transportada de uma bacia 
hidrográfica, sendo esta consequência do material erodido a sua vertente e no canal fluvial. 
8 
 
Parte do material que é erodido fica depositado ao longo do canal do rio e o restante é 
transportado até o exutório (MINELLA & MERTEN, 2011). 
Ao longo das décadas, os rios em todo o mundo sofreram alterações ao longo do seu 
curso, principalmente pelo represamento das águas, seja para o controle de enchente, 
abastecimento humano ou animal, para a agricultura e na produção de energia elétrica, o que 
tem repercutido diretamente no aporte de sedimentos em suspensão (MEDEIROS et al., 2011; 
DAI & LIU, 2013; BENÍTEZ-MORA & CAMARGO, 2014; GAY et al., 2014; DUTU et al., 
2014). 
A compreensão na dinâmica do Transporte de Sedimentos em Suspensão (TSS) é 
fundamental para avaliar os impactos ambientais causados pelo represamento das águas, bem 
como pelas atividades agrícolas desenvolvidas próximo as margens dos cursos d’água 
(KITHEKA et al., 2005). 
Os sistemas fluviais são fundamentais no transporte dos sedimentos intemperizados, e 
esses materiais são carreados das áreas mais elevadas paraas mais baixas, saindo do 
continente em direção ao mar, servindo assim como canais de escoamento para os processos 
aluviais de erosão, transporte e sedimentação (CABRAL et al., 2009). 
Em virtude do represamento das águas, o rio São Francisco apresenta uma vazão 
regularizada jusante, o que descaracterizou o transporte de sedimentos, pois grande parte 
destes ficam retidos nas barragens, além de afetar diretamente as características dos 
ecossistemas aquáticos (DANG et al., 2010; MEDEIROS et al., 2011). 
A diminuição no transporte de sedimentos no canal do rio é consequência do 
abaixamento da vazão, que tem levado a uma maior taxa de erosão de suas margens, mesmo 
com intensificação das atividades antropogênicas, com a retirada da vegetação para ampliação 
de áreas agricultáveis, que por sua vez contribui na vulnerabilização dos solos, uma vez que 
sem a vegetação o solo fica exposto ao intemperismo físico e químico, facilitando o 
desprendimento dos agregados (MEDEIROS et al., 2007; HOLANDA et al., 2010). 
Na área de estudo, foram selecionados cinco transectos para coleta de sedimentos em 
suspensão; dentre eles três compreendem técnicas de Engenharia Natural, e as outras duas 
serviram como testemunha, onde verificou-se a contribuição na produção de sedimentos em 
suspensão na referida área. 
 
 
 
9 
 
 2.6 Macrófitas aquáticas 
 
Macrófitas aquáticas é um termo genérico que caracteriza plantas que crescem na 
água, sejam em solos cobertos por água, ou solos saturados. As macrófitas são vegetais que 
durante sua evolução voltaram do ambiente terrestre para o aquático. Em consequência, 
apresentam algumas características de vegetais terrestres, como presença de cutícula, embora 
fina, e de estômatos que na maioria das espécies não são funcionais (ESTEVES,1998). 
As macrófitas aquáticas colonizam os mais diversos ecossistemas aquáticos, tais como 
lagos, pântanos, reservatórios, riachos, rios, ambientes marinhos e até mesmo corredeiras e 
quedas d’água (THOMAZ & CUNHA, 2010). Esses organismos apresentam grande 
capacidade de adaptação e grande amplitude ecológica, isto é, uma espécie é capaz de 
colonizar os mais diferentes tipos de ambientes. 
As macrófitas são classificadas quanto a suas formas biológicas e esta classificação 
reflete o grau de adaptação ao meio aquático. Segundo Esteves (1998), os principais grupos 
de macrófitas aquáticas são: macrófitas aquáticas emersas: plantas enraizadas no sedimento e 
com folhas fora da água; macrófitas aquáticas com folhas flutuantes: plantas enraizadas no 
sedimento e com folhas flutuando na superfície da água; macrófitas aquáticas submersas 
enraizadas: plantas enraizadas no sedimento, que crescem totalmente submersa na água; 
macrófitas aquáticas submersas livres: plantas que têm rizoides pouco desenvolvidos e que 
permanecem flutuando submergidas na água em locais de pouca turbulência; macrófitas 
aquáticas flutuantes: plantas que flutuam na superfície da água (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2: Representação das formas biológicas das macrófitas aquáticas 
Fonte: ESTEVES, 1998. 
 
