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Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 1 Olá, seja bem-vindo ao Curso Ênfase. Estamos aqui para oferecer ensino com qualidade e excelência. Lembre que não é permitida a divulgação, reprodução, cópia, distribuição, comercialização, rateio ou compartilhamento, oneroso ou gratuito, de aulas e materiais, ficando a pessoa sujeita às sanções cíveis e penais. Confiamos em você!!! Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 2 Sumário 1. Comunicação da perda dos direitos políticos pelo Ministério da Justiça .. 3 1.1. Outorga do gozo de dirietos políticos em Portugal ....................... 4 2. Regularização da Situação Eleitoral ..................................................... 5 3. Cancelamento e exclusão ................................................................... 6 3.1. Causas ........................................................................................ 6 3.1.1 Incrição eleitoral irregular ....................................................... 7 3.1.2 Suspensão ou perda de direitos políticos ................................. 8 3.1.3 Pluralidade de inscrição ........................................................... 8 3.1.4 Falecimento do eleitor ............................................................ 9 3.1.5 Deixar de votar em três eleições consecutivas ......................... 9 Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 3 1. Comunicação da perda dos direitos políticos pelo Ministério da Justiça De início, recorda-se que a Constituição, quando no artigo 15 traz as hipóteses de suspensão ou perda dos direitos políticos e colocando em termos genéricos, sem indicar inciso por incisos, temos a perda de direitos políticos apenas pelo primeiro caso, que é cancelamento de naturalização. De uma maneira geral, a situação de naturalização envolve a atuação do Ministério da Justiça (MJ) – o estrangeiro que quiser se naturalizar fará o pedido no MJ e o pedido será também por ele processado. Havendo cancelamento da naturalização de alguém - hipóteses previstas constitucionalmente – pelo MJ, deve comunicar à Justiça Eleitoral porque, se a naturalização é cancelada, perde a nacionalidade, volta a ser estrangeiro e não pode participar do processo eleitoral no Brasil. O MJ entrará em contato com o Tribunal Superior Eleitoral e, como isso se dá no âmbito das corregedorias, responsáveis por apurar as hipóteses de irregularidades, será na pessoa do corregedor. Resolução 21.538 TSE § 2º Quando se tratar de pessoa não inscrita perante a Justiça Eleitoral ou com inscrição cancelada no cadastro, o registro será feito diretamente na base de perda e suspensão de direitos políticos pela Corregedoria Regional Eleitoral que primeiro tomar conhecimento do fato. § 3º Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da Justiça, a Corregedoria-Geral providenciará a imediata atualização da situação das inscrições no cadastro e na base de perda e suspensão de direitos políticos. O MJ comunica ao Tribunal Superior e a Corregedoria que trabalha nesse âmbito providencia a atualização dos dados. Questão de Técnico Judiciário do TRE PE 2017: Considerando as regras do TSE para a administração e manutenção de cadastro eleitoral e assintos correlacionados, assinale a opção correta. a) Via de regra, a revisão de eleitorado ocorre em ano eleitoral. b) As relações de eleitores constantes do cadastro eleitoral, com dados como filiação e estado civil, serão acessíveis às instituições públicas e privadas, ressalvada a privacidade quanto ao endereço e telefone. c) A outorga a brasileiro do gozo de direitos políticos em Portugal importará a perda desses mesmos direitos no Brasil. Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 4 d) Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da Justiça, a corregedoria-regional atualizará a situação das inscrições na Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos. e) A regularização da situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos não ocorre simultaneamente à cessação do impedimento. Não é a corregedoria-regional, é a corregedoria geral, o que faz com que a alternativa D esteja errada. 1.1. Outorga do gozo de dirietos políticos em Portugal O gozo de direitos políticos em Portugal por parte de um brasileiro, implica a suspensão dos direitos políticos no Brasil. A CRFB/88 tem uma previsão no artigo 12, parágrafo primeiro que estabelece a possibilidade de um português usufruir do mesmo regime jurídico de um cidadão naturalizado – mantem a nacionalidade portuguesa, mas é equiparado a um brasileiro naturalizado. Ocorre que só pode ser concedido esse benefício se Portugal conceder ao brasileiro o gozo dos direitos que um português naturalizado pode usufruir. Há o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre Brasil e Portugal que disciplina essa reciprocidade e, nele, está expressamente previsto que aquele que residir em outro país e pedir a condição de equiparado a naturalizado