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Teorias da ação 1. Teoria imanentista Por essa teoria, a ação é o próprio direito; é o direito reagindo a uma agressão. A todo direito se corresponde uma ação e vice-versa. No entanto, essa teoria há um problema: se todo direito corresponde a uma ação, quando um indivíduo vai a um juiz e o provoca, ele pode dar duas sentenças: uma de procedência, reconhecendo o direito, e, portanto, existindo uma ação OU uma de improcedência, não reconhecendo o direito, e, no caso do que diz essa teoria, não existindo uma ação. O pronunciamento do Estado não foi uma ação, independente de procedência ou improcedência? Dessa forma, essa teoria deixa uma situação de perplexidade, pois não explica a natureza do fenômeno quando a sentença é de improcedência. 2. Teoria do direito concreto de ação Adiante, vai se reconhecer que nem toda ação corresponde a um direito, pois existe a ação declaratória negativa, na qual o autor vai pedir ao juiz que declare a não existência de um direito material do qual ele está obrigado. Logo, se existe uma ação para obter a declaração de que não existe um direito material, nem toda ação corresponde a um direito. No entanto, é uma exceção. Essa teoria afirma que ressalvada essa hipótese, não se pode dizer que o autor tenha ação se não tem direito. A ação é um direito concreto, pois só existe no caso concreto em que houver um direito alegado. Mais uma vez, há a situação de perplexidade: se o juiz nega a existência do direito, não haverá a ação. Então, haverá o que? Não consegue explicar o que tem, não explicando a situação da sentença de improcedência. 3. Teoria do direito abstrato de ação Parte da ideia de que o Estado é devedor da prestação jurisdicional perante cada cidadão, visto que ele tem o monopólio estatal da justiça. Assim, o Estado tem que examinar toda e qualquer provocação, para dizer quem tem e quem não tem, e assim reconhecer a tutela ou negá-la. Com essa teoria, consegue-se distinguir a prestação jurisdicional da tutela jurisdicional. O Estado provocado tem que examinar, e a ação consiste nessa possibilidade de atuar independente da cooperação do obrigado perante o Estado. A ação é um direito abstrato, não dependendo da existência do direito no caso concreto. A tutela jurisdicional é a consequência do reconhecimento ou não do direito existente. Quando o juiz dá a sentença favorável, ele reconhece o direito e dá a tutela. Quando dá sentença desfavorável, não reconhece o direito e nega a tutela. Mas, em ambos os casos ele presta a jurisdição, havendo, assim, a ação e resolvendo o problema da perplexidade. 4. Teoria eclética da ação Desenvolvida por Liebman, essa teoria assimila elementos da teoria do direito concreto e elementos da teoria do direito abstrato de ação, sendo a teoria refletida no nosso ordenamento . Liebman reconhece a existência de um direito constitucional da ação, que resulta diretamente do próprio status civitatis - status de cidadão -, do fato de ser cidadão no Estado onde há o monopólio estatal da justiça. Assim, se o Estado a monopolizou, ele é devedor da prestação jurisdicional. O direito constitucional da ação tem sentido fundamentológico, sendo geral e abstrato, não estando submetido a condição de existência e nem a direito material alegado. Todo e qualquer cidadão tem esse vínculo perante o Estado. Mas, apesar desse direito, o Estado não está obrigado a prestar a jurisdição em todo caso, mas apenas se esse caso concreto atender a certas condições. Se atendidas as condições no caso concreto, o autor tem direito à prestação jurisdicional. Quando não atende, o juiz extingue o processo sem o julgamento de mérito. O direito constitucional não é suficiente para a prestação jurisdicional do Estado em todo e qualquer caso concreto, por isso, subordina a existência do direito processual de ação à presença de condições, sendo, neste momento, concretista. No entanto, o julgamento poderá ser favorável ou desfavorável, onde mesmo que seja desfavorável não significa que o autor não tinha o direito processual, pois é um direito à prestação jurisdicional e não à tutela. Logo, ele também diferencia prestação de tutela, sendo, aqui, abstrato. Condições para o julgamento em caso concreto: ↳ Possibilidade jurídica do pedido: se refere à espécie do pedido, ele precisa ser admitido no ordenamento, não dizendo respeito à procedência ou improcedência. ↳ Interesse processual: diz respeito à utilidade da prestação. A utilidade se mede através da necessidade e adequação. É preciso que a espécie de ação escolhida se adeque ao provimento buscado. Quando se escolhe a via errada, o juiz não vai ter utilidade na prestação jurisdicional, porque ele não poderá dar o provimento buscado. ↳ Legitimidade da parte (ad causam): as partes serão legítimas para estarem na relação processual se forem as mesmas da relação de direito material. A legitimidade de regra, autor e réu, são as mesmas da relação de direito material discutida.
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