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1 A GESTÃO DAS ATIVIDADES DOCENTES: ESCOLAS PÚBLICAS X PRIVADAS Aline Mykael Raposo Pinheiro; Graciane Izidoro De Arruda; Graziele Lemos De Oliveira;Ivani Medina Da Silva1 Pof. Sandra Perpétuo2 Resumo: A presente investigação, denominada ao tema “A gestão das atividades docentes: escolas públicas x privadas”, pretende fazer uma reflexão em torno da autonomia e das lideranças, apontando as diferenças presentes em ambas as gestões. Visa aprofundar o conhecimento da ação dos gestores, da sua formação, competências a nível de administração, gestão, de coordenação, de comunicação, de relacionamento interpessoal e de inovação, identificando as suas formas de dirigir, e avaliando os impactos organizacionais daí decorrentes. Utilizou-se da metodologia bibliográfica, onde dialogamos com autores como Arantes, Ferreira, Santos, entre outros, juntamente com a realização de uma entrevista com gestores do ensino público e privado. Palavras chave: Gestão Escolar. Público x Privado. Atividades Docentes. Abstract: The present research, entitled "The management of teaching activities: public and private schools", aims to reflect on the autonomy and leadership, pointing out the differences present in both administrations. It aims to deepen the knowledge of managers' actions, their training, management, management, coordination, communication, interpersonal relationship and innovation skills, identifying their ways of managing, and evaluating the organizational impacts resulting therefrom. We used the bibliographical methodology, where we spoke with authors such as Arantes, Ferreira, Santos, among others, together with an interview with managers of public and private education. Keywords: School management. Public x Private. Teaching Activities. 1 Acadêmicos do Curso de Pedagogia da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Vladares/MG 2 Professora das disciplinas Pesquisa e Educação, Alfabetização e letramento o curso de Pedagogia da Faculdade Presidente Antônio Carlos. Especialista em Gestão Educacional, Supervisão/Coordenação Pedagógica, Alfabetização e Letramento. Email: sandraplocatelli@hotmail.com 2 1. INTRODUÇÃO O presente artigo, busca realizar uma reflexão a respeito da gestão nas escolas públicas e privadas, suas diferenças, planejamentos e dificuldades. Visa aprofundar o conhecimento da ação dos diretores, da sua formação, competências a nível de administração, gestão, de coordenação, de comunicação, de relacionamento interpessoal e de inovação, identificando as suas formas de dirigir, e avaliando os impactos organizacionais daí decorrentes. O gestor escolar tem a importante função de promover o trabalho coletivo, a partir da participação integral de todos os envolvidos da comunidade escolar, para que, juntos, alcancem os objetivos educacionais, por isso se faz necessário que este profissional esteja preparado para exercer um papel tão relevante na melhoria da qualidade educacional. O debate entre o público e o privado na educação brasileira não é recente e as pesquisas explicitam pontos de convergência e divergência entre os quais se inserem as questões destas categorias e seus reflexos em cada modalidade e/ou nível educacional, destacando análises que tratam da natureza e do caráter da educação. O objetivo geral do estudo é a refleção sobre as diferenças entre a gestão de escolas públicas e privadas e os motivos de tais diferenças. Diante disso, identificamos as diferenças existentes, analisando as dificuldades apresentadas pelos dois lados juntamente com os benefícios oferecidos, e entendendo os motivos pelos quais os gestores atuam de forma diferente, e as consequências dessas ações na vida do aluno. No desenvolvimento do trabalho, foi realizado um estudo bibliográfico feito com pesquisa em livros e artigos. Em seguida, foi feito um levantamento para se obterem informações a partir de perguntas realizadas a gestores em escolas públicas e privadas. 3 2. METODOLOGIA Trata- se de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, buscando compreender os acontecimentos históricos educacionais e as relações sociais que indicaram a trajetória das diferenças apresentadas pela gestão das escolas públicas e privadas. Utiliza-se também as experiências vivenciadas e relatadas por gestores entrevistados da rede pública e privada 3. IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR A gestão escolar é reconhecida atualmente, como um dos elementos determinantes do desempenho de uma escola. Para que a escola alcance ideais de qualidade de ensino e para que a aprendizagem de todos de fato aconteça, é necessário que o gestor seja articulador, atuante e participativo nas questões que envolvam o campo pedagógica da escola. O gestor escolar é o maior responsável pelas áreas administrativa, financeira