Buscar

Jurisprudências sobre Legítima Defesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VACARIA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO PENAL II
Professor: Mário Miguel da Rosa Muraro.
Acadêmica: Jéssica Bertelli.
Jurisprudências:
Legitima Defesa:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Ementa: CIVIL E PROCESSO CIVIL. ENQUADRAMENTO JURÍDICO DOS FATOS. REVISÃOPELO STJ. POSSIBILIDADE. LEGITIMA DEFESA PUTATIVA. DANO. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. LEGÍTIMA DEFESA REAL. REQUISITOS. CULPA. CONCORRÊNCIA. INDENIZAÇÃO DA VÍTIMA. PROPORÇÃO ENTRE A CULPA DA VÍTIMA E A DO AUTOR DO DANO. 1. O conhecimento do recurso especial como meio de revisão do enquadramento jurídico dos fatos realizado pelas instâncias ordinárias se mostra absolutamente viável; sempre atento, porém, à necessidade de se admitirem esses fatos como traçados pelas instâncias ordinárias, tendo em vista o óbice contido no enunciado nº 07 da Súmula/STJ. 2. Não se admite como proporcional ao questionamento feito pelo autor, ainda que em tom sarcástico, no sentido de saber se o réu ainda estava falando mal dele, seguido do ato de segurar, de forma amistosa, o braço do seu interlocutor, a reação do réu, de imediatamente desferir no autor um golpe com a cabeça, com força tal que fraturou o nariz da vítima e cortou o supercílio do próprio agressor. Não se ignora que, antes desse fatídico dia, o autor havia sido descortês com o réu, mas sua atitude não passou de um comportamento reprovável do ponto de vista da etiqueta social,quando muito um ato injurioso, inexistindo nos autos registro de conduta pretérita que permitisse ao réu supor que o autor pudesse adotar qualquer atitude tendente à violência física. Não bastasse isso, as partes se encontravam no interior de um posto bancário, sendo certo que naquele momento estavam no local outras pessoas, ou seja, um ambiente tranquilo e cordial, nada ou pouco propício alevantar a suspeita de um possível ataque físico. 3. Tendo o réu incorrido em equívoco na interpretação da realidade objetiva que o cercava, supondo existir uma situação de perigo que, aos olhos do homem-médio, se mostra totalmente descabida, sua conduta caracterizou legítima defesa putativa, a qual não exclui a responsabilidade civil decorrente do ato ilícito praticado. 4. A legítima defesa real, prevista no art. 25 do CP, possui como pressupostos objetivos não apenas a existência de agressão injusta, mas moderação no uso dos meios necessários para afastá-la. 5. Na concorrência de culpas, a indenização da vítima será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa, em confronto com a do autor do dano, nos termos do art. 945 do CC/02.6. Recurso especial provido.
Comentário acerca da Jurisprudência acima:
Sobre Legitima Defesa a vitima têm faculdade legal e o dever moral de impedir, mesmo recorrendo ao exercício da violência, no caso em tela ao analisar a jurisprudência acima, observamos a caracterização da Legitima Defesa Putativa, onde o réu em questão supôs erradamente, estar agindo em legitima defesa ou dentro dos limites legais dessa justificativa ao suspeitar ainda que o autor falava mal dele, reagindo contra uma agressão inexistente.
Excesso da Legitima Defesa:
Entende-se por excesso quando o agente vai além dos limites permitidos para a proteção de seu direito, tendo este “plus” desnecessário sido cometido de forma dolosa ou culposa. Neste estudo, adota-se o excesso cometido de forma dolosa, pois é o que mais se aproximada da legítima defesa com excesso exculpante. (inimputável).