10 
 
A priori, os estudos envolvendo as macrófitas tinham caráter taxonômico, no qual 
buscava a identificação e distribuição geográfica. A posteriori, houve o interesse de estudar 
sua ecologia e as interações com outros organismos. Estudos como os de Rolon et al., (2010), 
Thomaz & Cunha (2010), Pott et al., (2011), e Cunha et al., (2012), relatam a importância da 
preservação e manutenção desta flora aquática, para conservação da biodiversidade, uma vez 
que, as macrófitas servem de berço para o desenvolvimento de outras espécies, tais como: 
insetos, peixes, aves, seja como abrigo ou alimentos para estes. 
Algumas espécies de macrófitas aquáticas são denominadas como “daninhas”, pois a 
depender de seu desenvolvimento, estas podem causar danos aos ecossistemas aquáticos, bem 
como a utilização dos recursos hídricos, seja na pesca, navegação, captação de água e geração 
de energia elétrica (THOMAZ, 2002; MARTINS e PITELLI, 2005). As atividades antrópicas 
muitas vezes intensificam a proliferação desordenada de muitas espécies aquáticas, e estas, 
por sua vez, tornam-se problemas ao ecossistema aquático. 
Além disso, as macrófitas aquáticas são utilizadas como bioindicadores dos níveis de 
poluição nos corpos d’água, pois apresentam uma grande taxa no desenvolvimento de sua 
biomassa, e algumas espécies tem a capacidade de absorver e concentrar poluentes metálicos, 
contribuindo para ciclagem de nutrientes das águas (CARIS et al., 2007; MACÊDO et al., 
2012). 
A vegetação é fundamental no controle de erosão, pois esta contribui na estabilidade 
dos agregados de solo, por meio do reforço mecânico de suas raízes (BURRI et al., 2009; 
TANG et al., 2010). A parte aérea protege o solo contra a chuva, minimizando a erosão 
laminar. Porém, em taludes íngremes e desestabilizados, o uso da vegetação deve ser 
analisado com cuidado, porque o simples fato de se ter uma cobertura vegetal não é garantia 
para a estabilidade do talude. A vegetação arbórea nesses casos não é recomendada, pois o 
peso que essa exerce sobre uma encosta pode ocasionar o desmoronamento de blocos 
(GLENDINNING et al., 2009; HOLANDA et al., 2010). 
Na área experimental, as macrófitas aquáticas se desenvolveram formando cinco 
bancos isolados, após a implantação de técnicas de engenharia natural. A diversidade de 
macrófitas aquáticas na área de estudo contribuiu para o desenvolvimento da ictiofauna, 
possibilitando a restruturação do ecossistema, e o aumento da biodiversidade local. 
 
 
11 
 
3 ARTIGO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Povoamento de macrófitas aquáticas em Taludes do Baixo São Francisco - 
SE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Resumo 
 
As macrófitas são consideradas componentes importantes em ecossistemas aquáticos, pois 
além de serem os principais produtores primários de matéria orgânica, auxiliam na ciclagem 
de nutrientes, na estabilização de sedimentos, além de refúgio e nidificação para outras 
espécies. Este trabalho teve como objetivo avaliar a riqueza temporal e espacial do 
povoamento de macrófitas aquáticas em um talude da margem direita do Rio São Francisco. 
A área de estudo compreendeu um trecho da margem do Rio São Francisco no seu baixo 
curso, localizado no Município de Amparo do São Francisco, Sergipe. A coleta do material 
botânico seguiu os métodos convencionais de montagem de exsicata, tendo sido realizada no 
período de abril de 2014 a setembro de 2015, totalizando quatro amostragens, duas no período 
chuvoso e duas no período seco, nos pontos identificados como: (A) Talude Vegetado, (B) 
Enrocamento Vegetado, (C) Talude Erodido, (D) Parede Krainer e (E) Cordão de Vetiver. 
Foram identificadas 66 espécies distribuídas em 23 famílias, mostrando a riqueza e 
diversidade de espécies em um pequeno trecho de margem do Rio São Francisco. Quando 
avaliada a distribuição de riqueza temporal, o período do inverno apresentou maior riqueza de 
espécies. Entre os pontos de amostragem aquele que apresentou maior riqueza espacial foi o 
Talude Vegetado. As técnicas de engenharia natural implantadas (Pontos B, D e E) 
possibilitaram a estabilização dos taludes marginais, e assim, criando um ambiente favorável 
para um maior povoamento de macrófitas aquáticas, essenciais no desenvolvimento da fauna 
local, bem como na restruturação do ecossistema. 
 
Palavras chave: Talude, espécies aquáticas, enrocamento 
 
 
Abstract 
 
 
Aquatic macrophytes species are considered important componentsof aquatic ecosystems, as 
well as being the main primary producers of organic matter, working in nutrient cycling, 
stabilizing sediments, as shelter and nesting grounds for other species as well. The objective 
of this study was to evaluate the temporal and spatial richness of the aquatic macrophytes 
population on the São Francisco riverbank. The study area comprises a margin stretch of the 
São Francisco River in its lower course, located in the Amparo do São Francisco 
Municipality, Sergipe. The collection of botanical material followed conventional methods, 
being held from April 2014 to September 2015, a total of four sampling time, two in the rainy 
season and two in the dry season, in the followings sites identified as: (A) Vegetated Slope ( 
B) Vegetated Riprap, (C) Eroded Slope, (D) Cribwall and (E) Vetiver grass Line. 66 species 
distributed in 23 families were identified, showing the species richness and diversity in a 
small margin stretch of the São Francisco River. When evaluated the temporal distribution of 
richness, the rainy period showed greater species richness. The Vegetated Slope presented the 
highest spatial richness among the sampling sites. The soil engineering techniques (sites B, D 
and E) enabled the slope stabilization, and thus enabling environment for the largest 
population of aquatic macrophytes, which are essential to the local fauna as well as the 
restructuring of the ecosystem. 
 
