Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 64 AULA 01 Caro aluno, minhas boas vindas à primeira aula de nosso curso. Neste encontro, primeiramente veremos aspectos da evolução da peça orçamentária, desde seu modesto início, como simples solicitação de autorização de gastos ao Parlamento, até chegar ao atual estágio, em que cumpre o papel de instrumento de gerenciamento da atividade financeira, administrativa e estratégica do poder público. Posteriormente, trataremos o “calendário” das fases do orçamento no Brasil, com as etapas que compõem o ciclo (ou processo) orçamentário. Ressalto que nosso fórum está à disposição, para que você tire dúvidas e para que possamos discutir questões. Já estou habituado a utilizar fóruns na internet, antes como concurseiro, agora como professor responsável, e sei da importância dessa ferramenta para complementar o aprendizado. OK, então vamos começar. Boa aula! GRACIANO ROCHA AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 2 de 64 EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO ORÇAMENTO PÚBLICO Orçamento clássico ou tradicional Para tratar desse tema, gostaria de recuperar uns comentários que tracei quando falávamos do princípio orçamentário da unidade/totalidade: Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro porque a participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde a lei orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla. Prestigiava-se o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem intervenções, sem tributação. Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia numa autorização de gastos que também representava o controle do tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como ferramenta de controle da ação do Executivo. A partir desse texto já conhecido, recuperamos a informação de que o orçamento clássico era uma peça simples. Não passava de um pedido de autorização de gastos, pelo Executivo, direcionado ao Poder Legislativo. Tratava basicamente de despesas relacionadas à própria manutenção da estrutura estatal (Corte/governo central, exército, funcionalismo). Sendo o Estado uma instituição modesta nesse período, em que vigorava o liberalismo, o orçamento que o custeava não poderia ter dimensões diferentes. Assim, nessa época, a autorização de despesas dada pelo Legislativo se relacionava, sobretudo, a aquisições de bens e pagamento de serviços, sem que maiores objetivos ou intervenções estatais pudessem ser efetivados. À época, a palavra de ordem era conter o gasto público, pela crença de que “dinheiro bom é dinheiro no mercado”. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 3 de 64 A partir desse panorama, podemos citar as seguintes características do orçamento clássico ou tradicional: • tratava-se de uma peça simples, com a exposição dos gastos estimados e dos recursos para cobertura; • representava uma solicitação do Executivo ao Legislativo, para arrecadação tributária suficiente à manutenção do aparato de Estado; • não exigia esforços de planejamento para sua elaboração, ou seja, não partia de objetivos a atingir com a aplicação dos recursos; • servia como instrumento legislativo de controle do tamanho e da ação do Estado. Como isso cai na prova? 1. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O orçamento tradicional tinha como foco o controle, para que o Poder Legislativo não extrapolasse a proposta do Poder Executivo. 2. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento clássico ou tradicional tem ênfase naquilo que a instituição realiza, não no que ela gasta. 3. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O orçamento tradicional tinha como função principal a de possibilitar ao parlamento discutir com o órgão de execução as formas de planejamento relacionadas aos programas de governo, visando ao melhor aproveitamento dos recursos, com base nos aspectos relativos a custo/benefício. 4. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) De acordo com a concepção tradicional, o orçamento público é caracterizado como mero inventário dos meios com os quais o Estado conta para cumprir suas tarefas, sendo as funções de alocação, distribuição e estabilização relegadas a segundo plano. 5. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) O orçamento é popularmente chamado de lei de meios, porque seu objetivo principal é discriminar em suas tabelas e anexos quais os meios que o governo deve utilizar para atingir os seus fins. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 4 de 64 6. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) A ênfase no objeto do gasto, na classificação institucional e por elemento de despesa são características do orçamento-programa. O início da questão 1 está correto, ao correlacionar o orçamento tradicional à função de controle. Entretanto, o controle, nesse âmbito, dá-se do Legislativo em relação ao Executivo, e não o contrário, como a questão faz parecer. Questão ERRADA. A questão 2 também está ERRADA, por atribuir ao orçamento tradicional pretensões maiores que as exercidas por ele. Vimos que, nesse caso, tinha-se uma simples exposição de gastos a fazer e de receita para cobri-los. “Realizações” é uma palavra que se refere ao estabelecimento de objetivos, o que não caracterizava o orçamento clássico. A sistemática trazida pela questão 3, com a discussão e o planejamento vinculados à elaboração do orçamento, pertence a épocas bem mais atuais. O orçamento tradicional não contemplava essa sofisticação de procedimentos. Questão ERRADA. A questão 4 está CERTA. Foi corretamente demonstrada a simplicidade que caracterizava o orçamento clássico, com seu traço principal de solicitação de recursos para a aquisição de meios. A questão 5 está ERRADA. O enunciado aborda as características do orçamento clássico como se fossem aplicáveis hoje em dia, o que não corresponde à realidade. Os objetivos do orçamento, atualmente, devem ser compreendidos sob a ótica do orçamento-programa. A questão 6 está ERRADA: as características listadas dizem respeito ao orçamento clássico, e não ao orçamento-programa. Orçamento de desempenho O orçamento de desempenho representa um salto na evolução do orçamento clássico/tradicional. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 5 de 64 No período em que o orçamento de desempenho foi adotado, aquela noção de que o aumento do gasto público era indesejável para a economia do país já tinha ido por terra. As crises do capitalismo indicaram que, para o bom funcionamento do mercado, seria necessária uma dose de atuação do Estado, ora como agente executivo, ora como agente regulador das relações econômicas. A depender da crise enfrentada pelo país, deveria ser autorizado ao Estado até mesmo assumir provisoriamente alto grau de endividamento, para aplicação de recursos em setoresnecessitados, em nome do bom funcionamento da economia. Essas lições se basearam principalmente nas teorias de um economista inglês chamado John Maynard Keynes. Nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, com a necessidade de recuperação dos países envolvidos, as ideias de Keynes foram adotadas em massa. Numa economia em frangalhos, o Estado agiria como propulsor de demandas e como incentivador da produção, a fim de controlar os preços e manter bom nível de emprego e crescimento. Para essa intervenção mais forte do Estado na economia, era necessário que o orçamento público, seu instrumento de ação, fosse também fortalecido. O orçamento de desempenho representa, portanto, uma sofisticação e um fortalecimento do orçamento tradicional. Nesse novo estágio, associam-se aos gastos públicos ações a realizar, não apenas objetos a adquirir. Ao invés de uma “lista de compras”, o orçamento passava a conter uma lista de atividades e projetos a desenvolver, bem como instrumentos de mensuração (como indicadores) do desempenho do governo. Dessa forma, pode-se dizer que o orçamento de desempenho já apresentava programas de trabalho para organizar a ação governamental. Programa de trabalho significa a organização da atuação do governo para resolução de um problema. Isso envolve etapas como: detecção do problema; verificação de possibilidades de ação; determinação dos custos do programa; medição dos resultados; avaliação do programa. Assim, para fins de concurso, considere que o orçamento tradicional constituía principalmente um instrumento de controle, enquanto que o orçamento AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 6 de 64 moderno (começando com esse estágio, do orçamento de desempenho) constitui um instrumento de gerência ou administração. Cabe, nesse momento, fazer uma observação importante. Apesar de já se antever certa relação entre o orçamento e o planejamento, considera-se que a aproximação entre esses dois instrumentos não se deu por inteiro com o orçamento de desempenho. A preocupação do orçamento de desempenho se refletia no acréscimo de um programa de trabalho aos objetos de gasto. Não bastava obter a autorização para comprar certos bens e contratar certos serviços (característica do orçamento tradicional); era necessário articular esses pagamentos a certas ações de governo. Entretanto, nesse caso, não há ainda a organização da ação estatal por objetivos nem a integração entre as áreas técnicas de elaboração do orçamento e de planejamento governamental, o que representa a institucionalização, na estrutura do Estado, dessas duas vertentes em um só agregado. Isso ocorre com a próxima etapa de evolução do orçamento, o orçamento-programa, como veremos adiante. Como isso cai na prova? 7. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento por desempenho caracteriza-se pela forte vinculação ao sistema de planejamento. 8. (CESPE/TÉCNICO/STM/2011) O orçamento de desempenho é a mais recente evolução do orçamento-programa, fruto das pressões sociais por serviços públicos de melhor qualidade e por mais transparência na gestão pública. 9. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O orçamento de desempenho está dirigido mais para os produtos gerados pela administração pública que pelos resultados propriamente ditos. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 7 de 64 10. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) No orçamento de desempenho, em sua concepção mais recente, os produtos obtidos pela ação governamental são muito mais relevantes que os resultados econômicos e sociais alcançados. A questão 7 vai em sentido contrário ao que acabamos de destacar. Essa forte vinculação planejamento/orçamento caracteriza o orçamento-programa. Questão ERRADA. O orçamento de desempenho não é o estágio mais recente de evolução do orçamento público. O orçamento-programa ocupa, atualmente, essa posição, como se verá a seguir. A questão 8 está ERRADA. As questões 9 e 10 fazem uma inversão entre as prioridades do orçamento tradicional e do orçamento de desempenho. Este último já é orientado claramente para a obtenção de resultados, em consonância com os programas de trabalho do governo. Ambas estão ERRADAS. Orçamento-programa Para a doutrina, a raiz do orçamento moderno atual (orçamento-programa) foi o Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento (na sigla em inglês, PPBS), adotado nos Estados Unidos na década de 1960. Tendo o planejamento como atividade central, o PPBS propunha a consideração de alternativas não só na fase prévia, de preparação do orçamento, mas durante sua execução e na avaliação de seu desempenho. As principais características do PPBS, nos dizeres da Secretaria do Tesouro Nacional, eram “integração planejamento-orçamento; quantificação de objetivos e fixação de metas; relações insumo-produto; alternativas programáticas; acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados; e gerência por objetivos”. O PPBS fracassou nos Estados Unidos e deixou de ser adotado como modelo orçamentário. Entretanto, seus pressupostos foram espalhados mundo AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 8 de 64 afora, principalmente a partir da ação da Organização das Nações Unidas, que popularizou as características do orçamento-programa. Atualmente, o orçamento-programa é aceito como a forma mais moderna de organização da ação governamental. A definição para “programa”, no Brasil, está firmada na Portaria 42/99 do Ministério do Orçamento e Gestão: “o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual”. Nesse contexto, com o valor dado à mensuração dos resultados que caracteriza o orçamento-programa, uma nova dimensão levada em conta na avaliação e no controle do orçamento é a efetividade. A efetividade tem a ver com o impacto da ação governamental nas necessidades da sociedade. De nada vale a construção de uma ponte, com menos recursos que o previsto, em menos tempo que o estimado, se ela não atender ao objetivo de facilitar o fluxo de veículos e pedestres. Nessas condições, a ação de construção da ponte seria eficiente e eficaz, mas não seria efetiva. Portanto, o que justifica a realização dos programas, na técnica do orçamento- programa, é uma necessidade social a atender, cujo alcance deve ser medido por indicadores e metas. A ideia de “aquisições a fazer”, “compras do governo”, é típica do orçamento tradicional. Deixemos claro, portanto, que, no orçamento-programa, o principal não é, por exemplo, construir “X” hospitais. O raciocínio é algo assim: para melhorar a área de saúde em “X” por cento, ou para ampliar os atendimentos em “X” por cento, é necessário construir “Y” hospitais, em tais localidades, que custarão “Z” milhões, a serem obtidos das fontes “A”, “B” e “C”. O orçamento-programa, dessa forma, preocupa-se bastante com a efetividade das ações. Para avaliar em quanto o objetivo dos programas foi alcançado, e em quanto o programa atendeu as necessidades sociais, é necessário ter formas confiáveis de medir os resultados. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 9 de 64 Para esse fim, os programas devem ser dotadosde indicadores e metas, obtidos a partir de estudos da necessidade a atender, dos beneficiários, das características regionais, etc. Os indicadores representam o elemento que contabiliza o alcance das metas. Estas, por sua vez, indicam a face concreta do atingimento do objetivo do programa. Como isso cai na prova? 11. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) O emprego do planejamento governamental — um processo contínuo que fundamenta, antecede e acompanha o orçamento — possibilita a formulação de políticas e programas governamentais, permitindo ao Estado aparelhar-se para atender melhor as necessidades do país. 12. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) O orçamento-programa consagra o princípio de que o gasto público deve estar vinculado a uma finalidade. 13. (CESPE/TÉCNICO/STM/2011) O orçamento-programa objetiva facilitar o planejamento governamental. 14. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) A principal função do orçamento, na sua forma tradicional, é o controle político; em sua forma moderna, o orçamento foca o planejamento. 15. (CESPE/AGENTE/ABIN/2010) O orçamento-programa discrimina as despesas segundo sua natureza, dando ênfase aos fins, de modo a demonstrar em que e para que o governo gastará e quem será responsável pela execução de seus programas. 16. (CESPE/ANALISTA/TCE-TO/2008) O orçamento-programa possui medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações, os esforços despendidos na execução do orçamento e a responsabilidade pela sua execução. 17. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e derivados, sendo os derivados representados pelo conjunto de impactos indiretos oriundos da ação governamental. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 10 de 64 A questão 11 está CERTA, em consonância com a visão atual das relações entre planejamento governamental e orçamento público. As necessidades coletivas devem ser atendidas por uma programação de gastos públicos que considere as diferentes opções de atuação do Estado e sujeita à avaliação de seu desempenho, tanto para legitimação quanto com o fim de proporcionar eventuais correções. A questão 12 também está CERTA. O orçamento-programa baseia-se na ideia de que o improviso na atuação do poder público é residual. O planejamento, baseado em objetivos válidos, é a tônica dessa técnica orçamentária. A questão 13 está CERTA. O orçamento-programa se diferencia dos estágios anteriores de evolução orçamentária justamente pelo papel central exercido pela área de planejamento governamental. Nesse sentido, o orçamento, como documento financeiro, é a expressão material da definição de alternativas e de prioridades de governo, realizada previamente. Pelas razões já expostas, concluímos que o orçamento, nos moldes atuais, prende-se necessariamente à ideia de planejamento. O orçamento tradicional, por outro lado, era um instrumento de controle do Legislativo sobre os gastos governamentais a cargo do Executivo. A questão 14 está CERTA. Entre os dados que integram o orçamento-programa, está o objetivo a se alcançar mediante cada programa, a unidade responsável pela execução, as metas associadas, o valor atribuído, etc. Dessa forma, com essa técnica, é possível identificar o objeto, a finalidade e o responsável pela execução dos programas. A questão 15 está CERTA. A questão 16 se refere aos aspectos de mensuração do alcance dos objetivos dos programas. Sem essa mensuração, não se pode assegurar a efetividade do orçamento-programa. Questão CERTA. A questão 17 está ERRADA: apesar da correta divisão dos objetivos do orçamento-programa entre derivados e finais, os primeiros são aqueles que permitem o alcance dos últimos, não se relacionando a “impactos indiretos”, visto que não se dirigem ao público-alvo. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 11 de 64 Orçamento base-zero Segue a definição de orçamento base-zero (OBZ) dada pela STN: Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos da América, pela Texas Instruments Inc., Durante o ano de 1969. Foi adotada pelo estado de Geórgia (gov. Jimmy Carter), com vistas ao ano fiscal de 1973. Principais características: análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; todos os programas devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. Uma observação inicial, para delimitar o tópico, é que, no caso do OBZ, o fato de uma ação já estar em andamento não é justificativa suficiente para sua continuidade. É o que se verifica no trecho “análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente”. Com o OBZ, é necessário que o objetivo do programa esteja sendo alcançado com a realização da referida ação; ou, em outras palavras, faz-se uma avaliação de custo/benefício. Nesse sentido, programas novos têm maior possibilidade de terem execução iniciada, substituindo programas disfuncionais. Tanto os programas novos quanto os já existentes terão seus méritos e possibilidades avaliados a cada ciclo orçamentário, em pé de igualdade. Daí o nome “base-zero”. Para a adoção do OBZ, é necessário, previamente, estabelecer uma sistemática de avaliação bastante robusta e confiável, para que a decisão sobre a continuidade, a interrupção e o início de programas seja feita com critérios técnicos. Ressalte-se que o orçamento base-zero dificilmente pode ser aplicado em escala nacional, ou até mesmo local. Vários programas governamentais, pelo fato de atenderem a necessidades prementes da população (mesmo que não com todas as potencialidades), não podem ser “abandonados” em virtude de uma avaliação de desempenho não tão positiva – e vários outros devem ser executados até por força de lei (outra lei, que não a LOA). AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 12 de 64 Como isso cai na prova? 18. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) No orçamento base zero, os gerentes devem justificar todos os gastos orçamentários e não apenas as variações em relação ao orçamento do ano anterior. A linha de base é zero, e não, o orçamento do último ano. 19. (CESPE/ASSISTENTE/SEBRAE/2010) O orçamento base zero não gera direitos adquiridos, devendo o gestor justificar toda a despesa. 20. (CESPE/AGENTE/ABIN/2010) O orçamento de base zero tem a grande vantagem de permitir a elaboração de proposta orçamentária por meio de processo mais célere e menos oneroso para os órgãos públicos. 