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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) Prezados Alunos! Esses são nossos BIZUS (Dicas) de Noções de Processo Civil TÉCNICO do TJDFT! Rumo à aprovação neste maravilhoso concurso do TJDFT-2013! Desejo a todos sucesso em seus estudos! Agora vamos lá! Bons estudos... Ricardo Gomes BIZUS Destacam-se abaixo as formas mais conhecidas para composição dos litígios: 1. AUTOTUTELA – a solução do conflito é realizada por simples imposição de uma vontade sobre a outra. Esta forma de resolução das contendas sociais remonta aos tempos antigos, quando o Estado não se mostrava presente, obrigando ao lesado a defender- se pessoalmente contra eventual ofensor. Nos tempos atuais ainda temos resquícios dessa espécie primária de composição dos litígios, como por exemplo: Legítima Defesa Penal (art. 23 do Código Penal); Desforço imediato nas ações possessórias (arts. 1.210 e 1.467-1471); Estado de Necessidade Penal, entre outros tantos casos. 2. AUTOCOMPOSIÇÃO – é a busca amigável entre as partes inicialmente conflitantes, sem a imposição de vontades de um parte sobre a outra, para por fim ao combate de interesses. É uma forma de solução do conflito pelo consentimento dos litigantes em sacrificar suas intenções parciais em prol de uma solução final para o embate. São 3 Formas de Autocomposição: a. Transação – na transação ambas as partes renunciam a parcela de suas pretensões (autor renuncia de parte de seus TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 2 pedidos e réu reconhece parcialmente a procedência das alegações do autor). Resumo: concessões mútuas na busca de uma solução comum para ambas as partes. b. Submissão – é o reconhecimento jurídico do pedido do autor pelo réu, isto é, o réu reconhece de forma livre as alegações do autor, entregando sem resistência o quanto por ele solicitado. c. Renúncia – é a desistência do autor, lesado em seu direito, de continuar na busca da efetivação de sua pretensão. Neste caso o autor é que abre mão de seu direito. 3. ARBITRAGEM – é uma técnica de solução dos litígios por meio da participação de um TERCEIRO não interessado na causa (imparcial), que decidirá, a pedido das partes, o conflito entre elas estabelecido. A Arbitragem é regulada pela Lei nº 9.307/1996, sendo por natureza voluntária (escolha das partes, nunca por imposição) e somente poderá ser contratada por pessoas capazes para solução de direitos patrimoniais disponíveis. � Cláusula Compromissória – prévia e abstrata definição de arbitragem futura. � Compromisso Arbitral – posterior e concreta definição de arbitragem atual. 4. JURISDIÇÃO – etimologicamente, significa “dizer o direito”, pois vem de “juris” (direito) e “dictio” (dizer). Em linguagem simples, a jurisdição é a forma do ESTADO, por meio da autoridade judicial, de dizer o direito ao caso posto. O conceito de jurisdição guarda 3 (três) vertentes diversas, que vale detalhar para melhor entendimento: o Jurisdição como Poder – a jurisdição é exercido de forma monopolista, ou seja, o Estado chama para si a responsabilidade de solucionar os conflitos sociais que a ele são reclamados, transformando-se em Poder Estatal de decidir os conflitos a ele apresentados. A jurisdição como poder é manifestação da capacidade do Estado de impor suas decisões jurisdicionais sobre o caso concreto das partes. Aqui é o Estado com sua “mão de ferro”. o Jurisdição como Função Estatal – a jurisdição é uma das funções ou finalidades do Estado, a de pacificação social e realização da justiça no caso concreto. o Jurisdição como Atividade – a jurisdição também pode ser conceituada como os atos materiais e visíveis (atos do processo judicial no plano prático) desenvolvidos pelos Juízes, investidos pelo Estado no poder de julgar. A jurisdição tem 3 (três) grandes objetivos: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 3 1. Objetivo Jurídico – aplicar o direito previsto na Lei (nas normas jurídicas) ao caso concreto. 2. Objetivo Social – pacificar a sociedade, promovendo o bem comum e eliminando os conflitos existentes. 