Key-words: Riverbank, aquatic species, riprap 
 
 
 
13 
 
Introdução 
Macrófitas aquáticas é um termo designado a uma diversidade taxonômica de 
organismos, com diversas formas de vida, que se estendem desde áreas alagadas a ambientes 
totalmente aquáticos. Dentro dessa classificação encontramos organismos que variam de algas 
a angiospermas (CHAMBERS, 2008). As macrófitas são classificadas como: emersas, plantas 
enraizadas com as folhas fora da água; flutuantes, plantas enraizadas no sedimento com folhas 
flutuando na superfície d’água; submersas enraizadas, plantas enraizadas no sedimento, que se 
desenvolvem totalmente submersas na água; submersas livres, plantas que se desenvolvem 
flutuando submersa na água (ESTEVES, 1998). 
Dada à diversidade e distribuição no ecossistema, as macrófitas aquáticas exercem um 
importante papel ecológico em ambientes lênticos, pois propicia um ambiente atrativo para o 
desenvolvimento da fauna (desde vertebrados a diversos gêneros de invertebrados), seja por 
meio de abrigo, como também servindo de alimento forrageiro para os mesmos (DHIR, 
2015). Além de contribuir na ciclagem de nutrientes, algumas macrófitas, principalmente as 
de vida livre, submersas enraizadas e emergentes, são eficientes na remoção de poluentes 
(DHIR et al., 2009; SHAH et al., 2015). 
A colonização de macrófitas aquáticas está associada com a disponibilidade de 
nutrientes dissolvidos na água, luminosidade, temperatura, alcalinidade, salinidade, 
velocidade e vazão do rio, que em conjunto atuam sobre essas comunidades (MADSEN et al., 
2001; HENRY-SILVA & CAMARGO, 2005; PEREIRA et al., 2012). Com efeito, o controle 
no regime hidrológico tem como consequência alterações nas comunidades biológicas de água 
doce e nas condições físico-químicas da água (BECK et al., 2012; GONZÁLEZ et al., 2013; 
BENÍTEZ-MORA & CAMARGO, 2014), que criam ambientes diversos que possibilitam a 
ocorrência de uma diversidade de espécies 
Alterações hidrológicas ocorrem com frequência em grandes rios em escala mundial, 
repercutindo em alterações ao logo do canal, por meio do represamento de água, seja para 
utilização na energia elétrica, como também para abastecimento humano, irrigação, controle 
de inundações, navegação e para o lazer. No caso do rio São Francisco, os últimos cinquenta 
anos foram marcados pela construção de usinas hidrelétricas ao longo de todo o seu curso, 
fato esse que alterou consideravelmente a dinâmica hidrossedimentológica desse ecossistema 
(MEDEIROS et al., 2011), levando à intensificação da ocorrência de processos erosivos na 
sua margem, e assim, demandando a implementação de obras de mitigação dessa e de outras 
formas de degradação ambiental. 
14 
 
O uso inadequado do solo é uma prática recorrente em várias partes do mundo, 
resultando no desmatamento de grandes áreas, para a ampliação da agricultura, e em 
contrapartida com a retirada da cobertura vegetal, os agregados dos solos ficam instáveis, 
contribuindo para a ocorrência dos processos erosivos (HOLANDA et al., 2007, HOLANDA 
et al., 2009). A fim de mitigar os danos causados pela erosão, cientistas de várias partes do 
mundo têm desenvolvido técnicas de engenharia aliados a conhecimentos ecológicos, sobres 
espécies vegetais, que contribuem com o reforço mecânico das raízes para o controle da 
erosão (MACHADO et al., 2015; POLSTER, 2003; STOKES et al., 2010). Essas técnicas são 
denominadas de Engenharia Natural ou Bioengenharia de Solos. 
Estudos como de Ribeiro et al., (2013) mostram a importância da vegetação no 
controle da erosão em margens de taludes fluviais. Petrone e Preti (2008), em seu trabalho, 
mostram a importância de se conhecer as características morfológicas das espécies, para que 
estas tenham um desempenho positivo na estabilização de encostas. Machado et al., (2015) 
relata em seus estudos a importância do reforço radicular na estabilização de taludes. 
No Baixo São Francisco (BSF) após a implantação de algumas técnicas de engenharia 
natural, tem sido observado o desenvolvimento da comunidade de macrófitas aquáticas na 
base do talude, como resultado de um ambiente hidrossedimentológico favorável. Dentre as 
técnicas introduzidas na área experimental destacam-se o Enrocamento Vegetado, Parede 
Krainer e o Cordão de vetiver. Estas técnicas além de controlar os processos erosivos, 
proporcionando a estabilidade das encostas, propiciam um ambiente favorável ao 
desenvolvimento da flora e abrigo para a fauna aquática. 
Este trabalho teve como objetivo avaliar a riqueza temporal e espacial do povoamento 
de macrófitas aquáticas em um talude da margem direita do Rio São Francisco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Materiais e Métodos 
 