e passar a gozar de direitos políticos nesse outro país, terá seus direitos políticos suspensos no país de origem. Exemplo: o português que pedir esta condição no Brasil poderá se candidatar a cargo eletivo, por exemplo, mas não poderá exercer os direitos políticos em Portugal, e vice-versa. Art. 51. Tomando conhecimento de fato ensejador de inelegibilidade ou de suspensão de inscrição por motivo de suspensão de direitos políticos ou de impedimento ao exercício do voto, a autoridade judiciária eleitoral determinará a imediata atualização do cadastro. § 4º A outorga a brasileiros do gozo dos direitos políticos em Portugal, devidamente comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral, importará suspensão desses mesmos direitos no Brasil (Decreto nº 70.391, de 12.4.72). Dec. nº 3.927/2001: "Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000", cujo art. 78 revoga a Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses regulamentada pelo Dec. nº 70.391/72. O art. 17, item 3, do tratado dispõe: "O gozo de direitos Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 5 políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade". Na mesma questão que se falou há pouco (TER-PE/2017), a proposição está incorreta: c) A outorga a brasileiro do gozo de direitospolíticos em Portugal importará a perda desses mesmos direitos no Brasil. Não importa na perda, mas na suspensão. 2. Regularização da Situação Eleitoral A pessoa teve restrição de direitos políticos por conta de alguma hipótese, que desapareceu com o transcorrer do tempo. É possível que o eleitor regularize a situação – cessando o impedimento é possível a regularização. Só se desaparecer que poderá regularizar. Resolução 21538/2003. Art. 52. A regularização de situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos somente será possível mediante comprovação de haver cessado o impedimento. § 3º Comprovada a cessação do impedimento, será comandado o código FASE próprio e/ou inativado(s), quando for o caso, o(s) registro(s) correspondente(s) na base de perda e suspensão de direitos políticos. Se regulariza com a comprovação de que o impedimento cessou. A assertiva da questão anterior: e) A regularização da situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos não ocorre simultaneamente à cessação do impedimento. Está correta até porque a Justiça Eleitoral deve ser provocada para que seja comprovado que desapareceu o impedimento. A comprovação está no artigo 53 da Resolução 21.538/03. Art. 53. São considerados documentos comprobatórios de reaquisição ou restabelecimento de direitos políticos: CF/88, art. 15: casos de perda ou de suspensão de direitos políticos. I – Nos casos de perda: a) decreto ou portaria; b) comunicação do Ministério da Justiça. II – Nos casos de suspensão: Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 6 a) para interditos ou condenados: sentença judicial, certidão do juízo competente ou outro documento; b) para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação do serviço militar obrigatório: Certificado de Reservista, Certificado de Isenção, Certificado de Dispensa de Incorporação, Certificado do Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório, Certificado de Conclusão do Curso de Formação de Sargentos, Certificado de Conclusão de Curso em Órgão de Formação da Reserva ou similares; Res.-TSE nº 15850/89: a palavra "conscrito" alcança também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório. c) para beneficiários do Estatuto da Igualdade: comunicação do Ministério da Justiça ou de repartição consular ou missão diplomática competente, a respeito da cessação do gozo de direitos políticos em Portugal, na forma da lei. V. nota ao art. 51, § 4º, desta resolução sobre o Dec. nº 3.927/2001: “Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa”. III – Nos casos de inelegibilidade: certidão ou outro documento. 3. Cancelamento e exclusão O tema, de maneira geral, está disciplinado no Código Eleitoral dos artigos 71 a 81. Há uma relação de complementariedade entre ambos – o cancelamento da escrição eleitoral acarreta a exclusão do cadastro de eleitores da Justiça Eleitoral. Exemplo de questão: Analista administrativo TRE GO 2015 - Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores. Os institutos do cancelamento e de exclusão de eleitores não se complementam: não há entre eles relação de causa e consequência. Está completamente errado porque há sim a relação de causa e consequência dessas hipóteses. 3.1. Causas Estão no artigo 71 do Código Eleitoral. Art. 71. São causas de cancelamento: I - a infração dos artigos. 5º e 42; II - a suspensão ou perda dos direitos políticos; III - a pluralidade de inscrição; Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 7 IV - o falecimento do eleitor; V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. (Redação dada pela Lei nº 7.663, de 27.5.1988) A questão 47 do TRE PI 2016 Com base no disposto na Lei n.