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Dispepsia: Causas e Tratamentos

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DISPEPSIA
Distúrbios Orgânicos e Funcionais
Orgânicos possuem causa definida.
Funcionais não se encontra a causa, mas não significa que é psicológico.
Dispepsia :: Definição
Dor ou desconforto abdominal ou retroesternal, pirose, náusea, vômitos e quaisquer outros sintomas relacionados com o tubo digestivo proximal.
A doença dispõe de elevada prevalência na população geral, ocupando cerca de 7% das consultas com clínicos gerais e até 50% nos consultórios de gastrenterologia, sendo discretamente mais frequente entre as mulheres, com um pequeno declínio com a idade.
Consenso de Roma III
Um ou mais dos seguintes sintomas:
a. sensação de plenitude pós-prandial
b. saciedade precoce
c. dor epigástrica
d. queimação epigástrica
Nenhuma evidência de doença estrutural que possa explicar os sintomas (inclusive endoscopia digestiva).
Os critérios devem ocorrer nos últimos 3 meses com início dos sintomas há pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.
Classificação
A dispepsia pode ser dividida em dois grandes grupos: orgânica, quando existe um marcador biológico relacionado às queixas do paciente, como uma doença orgânica ou uma anormalidade estrutural do tubo digestivo; e funcional, quando tal marcador não pode ser encontrado mesmo após adequada investigação. Podemos ainda classificar a dispepsia em não investigada.
Grupo A – Distúrbios esofágicos	Grupo B – Distúrbios gastroduodenais
Grupo C – Distúrbios intestinais	Grupo D – Dor abdominal funcional
Grupo E – Distúrbios biliares		Grupo F – Distúrbios anorretais
Distúrbios Esofágicos
Globos faríngeos :: bolo na garganta que não sai. Pode ser orgânico ou funcional.
Síndrome de ruminação :: comida volta
Dor torácica funcional
Azia funcional
Disfagia funcional
Distúrbio esofágico não-especificado
Distúrbios Gastroduodenais
Dispepsia funcional :: dor crônica ou recorrente ou desconforto em abdome superior na ausência de qualquer causa orgânica, sistêmica ou metabólica e sem achados da síndrome do intestino irritável, por um período contínuo de três meses, tendo se iniciado, pelo menos, nos últimos seis meses.
Estima-se que a prevalência de dispepsia funcional varie entre 11-24%, sem preferências substanciais pelo sexo ou etnia.
>> Devemos destacar que a dispepsia funcional é um diagnóstico de exclusão, na ausência de anormalidades nos exames complementares do paciente com queixas dispépticas. <<
Dispepsia tipo úlcera :: dor que melhora quando se alimenta. É rítmica, normalmente aparece de madrugada (na hora que o estômago está mais vazio). O leite piora a dor. Possui períodos de acalmia (sem dor) e com dor. Pode ser funcional.
Dispepsia tipo motilidade :: come e fica cheio o dia todo ou saciedade precoce (começa a comer e já se sente cheio).
Dispepsia não-especifica
Aerofagia :: não para de arrotar.
Vômito funcional :: sem explicação definida
*Gastroparesia :: estômago sem peristaltismo normal >> ocorre no alcoolismo, diabetes e hipotireoidismo.
Fisiopatologia
Embora permaneça ainda obscura, a fisiopatologia da dispepsia funcional se encontra associada, principalmente, com hipersensibilidade visceral, alterações da motilidade e fatores psicossociais, sendo o estresse e o nervosismo fatores importantes relacionados à doença.
Diagnóstico
Pacientes jovens, com história clínica sem sinais de alarme
Apresentou eventos psicossociais relevantes e coincidindo com a piora dos sintomas
Superposição com outros sintomas funcionais, como SII
História longa e repetitiva dos mesmos sintomas ao longo do tempo, tendo sido investigado, sem achados positivos
Exames Complementares
Endoscopia digestiva com pesquisa de H. pylori
USG
Phmetria esofágica de 24 horas
Manometria esofágica
Diagnóstico Diferencial
Parasitose intestinal
DRGE
Úlcera péptica
Câncer gástrico
Tratamento
O tratamento da dispepsia é sintoma orientado, o que aumenta a importância da anamnese detalhada. Indivíduos com queixa de dor e queimação epigástrica são os que têm maior probabilidade de responder à terapia antissecretora, ao passo que os com queixas de dismotilidade, como plenitude pós-prandial, estufamento, tendem a apresentar resposta satisfatória aos procinéticos.
O tratamento se faz, dessa maneira, por meio de modificações no estilo de vida (MEV) e tratamento medicamentoso.
O tratamento é igual para as orgânicas e as funcionais.
É importante ressaltar ao paciente que a dispepsia funcional é uma doença crônica, sendo o nosso objetivo melhorar os sintomas com incremento na qualidade de vida, mas não a cura em si. Não se pode ter uma estimativa certeira das recidivas, todavia, dado o caráter benigno da afecção, a terapia medicamentosa em longo prazo também é sintoma-orientada, sendo utilizada quando o paciente refere sintomas por um período que varia entre 2-4 semanas.
O principal medicamento utilizado é o Omeprazol.
INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS: assim como na DRGE, é a classe mais utilizada, sendo a primeira escolha para a dispepsia funcional do tipo ulceroso. As doses devem ser individualizadas, podendo ser utilizadas em cursos intermitentes durante duas a quatro semanas, exatamente nos períodos de piora clínica.
PROCINÉTICOS: primeira escolha para a dispepsia funcional do tipo dismotilidade, melhorando a motilidade gástrica e reduzindo consideravelmente os sintomas dispépticos. Os melhores exemplos aqui são metoclopramida (risco de efeitos extrapiramidais), domperidona, bromoprida e cisaprida.
ANTIDEPRESSIVOS: costumam melhorar de forma geral a sintomatologia por elevar o limiar da dor, devendo-se sempre explicar isso ao paciente, para que ele não pense que está sendo rotulado como doente psiquiátrico. Temos como exemplo amitriptilina, duloxetina e fluoxetina. Alguns antidepressivos, no entanto, podem levar a uma piora no quadro da dispepsia em alguns pacientes, devendo o médico estar atento a isso.