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PRÁTICAS EXITOSAS: ENTREVISTA COM UMA DOCENTE DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS- CAMPUS DO SERTÃO (SEDE)
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: PROJETOS INTEGRADORES 6
DOCENTE: EVA PAULIANA 
DISCENTES: ANA PAULA DOS SANTOS
ANA PAULA SANDES ARAUJO
CARMELITA MARIA GOMES
PRÁTICAS EXITOSAS:
ENTREVISTA COM UMA DOCENTE DO PRIMEIRO 
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
INTRODUÇÃO
	É comum em nossa sociedade a pouca valorização ou reconhecimento do trabalho docente. A precariedade das condições estruturais e materiais das instituições; a falta de formação e investimento na carreira dos professores; e a ausência de boa remuneração, são alguns dos problemas que acarretam em insatisfações tanto do docente quanto dos estudantes que usufruem desse trabalho.
Deste modo, condicionados a pensar somente pelo lado negativo, geralmente, enquanto estudantes de pedagogia, nos colocamos no lugar de críticos de maneira pejorativa ao trabalho desenvolvido pelos professores, quando realizamos alguma pesquisa de campo, ou, na escola na qual estagiamos e detectamos algumas demandas necessárias a serem superadas naquela realidade. E assim, acabamos por culpabilizar o professor por quase todos os problemas que ali ocorrem. 
Considerando essas colocações, e visando um ponto que estabeleça uma contrapartida a essa situação, nos propomos a problematizar: Existem práticas exitosas em instituições de escolas públicas? Que tipo de práticas são essas e de que forma podemos identificá-las? Quais os resultados obtidos a partir dessa prática?
Tendo esses questionamentos como ponto de partida, objetivamos por meio dessa pesquisa identificar alguma prática ou práticas que tenham resultado em êxitos ao trabalho docente em uma instituição pública de ensino. Para atingir determinado fim, realizamos uma pesquisa de caráter qualitativo em uma instituição de Educação Básica, localizada na zona rural do município de Pariconha - AL. 
Como instrumento para a construção de dados, utilizamos da entrevista semi estruturada com uma professora responsável por uma turma de 1° ano do Ensino Fundamental da referida escola. As perguntas elaboradas foram constituídas enquanto abertas, e abordaram aspectos relacionados às práticas realizadas pela professora que tiveram resultado positivo, buscando identificar quais foram essas práticas e de que foram organizadas. 
	A partir das discussões e dos resultados a serem apresentados neste trabalho, pretendemos contribuir tanto aos docentes quanto aos futuros docentes com um novo olhar acerca das práticas cotidianas desenvolvidas nas instituições públicas de educação básica. 
APORTE TEÓRICO
Comumente a carreira docente é vista com um olhar indiferente por boa parte da população brasileira. Não muito raro, ouvimos sempre dizer “pedagogia é fim de carreira” ou “ser professor não tem futuro”. De fato, a profissão docente não tem se constituído como uma tarefa fácil no país, visto que não são raras as vezes em que encontramos escolas com ausência de materiais, estrutura física ou espaço adequado, além disso, torna-se grande a falta de valorização profissional. 
Apesar de tantas problemáticas e da falta de orientação e suporte para um trabalho eficaz, há profissionais que buscam promover melhorias no âmbito educacional, de forma a promover aprendizagens significativas através de práticas que possibilitam bons resultados, que denominamos neste trabalho enquanto práticas exitosas. 
Compactuamos com a ideia de Monteiro (2017), e consideramos as “práticas exitosas” enquanto ações que ocorrem no cotidiano escolar e contribuem com a formação não somente dos educandos como também do profissional docente. Nessa esfera argumentativa, o professor se constitui o principal mediador, aquele que promove por meio de atividades diversificadas, aprendizagens significativas. 
Promover práticas contemplando as necessidades do educando e visando o seu aprendizado, exige a desvinculação da perspectiva de um ensino tradicional, onde o professor está preocupado apenas em transmitir conteúdos, por meio da escrita e da fala (PAZ, 2013; MONTEIRO, 2017), demandando do profissional uma ressignificação das suas práticas, de maneira a repensar os ambientes, espaços, conteúdos e didáticas, desenvolvendo um trabalho que tenha como principal foco o aluno e o desenvolvimento de suas capacidades.
Isso envolve um trabalho pautado na reflexividade docente, tanto no que diz respeito ao processo percorrido pelo aluno, no decorrer da realização das atividades, quanto a própria prática do professor. Essa reflexão da prática possibilita ao docente avaliar o seu trabalho, de maneira a ajudá-lo a traçar os próximos passos a serem desenvolvidos no cotidiano da sala de aula (JÚNIOR, 2010). Essa reflexão da ação docente, e o desejo de ampliar e melhorar suas práticas com os alunos é o que possibilita desenvolver um trabalho produtivo e exitoso nos contextos escolares.
Neste sentido, um olhar crítico e reflexivo para a realidade educacional torna-se essencial para desvelarmos situações e caminhos que possam ser contornados com maior segurança, efetividade e sem constrangimentos, objetivando um crescimento pessoal e profissional (JÚNIOR, 2010, p. 581).
	