 
Área de Estudo 
A área de estudo compreendeu um trecho do baixo curso do Rio São Francisco, 
localizado no Município de Amparo do São Francisco, no Estado de Sergipe, cujas 
coordenadas UTM são N= 8.868.789,506 e E = 736.583,864 (Figura 1). O clima do local, 
segundo a classificação de Köppen, é do tipo As (Clima Tropical, com invernos chuvosos e 
verões secos), com pluviosidade e temperatura média anual de 744 mm ano
-1
 e 25°C, 
respectivamente, (CODEVASF, 2003) e o solo classificado como Neossolo Flúvico, de 
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de solos (HOLANDA, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1: Localização da área de estudo. Município de Amparo de São 
Francisco – SE 
Fonte: FONTES, 2016. 
 
Coleta e Análise de Dados 
Foi realizado um levantamento florístico no período de abril de 2014 a setembro de 
2015, totalizando quatro amostragens, duas no período chuvoso e duas no período seco, sendo 
coletados todos os indivíduos encontrados floridos, na margem do talude, e imediatamente 
próximo, ou seja, dentro da água, para posterior identificação. Além do material florístico, 
16 
 
também foram coletados a ictiofauna associada às macrófitas aquáticas, sendo estes 
conservados em potes com álcool 70%, para posterior identificação das espécies. 
 As coletas do material botânico foram realizadas em uma área de 200 metros ao longo 
da margem do rio, onde foram selecionados 5 pontos de coleta, seguindo o critério de 
conectividade, entre os bancos de macrófitas. Em tempo,todos os pontos de coleta estavam 
localizados em uma área experimental onde foram implantadas técnicas de engenharia natural 
a partir do ano de 2011, ou em trechos que serviram de testemunha da ocorrência de processos 
erosivos. Os pontos de coletas foram: Talude Vegetado (A), Enrocamento Vegetado (B), 
Talude Erodido (C), Parede Krainer (D) e Cordão de Vetiver (E). Dentre os pontos de coletas, 
três deles compreenderam técnicas de engenharia natural, que são os pontos B, D e E (Figura 
2). 
FIGURA 2: Pontos de amostragens: Talude Vegetado (A), Enrocamento 
Vegetado (B), Talude Erodido (C), Parede Krainer (D) e Cordão 
de Vetiver (E) 
 
As macrófitas desenvolveram-se na extensão do talude, formando cinco bancos 
isolados. A coleta foi realizada utilizando uma canoa em baixa velocidade, com registro 
fotográfico e iconográfico dos materiais coletados. 
 A preparação do material botânico coletado seguiu os métodos convencionais como 
secagem e montagem de exsicata, sendo posteriormente levado para o Herbário – ASE da 
Universidade Federal de Sergipe, para deposição e identificação. A identificação taxonômica 
foi realizada através da comparação entre o material coletado com os materiais do acervo, 
além disso, utilizou-se bibliografia especializada (POTT, 2000; LORENZI, 2008; SOUZA, 
2008) e consulta a especialistas. 
17 
 
A ictiofauna associada as macrófitas aquáticas foram identificados com auxílio de 
microscópio estereoscópico marca BEL PHOTONICS e bibliografia especializada (MUGNAI 
et al., 2010; MUGNAI e FROEHLICH, 2007; MERRITT & CUMMINS, 2008). 
Para que os dados de riqueza da biodiversidade de locais diferentes pudessem ser 
comparados, apesar dos diferentes métodos de coletas aplicados, utilizou-se o método de 
estimativa de riqueza a partir dos dados amostrais (CULLEN et al., 2006). 
Utilizando a curva de acumulação, foi verificada a riqueza de espécies de macrófitas 
aquáticas nos pontos amostrados, estimada por meio de índices exploradores não-
paramétricos. Esses foram baseados na incidência das espécies (presença/ausência) 
(CHAZDON et al., 1998) por meio do programa EstimateS (COLWELL, 1997). Entre os 
estimadores, foram selecionados Chao2, Jacknife de primeira ordem (Jack1) e Bootsstrap, 
pois os mesmos foram utilizados em estudos com macrófitas, baseado em metodologia de 
coleta semelhante (BINI et al., 2001). 
Foi utilizado o Índice de Jacaard por meio do programa PasT, para estimar uma matriz 
de similaridade entre os períodos de coletas e os pontos de amostragem, a fim de indicar o 
grau de estabilidade temporal em relação a composição da comunidade. 
Para comparar as comunidades de macrófitas encontradas entre os pontos coletados, 
buscaram verificar padrões temporais, nos períodos de amostragem, possibilitando a 
comparação pelo Teste de Tukey (p<5%), por meio do programa estatístico SISVAR 
(FERREIRA, 2011). 
 
