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ATENDIMENTO À VÍTIMA DE QUEIMADURAS Prof. Beatriz Agathão CARACTERÍSTICAS DA QUEIMADURA CAUSAS DE QUEIMADURAS Fogo, Objetos quentes, Água fervente ou vapor, Substâncias químicas, Irradiações solar ou Choque elétrico. RECORDANDO: ANATOMIA DA PELE Epiderme – superficial; Derme – profunda, pode ser até 10 vezes mais espessa que a epiderme; Tecido subcutâneo – tecido mais gorduroso (acima dos músculos). Músculo Subcutâneo Glândula oleosa Folículo piloso Glândula sudorípara Vaso sanguíneo Derme Epiderme PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA Uma vez que a queimadura pode evoluir com o passar do tempo, é aconselhável não fazer o julgamento final da profundidade nas primeiras 48h. Durante esse período, caracterizar em “superficial ou profunda” QUEIMADURAS DE PRIMEIRO GRAU Envolvem somente epiderme; Vermelhas e dolorosas; Resolvem-se em cerca de 1 semana; Risco de desidratação. QUEIMADURAS DE SEGUNDO GRAU Envolvem a epiderme e porções variadas da derme subjacente; Podem ser classificadas em superficiais ou profundas; Bolhas, aparência brilhante ou base úmida Se não tratadas adequadamente podem se tornar de 3° grau Tendem a cicatrizar em 2 a 3 semanas e, se profundas, podem requerer tratamento cirúrgico. BOLHAS Devemos romper as bolhas??? A bolha ocorre quando a epiderme se separa da derme e é preenchida pelo fluido proveniente do extravasamento de vasos. À medida que a bolha cresce, pressiona o tecido lesionado – aumento da dor! Manter a bolha intacta impede a absorção de ATB tópicos, porém o ideal é não rompê-la até que a vítima esteja recebendo assistência adequada! QUEIMADURAS DE TERCEIRO GRAU Acometem a espessura total da pele; São lesões no geral secas, esbranquiçadas, semelhante a couro, independente da raça ou cor; Em casos graves, a pele parece chamuscada, com trombose de vasos sanguíneos; Os pacientes sentem dor, pois ao redor estão presentes queimaduras de 1° e 2° graus. QUEIMADURAS DE QUARTO GRAU Acometem todas as camadas da pele; Tecido adiposo, músculos, ossos ou órgãos internos; CONDUTAS INICIAIS Avaliação da cena; Se as roupas também estiverem em chamas, não deixe a pessoa correr; Se necessário, derrube-a no chão e cubra-a com um tecido como cobertor, tapete ou casaco, ou faça rolar no chão; Em seguida, procure auxílio médico imediatamente. O QUE NÃO FAZER? Não toque a área afetada. Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa que está sobre a região afetada. Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico sobre a queimadura. Não cubra a queimadura com algodão. Não use gelo ou água gelada para resfriar a região. AVALIAÇÃO E TRATAMENTO Avaliação Primária: A: Vias Aéreas Chamar ajuda médica pois a maior prioridade é desobstruir a VA (edema pelo calor, acima das cordas vocais) e mantê-la pérvia – nem sempre é possível sem dispositivos invasivos! Fornecer oxigênio em máscara facial com reservatório – alto fluxo! Atenção em relação as mudanças que ocorrem com o passar do tempo. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA B – Respiração Como está a respiração da vítima? O tórax expande? Bilateralmente? Tem queimaduras em todo o tórax (circunferenciais)?? AVALIAÇÃO PRIMÁRIA C – Circulação Na vítima queimada, o risco de evolução para choque hipovolêmico é muito grande – oferecer muita água – “hidratação oral”; 3 P’s e 2 H’s D – Neurológico Realizar avaliações neurológicas como em qualquer trauma. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E – Exposição / Ambiente Expôr COMPLETAMENTE a vítima, retirar roupas e adornos, evitando a retenção de calor residual; O grande queimado não consegue reter o seu próprio calor corporal, portanto devemos evitar a hipotermia utilizando camadas de cobertores e local protegido do vento e frio, se possível. Interrupção do processo de lesão: irrigação com grandes volumes de água a temperatura ambiente – gelo ou água fria são contraindicados – hipotermia e aumento da lesão; Realizar curativos estéreis e não aderentes em toda a área queimada – além de proteger contra contaminações, impede o fluxo de ar sobre as terminações nervosas expostas; Dar um analgésico pode melhorar a dor. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Estimar a extensão da queimadura e calcular a reposição volêmica adequada: Regra dos Nove Regra das Palmas – 0,5% em homens e 0,4% em mulheres Anterior Anterior Dorso Dorso Queimadura química: Causam lesões na pele; Quando ingeridas ou absorvidas – causam lesão nos órgãos internos! Quando inaladas – causam danos ao sistema respiratório, podendo levar a falta de ar e até insuficiência respiratória. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS QUEIMADURA QUÍMICA Retire roupas e acessórios contaminadas com o produto, inclusive sapatos, meias... tendo o cuidado de não se contaminar – 1° coisa a fazer é se proteger!!! Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos); Cubra o local com pano úmido e limpo; Procure ajuda médica imediatamente. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS Lesões por inalação de fumaça: maior causa de morte em incêndios! Qualquer vítima com queimadura de face ou fuligem no escarro, rouquidão, chamuscamento de sobrancelhas ou pêlos nasais, é suscetível à lesão por inalação; Os sinais e sintomas podem se manifestar após dias – Quais são??? Queimaduras elétricas: Destruição muscular com liberação de potássio e mioglobina QUEIMADURA ELÉTRICA A gravidade do choque elétrico varia de acordo com: Intensidade e natureza da corrente; Tempo de duração do contato; Trajeto da corrente no corpo; Condição orgânica do indivíduo. Lesões por choque elétrico: Arritmias cardíacas; Parada cardiorrespiratória; Queimaduras de pele (entrada e saída); Fraturas e traumas associados. QUEIMADURA ELÉTRICA Condutas: AUTO-PROTEÇÃO; Avaliação da cena; Isolamento da fonte elétrica; Avaliação primária – A B C D E; Avaliação secundária – lesão de entrada e saída, fraturas, etc. QUEIMADURA ELÉTRICA CENÁRIO Um dos tripulantes, vítima de explosão no convés, apresenta queimaduras no MID, na parte anterior da perna E e no tórax anterior. De acordo com a Regra dos 9, qual a extensão dessa queimadura? Quais as condutas a serem tomadas? REFERÊNCIAS NAEMT, National Association of Emergency Medical Technicians. Atendimento Pré Hospitalar ao Traumatizado: PHTLS. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. OLIVEIRA, B. F. Trauma: atendimento pré- hospitalar. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
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