A partir dessas colocações, podemos perceber a reflexividade enquanto caminho que propicia uma melhor visualização, análise e interpretação da atuação docente, valorizando a construção pessoal do conhecimento, a resolução de problemas e o controle sobre o seu trabalho. 
No âmbito educacional muitos são os motivos para que a prática docente não contemple as expectativas dos educandos e do próprio professor, planejador da sua ação. Esses motivos estão implicados em questões políticas e econômicas, como falta de recursos pedagógicos e materiais, falta de diálogo entre o corpo escolar, baixos salários, gestão autoritária e ideologias que adentram o âmbito educacional interferindo na sua dinâmica. De acordo com Cericato (2016), esses conflitos que desqualificam a educação são existentes há décadas, por que a educação é e sempre foi um campo de interesse da elite, da globalização, da industrialização e do mercado.
Sendo o professor o mediador, o facilitador, aquele que oferte possibilidades e mostra o caminho para o conhecimento, descoberta, é necessário que se tenha meios para proporcionar tais experiências. No planejamento o professor deposita todas as suas expectativas e interesses das crianças, busca, cria, produz matérias e inventa o que não tem. Mas como fazer isso sem incentivo salarial? Como ampliar as experiências, se a própria formação não é ampliada, continuada? E mais, como construir uma imagem positiva da sua categoria profissional, se na maior parte das vezes o seu trabalho perde qualidade devido à falta desses recursos?
Para os professores, especificando os alfabetizadores, ter êxito está ligado ao conhecimento, ao desenvolvimento da criança que no processo de alfabetização se dá pela obtenção da leitura e escrita, e ainda, o uso dessa prática socialmente. Para que o aluno desenvolva novos processos mentais e atinja o conhecimento, outras questões como a relação aluno professor e o currículo entram profundamente em questão:
Numa relação de construção de saberes mútuo, os professores mantêm com os alunos uma relação de aprendizagem recíproca, priorizando a vida social e cultural deles de modo que as aulas possam estar associadas a um momento de encontro entre o conhecimento e o próprio protagonista desse conhecimento (BEZERRA, 2014, p 20)
Ao tratar do currículo:
É importante que o profissional de educação escolar passe ao aluno que o desenvolvimento de ações de conhecimento, sua capacidade de agir e refletir, levando-o a conhecer o mundo, valorizar-se como pessoa capaz de agir na sociedade e até mudá-la (BEZERRA, 2014, p 21)
 Considerando essas afirmativas, reconhecendo a relação aluno professor e a importância de um currículo bem planejado para o desenvolvimento de uma educação humanística, que pense em cada educando e seu olhar para o mundo, compreende-se que o professor precisa reconhecer a importância da suarelação com os educandos, as trocas, as vivências, transformando-as em recursos didáticos. No que diz respeito ao currículo, quando este não aborda a realidade dos educandos, pouco influenciará na sua construção pessoal, social e política e as práticas continuam a desenvolver-se desconexas, sem sentido para os educandos, portanto, sem êxito.
Na atualidade, levando em consideração a flexibilidade e as rápidas mudanças, os desafios do professor em exercer sua prática é ainda maior, tudo muda o tempo todo, os valores e gostos mudam com essa transição. Obter êxito respeitando as especificidades dos educandos parece tarefa ainda maior, mas não impossível. Os projetos podem constituir importante ferramenta, e umas das mais utilizadas nas instituições de ensino para o desenvolvimento de práticas interdisciplinares que possam contemplar o movimento e exigências da sociedade atual, contribuindo para o trabalho do professor, para a explanação dos conteúdos nas diversas disciplinas, proporcionando um ensino interdisciplinar.
Podemos então pensar as prática exitosas como correspondentes, ou resultantes, de vários fatores, entre a eles, a relação e interação entre alunos e professores, o currículo da escola, o que ele preza ou não, a visibilidades dada por ele em relação aos educandos, assim como, as metodologias, os interesses, valores e atenção depositados nos planos de aula ou nos projetos interdisciplinares, para que, por meio da união desses fatores seja favorecido uma pedagogia mais crítica, reflexiva, interativa, didática e lúdica, que correspondam às expectativas e curiosidades dos educandos, para que assim eles tenham interesse, espírito de descoberta por cada conteúdo apresentado. As práticas exitosas resultam de fatores que não são apenas de interesse do professor ou aluno, mais de cada pessoa que compõe o corpo escolar.
 