e pedagógica da instituição de ensino. Todavia, o pedagógico é a razão de ser de uma escola. A organização pedagógica bem gerenciada é quem direciona e dá qualidade ao ensino através de planejamento, acompanhamento, avaliação do rendimento da proposta pedagógica. Além de observar o desempenho dos alunos, do corpo docente e de todos da equipe escolar. Dentre os fatores determinantes para uma adequada gestão do processo de produção pedagógico-escolar, está o entendimento da gestão escolar como uma prática social de apoio à prática educativa legitimada via exercício da participação, da democracia, da autonomia. Portanto, a gestão escolar democrática é uma condição necessária para se produzir uma educação de qualidade. A organização pedagógica liderada pelo gestor escolar e elaborada de forma coletiva pode ser realizada em todos os níveis da instituição, a fim de superar uma visão autoritária e burocrática, como se os planejadores detivessem 4 o conhecimento da realidade e a competência técnico – cientifica para direcioná- la, restando aos demais somente cumprir determinações, como se não fossem capazes e incompetentes para opinar na organização pedagógica da escola. O gestor educacional tem assim, uma árdua tarefa de buscar o equilíbrio entre os aspectos pedagógicos e administrativos, com a percepção que o primeiro se constitui como essencial e deve privilegiar a qualidade, por interferir diretamente no resultado da formação dos alunos e o segundo deve dar condições necessárias para o desenvolvimento pedagógico. 3.1 GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA A gestão escolar brasileira, a pública especialmente, sempre foi marcada pela centralização e verticalização do poder decisório, interferências políticas partidárias, e improvisações de ações. Desse modo, a escola não atendia aos interesses dos que a frequentavam, mas consolidava o regime político da época. A fragilização e incoerência das instituições de ensino, com relação ao atendimento aos interesses dos que a frequentam, podem ser consideradas propulsoras do seu fracasso escolar em escala nacional. A comunidade escolar (diretores, professores, alunos, pais e técnico administrativos) e comunidade local (associação de bairro), em muitas unidades escolares, ainda se deparam com a dubiedade entre a administração tradicional com objetivos previamente definidos por interesses políticos partidários, geralmente sob a responsabilidade de diretores indicados por políticos, que desconhecem a realidade da escola. Em muitos casos, esses diretores são parentes desses políticos e não possuem a formação nem a competência necessárias para geri-la, e têm dificuldades de relacionamento com o corpo técnico-administrativo-pedagógico.No seu repertório de competência, há ausência de liderança adequada para mobilizar os mecanismos de distribuição de poder para aproximar as comunidades escolar e local, e inseri-la nos processos administrativos e pedagógicos. 5 3.2 ORGANIZAÇÃO DA AÇÃO PEDAGÓGICA E O PLANEJAMENTO ESCOLAR A gestão da escola, enquanto tomada de decisão, acontece a cada instante dentro do ambiente escolar, quer na construção do PPP, quer no planejamento das atividades, quer avaliando a realidade escolar e subsidiando tais acontecimentos. O planejamento ganha significado na construção de um projeto amplo ao qual deseja e luta pelo que a sociedade almeja. Diante disso, para a obtenção do êxito no planejamento escolar, é necessário a compreensão de como a dinâmica pedagógica acontece no interior da escola, dentro das salas de aula, como é concebido, executado o currículo escolar, quais atitudes valores e crenças são perseguidos, quais as formas de organização do trabalho pedagógico. Então, a dinâmica de trabalho numa escola, funciona como uma orquestra. O sucesso do trabalho do gestor escolar depende do empenho e do saber-fazer dos demais membros da orquestra. A atuação do gestor escolar é fundamental para a organização e planejamento do trabalho pedagógico. É importante que a escola seja atuante e viva, no qual seu foco principal é o aluno. O sucesso escolar é medido pelo desempenho de seus alunos. Se os alunos conseguem aprender cada um no seu ritmo, são assíduos nas aulas, tem capacidade de resolver situações do dia-dia escolar e fora da escola, a escola está cumprindo seu papel e o gestor escolar com certeza está contribuindo para as aprendizagens de todos na escola. Se o aluno sabe ouvir, falar, expressar e defender seus valores, respeitar a opinião do próximo, a escola pode se orgulhar de estar cumprindo seu papel na aprendizagem. Mais do que isso, se a escola oferece uma Educação, independente de raça, credo, classe social, certamente essa é uma escola de sucesso. No entanto, atualmente, as escolas do mundo globalizado, sofre transformações profundas em todos os âmbitos e dimensões, exigindo assim dos profissionais de educação e dos discentes um repensar sobre o que se deve fazer na escola, com a finalidade de produzir um mundo mais justo. Assim, a gestão escolar é levada a repensar uma nova organização pedagógica com o compromisso de “formar seres humanos fortes intelectualmente, ajustados emocionalmente, capazes, tecnicamente e ricos de caráter” (FEREIRA, 2009, 6 p.103). O planejamento, assim concebido, é instrumento de participação. Daí surge então, a necessidade de organização do trabalho pedagógico. 