º 9.504/1997, assinale a opção correta. a)A segunda via do título de eleitor pode ser requerida a juiz de zona eleitoral diversa daquela onde o eleitor esteja alistado. b) O cancelamento da inscrição eleitoral ocorre quando esta deixa de existir, como, por exemplo, na hipótese de pluralidade de inscrições ou na de transferência do eleitor para outra zona ou circunscrição. c) O domicílio eleitoral confunde-se com o domicílio civil do eleitor. d) O empregado tem o direito de ausentar-se do serviço, sem prejuízo de sua remuneração, para alistar-se eleitor ou requerer transferência, bastando, para justificar a falta, a apresentação ao seu empregador do atestado de comparecimento fornecido pela justiça eleitoral. e) No sistema eleitoral brasileiro, admite-se que o alistamento eleitoral seja realizado a qualquer tempo, exceto no período compreendido entre os cem dias anteriores à eleição e o dia da finalização da apuração dos votos. A transferência não é motivo de cancelamento. Isso já foi estudado. Questão de analista admibistrativo TRE GO 2015 – Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores. 78 - As únicas hipóteses de cancelamento da inscrição e a consequente exclusão do eleitor do cadastro nacional são: suspensão dos direitos políticos, falecimento do eleitor, pluralidade de inscrições e o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas. Está errado, primeiro porque tem a suspensão ou perda e, segundo, faltou a infração dos artigos 5º e 42, que equivale à inscrição eleitoral feita violando as regras do alistamento. Este artigo é o que prevê que o alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. 3.1.1 Incrição eleitoral irregular É o primeiro inciso do artigo 71 do Código Eleitoral, alguém que faz o alistamento contrariando as regras, apresentando, por exemplo, uma qualificação equivocada. Se isso for apurado, tem-se o cancelamento da inscrição. Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 8 3.1.2 Suspensão ou perda de direitos políticos Deve-se ter cuidado porque, para fins de prova, suspensão dos direitos políticos gera o cancelamento da inscrição eleitoral, não é apenas a perda; é a suspensão ou perda dos direitos políticos. Chama-se atenção porque, a priori, em uma leitura racional, a suspensão dos direitos políticos não deveria cancelar a inscrição eleitoral porque a suspensão tem natureza temporária. Se desaparecer a hipótese de suspensão, a pessoa volta a gozar dos direitos políticos. A hipótese legal é suspensão ou perda e deve-se estar atento. Técnico Judiciário TER PE 2017 – questão 46. Com base no Código Eleitoral, assinale a opção correta relativamente a juízes, juntas e alistamento eleitoral. a)Caberá a aplicação de multa ao juiz quedeixar de anexar ao processo eleitoral o recibo do eleitor quanto ao título e documento que instruiu o requerimento de alistamento eleitoral. b)A suspensão dos direitos políticos implica a suspensão do direito de voto, mas não o cancelamento do alistamento eleitoral. c)Durante o processo de cancelamento do alistamento e até a exclusão, o eleitor não poderá votar. d)Para o efeito da inscrição, é tido como domicílio eleitoral o lugar de residência do requerente, e, verificado ter este mais de uma, considerar-se-á domicílio a mais antiga. e) As juntas eleitorais são compostas por um juiz de direito e dois ou quatro cidadãos de notório saber jurídico. A proposição B está errada porque a suspensão dos direitos políticos implica a suspensão do direito de voto e também o cancelamento do alistamento eleitoral – deve-se ficar muito atento quanto a isso. 3.1.3 Pluralidade de inscrição A ordem de preferencia de cancelamento está no artigo 75 do Código Eleitoral. Todavia, no artigo 40 da Resolução 21.538/2003 TSE há uma hipótese que não está no Código e tem-se que prestar atenção. Direito Eleitoral O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. www.cursoenfase.com.br 9 Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair: I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor; Na prova, caso perguntado, havendo a pluralidade de inscrições, aquela que deve ser cancelada preferencialmente é a mais recente efetuada contrariamente às disposições eleitorais em vigor. 3.1.4 Falecimento do eleitor Não carece de maiores explicações: se o eleitor falecer, não pode mais votar. Mas, ainda sim é importante esclarecer porque se diz que em uma época havia muita gente que faleceu votando – e isso era devido a fraudes diante da ausência de comunicação do óbito à Justiça Eleitoral. Por isso, é importante também o recenseamento. A Justiça Eleitoral só vai cancelar a inscrição do eleitor que faleceu se tiver acesso à informação. Em regra, os cartórios eleitorais, quando expedem a certidão de óbito, comunicam para que se proceda a baixa do cadastro eleitoral. É certo que votar no lugar de outra pessoa é crime eleitoral. 3.1.5 Deixar de votar em três eleições consecutivas Isso, por si só, não gera o cancelamento da inscrição eleitoral, mas não é bem assim.
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