Resultados e Discussão 
 
A avaliação do povoamento de macrófitas aquáticas considera a diferenciação entre os 
ambientes criados em consequência da implantação de técnicas de engenharia natural a partir 
de 2011 e ambientes vegetados naturalmente ou em processo erosivo, ao longo de um trecho 
da margem do rio. Nesse sentido, verificou-se nos pontos amostrados uma riqueza de 
espécies, repercutindo na recomposição florística desejada em taludes fluviais. 
O ponto “A”, nomeado como Talude Vegetado, foi uma área recoberta com vegetação 
nativa e com forte presença de macrófitas aquáticas; Ponto “B” compreende ao Enrocamento 
Vegetado, umas das técnicas de engenharia natural, implantada na área experimental, e que 
consiste de materiais rochosos colocados na base do talude no ano de 2011. Todo o 
enrocamento estava recoberto por vegetação, além de apresentar macrófitas aquáticas na sua 
base; O Ponto “C” ou Talude Erodido, no primeiro ano de coleta apresentava um grande 
18 
 
número de indivíduos em sua base, porém no ano de 2015, devido ao período de seca 
prolongada, essa vegetação diminuiu consideravelmente; Ponto “D” denominado de Parede 
Krainer, outra técnica de engenharia natural que consiste na estabilização do talude do rio 
com toras de madeira, grampos e materiais vivos e implantada em setembro de 2013, que 
também apresentava vegetado, com grande número de macrófitas em sua base; Ponto “E” 
Cordão de Vetiver, que consiste de cordão de touceiras do capim-vetiver (Chrysopogon 
zizanioides (L.) Roberty), plantadas em curvas de nível, obedecendo a concavidade da 
margem, e entre os pontos de coletas foi o que apresentou menor diversidade de macrófitas. 
Foram identificadas 66 espécies de macrófitas aquáticas distribuídas em 23 famílias 
(Tabela 1), mostrando a riqueza e diversidade de espécies em um pequeno trecho da margem 
do Rio São Francisco. Outros estudos em diferentes sistemas hídricos ratificam o povoamento 
de macrófitas se condições propícias para o desenvolvimento dessas espécies forem 
possibilitadas, como relatado por Araújo et al. (2012) que avaliou a riqueza e diversidade de 
macrófitas aquáticas em mananciais da caatinga, inventariando 52 espécies pertencentes a 25 
famílias. Cunha et al. (2012) se reporta à ocorrência de 57 espécies distribuídas em 25 
famílias para um Lago no Pantanal Mato-grossense. Vale destacar que as áreas em que foram 
implantadas as técnicas de contenção da erosão foram retaludadas para alcançar a inclinação 
de 27°, implicando na retirada total da vegetação, com ênfase nas macrófitas aquáticas, que 
em consequência das obras foram retiradas na sua totalidade; logo, o registro posterior dos 
indivíduos catalogados reflete o ambiente favorável criado para a dispersão dessas espécies ao 
longo dos anos. 
 
 
 
19 
 
TABELA 1: Famílias de Espécies de Macrófitas aquáticas coletadas na área de estudo. Formas Biológicas, Anfíbias (AN), Submersas (SUB), Submersas 
enraizadas (SUB EN), Flutuante (FLU) e Emersa (EM). 
 
Familia Espécie Formas Biológicas Familia Espécie Formas Biológicas 
Poaceae Paspalum millegrana Schrad AN Fabaceae Centrosema pascuorum Mart. ex Benth. AN 
 Panicum maximun Jacq. AN Aschynomene sensitive Sw. AN 
 Panicum pilosum AN Sesbania vigrata (Cav.) Pers AN 
 Brachiaria decumbens AN Crotalaria incanaL. AN 
 Hymenachne pernambucensis (Sprenj.) Zuloaga SUB EN Vigna adenantha (G. Mey.) Marechal et al. AN 
 Brachiaria sp AN Crotalaria pallida Aiton AN 
 Panicum laxum Sw. AN Macroptilium lathyroides (L) Urb. AN 
 Pannisetum sp AN Vigna sp AN 
 Pennisetum setosum (Sw.) Rich. AN Senna obtusifolia AN 
Asteraceae Emilia coccinea (Sims) G. Don AN Chamaecrista sp AN 
 Blaincillea dichotoma AN Mimosa pigra AN 
 Tilesia baccata AN Mimosa pudica L. AN 
 Emilia sonchifolia (L) DC. Ex Wight AN Onagraceae Ludwigia helmintorrhiza (Mart.) Hara FLU 
 Eclipta alba (L)Hassk AN Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven AN 
 Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass AN Ludwigia leptocarpa (Nutt.) Hara AN 
 Mikania cordifolia (L.F.) Willd AN Ludwigia nervosa AN 
 Conyza cf. bonariensis (L.) Cronquist AN Cyperaceae Cyperus surinamensis Rottb. AN 
 Ageratum conyzoides L. AN Oxycaryum cubense EM 
 Tridax procumbens AN Cyperus compressus L. AN 
 Pluchea sagittalis(Lam.) Cabrera AN Cyperus odoratus L. AN 
 Melanthera latifólia AN Cucurbitaceae Momordica charantia L. EM 
 Synedrella nodiflora AN Pontederiaceae Ecchiornia crassipes(Mart.) Solms FLU 
Passifloraceae Piriqueta racemosa (Jacq.) Sweet AN Convolvulaceae Jacquemontia sp AN 
 Turnera cistoides AN Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. AN 
 Turnera subulataSmith AN Salviniaceae Salvinia auriculata Abul. FLU 
Euphorbiaceae Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small AN Verbenaceae Lantana camara AN 
Hydroleaceae Hydroleaspinosa L. NA Stachytarpheta angustifolia AN 
Araceae Pistia stratiotes L. FLU Potamogetonaceae Potamogeton pusillus SUB 
Rubiaceae Spermacoce verticillata L. AN Sphenocleaceae Shpenoclea zeylanica AN 
 Pentodon pentandros AN Malvaceae waltheria indica AN 
Lamiaceae Hyptis brevipes Poit. AN Plantaginaceae Stemodia maritima AN 
Hydrocharitaceae Apalanthe granatensis (Humb. & Bonpl) SUB Amaranthaceae Alternanthera tenella colla AN 
 Najas guadalupensis (Spreng.) Magnus SUB Juncaceae Juncus sp EM 
 