21. (CESPE/ANALISTA/MMA/2008) O orçamento base-zero caracteriza-se como um modelo do tipo racional, em que as decisões são voltadas para a maximização da eficiência na alocação dos recursos públicos. Adota-se, como procedimento básico, o questionamento de todos os programas em execução, sua continuidade e possíveis alterações, em confronto com novos programas pretendidos. 22. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) O orçamento de base zero não pode ser implantado em instituições que adotem o modelo de orçamento-programa. A questão 18 está CERTA. Com a técnica do OBZ, o orçamento não herda informações e características do último executado. Assim, os gastos, tanto em execução quanto os novos, encontram-se em pé de igualdade ao serem considerados como opções.A questão 18 traz a característica básica do OBZ: não há “direito adquirido” pelos programas para sua permanência. Programas antigos e novos devem ser avaliados quanto a suas possibilidades e conveniências. Questão CERTA. A questão 20 está ERRADA. Ao contrário do que diz o enunciado, o orçamento base zero, por sua sistemática mais “crítica” que os orçamentos incrementais, nos quais se faz uma “atualização” dos orçamentos passados, pode ser associado a um trabalho mais intenso e demorado de planejamento e elaboração da proposta orçamentária. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 13 de 64 A questão 21 novamente trata da ausência de direito adquirido pelos gastos em execução, quando adotada a técnica do OBZ. Questão CERTA. A questão 22 está ERRADA: a técnica do OBZ adéqua-se à organização da despesa em programas; entretanto, haveria problemas no que se refere a programas de maior duração, devido ao risco de “abandono” durante o processo de implantação. Orçamento participativo Para início de conversa, vamos adotar a definição de orçamento participativo veiculada no Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br): O orçamento participativo é um importante instrumento de complementação da democracia representativa, pois permite que o cidadão debata e defina os destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os recursos do orçamento da prefeitura. Além disso, ele estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a co- responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da cidade. Vemos, no texto, que o orçamento participativo se define pela realização de encontros do poder público com a população, para a definição de prioridades de gastos (principalmente com obras e serviços que atendem diretamente os cidadãos) pelos principais interessados. Note também que, no texto, já fica evidente a abrangência do orçamento participativo: uma cidade. Ficaria impraticável instituir algo como reuniões plenárias com parcela representativa de um Estado ou do país inteiro, em busca de decisões sobre quais programas executar. Outro dado importante está presente na expressão “complementação da democracia representativa”. O orçamento participativo, por mais bem instalado que seja numa cidade, não substitui o Poder Legislativo na apreciação da lei orçamentária, e nem envolve a apreciação do orçamento como um todo. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 14 de 64 No processo convencional de programação, em que atuam as instâncias técnicas e políticas do Executivo e do Legislativo, há um distanciamento entre quem decide e quem é beneficiado pelo orçamento, por mais afinadas que estejam essas instâncias com os interesses da população. É essa distorção que se tenta desfazer com a adoção do orçamento participativo. Apesar disso, fique claro que o orçamento participativo não garante a execução das decisões tomadas em conjunto com a população. Já estudamos o caráter autorizativo da lei orçamentária, que não precisa ser executada da forma como publicada. E sempre existe a possibilidade de o orçamento participativo ser utilizado como mera retórica por governantes interessados em “fazer média” junto aos eleitores. Como isso cai na prova? 23. (CESPE/ANALISTA/TJ-AL/2012) A participação do cidadão, no orçamento participativo, ocorre somente após a fase de elaboração, por meio da avaliação das escolhas feitas pelos agentes do governo. 24. (CESPE/AGENTE/ABIN/2010) No Brasil, vigora o orçamento do tipo participativo, visto que todos os poderes e órgãos da administração direta e alguns da administração indireta têm a prerrogativa de elaborar suas próprias propostas orçamentárias. 25. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) O orçamento participativo, que apresenta vantagens inegáveis do ponto de vista da alocação de recursos segundo as demandas sociais existentes, não é utilizado no âmbito do governo federal. 26. (CESPE/AUDITOR/TCU/2008) Entre as maiores restrições apontadas em relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade na programação dos investimentos. A questão 23 está ERRADA: o orçamento participativo caracteriza-se justamente pela participação popular no momento da elaboração da proposta orçamentária. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 15 de 64 O orçamento participativo tem a ver com a integração de segmentos da sociedade, diretamente interessados em determinadas ações do setor público, ao processo de elaboração da proposta orçamentária, e não com a participação de unidades governamentais, que fazem parte do processo “natural” de orçamentação. A questão 24 está ERRADA. A questão 25 está CERTA: além dos ganhos quanto à compatibilização entre alocação dos recursos e demandas existentes, a técnica não é utilizada na União. A questão 26 está ERRADA. Não há perda de participação do Legislativo; apenas acrescenta-se uma instância de discussão sobre a aplicação dos recursos orçamentários. Além disso, considera-se haver menor flexibilidade nessa programação decorrente do orçamento participativo, pelo compromisso público assumido pelo governo em executar o que foi acordado junto à população. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 16 de 64 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO ORÇAMENTO Detalhando as etapas que compõem o processo orçamentário do governo federal, encontraremos as seguintes (mais ou menos distribuídas por critério temporal): • previsão da receita; • fixação dos valores para as despesas obrigatórias; • elaboração das propostas setoriais com a sua consolidação; • processo legislativo; • sanção da lei; • execução orçamentária; • acompanhamento e controle; • avaliação. Temos aí nessa sequência uma abordagem detalhista das fases que compõem o ciclo orçamentário. A previsão da receita diz respeito à arrecadação de recursos estimada para o exercício, com base em metodologia específica instituída para tanto. Essa informação é complementada pelo cálculo das necessidades de financiamento do governo central, que indicam quanto de recursos emprestados deverá ser tomado pelo governo junto ao mercado financeiro. A fixação das despesas obrigatórias é necessária para que, diante da situação de contingenciamento de despesas, não haja afetação de todas as ações governamentais. As despesas obrigatórias e as ressalvadas pela LDO não serão atingidas pela limitação de empenho, garantindo-se um mínimo de desempenho em áreas consideradas mais sensíveis pelo governo. Tem-se, então, a elaboração das propostas setoriais pelos órgãos e entidades, compatibilizadas com as condições da LDO. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 17 de 64 Depois de todo esse desenho, que desemboca no projeto de lei orçamentária anual, vêm o processo legislativo, que já estudaremos, a execução do orçamento em si, o acompanhamento e o controle orçamentáriose a avaliação. Como isso cai na prova? 27. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O ciclo orçamentário está restrito ao exercício financeiro, ou seja, do período de 1.º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. 28. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2010) O processo orçamentário é autossuficiente: cada etapa do ciclo orçamentário envolve elaboração e aprovação de leis independentes umas das outras. 29. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O processo orçamentário deve ser dissociado dos processos de planejamento e programação. 30. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) A avaliação e a estimativa das necessidades de financiamento do governo central fazem parte do processo orçamentário. 31. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) As principais etapas do ciclo orçamentário são: elaboração da proposta orçamentária; discussão, votação e aprovação da lei orçamentária; execução orçamentária e controle e avaliação da execução orçamentária. A questão 27 está ERRADA. As fases do ciclo não têm um término; enquanto se termina a execução e avaliação de um orçamento, o próximo já está em fase de elaboração. Assim, o ciclo orçamentário é ininterrupto. A questão 28 também está ERRADA. Ao contrário do que diz o enunciado, as leis de matéria orçamentária guardam bastante dependência e vinculação umas com as outras, partindo do PPA, como maior regente, até os créditos adicionais, que fazem ajustes de curto prazo na programação orçamentária. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 18 de 64 Como se vê na sequência de fases, e pelas leituras que já tivemos, o que se deseja, e se procura fazer hoje, é montar o orçamento a partir de um sério trabalho de planejamento. A questão 29 está ERRADA. A questão 30 está CERTA: as necessidades de financiamento do governo central são calculadas no âmbito da previsão da receita, que integra o processo orçamentário. A questão 31 também está CERTA. Foram corretamente destacadas algumas das principais etapas do ciclo orçamentário. Elaboração do orçamento Conforme o Manual Técnico de Orçamento (MTO), o processo de elaboração do projeto de lei orçamentária anual se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal. Esse sistema foi estabelecido pela Lei 10.180/2001, que elegeu o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como órgão central. Por sua vez, no Decreto 7.675/2012 (assim como em outros anteriores), a Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MPOG) recebeu do Ministério as atribuições de órgão central desse sistema, responsabilizando-se pela coordenação do processo de elaboração dos orçamentos fiscal e da seguridade social. Por sua vez, o orçamento de investimento das empresas estatais tem sua elaboração coordenada por outra unidade do MPOG, o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest). A elaboração do orçamento, segundo o MTO, “envolve um conjunto articulado de tarefas complexas, compreendendo a participação dos órgãos central, setoriais e das unidades orçamentárias do sistema, o que pressupõe a constante necessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis”. A SOF, como órgão central do sistema de planejamento e orçamento, cumpre as seguintes atribuições: AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 19 de 64 • definição de diretrizes gerais para o processo orçamentário federal; • fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos federais; • coordenação do processo de elaboração dos Projetos de Lei de Diretrizes Orçamentárias Anuais – PLDO e do orçamento anual da União; • orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais de orçamento; • fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação das propostas orçamentárias setoriais; • análise e validação das propostas setoriais; • consolidação e formalização da proposta orçamentária da União. Assim, o orçamento é preparado, na verdade, por uma rede de unidades e órgãos, segundo suas incumbências e com os limites traçados pela LDO e pela SOF. Depois de receber todas as propostas orçamentárias setoriais dessas unidades e órgãos, a SOF condensa todo o emaranhado numa só peça: o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), encaminhado ao Presidente da República para posterior remessa ao Congresso Nacional. Pergunta incômoda: e se algum órgão deixar de enviar a tempo sua proposta setorial para a SOF, ou enviar com erros que reclamem correções? A resposta é dada pelo art. 99 da CF/88 e seus desdobramentos. Apesar de tratar diretamente do Poder Judiciário, podemos ampliar o entendimento nele exposto. Confira: Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 20 de 64 § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Na elaboração do orçamento, os órgãos setoriais funcionam como articuladores no seu âmbito de ação. Normalmente, esses órgãos correspondem a estruturas maiores, como os chamados “órgãos superiores” (tribunais, ministérios, casas legislativas). Da mesma forma que a SOF agrega as propostas setoriais recebidas dos órgãos setoriais, o órgão setorial “atua verticalmente no processo decisório”, conforme o MTO, agrupando as propostas subsetoriais, provenientes de suas unidades orçamentárias. As atribuições dos órgãos setoriais, portanto, são: • estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta orçamentária; • avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações necessárias; AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 21 de 64 • fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias das unidades orçamentárias; • definição de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração da proposta orçamentária; • coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no âmbito do órgão setorial; • análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades orçamentárias; • consolidação e formalização da propostaorçamentária do órgão. Por fim, a unidade orçamentária desempenha o papel de coordenadora do processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das unidades administrativas componentes. As funções por ela cumpridas, relativamente às unidades administrativas, correspondem, em escala menor, às exercidas pelos órgãos setoriais. Graficamente, temos a seguinte distribuição hierárquica: AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 22 de 64 Como isso cai na prova? 32. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) O orçamento viabiliza a realização anual dos programas, mediante a quantificação das metas e a alocação de recursos para as ações orçamentárias, tais como projetos, atividades e operações especiais. A elaboração dos orçamentos da União é de responsabilidade conjunta dos órgãos central e setoriais e das unidades orçamentárias. 33. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) A competência de elaboração do orçamento anual é atribuída privativamente ao Poder Executivo, embora a execução orçamentária seja feita de modo autônomo em cada um dos poderes. 34. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Compete integralmente à Secretaria de Orçamento Federal (SOF) a elaboração dos orçamentos fiscal, da seguridade social e dos investimentos das empresas estatais não dependentes. 35. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) A autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário assegura ao TJ/ES a elaboração de sua proposta orçamentária com os demais poderes dentro dos limites estipulados na LDO. 36. (CESPE/CONTADOR/MIN. ESPORTE/2008) O órgão setorial desempenha papel de articulador no processo de elaboração do orçamento, atuando horizontalmente no processo decisório e integrando os produtos gerados no nível setorial. 37. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Em virtude da independência dos poderes, o orçamento do Poder Judiciário é incorporado à Lei Orçamentária Anual sem que haja fixação anterior de limites para a elaboração da proposta. A questão 32 está CERTA: foram listados todos os níveis responsáveis pelo processo de elaboração orçamentária no âmbito da União. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 23 de 64 A questão 33 está ERRADA. As leis de natureza orçamentária são de iniciativa do Executivo, ou seja, é o Executivo quem apresenta os projetos ao Legislativo, mas isso não significa que apenas aquele é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. As unidades e órgãos de todos os Poderes e do Ministério Público participam do processo, que se afunila na atuação da SOF. A questão 34 também está ERRADA: como visto, o orçamento de investimento não é elaborado pela SOF e órgãos relacionados, mas pelas próprias empresas estatais e pela unidade responsável por sua coordenação, o Dest/MPOG. A questão 35 está CERTA. Os órgãos dos poderes Legislativo, Judiciário e o Ministério Público têm autonomia para apresentar suas propostas orçamentárias sem interferência do Executivo, desde que sejam respeitados os limites e condições disciplinados na LDO. A questão 36 traz uma pegadinha com palavras: a atuação do órgão setorial é vertical, concentrando as propostas de suas unidades subordinadas. Questão ERRADA. A questão 37 também está ERRADA. Os limites e condições da LDO devem ser necessariamente observados por todos os Poderes, órgãos e unidades quando da elaboração de suas propostas orçamentárias. Calendário orçamentário Vamos iniciar o estudo desse tópico com o seguinte dispositivo constitucional: Art. 165, § 9º - Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 24 de 64 Como se vê, a Constituição reservou à lei complementar o tratamento sobre as matérias referidas, mas, até hoje, o Congresso não aprovou essa lei (nesse sentido, um dos projetos com essa pretensão, o mais adiantado nas discussões, já esteja há quase 14 anos em pauta). Outro ponto interessante é que essas matérias discriminadas na questão encontram-se, em parte, na Lei 4.320/64, como é o caso de “exercício financeiro”, “elaboração e organização da lei orçamentária anual” e “instituição e funcionamento de fundos”. É por situações como esta que se considera a Lei 4.320/64 uma lei materialmente complementar. Apesar de ter sido aprovada como lei ordinária, em 1964, a atual Carta Política indica assuntos nela tratados como próprios de uma lei complementar. Por enquanto, não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são seguidas regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária. Essas regras estão no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/88: ADCT, Art. 35, § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Muito bem, simplificando os prazos dispostos no ADCT, temos o seguinte: AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 25 de 64 • os projetos de PPA e de LOA devem ser encaminhados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional “até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 31 de agosto; • o Congresso deve devolver os projetos de PPA e de LOA, para sanção, “até o encerramento da sessão legislativa” – atualmente, 22 de dezembro; • o projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 15 de abril; • o Congresso deve devolver o projeto de LDO para sanção “até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa” – atualmente, 17 de julho. A não observância desses prazos não é acompanhada, em regra, de punições ou penalidades aos responsáveis. Entretanto, a não apresentação, pelo chefe do Executivo, do projeto de LOA no período indicado no ADCT poderia, em tese, ser interpretado como crime de responsabilidade contra a lei orçamentária (art. 85, inc. VI, da CF/88). Com o não encaminhamento do projeto de LOA ao Legislativo, resta ameaçada a edição de orçamento válido para o exercício seguinte. Diante desse risco, a Lei 4.320/64 previu uma solução extrema: o Legislativo, diante da inércia do Executivo quanto ao envio do PLOA, considerariacomo projeto a própria Lei de Orçamento vigente (art. 32). Não obstante, na esfera federal, não se encontram registros dessa situação em períodos recentes. Outro caso relativo a atraso no calendário orçamentário diz respeito à demora na apreciação do PLOA pelo Legislativo e/ou de seu encaminhamento à sanção, acarretando o início do exercício financeiro sem orçamento aprovado. Na teoria, isso representaria a total paralisação do poder público, diante da impossibilidade de desenvolver suas atividades e projetos sem os recursos financeiros correspondentes – por exemplo, poderia ser interrompido o pagamento das remunerações dos servidores públicos. Na esfera federal, essa situação de aprovação tardia do orçamento, que pode ser considerada bastante