3. Objetivo Político – realizar a justiça, afirmar o poder jurisdicional e preservar os direitos fundamentais do homem. A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais espécies, que passamos a detalhar: o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita, sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário, consistente no poder de dizer o direito no caso concreto, solucionando as lides em substituição aos interesses das partes. o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há muita discussão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição Voluntária, se também seria ou não propriamente uma Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de interesses privados). Resumo do entendimento acerca da Natureza Jurídica da Jurisdição Voluntária: JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA É atividade ADMINISTRATIVA É atividade JURISDICIONAL NÃO há Jurisdição Há Jurisdição NÃO há Processo, mas mero Procedimento Há Processo NÃO há Partes, mas Interessados Há Partes Não há Coisa Julgada Há Coisa Julgada NÃO há LIDE Pode haver LIDE Juiz é Administrador Público Juiz é Juiz Peculiaridades do Processo de Jurisdição Voluntária: o São legitimados para dar início ao Processo de Jurisdição Voluntária o INTERESSADO e o Ministério Público; o O CPC determina a INTERVENÇÃO obrigatória do Ministério Público em TODOS os procedimentos de Jurisdição Voluntária. o Há uma relativização do princípio da legalidade estrita no âmbito dos procedimentos de Jurisdição Voluntária. O art. 1109 do CPC que o Juiz não é obrigado a observar o critério da legalidade estrita, podendo pautar seus atos na equidade e na solução mais conveniente e oportuna ao caso. Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale frisar suas principais características, para fins de memorização: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 4 • Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado- Juiz – relação processual); • Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; • Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independeda efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP): 1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório. 2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação): i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito. ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato. 3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor. Para a doutrina, o pedido divide-se em 2: • Pedido Imediato – é exigência formulada contra o Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela jurisdicional solicitada pelo autor. • Pedido Mediato – é o pedido do autor para que o réu submeta-se à pretensão de direito material do autor, isto é, trata-se do bem jurídico pretendido. Condições da Ação: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 5 1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – o pedido do autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrário à lei, será reputado como juridicamente impossível de sequer ser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja juridicamente viável. 2. INTERESSE DE AGIR – o interesse de agir depende de dois aspectos relevantes: a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido. b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança. 3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM) – é a relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato (é a pertinência subjetiva do autor com o direito material controvertido). O autor deve ser o titular da pretensão proposta em juízo, bem como, o réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade do Autor e do Réu – Legitimação Ativa e Passiva). A Legitimidade Ad Causam poderá ser: a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios titulares do direito pleiteado são os autores da demanda. Na legitimação ordinária há coincidência entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica discutida em juízo. Significa que se alguém vai a juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o legitimado ordinário. Essa é a regra. b) Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 6 alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário. Registro três peculiaridades da Relação Jurídica Triangular entre o Juiz e as Partes: � O Juiz fica entre as Partes, como autoridade pública competente para dirimir o conflito, demonstrando o distanciamento e como a figura independente que separa os dois polos da relação processual. � O Juiz fica equidistante do Autor e do Réu, demonstrando a Imparcialidade do Magistrado (Princípio Processual Constitucional da Imparcialidade), sem o vínculo direto com as partes, em igualdade de distanciamento. � Muitos também conceituam esta relação como ANGULAR, pois no Triângulo há um ângulo exatamente na figura do JUIZ. O processo agrega os seguintes sujeitos: � Sujeitos PARCIAIS: as PARTES do Processo (Autor e Réu) � Sujeito IMPARCIAL: o JUIZ Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais mínimos a seguir listados: 1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser parte no processo todo aquele que for um Sujeito de Direito. O conceito de Sujeito de Direito confunde-se, em regra, com a definição de personalidade civil (ser sujeito de direitos e obrigações na órbita do Direito). Assim, todo Sujeito de Direito em sentido amplo tem capacidade de ser parte em algum processo. Mas quem são, de fato, os Sujeitos de Direito? Resposta: toda pessoa natural (física/humana) ou jurídica, bem como os entes despersonalizados (espólio, herança jacente e vacante, massa falida, condomínio, sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, etc) e o nascituro (embrião pendente de nascimento). Todos esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no Processo Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil. 2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade Processual ou Legitimidade ad processum) – é a capacidade de exercitar os direitos em juízo, isto é, a capacidade de fato de estar em juízo. Só pensar que, apesar de todos os sujeitos de direito ostentarem status suficiente para adquirem direitos, nem todos podem pleitear por conta própria seus direitos na esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não pode interpor uma Ação Judicial sem a representação de seus genitores ou responsáveis (representantes legais). A criança possui TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senãoseu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 7 capacidade ser parte (é sujeito de direito e possui direitos), mas não tem capacidade de estar em juízo por conta própria. O Ministério Público deveria permear todos os espaços estatais, em todos os Entes Federados (União, Estados, DF e Municípios) e todas as Justiças Especializadas (Justiça Federal/Eleitoral, do Trabalho, Militar). Desse modo, seguindo a metodologia de alguns países estrangeiros, o Ministério Público brasileiro foi organizado do seguinte modo: a) O Ministério Público da UNIÃO (MPU), que por sua vez compreende os seguintes ramos: 1. Ministério Público Federal (MPF); 2. Ministério Público do Trabalho (MPT); 3. Ministério Público Militar (MPM); 4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). b) Os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MPE). O MP atua como parte de 2 formas diversas: • quando figura como representante do Estado (órgão de representação do Estado, na defesa do interesse público), será considerado a Parte Titular do direito. Exemplo: quando interpõe Ação rescisória, Ação de Nulidade de casamento, requerimento de Jurisdição Voluntária. • quando atua com legitimidade extraordinária (substituto processual) para ajuizar as respectivas ações de sua competência previstas em lei (Ex: Ação Civil Pública, Mandado de Segurança, Ação Civil ex delicto, pedido de interdição, ação de investigação de paternidade, etc), defendendo em nome próprio interesse alheio. Entre outras hipóteses legais, cabe ao MP intervir como Fiscal da Lei nos seguintes processos: • causas em que há interesses de INCAPAZES – o MP deve intervir diante da hipossuficiência das partes incapazes (absoluta ou relativamente incapazes, na forma do art. 3 e 4 do Código Civil); • causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade – estes são interesses especialmente tutelados pelo Estado (questões envolvendo o Estado, capacidade das pessoas e direitos hereditários); • nas ações que envolvam: o litígios coletivos pela posse da terra rural; o demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. O MP na sua atividade como Fiscal da Lei (custus legis) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 8 ostentará prerrogativas semelhantes às das partes, entre elas: a. terá vista dos autos depois das Partes, sendo intimado de todos os atos do processo – direito de vista dos autos do processo e de ser intimado; b. poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade – poderes instrutórios similares aos das partes. Cabe ao Juiz na condução dos processos a ele incumbidos os seguintes DEVERES: 1. assegurar às partes igualdade de tratamento – isonomia no tratamento das partes (dever de imparcialidade); 2. velar pela rápida solução do litígio – celeridade no julgamento e deslinde da demanda; 3. prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; 4. tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. Características do Impedimento e da Suspeição: IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO Fato mais gravoso Fato menos gravoso Pode ser arguido a qualquer tempo do processo, inclusive após a coisa julgada, por meio de Ação Rescisória (art. 485, II, do CPC). É questão de ordem pública que não preclui. Somente poderá ser arguido até o início do julgamento. Se não arguido, precluirá o direito, sendo abarcado pela coisa julgada. Hipóteses legais objetivas, comprovadas de plano. Hipóteses legais subjetivas que dependem de provas. Presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do Juiz. Presunção relativa (juris tantum) de parcialidade do Juiz. Sentença Terminativa, SEM resolução do mérito do Processo (Art. 267 do CPC): a. quando o Juiz indeferir a petição inicial; b. quando ficar parado durante mais de 1 ANO por negligência das