3.3 FATORES QUE FAVORECEM UMA BOA GESTÃO DE QUALIDADE São diversos os fatores que determinam a efetividade da escola, e estão intimamente interligados a fatores contextuais, sendo difícil generalizar a respeito e determinar objetiva e precisamente o seu efetivo papel na qualidade do ensino. A gestão escolar se assenta sobre o desenvolvimento de fundamentação teórico-metodológica específica, sobre visão global da problemática da educação e da escola, sobre compreensão da experiência em desenvolvimento na área. Sua orientação é o desenvolvimento de escolas efetivas, capazes de promover resultados significativos na formação de seus alunos. Observando-se escolas efetivas, verifica-se que o seu maior objetivo é a melhoria do desempenho de aprendizagem de seus alunos. Escolas de sucesso são, pois, aquelas cujos alunos têm melhor desempenho acadêmico, e que se transformam continuamente para acompanhar as mudanças do mundo tecnológico e científico, atualizando o seu currículo. Santos (2000, p. 78) define como fatores mais comumente associados a esse sucesso: • Liderança educacional • Flexibilidade e autonomia • Clima escolar • Apoio da comunidade • Processo ensino aprendizagem • Avaliação do desempenho acadêmico • Supervisão de professores • Materiais e textos de apoio pedagógico • Espaço adequado 7 4. DIFERENÇAS NA GESTÃO ENTRE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS Sendo a escola uma organização, os grandes desafios que se colocam aos modelos de gestão adoptados são a necessidade de assegurar a qualidade das aprendizagens, o desenvolvimento dos alunos, a melhoria dos resultados no âmbito do sucesso escolar e do combate à exclusão social, através da diferenciação e diversificação de práticas pedagógicas, tendo sempre adjacente a racionalização dos recursos na persecução dos objetivos. Segundo, Silva (2000), para que isto aconteça não podemos estar à espera de que todas as escolas tenham a mesma linha de ação, nem que tenham as mesmas respostas face aos mesmos problemas, pois todas têm públicos e alvos diferentes. Partindo de matéria-prima tão diversificada, escolas privadas e escolas públicas estaduais dispõem de condições de gestão igualmente diferenciadas. Uma escola privada dispõe de total autonomia administrativa e financeira para gerir seu processo educacional. Pode selecionar ou demitir seu pessoal, e investir recursos nas estratégias mais adequadas à melhoria de seus resultados. O gestor público não escolhe nem tem o poder de afastar professores incompetentes ou faltosos. Seus planos político-pedagógicos são verdadeiras “peças de ficção científica”, por não contarem com instrumentos financeiros para sua implantação. 4.1 AUTONOMIA NA GESTÃO E PROCESSO DE SELEÇÃO EM ESCOLAS PÚBLICAS Com a publicação do Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, instituiu-se nas escolas públicas um modelo de gestão centrado na figura do diretor, a quem é “confiada a gestão administrativa, financeira e pedagógica”, embora sem grande impacto no ensino particular, assim os modelos de gestão das escolas públicas convergem no sentido do modelo de gestão das escolas privadas no que concerne às competências e perfil do diretor. Este decreto prevê o reforço da participação das famílias e comunidades na direção estratégica dos estabelecimentos de ensino, o reforço das lideranças nas escolas, o que constitui 8 uma das mais necessárias medidas de reorganização do regime de administração escolar e o reforço da autonomia das escolas. Antigamente ser professor era uma profissão que inspirava respeito e admiração por parte de alunos e da sociedade. E atualmente os docentes são muito cobrados pela sociedade, pais e pelo Estado. Por isso, são responsabilizados pelo fracasso dos seus alunos tanto nas avaliações internas quanto nas externas. Arantes (2010) ilustra bem essa situação de cobrança com seguinte depoimento (...) se o aluno é bem sucedido o mérito é dele, e nunca do professor. Sai no jornal sempre assim: “Os alunos da escola tal ficaram bem colocados no ranking da prova Brasil”. E os professores nem são mencionados para lhes fazer um elogio, nem a escola preocupa em elogiar o professor. Agora se ocorre do contrário, os alunos foram ruins em uma determinada avaliação vinda de fora, o professor