20 
 
Dentre as famílias botânicas mais representativas, foram identificadas as Asteraceae 
com 13 espécies, Fabaceae com 12 espécies, Poaceae com 9 espécies, Onagraceae e 
Cyperaceae com 4 espécies cada, Passifloraceae com 3 espécies, Rubiaceae, Convolvulaceae, 
Hydrocharitaceae e Verbenaceae com 2 espécies, Euphorbiaceae, Hydroleaceae, Araceae, 
Lamiaceae, Cucurbitaceae, Pontederiaceae, Salviniaceae, Potamogetonaceae, Sphenocleaceae, 
Malvaceae, Plantaginaceae, Amaranthaceae e Juncaceae, com uma espécie cada (Tabela 1). 
Quanto às formas biológicas, 83% das espécies são anfíbias, espécies adaptadas às 
variações dos níveis de água, sendo as margens dos rios uma interface entre o ambiente 
aquático e o terrestre, possibilitando uma grande diversidade de espécies (SPONCHIADO, 
2008). Também foram identificadas espécies submersas (5%), emersas (5%), submersas 
enraizadas (1%) e flutuantes (6%). Esses são padrões de distribuição diferenciados como 
também encontrados nos estudos de (BIANCHINI JUNIOR et al., 2010; MORMUL et al., 
2010). 
As espécies da Família Asteraceae, a de maior ocorrência, têm como característica a 
fácil adaptação a áreas perturbadas, sendo umas das primeiras a se estabelecerem, e a 
depender do nível de desenvolvimento, muitas são tidas como “daninhas” ou invasoras. Essa 
é uma das maiores Famílias de plantas, com cerca de 23.000 mil espécies, o que corresponde 
a dez por cento do total de flora de angiosperma; apresentam uma distribuição cosmopolita, 
com representantes em todos os continentes, exceto na Antártica (MOREIRA & 
BRAGANÇA, 2010; ROQUE & BAUTISTA, 2008). 
A presença das espécies Salcinia auriculata Aubl., Pistia stratiotes L. e Eichhornia 
crassipes em todos os meses de coletas, mostra seu caráter invasor, que apesar das alterações 
hidrológicas, com a diminuição da vazão e da cota do rio, estas mantiveram sua população, 
sempre com o número bem expressivo. Estudos como o de Moura - Júnior (2012), nos 
reservatórios Cursai e Tapacurá, também identificaram a permanência dessas espécies em 
dois períodos distintos de alterações hidrológicas. Essas espécies apresentam plasticidade 
morfofisiológica que as possibilitam ocupar desde ecossistemas continentais, como também 
águas salobras (POMPÊO, 2008). 
A Figura 3 apresenta a evolução do povoamento das macrófitas, considerando o tempo 
de implantação do enrocamento de mais de 4 anos, se constituindo em um sítio que atrai 
também uma fauna que contribui para a promoção da dispersão de sementes necessária para a 
recomposição florística do talude do rio, como mostra a Tabela 2. Estudos como o de Pereira 
et al., (2013), mostra a diversidade de fauna associado aos bancos de macrófitas aquáticas, o 
21 
 
que vem corroborar para os achados deste trabalho. Em tempo, os enrocamentos que são 
implantados no terço inferior dos taludes possibilitam o controle do solapamento na sua base, 
ao tempo em que cria ambientes propícios à recuperação da biodiversidade desses ambientes 
aquáticos, não só da flora, mas também da fauna. É dado ênfase para o povoamento com 
macrófitas, que ali se instalam devido à acumulação de sedimentos que recobre parte das 
rochas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3: Povoamento de macrófitas desde a implantação do enrocamento na 
margem do São Francisco sergipano, no período de 2011-2015. 
22 
 
TABELA 2: Espécies de fauna associada às macrófitas aquáticas. 
 