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CRIMINAL. ACÓRDÃO CONDENATÓRIO. LESÃO CORPORAL GRAVE. DECEPAÇÃO DO DEDO DA VÍTIMA MEDIANTE MORDIDA. EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA. ALEGAÇÃO DE OMISSÕES. NÃO OCORRÊNCIA. APRESENTAÇÃO DE TESE INIVADORA. IMPERTINÊNCIA. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÕRDÃO. REAPRECIAÇÃO DE MATÉRIAS EXAUSTIVAMENTE ANALISADAS. DESCABIMENTO. PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO. DESNECESSIDADE. 1. NOS TERMOS DO ARTIGO 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SE CARACTERIZAM COMO UM RECURSO DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA, MOSTRANDO-SE IMPRESCINDÍVEL QUE A PARTE DEMONSTRE A EXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OMISSÃO, AMBIGUIDADE OU OBSCURIDADE. 2. NESSE CONTEXTO, DEVE A PARTE POSITIVAR TER O ACÓRDÃO INCIDIDO NUMA DAS HIPÓTESES ENFOCADAS, SOB PENA DE INSUCESSO DA MEDIDA, SENDO QUE MESMO QUE PARA FINS DE PRÉ-QUESTIONAMENTO, HÁ QUE SE OBSERVAR E DEMONSTRAR A OCORRÊNCIA DE VÍCIO PREVISTO ARTIGO 619, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, POIS O PREQUESTIONAMENTO ESSENCIAL ESTÁ RELACIONADO À MATÉRIA DEBATIDA E NÃO À MENÇÃO ESPECÍFICA DE TODOS OS PRECEITOS LEGAIS APONTADOS PELAS PARTES, MÁXIME QUANDO O JULGADO ENCONTRA-SE DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO NA LEGISLAÇÃO VIGENTE E NA MAIS BALIZADA JURISPRUDÊNCIA. 3. NÃO HÁ OMISSÃO DIANTE DA ALEGAÇÃO REITERADA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, DE QUE O EMBARGANTE TERIA AGIDO EM LEGÍTIMA DEFESA, POIS A FUNDAMENTAÇÃO EXPOSTA NO JULGADO É CLARA E ESPECÍFICA, NO SENTIDO DE QUE A AÇÃO PRATICADA PELO EMBARGANTE, CONSUBSTANCIADA EM UMA MORDIDA FORTE O SUFICIENTE PARA ARRANCAR PARTE DO DEDO DA VÍTIMA, REPRESENTA ATUAÇÃO DOLOSA, NÃO ACOBERTADA PELA EXCLUDENTE DE ILICITUDE DA LEGÍTIMA DEFESA, EM FACE DA DESPROPORCIONALIDADE AFERIDA ENTRE A GRAVIDADE E INTENSIDADE DA AÇÃO DO EMBARGANTE, DIANTE DAS AGRESSÕES QUE LHE ESTARIAM SENDO DESFERIDAS PELA OFENDIDA. 4. A TESE DE EXCESSO CULPOSO NA LEGÍTIMA DEFESA EXPOSTA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, ALÉM DE COMPLETAMENTE DISSOCIADA DO COTEJO PROBATÓRIO, REPRESENTA INOVAÇÃO INADMISSÍVEL EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Comentário acerca da Jurisprudência acima:
O parágrafo único do artigo 23 do Código Penal Brasileiro é muito claro ao dizer que “O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo”, ou seja, caso ele exceda, tanto na forma dolosa ou culposa, responderá pelo crime, mesmo nos casos de estado de necessidade, legítima defesa ou em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
No caso em tela, repele a agressão excedendo-se na repulsa, seja valendo se de meios superiores aos necessários, tal excesso é punível, embora a lesão grave esteja acobertada pela justificativa das agressões deferidas pela ofendida, a posterior lesão foi excessiva e será punido por dolo ou culpa.
No meu entendimento não há legitima defesa se, após as ofensas deferidas, o embargante decepou o dedo da ofendida, e sim excesso doloso, qual deu continuidade a agressão. Por outro lado ao reagir a uma “injusta” agressão, ninguém pode exigir que o embargante controlasse os sentimentos que jorram desmedidamente, aplicando assim excesso culposo.

Outros materiais