partes; c. quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o AUTOR abandonar a causa por mais de 30 DIAS; d. quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; e. quando o Juiz acolher a alegação de perempção, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 9 litispendência ou de coisa julgada; f. quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; g. pela convenção de arbitragem; h. quando o AUTOR desistir da ação; i. quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; j. quando ocorrer confusão entre AUTOR e RÉU; Sentença Definitiva, COM resolução do mérito do Processo (Art. 269 do CPC): a. quando o Juiz ACOLHER ou REJEITAR o pedido do autor; b. quando o Réu reconhecer a procedência do pedido; c. quando as Partes transigirem (transação); d. quando o Juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; e. quando o AUTOR renunciar ao direito sobre que se funda a ação.** Recebe a denominação “Acórdão” o julgamento proferido pelo órgão colegiado do Tribunal, que resume a decisão (“voto”) dos Membros da Corte. As Sentenças e os Acórdãos deverão ser redigidos com observância de 3 (três) requisitos essenciais: 1) RELATÓRIO – é o histórico dos fatos que ocorreram no processo, contendo resumo da Petição Inicial, da Defesa, dos principais incidentes do processo e das provas produzidas. É uma parte descritiva da decisão judicial, que consiste numa exposição circunstanciada de toda a marcha do procedimento, de forma sucinta e objetiva. 2) FUNDAMENTAÇÃO – o Juiz expõe as razões do convencimento (motivação), os motivos pelos quais vai decidir em determinado sentido (acolhimento ou não do pedido do autor). 3) DISPOSITIVO ou CONCLUSÃO – parte que contém a efetiva Decisão. É nesta parte que o Juiz resolve as questões que lhe foram submetidas, com o acolhimento ou rejeição do pedido do autor, ou mesmo extinguindo o processo sem julgamento de mérito (Sentença Terminativa). Resumo: SENTENÇAS: o Põem fim à Fase de Conhecimento, decidindo ou não o mérito do Processo (questão principal); o Terminativa – SEM resolução de mérito - Art. 267 – faz coisa julgada formal; TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 10 o Definitiva – COM resolução de mérito – Art. 269 - faz coisa julgada formal e material; o Cabe o Recurso de Apelação. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: o Decidem questões incidentes (acessórias) sem por fim à Fase de Conhecimento; o Cabe o Recurso de Agravo. Determina o art. 189 do CPC que o Juiz deve praticar seus atos dentro de um limite temporal, assim resumido:o Decisões (Decisões Interlocutórias e Sentenças) – 10 DIAS o Despachos de Expediente – 2 DIAS As Cartas expedidas entre Magistrados são de 3 Espécies diversas: o Carta PRECATÓRIA – expedida entre Juízes ou Tribunais de mesma hierarquia ou mesmo grau jurisdicional (Exemplo: de um Juiz de uma Comarca para o Juiz de outra Comarca, do mesmo ou de outro Estado; de um Tribunal para outro Tribunal); o Carta de ORDEM – expedida de um Tribunal para um Juiz a ele vinculado. A Carta é de Ordem, pois existe uma relação de hierarquia entre o Tribunal e o Juiz (ordem “de cima para baixo”). o Carta ROGATÓRIA – expedida para autoridade judiciária estrangeira (ato a ser realizado no exterior). Deprecante X Deprecado... a) Juízo Deprecante, Ordenante, Rogante - quem expede a Carta Precatória, de Ordem ou Rogatória. b) Juízo Deprecado, Ordenado, Rogado – quem recebe a Carta Precatória, de Ordem ou Rogatória para cumprimento. Os Atos Processuais estão sujeitos a vícios com três ordens diversas, que resumo brevemente: 1. Inexistência – atos processuais inexistentes são aqueles impossíveis sequer de ocorrer e de gerar qualquer efeito jurídico prático. Exemplo: Sentença prolatada por um Delegado ou por um Promotor. 2. Nulidade Absoluta - os atos que não respeitam os requisitos essenciais previstos em lei em razão do interesse público são nulos de pleno direito. Exemplo: desrespeito ao contraditório e à ampla defesa; ausência de citação do réu; parcialidade do Juiz, etc. 3. Nulidade Relativa – decorre da não observância da forma prevista em lei para o ato processual, mas que não é impeditiva para a produção dos efeitos jurídicos do ato, salvo se a parte alegar prejuízo. A nulidade relativa visa proteger o interesse privado. Se a parte entende que não foi violado, o vício será TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT) NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO (TEORIA E EXERCÍCIOS) BIZU PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 11 convalidado, precluindo o direito de alegá-lo posteriormente. Exemplo: incompetência relativa do Juiz; recolhimento a menor das custas processuais; publicação de ato processual com equívoco na nomenclatura da parte, etc.
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