 ENTREVISTA:
	Ao pensar as práticas pedagógicas e no êxito que o professor pode, ou não, estar alcançando através de sua ação docente, é necessário refletir a respeito da formação desse profissional. Qual a perspectiva de ensino que este docente carrega como ideal no seu trabalho, se ele busca meios de desenvolver uma melhor prática ou se acredita que a mesma atitude que o levou a um resultado positivo em uma experiência poderá surtir o mesmo efeito diante de outra realidade. É preciso cessar esse pensamento voltado ao ensino como ímpar, ausente de flexibilidade, quando, na verdade, ele deve ser considerado de acordo com as particularidades para as quais se destina. 
	O professor é diariamente, na sua prática, surpreendido com as ocorrências que podem não ser esperadas ou planejadas e isso se reflete ainda mais quando há mudança no grupo de alunos, pois cada sala de aula abarca variadas realidades, sejam nos aspectos social, individual, econômico, político, enfim, as práticas precisam ser pensadas de acordo com a especificidade que caracteriza o grupo de alunos como único, mas que carece também um olhar diversificado por contemplar as diferenças e particularidades de cada um.
	Reconhecendo a significância de tratar sobre as práticas exitosas e as estratégias utilizadas para um melhor desenvolvimento do trabalho pedagógico nas escolas brasileiras, realizamos uma pesquisa com a professora (que aqui adotaremos o nome de Margarida), do primeiro ano do ensino fundamental em uma escola municipal de educação básica no Sertão de Alagoas. Iniciamos o trabalho com a elaboração de um questionário, cujas questões serão apresentadas adiante, e posteriormente foi realizada a entrevista com a professora, utilizando um aparelho celular para gravar a conversa, evitando, assim, a perda de alguma informação ou fala por parte da entrevistada. 
 1. Na carreira docente existem falhas, mas também grandes exitos. Quando você considera uma prática, a sua prática, exitosa?
 