é o responsável, é chamado para uma reunião, para ver o que precisa ser melhorado. Só que não depende apenas da gente, como geralmente somos julgados pelos membros da escola, pelos pais e até pela sociedade de maneira geral, pois todos têm a visão de que somos os únicos responsáveis (p.97). Percebe- se com este depoimento que os professores sofrem uma grande cobrança por parte da escola do Estado, quanto aos resultados das avaliações oficiais, obrigando-os a ensinarem os conteúdos que serão cobrados nas mesmas contribuindo, pois, para a perda de autonomia do docente sobre seu trabalhoe desvirtuando a importância da aprendizagem de determinados conteúdos, dando-se mais relevância a que o aluno aprenda alguns conteúdos porque tais conhecimentos serão cobrados nas avaliações oficiais. Outro elemento que dificulta o trabalho docente é precariedade e falta de materiais pedagógicos, constituindo-se em um obstáculo sério à ação do/a professor/a. Santos exemplifica bem essa situação quando afirma que Dessa adversidade é comum o professor permanecer ministrando aulas convencionais, como copiar no quadro e solicitar que o aluno faça a transcrição; ou propor atividades dinâmicas, lúdicas e criativas para os educandos interagirem entre si e obterem o máximo de aprendizagem (Santos, 2006, p.6). 9 Em uma segunda análise, tem-se a forma de seleção de funcionários, na qual tem-se como forma majoritária a seleção dos professores do setor público por meio de concurso público. Este consiste em provas abertas a todos os cidadãos interessados que preenchem os pré-requisitos necessários, que são ranqueados posteriormente de acordo com sua pontuação. A alocação dos novos professores é baseada na colocação dos candidatos no concurso, no local onde fizeram a prova e de acordo com suas preferências pessoais. Isso é, obviamente, um sistema meritocrático para a contratação de professores. Entretanto, uma vez que eles são contratados para o setor público, é praticamente impossível demiti-los, independentemente de seu desempenho ou sua ética no trabalho. Atualmente, as escolas públicas não têm poder de contratar, escolher ou competir por seus próprios professores. Cada secretaria de Educação ou órgão regional é responsável pela alocação dos professores e também por sua avaliação. Os bônus por desempenho não são universais, mas existem em alguns estados. Ou seja, normalmente, um benefício da equipe, isto é, o grupo inteiro de funcionários recebe o bônus caso alcancem a meta estabelecida para aquele ano (normalmente baseada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB). O valor do bônus varia tanto entre os estados como entre as redes de ensino (municipal, estadual ou federal). 4.2 AUTONOMIA NA GESTÃO E PROCESSO DE SELEÇÃO EM ESCOLAS PARTICULARES Ao se tratar da seleção de professores na contratação para a rede particular ocorre um diferencial, visto que na rede pública está é realizada através de concursos e na particular por meio de avaliação curricular. Considerando a grande exigência das redes particulares de ensino no momento de selecionar o professor ideal para sua instituição, geralmente é realizada uma avaliação minuciosa do currículo, seguida de entrevistas detalhadas e principalmente a solicitação de uma aula na qual o profissional será avaliado quanto à sua prática. 10 O professor da rede privada, em sua maioria, lida com problemas semelhantes em relação aos professores da escola pública. Os donos designam a aprovação a qualquer preço, pois os pais não querem seus filhos reprovados, ainda mais que durante o ano foram gastos altos investimentos em mensalidades. Além desses agravantes, os pais ameaçam constantemente retirar os filhos da escola caso sejam reprovados. É bom enfatizar que existem pais que não agem dessa forma. Diante dos dois casos parece que a educação se transformou em comércio, os governos não querem perder empréstimos e investimentos e donos de escolas privadas não aceitam perder receita. É bom ressaltar que os casos citados acima não são regras, uma vez que existem instituições públicas e privadas que não se enquadram no contexto. 