Classe Família Gênero Espécie Nome popular 
Arachinidae Lycosidae - - Aranha 
Crustacea Palaeminidae Macrobrachium Macrobrachium 
carcinus 
Camarão 
 Macrobrachium Macrobrachium 
jelskii 
Camarão 
Gastropoda Ampullariidae Pomacea Pomacea lineata Caracol 
 Ancylidae Ancylus sp. - - 
 Corbiculidae Corbicula Corbicula fluminea Bivalve de água doce 
 Physidae Physa sp. - - 
 Planorbidae Helisoma Helisoma caribaeum Caramujo 
 Thiaridae Melanoides Melanoides 
tuberculatus 
Caramujo trombeta 
Insecta Acrididae Tropidacris Tropidacris grandis Gafanhoto (ninfa) 
 Aeshnidae Staurophlebia sp. - Libélula 
 Beatidae Callibaetis sp. - - 
 Blattarie Supella Supella longipalpa Barata 
 Calopterigydae Calopteryx sp. - Libélula 
 Carabidae Amphithasus sp. - Besouro tigre 
 Coenagrionidae Telebasis sp - Libélula 
 Cordulidae Neocordulia sp. - Libélula 
 Corixidae Buenoa sp. - Percevejo aquático 
 Curculionidae Neobagous sp. - Gorgulho 
 Gomphidae Phyllogomphoides sp. - Libélula 
 Gryllidae Achaeta Achaeta domesticus Grilo 
 Hydrophilidae Hydrophilus Hydrophilus ovatus Besouro aquático 
 Libellulidae Idiataphe sp. - Libélula 
 Libellulidae Libellula sp. - Libélula 
 Libellulidae Zenithoptera sp. - Libélula 
 Naucoridae Limnocoris sp. - Percevejo aquático 
 Pyralidae Coenochroa sp. - Borboleta (larva) 
adulto 
 Staphylinidae Liogluta sp. - Potó 
Osteictes Synbranchidae Synbranchus Synbranchus 
marmoratus 
Muçum 
23 
 
Na análise de riqueza temporal, observou-se que houve diferença significativa (p<5%) 
na quantidade de espécies, nos pontos de amostragens, nos períodos de inverno (mais 
chuvoso) e verão (mais seco) (Figura 4), apresentando uma quantidade de táxons mais 
abundante no período chuvoso. Corroborando com os estudos de (MOURA-JUNIOR et al., 
2009; ROLON et al., 2010; DODKINS et al., 2012) que identificaram maior diversidade de 
espécies aquáticas no período com maior pluviosidade. Isso é decorrente do aumento do nível 
de água e, consequentemente, da maior disponibilidade de nutrientes, carreados pelo fluxo da 
água e muito importante para o maior desenvolvimento das mesmas. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 4: Riqueza de espécies de macrófitas aquáticas encontradas nos 
períodos do inverno e verão, para os cinco pontos de amostragens. 
 
Eventos climáticos, como a precipitação pluviométrica, e eventos hidrológicos, como 
redução de vazão e cota do rio, são responsáveis pela caracterização e composição das 
comunidades de macrófitas (DAR et al., 2014). No presente estudo, os meses que 
compreenderam o inverno na área experimental que foi de abril a agosto, período de maiores 
precipitações, coincidiu com a maior riqueza de espécies. Enquanto o período do verão, que 
vai dos meses de setembro a março, foi registrado as menores precipitações, afetando 
diretamente na riqueza de macrófitas aquáticas. Vale destacar que o período chuvoso na área 
estudada, não correspondeu ao período de maior vazão do rio, uma vez que tratou-se de um 
rio de vazão controlada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), e que apresenta maior 
vazão quando as usinas hidrelétricas demandam maior produção de energia elétrica, ou 
quando aumentam as chuvas nas cabeceiras do rio, ou seja, no alto curso do rio. Camargo et 
al., (2003), em seus estudos, inferiu que a variação do nível de água interfere diretamente na 
composição de macrófitas aquáticas. Pedro et al., (2006) também encontrou alterações nas 
comunidades de macrófitas aquáticas, consequências das mudanças nos ciclos hidrológicos. 
24 
 
Considerando que a vazão e a cota do rio variam pouco no período de avaliação 
(Figura 5) (setas em vermelho indica o período do inverno e as verdes o verão), é possívelatribuir a pluviosidade às diferenças no povoamento de macrófitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5: (A) Precipitação, (B) Cota e (C) Vazão nos meses de coleta do 
material botânico. 
Fonte: INMET (2016) e HydroWeb (2016) 
 
Quanto à riqueza nos pontos de amostragens, foi verificada diferença estatística 
(p<5%), sendo que o talude vegetado apresentou maior quantidade de espécies (69), enquanto 
o transecto Cordão de Vetiver foi o que apresentou menor quantidade (30 espécies) (Figura 
25 
 
6). Esse comportamento repercute as condições menos propícias ao desenvolvimento das 
espécies no Cordão de Vetiver, por apresentar um solo mais arenoso com condições 
ecológicas e geomorfológicas menos favoráveis ao povoamento das macrófitas, uma vez que 
são nos trechos côncavos dos taludes onde as taxas erosivas são mais expressivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 6: Riqueza de espécies de macrófitas aquáticas nos pontos de 
amostragens. 
 