 	Margarida cita o planejamento como o meio de se chegar ao êxito, quando diz que “tem que fazer um planejamento, por que você não pode ir à toa” nos mostrando a importância que dá à elaboração deste para a sua prática, Castro et al (2008) citando Moretto (2007) reforça que o planejamento organiza as práticas do professor e facilita seu trabalho. “Quando faço uma atividade com o aluno eu vejo se houve avanço da parte dele e também se a minha metodologia foi boa, por que se não foi eu faço o registro daqueles alunos que não conseguiram realizar as tarefinhas quando eu passei, aí eu vou buscar um novo método de ver com que eles alcancem” Nessa fala, ela demonstra a preocupação com a aprendizagem de seus alunos e a busca por melhores metodologias quando não vê resultados. “Aí eu faço as tarefinhas diferenciadas, mesmo conteúdo mas as tarefinhas diferenciadas, porque tem aluno que tá em vários níveis. A turma é homogênea mas é heterogênea porque as crianças uns aprendem com mais dificuldade e outros têm mais facilidade, e ai eu gosto de fazer um registro no meu caderno porque eu levo as atividades para casa e lá eu vou ver onde eles precisam melhorar”. Podemos observar que ela leva em consideração as diferenças das crianças e suas necessidades, com relação aos erros que observa por parte do alunos, ela nos disse “Eu não faço correção no caderno deles e nem tampouco vou dizer que tá errado, eu pergunto a eles se daquela maneira tá correta. Ai quando eles observa no quadro como eu escrevo ai eles vão, eles mesmos fazem a correção”. Por fim, ressalta “Ai eu vejo que deu rendimento, por que o meu objetivo mesmo é ver que todos os alunos avancem, e se eu não conseguir isso o fracasso é meu, ai eu tenho que me auto avaliar no meu planejamento, como eu devo fazer para melhorar”. 
 2. Mesmo com o descaso educacional causada pela falta de investimentos e recursos, a escola, juntamente com professores, pais e demais corpo escolar produzem trabalhos estruturados, positivos. Levando em consideração essa perspectiva, fale sobre o seu trabalho, as suas práticas positivas.
 
“Minhas práticas positivas com relação à escola eu geralmente faço meu material, eu compro. A escola tem materiais só que é pouco então eu prefiro comprar por fora, fazer confecção” , mesmo com a dificuldade de materiais na escola, como é comum na realidade educacional, Margarida nos mostrou que isso não é motivo para que ela desista de trazer o melhor no planejamento de atividades para seus alunos, mostrou também alguns jogos confeccionados e livros sobre sua mesa e comentou “eu que confecciono isso dai e tiro de livros, imprimo, porque se não tiver esse material assim que a gente queira, quando o professor ele quer que o aluno aprenda ele busca, ele tem que buscar”.
 
3. O que foi preciso para que esse trabalho funcionasse?
Considerando as muitas mudanças que ocorrem e que influenciam, direta e indiretamente, a educação, o professor deve estar sempre em processo de formação continuada. Margarida, respondendo sobre o necessário para o alcance de suas práticas pedagógicas diz ser “Muita formação continuada. A formação continuada é a base, você nunca tá pronto, você tá sempre precisando de algo e eu sempre participo de formação continuada” e justificou dizendo que “junto com os colegas a gente ouve opinião de um, um trabalho que ele realizou e que deu certo, eu também posso levar algum trabalho que eu trabalhei com meus alunos e deu certo”. 
 
 
4. Quais os projetos que apresentam práticas exitosas no cotidiano? como você avalia?
 
“Todos os projetos que ela (a coordenadora) indica pra gente trabalhar, principalmente o da dengue porque a gente fez a apresentação e alguns pais vieram” Margarida nos mostra, através dessa mobilização, a importância de trazer os pais para prestigiar as produções de seus filhos dentro da escola, ajudando a desenvolver o relacionamento familia - escola. Demonstrando que não apenas ocorreu com o projeto da dengue, Margarida complementa: “Sempre tem a culminância da apresentação né e eles convidam os pais, alguns vêm e outros não”.
 
