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CASO CONCRETO 07

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TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA - CCJ0051 
SEMANA 7 
Título 
Descrição 
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente para a redação de uma boa fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária.
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta.
Para ficar clara essa estrutura, desenvolvemos adiante esses parágrafos. Compreenda que as estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a partir delas novas informações podem ser acrescidas ? sem descaracterizar a estratégia.
Argumento de oposição concessiva
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Também podemos redigir o argumento desta maneira:
Argumento de oposição restritiva
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, são apresentadas as causas e as consequências jurídicas de um ato praticado.
Com relação ao ARGUMENTO DE ANALOGIA, a obra principal adotada para esta disciplina ? Lições de Gramática aplicadas ao Texto Jurídico ? menciona que é importante discutir se é possível usar a jurisprudência com fonte. Antes de enfrentar qualquer questão, tomemos como conceito de jurisprudência, em sentido estrito, o conjunto de decisões uniformes, sobre uma determinada questão jurídica, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário.
O próprio conceito atribuído à fonte aqui discutida sugere que sua autoridade advém do órgão que a profere (jurisdição). Isso é inegável. O que se questiona é que, independentemente da autoridade que a reveste, o que faculta verdadeiramente seu uso ? e a torna eficiente ? é a proximidade do caso analisado com os outros cujas decisões são tomadas como referência.
Isso implica dizer que, em última instância, o que faz do uso da jurisprudência uma estratégia interessante para a argumentação é o raciocínio de que casos semelhantes devem receber tratamentos análogos por parte do Judiciário, para que não sejam observadas injustiças ou discrepâncias. É a semelhança entre o caso concreto analisado e o processo já transitado em julgado que autoriza o uso da jurisprudência.
Tanto é assim que se ambos os conflitos versarem sobre direito possessório, por exemplo, mas as circunstâncias em que cada um deles ocorreu não forem as mesmas, a simples proximidade temática não autoriza o uso da jurisprudência pela autoridade de que é revestida. Por essa razão, preferimos elencar as decisões judiciais reiteradas como motivadoras de argumentos por analogia. 
Uma observação se faz necessária, neste ponto: para o acadêmico de Direito importa, muitas vezes, mais o domínio das estratégias argumentativas e dos tipos de argumento, do ponto de vista prático, que a própria classificação desses elementos, pois esta é uma preocupação prioritariamente didática.
CASO CONCRETO
Cliente baleado diz que vigia disparou após discussão em porta giratória
O cabeleireiro João Adriano Santos, de 29 anos, foi baleado por um vigia de uma agência bancária em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, após ser parado na porta giratória e discutir com o funcionário. O tiro atingiu João nas costas, mas não causou ferimentos graves. Ele está consciente e foi liberado após receber tratamento no Hospital São Mateus.
A Polícia Militar foi acionada pouco depois das 14h para ir até o banco, na Avenida Mateo Bei. O vigia, de 37 anos, está detido. João Adriano relatou que havia ido ao banco pagar uma conta e foi parado na entrada. O segurança teria pedido que ele retirasse todos os objetos de metal do bolso, mas João disse que não carregava nenhum objeto desse tipo. Houve uma discussão e João conta ter sido insultado pelo vigia.
Após entrar, João Adriano ficou ao lado do segurança, esperando que o amigo que o acompanhava passasse pela porta giratória. Nesse momento, afirma ter levado uma rasteira e, em seguida, o tiro. Ele foi levado para o hospital e, às 19h, estava no 49º Distrito Policial, em São Mateus, prestando depoimento. ?Acho que todas as portas giratórias de banco tinham que ser retiradas porque não há funcionários preparados para trabalhar com elas?, afirmou. A agência bancária foi fechada logo após o incidente.
O Banco disse estar acompanhando a recuperação do cliente e lamentou o ocorrido. Em nota oficial, a instituição afirmou que "colabora com as investigações sobre o incidente até o total esclarecimento dos fatos".
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/03/cliente-baleado-diz-quevigia-disparou-apos-discussao-em-porta-giratoria.html>. Acesso em: 12 fev. 2012.
QUESTÃO DISCURSIVA
Leia o caso concreto indicado para esta aula e recorra, se desejar, às fontes indicadas. Redija um texto argumentativo que contenha, além dos argumentos já trabalhados este semestre, três parágrafos: um argumento de oposição, um argumento de causa e efeito e um argumento de analogia. O caso concreto desta aula tem repercussão civil e criminal. 
Escolha apenas uma dessas linhas para teu texto.
Se julgar adequado, recorra às polifonias adiante:
Lesão corporal
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
- Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
- perigo de vida;
- debilidade permanente de membro, sentido ou função;
- aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
- Incapacidade permanente para o trabalho;
- enfermidade incurável;
- perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
- deformidade permanente;
- aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Art. 14 do CP: Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Homicídio simples
Art. 121 do CP: Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:- mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
- por motivo fútil;
- com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
- à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
- para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
RESPOSTA: É bem verdade que é dever obrigacional de um vigia tomar as medidas necessárias a fim de manter a segurança no estabelecimento no qual mantém vínculo empregatício. E, embora o segurança, a princípio, tenha agido dentro do que a sua função lhe exige, qual seja: solicitar a retirada de todos os objetos de metal que se porte após ser parado diante de uma porta giratória, sua atitude fora desproporcional frente a uma mera discussão, situação que exigia do funcionário enquanto profissional devidamente treinado e, principalmente pelo fato de portar arma de fogo, um autocontrole condizente a sua função. Ocorreu que João Adriano Santos, 29 anos, cabeleireiro, após ser parado na porta giratória de uma agência bancaria e ter discutido com o vigilante da referida agência tomou do mesmo uma rasteira que o levou ao chão, e em seguida foi baleado covardemente pelas costas após ter sido insultado pelo vigilante. Fato que lhe ocasionou felizmente apenas uma lesão corporal de natureza leve.
É certo que a sociedade diante de tanta violência espera daqueles que tem o dever de zelar pela segurança uma conduta responsável, fato claramente não evidenciado e que, portanto, não pode ser aceito como uma atitude aceitável diante de um conflito tão banal. Do mesmo modo como não foi no caso decidido pela Suprema Corte quando do policial militar a paisana que incidiu no crime de lesão corporal de natureza grave contra dono de estabelecimento noturno por motivo fútil.
Argumento de Oposição Concessiva
RESPOSTA: A primeira vista pode parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano Santos com um tiro pelas costas, mas na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa (PUTATIVA) de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia estar armado, após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem saber quais eram as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve. Há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do cabeleireiro João Adriano Santos, por outro lado, vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que um tiro pelas costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o vigilante no intuito de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve.
Argumento de Oposição Restritiva 
RESPOSTA: A primeira vista pode parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano Santos com um tiro pelas costas, mas na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa (PUTATIVA) de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia estar armado, após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem saber quais eram as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve. Há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do cabeleireiro João Adriano Santos, por outro lado, vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que um tiro pelas costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o vigilante no intuito de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve

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