A curva de acumulação de espécies (Figura 7) nos mostra os valores de riqueza 
observados em contraste com os valores de riqueza estimados. Dentre os estimadores 
utilizados, percebe-se que o Jack1 e o Chao2 o número de espécies estimadas é superior ao 
coletado. E o estimador Bootsstrap é o que mais se assemelha com os valores reais de coleta. 
O estimador Jack1 utiliza o método para avaliar a riqueza total de uma área, somando a 
riqueza observada (o número de espécies coletadas), utilizando como parâmetro o número de 
espécies raras de uma amostra (“uniques”). O método Chao2 estima a riqueza de espécies 
quando pelo menos umas das espécies são raras. Já o método Bootsstrap difere dos demais 
por utilizar dados de todas as espécies coletadas para estimar a riqueza total, não se 
restringindo as espécies raras (CULLEN et al., 2006). 
O ponto de amostragem do Cordão de Vetiver foi o que apresentou os valores de 
espécies coletadas mais semelhantes com os estimadores, enquanto para o Enrocamento 
Vegetado o número de espécies estimadas foi superior ao coletado, e o mesmo padrão 
manteve-se para os demais pontos. Estudos como de Lolis (2008), também identificou 
padrões de subestimação de espécies nas áreas de amostragens. Dalbem (2010) em seu estudo 
sobre a diversidade de insetos predadores em pomares também demostrou a subestimação da 
riqueza de espécies inventariadas. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 7: Curva de acumulação de espécie observadas e estimadas (estimadores 
Jack 1, o Chao2, Bootsstrap), a linha contínua refere-se as espécies 
coletadas, para os pontos de amostragens. Cordão de Vetiver (CV), 
Talude erodido (TE), Enrocamento Vegetado (EV), Parede Krainer 
(PK.) e Talude Vegetado (TV) . 
 
A análise de similaridade (ANOSIM) mostrou diferença significativa na composição 
das assembleias de macrófitas aquáticas entre alguns dos pontos de amostragens (Tabela 3). 
Dentre os pontos em que houve diferença significativa, pode-se destacar Talude Vegetado e 
Parede Krainer (0,49) e Talude Vegetado e Cordão de Vetiver (0,30), porém com 
sobreposição das espécies. Por meio da análise de similaridade, ficou evidente que a 
comunidade de macrófitas encontradas no Talude Vegetado e na Parede Krainer são 
semelhantes, isso é uma característica de áreas próximas, o que possibilita a homogeneidade 
de espécies, em virtude dos seus agentes dispersores. Em outros estudos também foram 
encontrados sobreposição de espécies entre os pontos de amostragens, nos estudos de 
Rodrigues (2011) na represa Guarapiranga, em São Paulo, que também identificou padrões 
diferenciados na composição de macrófitas em diferentes bancos de coletas. Os estudos de 
Almeida (2012), também concordam com os achados no presente trabalho, que encontrou 
diferenças na composição de macrófitas entre os períodos de amostragem com sobreposição 
das espécies. Fatores esses que podem estar relacionados diretamente com os níveis da lâmina 
d’água, bem como velocidade do vento o que dificulta a colonização de macrófitas, 
principalmente as flutuantes e submersas. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
TABELA 3: Análise de similaridade (ANOSIM) para as comunidades de macrófitas nos cinco pontos de 
amostragem. (*p<0,05) 
Pontos de amostragem R Valor de p 
Talude vegetado X Enrocamento 0,2139 0,04 
Talude vegetado X Talude Erodido 0,1907 0,07 
Talude vegetado X Parede Krainer 0,4907 0,001* 
Talude vegetado X Cordão de Vetiver 0,3056 0,02* 
Enrocamento X Talude Erodido 0,1185 0,18 
Enrocamento X Parede Krainer 0,1972 0,05 
Enrocamento X Cordão de Vetiver 0,1204 0,10 
Talude Erodido X Parede Krainer 0,2056 0,06 
Talude Erodido X Cordão de Vetiver -0,075 0,77 
Parede Krainer X Cordão de Vetiver 0,2343 0,02 
 
 
 
Conclusões 
Na comunidade de macrófitas aquáticas, ocorreu predominância das famílias 
Asteraceae, Fabaceae, Poaceae, e quanto à forma biológica predominou a anfíbia. 
As espécies foram mais abundantes no período chuvoso, do que no período de baixa 
pluviosidade. 
 O Talude Vegetado apresentou a maior riqueza de espécie entre os pontos 
amostrados, ratificando a importância da proteção do talude como atração para outras 
espécies. 
 Na estimativa da curva de acumulação das espécies, o valor estimado foi maior que o 
coletado, e estimador que mais se aproximou dos valores reais de coleta foi o Bootsstrap. 
Na análise de similaridade para os pontos de coleta houve sobreposição das espécies 
entre os pontos, em virtude da proximidade das áreas. 
A diversidade de espécies ratifica a importância dessa comunidade nas sucessões 
ecológicas, criando um ambiente atrativo para o desenvolvimento da fauna. 
 
 
 
28 
 
 
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