5. ENTREVISTA COM GESTORES Para complementação do estudo realizado nesse artigo, foi feito uma entrevista com gestores de escolas públicas e privadas. Observamos a forma de trabalho de ambos os gestores, juntamente com a realização das entrevistas. Ao realizar as entrevistas, buscou-se observar pontos importantes tratados no presente estudo. Diante disso, observamos logo de início a diferença no relacionamento entre os gestores com o corpo docente. O gestor da escola particular, conseguia cobrar maior rendimento dos educadores, buscando incentivar a realização de projetos e dinamismo nas aulas, suas cobranças na maioria das vezes eram bem recebidas pelos professores, que buscavam aumentar seu rendimento. Entretanto, o gestor da escola pública também realizava a busca por uma melhoria dos educadores, porém, muitos preferiam manter a didática tradicional de suas aulas. A escola em questão possui professores que lecionam a anos, e sua grande maioria era concursada. Em uma segunda análise, pode-se constatar que ambos os gestores gostam de liderar através do exemplo, demonstram empenho no processo de mudança, aceitam críticas construtivas, aceitam sugestões de mudança, promovem ações, estimulam a iniciativa e encorajam a confiança mútua das pessoas. Ambos apresentaram críticas quanto ao envolvimento dos pais na 11 rotina escolar, poucos frequentam reuniões escolares, e participam ativamente com opiniões e sugestões. No que diz respeito ao envolvimento dos alunos, observou-se igual parâmetro em ambas as escolas. Entretanto, as aulas práticas disponibilizados pela escola privada ganharam grande interesse dos alunos, muitos possuem grande empenho nas aulas de laboratório. Em um diálogo rápido com os estudantes do colégio público, foi dito que embora exista laboratório de informática, os professores não o utilizam com frequência, e não possuem monitores para que o mesmo possa ficar aberto durante todo o período. Por fim, o último critério analisado, foi com respeito a contratação. Em conversa com um professor concursado da rede pública, vimos a segurança que o mesmo possui quanto a sua estabilidade profissional, não investindo em cursos complementares, ou pós-graduações. Ademais, os professores da escola particular, trabalham sobre grande pressão, tendo em vista a enorme cobrança dos gestores da escola com os mesmos, tendo em consideração o rendimento que a escola deve demonstrar perante o mercado. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS As pesquisas analisadas indicam que a gestão participativa é uma opção para as escolas envolverem a comunidade e todos os funcionários, o que certamente auxiliará para atingir o objetivo principal da escola que é um ensino aprendizagem de qualidade. Ao analisarmos os critérios listados por Santos, foi possível perceber o caminho a ser seguido para alcançar uma escola de sucesso. A partir deles, realizamos a entrevista e analise nas escolas, onde percebemos a diferença nas gestões em cada uma das instituições. A autonomia, e supervisão dos professores, são critérios que apresentaram grande diferença de uma pra outra, que se fazem essenciais para o alcance do sucesso na gestão. Outro ponto importante que possui grande embate se refere a forma de contratação e estabilidade profissional. É notável que a segurança oferecida pelo plano de carreira de um profissional concursado, acaba na maioria das vezes levando-o ao comodismo profissional, que está juntamente ligado ao baixo 12 interesse dos alunos pelo que se é apresentado em sala. As escolas privadas, como empresas, buscam sempre estar em destaque, oferecendo professores bem preparados e dinâmicas diferenciadas que atraem o interesse dos alunos. Por conseguinte, a partir dos estudos e entrevistas realizadas, pode-se perceber a grande modificação que ainda é necessária na forma de gestão. A estabilidade oferecida pelos concursos públicos deveria passar por mudanças, sendo realizado fiscalização no desenvolvimento dos professores com o decorrer do tempo,evitando sua estagnação. Por fim, nota-se também a necessidade do aumento de reuniões com pais e professores, tendo o intuito de melhorar a gestão participativa. REFERECÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANTES, F. M. As novas configurações do trabalho docente: implicações na qualidade do ensino e nos processos participativos da gestão escolar. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2010. BARROSO, João. Políticas educativas e organização escolar. LisboaPortugal: Universidade Aberta, 2005. DOURADO, L. F. A escolha de dirigentes escolares: políticas e gestão da educação no Brasil. In: FERREIRA, N.(org). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Vozes, 1997 FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão e Organização Escolar. IESDE Brasil, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Vozes, 1997 13 LUCE, Maria Beatriz; MEDEIROS, Isabel Letícia Pedroso de. Gestão Escolar Democrática: concepções e vivências. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. SANTOS, S. R. M. Formação continuada: decisão institucional ou espaço de construção de autonomia? RJ, 2003. SANTOS, G. B dos. A Fênix Renasce das Cinzas: os professores e seus mecanismos de fuga e enfrentamento. In: CD- ROOM, anais do VI Seminário da REDE S TRADO – Regulação Educacional e Trabalho Docente, Rio de Janeiro, RJ: UERJ, 2006. SILVA, M. A. & MONLEVALE, J. A. Quem manda na educação no Brasil? Brasília: Ideia Editora, 2000
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