4.1 como esses projetos envolvem, consideram as disciplinas? 
“Eu, eu trabalhopor meio da sequência didática e na hora de registrar eu coloco o que precisa ser em cada disciplina. Em ciência a parte da água, na parte da arte eu peço pra eles desenhar. Na leitura, quando eles fazem um desenho de imediato ele faz a leitura do desenho e eu peço para eles escreverem, a gente já entra na disciplina da língua portuguesa, já pode entrar na parte da criação, como eu dei o texto da criação do mundo, que Deus dividiu em céu e terra, aí a gente já pode trabalhar o oceanos aí a gente faz um apanhado assim”.
 
Com relação às disciplinas com mais enfoque nesses projetos elaborados para a escola, Margarida nos conta que são Matemática e Língua portuguesa. Os projetos realizados na instituição onde Margarida atua são elaborados para ser trabalhados em todas as séries e, quanto a isso, ela nos diz que “cada um faz o que pode trabalhar no primeiro ano, no segundo. Porque aí eu mesmo sempre me baseio nos direitos de aprendizagem do aluno de primeiro ano, por que tem os direitos e aprendizagens do que ele deve aprender em determinada disciplina, aí eu não vou avançar no conteúdo que eu sei que o aluno no primeiro ano não vai conseguir, ai tenho que me planejar ver o que eu posso trabalhar”. O conhecimento sobre as medidas para práticas a serem trabalhadas com os alunos demonstra a preocupação da professora Margarida com a aprendizagem deles.
 
5. Como a relação professor aluno influencia na sua prática?
Quando entende a pergunta Margarida comenta não ser somente flores lidar com a sala de aula, porém quando percebe o comportamento do aluno utiliza de táticas como cita: “se o menino tá danado eu faço mais danação ainda. Envolvo jogos ‘- Perainda, vou botar esse menino pra brincar’, ai escrevo as palavrinhas no quadro, faço corridas de letras com eles é a melhor coisa que eles faz, ai todos participam”. Com relação à interação dos alunos na sala de aula: “Interagem, Quando eu faço uma leitura pra eles, a gente tem que fazer a oralidade com eles, qual foi a parte que ele mais gostou aquele texto, qual foi o que chamou mais atenção”, a professora Margarida demonstra aqui que leva em consideração a interpretação dos alunos nas atividades de leitura, o que possibilita a interação e ainda nos dá exemplo: “Nós estamos falando das mães e eu dei o texto de dumbo, que é o elefantinho da mãe, depois eu dei o de chapeuzinho vermelho com a mãe, aí depois eles vão diferenciar que são animais, mas é mãe, e tem o ser humano que é mãe também”, podemos observar a ligação de atividades, utilizando de uma característica conjunta das histórias e trabalhá-la. 
 
 
6. Quais os pontos positivos e negativos do planejamento? Existe uma participação do corpo escolar?
 
Assim como nos diz Castro et al (2008) sobre os professores que não planejam e “Em consequência, não conseguem alcançar os objetivos quanto à formação do cidadão” (CASTRO et al, 2008. p. 55), assim também muitas vezes acontece mesmo que o professor tenha planejado, de não conseguir alcançar os objetivos almejados. Com relação aos pontos positivos e negativos Margarida diz ser ponto positivo “quando você faz um planejamento e que você vem e trabalha e dá certo e os negativos é quando não dá e você tem que fazer uma retomada do que você tinha preparado”. Mas isso se dá por que o professor está sujeito a diversas situações na sala de aula, que não podem ser previstas no planejamento, Margarida reconhece que mesmo “que a gente traz pronto mas ele (o planejamento) é flexível, vai ser de acordo com a aprendizagem do aluno” e ainda ressalta a importância de buscar novas medidas para trabalhar com os alunos caso o planejamento não tenha suprido as necessidades de aprendizagem destes.
	Questionada sobre a participação do corpo escolar no planejamento, Margarida cita a reunião de HTPC onde “cada um dá sua opinião, alguns acatam, outros diz “não, assim tá melhor” e a gente vai fazendo aquele arrumamento, depois da tudo certo, aí depois cada um vai trabalhar... porque é difícil por ser uma sequência do primeiro ao quinto ano, então a gente tem que fazer, eu tenho que fazer uma atividade de acordo com minha turma, cada pessoa vai fazer de acordo com sua turma” sendo necessário cada professor buscar os métodos que se adaptem aos seus alunos e ano que se encontram, para que “chegue ao alcance do conhecimento do aluno e aprendizagem dele” segundo Margarida.
 
