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Prova Atualidades1

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO DA ATUALIDADE
Profa. Dra Elane Ribeiro Peixoto
Profa. Ms. Ana Flávia Rêgo Mota
Aluna: Marina Ribeiro - 14/0054316
AVALIAÇÃO - MÓDULO 1
QUESTÃO 01: Discuta os termos "contradição e complexidade" na casa de Vanna Venturi.
Casa Vanna Venturi. Filadélfia, Pensilvânia. 1964, Robert Venturi
A intenção de Venturi ao projetar a residência foi justamente de confrontar os princípios da arquitetura Moderna. Enquanto ele projetava, também escrevia o livro Complexidade e contradição na arquitetura, como se uma obra complementasse a outra. O que o arquiteto defendia era que a complexidade deveria estar sempre presente na arquitetura, tanto em sua forma, quanto na função. Além de estimular a apropriação eclética da história, estimulando a contradição e a ambiguidade. 
Confrontando o lema modernista de que "menos é mais", Venturi cria uma obra que é uma complexa colagem, com a sobreposição e até subversão de elementos arquitetônicos de obras pertencentes a períodos distintos da história, de Michelangelo a Moretti. Tendo as imagens abaixo de referência é fácil de notar os elementos que Venturi tomou emprestado de cada um delas, como em janelas, frontões, verga, cobertura e chaminé.
É justamente este compilado de diferentes obras de épocas tão distintas para formar uma unidade que trazem tanto a complexidade quanto a contradição/ Seja pelo rearranjo destes elementos, quanto a contradição pela sobreposição dos mesmos. Contradição que também pode ser observada em cada fachada da obra quando ele quebra a expectativa dos elementos que estão por vir, como se cada fachada criasse uma construção diferente. 
 
1 – Porta Pia. Roma, 1565. Michelangelo. 2 – Villa Barbaro. Maser, 1560. A. Palladio. 3 – Casa William Low. Bristol, Rhode Island. 1887. Mc Kim, Mead & White. 4 – Il Girasole. Roma, 1952. L. Moretti. 
QUESTÃO 02: Observe o desenho do Pavilhão holandês construído em Hannover, na Alemanha, em 2000. Que discurso podemos ele extrair? Quais as questões que os arquitetos do grupo MVRDV pretendem colocar em pauta?
É possível observar que o pavilhão incorpora parte da natureza em si, assim como ela, algumas se suas áreas são mais abertas, outras mais fechadas e o trabalho em patamares estende a relação entre espaço público e natureza, já que quando pensamos em em meio ambiente tendemos a focar no nível do solo. O MVRDV quis que o público tivesse a experiência da natureza em vários níveis. 
O escritório também quis trazer uma reflexão sobre a sociedade de consumo e tecnologia e sua relação com a ecologia. Isso é feito pela mistura entre tecnologia e natura, mas com ênfase na segunda. Mostrando que elas não precisam ser mutuamente excludentes, pelo contrário, uma pode reforçar a outra. E isso é feito através dessa criação de um parque com um mini ecossistema em múltiplos patamares, que permite a apreciação da natureza por diversos níveis além de uma economia de espaço, e por consequência adensamento. 
A construção também funciona como um laboratório em que não somente o espaço é economizado, mas também a energia, a água e a infraestrutura. 
Pavilhão da Holanda - Expo 2000. Hannover, Alemanha. 2000, MVRDV
QUESTÃO 03: Comente a obra a seguir discutindo suas vinculações com experiências da arquitetura do século XX (Projeto de Norman Foster, Londres, 1997-2004).
Uma das obras mais icônicas da Inglaterra é a torre da Swiss Re, popularmente conhecida como The Gherkin (o pepino). Segundo Foster Hal, é um exemplo da arquitetura como marca, como identidade. O século XX é marcado por grandes arquitetos, apelidados de starchitects, que tem um status próximo ao de uma celebridade e cujos projetos são em geral sucesso de crítica. São projetos que de alguma forma inovam ou se destacam, seja em aspectos da estética, tecnologia ou conceito. Um ponto marcante das obras desses arquitetos é que elas geralmente são bastante distintas e fáceis de identificar na paisagem. 
Outro ponto está no uso do material. O último século foi marcado pelo intenso uso do metal e do vidro na construção. A combinação dos dois pode proporcionar uma leveza que parece desafiar a própria monumentalidade da obra, dar um ar de sofisticação. E o Gherkin não é diferente. 
Projetos com este também pensam no todo. Não é somente a fachada ou as plantas abertas que que importam, mas tudo é detalhado nos mínimos detalhes: “Um termo-chave para seu diretor é “integração”, ou seja, a capacidade de produzir um projeto total, desde uma elegante maçaneta de porta a um grande arranha-céu” (Foster Hal, 2015, p. 58). Segundo o próprio Norman Foster, o projeto deve abranger todas as disciplinas, de arquitetura e urbanismo, até design de produto.
30 St Mary Axe. Londres, Inglaterra. 1997-2004, Foster and Partners
QUESTÃO 04: Escreva livremente sobre a obra abaixo (Casa Maracanã, Terra e Tuma Arquitetos, 2009)
Casa Maracanã. São Paulo -SP, Brasil. 2009, Terra e Tuma Arquitetos
A casa se destaca entre as demais da por ter uma fachada em blocos de concreto sem revestimento, algo um tanto incomum em projetos residenciais. E é notório alcançar uma estética leve, que não incorpora o peso da arquitetura brutalista de São Paulo. A escolha do material também se dá por ser mais barato e altamente resistente, proporcionando amplos vãos com pé direito duplo e livre de pilares que permitem boa iluminação natural e ventilação. O concreto também aumenta o contraste com os jardins. As massas verdes de densidades variadas conferem maior conforto térmico-ambiental à residência.
Analisando a casa fica clara uma simplicidade racional herdada do modernismo, apesar do revestimento decorativo em parte da fachada que está ali em uma função de proteção, sombreamento e privacidade. A funcionalidade também está presente na origem do partido, pois foi vencer o terreno em declive que norteou o projeto. Outro norteador também foi privilegiar a vista do bairro da Lapa em São Paulo.
A residência também mostra como é possível fazer um projeto econômico, mas de qualidade e mantendo um conforto térmico-ambiental onde “as etapas de construção e acabamento se tornaram únicas nessa obra” (VITRUVIUS, 2015).
REFERÊNCIAS 
Casa Maracanã / Terra e Tuma Arquitetos Associados. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-87312/casa-maracana-slash-terra-e-tuma-arquitetos-associados>. Acesso em: 01 maio 2017.
COLIN, Silvio. A casa Vanna Venturi. 2010. Disponível em: <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/10/18/a-casa-vanna-venturi/>. Acesso em: 01 maio 2017.
HAL, Foster. O complexo arte-arquitetura. Tradução Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify
MVRDV. EXPO 2000. 2000. Disponível em: <https://www.mvrdv.nl/projects/expo>. Acesso em: 01 maio 2017.
VENTURI, Robert. Coplexidade e contradição em arquitetura .In: NESBIT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura: Antologia teórica (1965-11995). Tradução de Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2006. (91-95), 2015. (Capítulo 3)
Vieira, Ian. Modernidade em tons de cinza. Disponível em: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/terra-e-tuma_/casa-maracana/144>. Acesso em: 0 1 maio 2017.
VITRUVIUS. Casa Maracanã. 2015. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/15.177/5678>. Acesso em: 01 maio 2017.

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