 
7- Quais os principais desafios para alcançar a prática exitosa?
 
Margarida enfatizou a participação e colaboração dos professores e coordenador como essencial para o alcance das práticas exitosas, e complementa dizendo que “eu, particularmente, procuro pesquisar o que preciso melhorar pra trabalhar com os alunos” o que é crucial pois mesmo sendo executados projetos e planos coletivamente, cada ano exige medidas específicas, levando em consideração suas particularidades. 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo diante de tantas dificuldades que afetam o trabalho do professor, como a falta de recursos, incentivo salarial, integração e troca entre o corpo escolar; muitos docentes, interessados no desenvolvimento e aprendizagem de seus alunos, buscam meios para uma prática pedagógica que apresente resultados positivos e dê, em meio aos tantos problemas, um significado à educação. Obter prática exitosas exige do professor uma visão ampla para com a educação, para o seu planejamento assim como também uma formação continuada, considerando as mudanças que ocorrem constantemente e que influenciam no campo educacional.
Com tantas pesquisas que problematizam o nosso sistema educacional e as práticas docentes que deixam a desejar, esta possibilitou o reconhecimento, através do trabalho pedagógico da professora Margarida, que há posturas educacionais de influências positivas nos resultados do processo ensino e aprendizagem dos alunos, quando há um conjunto de fatores em colaboração para que isso, de fato, ocorra.
	A educação precisa de docentes que estejam engajados na responsabilidade tão necessária de formar cidadãos comprometidos e críticos, levando em consideração a situação em que está inserida a escola dos dias atuais e tomar essa atitude requer romper com toda inércia, com a falta de coragem e o conformismo, que impedem a busca por melhores condições de ensino para os alunos em prol de conquistar bons resultados, assim como também essas práticas exitosas necessitam de reconhecimento, para mostrar que ainda assim, em meio a tantos problemas e empecilhos, há docentes comprometidos com uma Educação de qualidade.
Referências:
BEZERRA. Maria. Dificuldades de aprendizagem e os fatores que influenciam o fracasso escolar\ Maria do Carmo Lima Bezerra. 2014
CASTRO, Patrícia A. P. P de; et al. A importância do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. ATHENA, Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan/jun. 2008. p. 49 - 62.
CERICATO, Itale. A profissão docente em análise no Brasil: uma revisão bibliográfica. V 07. p 273-289, 2016. 
JÚNIOR, Valter Carabetta. Rever, Pensar e (Re)significar: a Importância da Reflexão sobre a Prática na Profissão Docente. Revista Brasileira de Educação Médica. v.4, n. 34, mar/set. 2010. p. 580-586. 
MONTEIRO, Rachel Rachelley Matos .et al. Alfabetização: As Práticas Exitosas Na Sala De Aula E A Formação Do Professor Alfabetizador. In: Encontro Internacional de Jovens Investigadores, n 3, 2017, Fortaleza. JOIN... CEARÁ: BRASIL, 2017. p. 1-9.
PAZ, Fábio Mariano da; LEITE, Youshie Ussami Ferrari. Carreira Docente No Brasil: Desafios E Perspectivas. In: Congresso Nacional de Educação, n.11, 2013. Curitiba. PucPr... João Pessoa: Puc, 2013, p. 721 -740.

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