comum, foi enfrentada mediante uma disposição AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 26 de 64 recorrente das Leis de Diretrizes Orçamentárias: não havendo sanção da LOA até 31/12, parte da programação do projeto de LOA em apreciação pode ser executada provisoriamente, para atendimento de despesas consideradas mais urgentes (por exemplo, obrigações constitucionais e legais, prevenção a desastres pela Defesa Civil, financiamento a estudantes etc.). Vale destacar que, nos prazos referidos mais no início dessa seção, o envio e a devolução do projeto de PPA não ocorrem anualmente, já que este é uma lei aprovada para quatro anos (melhor dizendo, aprovada para um período de duração equivalente a um mandato do chefe do Executivo, que, atualmente, é de quatro anos). Uma observação importante, e constantemente cobrada em provas, diz respeito aos prazos do PPA. O plano plurianual é a mais importante lei de matéria orçamentária. A partir dele é que todas as outras se organizarão. As leis orçamentárias anuais correspondem, de certa forma, a “parcelas do PPA”, aplicadas a cada ano de sua vigência plurianual. Dessa maneira, é no PPA que o governo recém-assumido expõe suas intenções, objetivos, metas, para médio prazo. É uma demonstração de grandes diretrizes, um “projeto de governo”. Pois bem, já vimos que o Executivo deve enviar o projeto de PPA para o Legislativo até 31 de agosto (do primeiro ano do mandato do Presidente). Assim, a equipe que assume o comando do país tem oito meses para apresentar um plano para os quatro anos seguintes. Agora você pode notar que há um descompasso aí. Se o PPA é preparado durante o primeiro ano do governo, e deve valer para os próximos quatro anos, ele não acaba invadindo o próximo mandato presidencial? A resposta é “sim”. No primeiro ano do mandato, o Presidente governa com base no PPA, na LDO e na LOA aprovados por seu antecessor. Os projetos que esse novo chefe do Executivo apresenta quando assume só valerão para seu segundo ano de mandato. No caso do PPA, o último ano de vigência do plano será o primeiro do mandato seguinte. Esse calendário é positivo por duas razões associadas. Primeiro, evita-se um atropelo no início do mandato, com a preparação “nas coxas” de projetos de AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 27 de 64 grande importância para o país – e o governo não pode agir sem planos de ação aprovados. Em segundo lugar, ao invés dessa hipótese de “correria” no início do mandato, dá-se ao novo governante a possibilidade de conhecer, por alguns meses, e aproveitar parte dos programas instituídos pelo antecessor, conforme sejam compatíveis com sua orientação de governo. Agora, uma curiosidade sobre a LDO. Trata-se da suspensão do recesso parlamentar, enquanto não aprovado o projeto de LDO. Apenas esse projeto, entre todas as hipóteses trazidas pela CF/88, é hábil para tanto. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os parlamentares não entrarão em recesso (art. 57, § 2º). Essa é uma forma de pressionar os prazos de aprovação do PLDO, já que o ideal é que o orçamento esteja aprovado quando se iniciar o ano de sua execução. E, para existir lei orçamentária, deve haver antes a promulgação da LDO, que estabelece, a partir dos programas do PPA, as prioridades para o ano seguinte, e orienta a elaboração da LOA. Como isso cai na prova? 38. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) A proposta de alteração de procedimento de elaboração, discussão, aprovação e execução do orçamento público no Brasil deve ser apresentada por meio de projeto de lei complementar. 39. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2012) A lei orçamentária anual (LOA) dispõe sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual da lei de diretrizes orçamentárias e da proibição para abertura de créditos extraordinários. 40. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) O projeto de lei de diretrizes orçamentárias do governo federal para o exercício de 2013, elaborado em 2012, só poderá ser submetido à análise da Comissão Mista de Orçamento em janeiro de 2013. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 28 de 64 41. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) Caso o Congresso Nacional não vote a proposta de lei orçamentária anual até o final do exercício financeiro, a definição das providências a serem tomadas deve constar da LDO. 42. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Congresso Nacional pode entrar em recesso sem que tenha sido aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 43. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) O encaminhamento para discussão e aprovação do Congresso Nacional do projeto de lei de diretrizes orçamentárias deve, impreterivelmente, ser feito até oito meses e meio antes do exercício financeiro. 44. (CESPE/ANALISTA/TJ-RR/2012) De acordo com a Constituição Federal de 1988, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) da União será encaminhado ao Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento do exercício de sua elaboração, prazo que também deve ser observado pelos estados para a remessa de seus PPAs às respectivas assembleias legislativas. 45. (CESPE/CONTADOR/AL-ES/2011) Se o Poder Executivo não apresentar a proposta orçamentária no prazo legal, a prerrogativa de iniciativa legal é transferida ao Poder Legislativo. A questão 38 está CERTA: conforme o art. 165, § 9º, da CF/88, a disciplina geral da matéria orçamentária deve dar-se mediante a edição de lei complementar. A questão 39 está ERRADA. A LOA tem seu conteúdo restrito à matéria financeira (previsão da receita e fixação da despesa). Os conteúdos listados no enunciado devem ser disciplinados por lei complementar, ainda não editada. O projeto de LDO para 2013 teve seu prazo máximo para aprovação pelo Legislativo até o dia 17 de julho de 2012, tendo sido encaminhado pelo Executivo em abril de 2012. A questão 40 está ERRADA. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 29 de 64 A questão 41 também está ERRADA. Apesar de, na esfera federal, a LDO tratar da lacuna normativa referente ao início do exercício financeiro sem orçamento aprovado, essa não é uma previsão obrigatória daquela lei. A questão 42 está ERRADA. A CF/88 diz exatamente o contrário: a não aprovação do projeto de LDO impede que os parlamentares entrem em recesso no meio do ano. A questão 43 está CERTA, com a reprodução correta do prazo para encaminhamento do PLDOao Congresso. Os entes subnacionais não são obrigados a seguir os prazos provisórios relativos às leis de matéria orçamentária previstos no ADCT. A questão 44 está ERRADA. A questão 44 está ERRADA, visto que a iniciativa de apresentação dos projetos de leis orçamentárias não é transferida de responsável. No caso da previsão da Lei 4.320/64, de o Legislativo considerar a LOA vigente como proposta orçamentária se o Executivo permanecer inerte, tem-se apenas uma medida de exceção, e não uma mudança de titularidade da iniciativa legal. Processo legislativo orçamentário Examinemos mais alguns trechos da CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. (...) Art. 166, § 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 30 de 64 Vale assinalar que o vocábulo “leis”, sem maior detalhamento, significa “leis ordinárias”. Em matéria orçamentária, a disciplina mediante leis ordinárias é o lugar comum. Há poucas exceções, das quais vimos uma acima: a conformação das regras mais amplas de organização orçamentária se dá por lei complementar. Mas o PPA, a LDO e a LOA, assim como os créditos adicionais (exceto os extraordinários, como veremos) são promulgados como leis ordinárias. Além disso, todos esses projetos são de iniciativa exclusiva do chefe do Executivo. Assim, cabe a ele encaminhar os projetos orçamentários ao Legislativo, bem como sancionar ou vetar os textos aprovados naquele Poder. Vamos fazer uma pequena abordagem do “ciclo orçamentário” no contexto do Poder Legislativo. Nesse aspecto, apesar de serem instituídos por leis ordinárias, os instrumentos orçamentários sujeitam-se a um rito legislativo diferenciado. Os projetos de lei ordinária “normais”, enviados ao Congresso pelo Presidente da República, dão entrada na Câmara dos Deputados (CF, art. 64, caput) e lá passam por discussões e votações em diversas comissões temáticas, antes de ir à apreciação do Plenário da Câmara (às vezes, essa “subida” ao Plenário não ocorre, conforme dispuser o Regimento da Casa). A partir daí, são enviados ao Senado, onde passam de novo por comissões temáticas, e depois pelo Plenário (se for o caso). Então, os projetos vão à sanção presidencial, se não houver alteração considerável, pelo Senado, do texto aprovado na Câmara. Caso contrário, se a redação for significativamente mudada pelo Senado, os projetos voltam à Câmara, para apreciação das modificações. Nessa última hipótese, a Câmara é que encaminha o projeto ao Presidente da República. Diferentemente disso, os projetos de matéria orçamentária não passam por uma série de comissões temáticas antes de ir a Plenário, um passo por vez, e em ambas as Casas. Nesse âmbito, o projeto é instruído apenas na Comissão Mista de Orçamento, que recebe simultaneamente pareceres das comissões temáticas de ambas as Casas e emendas parlamentares, e emite seu próprio AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 31 de 64 parecer, encaminhando-o juntamente com o projeto, para votação pelo Plenário do Congresso Nacional (as duas Casas em sessão conjunta). Essa previsão está no caput do art. 166: Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. No Plenário do Congresso, pela votação da maioria simples dos parlamentares, o projeto de natureza orçamentária é aprovado. Detalhe: apesar de se tratar de uma sessão conjunta, a maioria é considerada apenas entre pares (tomam- se separadamente, na votação, a maioria dos deputados e a maioria dos senadores). Afora essas diferenças entre o processo legislativo orçamentário e o processo legislativo ordinário, as regras concernentes a este são aplicáveis, no que couber, àquele primeiro, nos termos do art. 166, § 7º, da CF/88. Como isso cai na prova? 46. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) A tramitação do projeto de lei orçamentária anual (LOA) bem como a de todos os projetos de lei que visem alterá-la obedecem a um rito legislativo diferente do das demais proposições em exame no Congresso Nacional. 47. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) A apresentação da lei orçamentária anual no caso da União é de iniciativa privativa do presidente da República, mas esse poder é vinculado aos prazos determinados pela legislação e o não cumprimento desses prazos constitui crime de responsabilidade. 48. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2012) Para que um projeto de lei relativo ao orçamento anual seja aprovado, é suficiente que seja apreciado pela Câmara dos Deputados. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 32 de 64 A questão 46 está CERTA: as leis de natureza orçamentária sujeitam-se a um trâmite diferenciado, unicameral, no âmbito do Congresso Nacional, abrigando apenas subsidiariamente as regras gerais do processo legislativo ordinário. A questão 47 também está CERTA. Como abordado, o descumprimento dos prazos orçamentários pelo Presidente da República pode ser interpretado como crime de responsabilidade. A apreciação dos projetos de matéria orçamentária é feita pelo Congresso Nacional, atuando como casa única. Assim, a comissão que instrui os processos é uma comissão mista, e a votação se dá no Plenário das duas Casas Legislativas em conjunto. A questão 32 está ERRADA. Comissão Mista de Orçamento e emendas parlamentares Este assunto, apesar de também pertencer ao processo legislativo orçamentário, é tão importante que será tratado assim, em separado. A Comissão Mista de Planos, Orçamentos e Fiscalização, ou simplesmente Comissão Mista de Orçamento (CMO), como é mais conhecida, é a única comissão parlamentar instituída diretamente pelo texto constitucional. Eis o trecho que aborda a CMO: Art. 166, § 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. § 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 33 de 64 Assim, cabe à CMO apreciar e emitir parecer sobre todos os projetos de natureza orçamentária (PPA, LDO, LOA e créditos adicionais), bem como sobre as contas do Presidente da República, com o subsídio do parecer prévio elaborado pelo TCU (art. 71, inc. I). O inciso II do § 1º do art. 166 confere à CMO uma atuação mais ampla que a estritamente orçamentária. Nessa Comissão,deverão ser examinados os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na CF/88, segundo a tendência internacional de aproximar o processo de planejamento do de orçamentação. Adicionalmente, a CMO também deve exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, porém de forma não exclusiva, já que as demais comissões criadas no âmbito do Legislativo também contam com essa prerrogativa. Nesse aspecto, um ponto bastante relevante e atual sobre a ação da CMO diz respeito à decisão, tomada no âmbito dessa comissão, sobre a continuidade ou a interrupção da destinação de recursos para obras públicas com indícios de irregularidades graves, a partir dos relatórios de fiscalização oriundos do TCU. Na sequência de nosso tema, a CF/88 traz regras gerais sobre emendas parlamentares na seara orçamentária (art. 166, § 3º). Uma primeira observação sobre esse aspecto: é possível ao Legislativo emendar quaisquer projetos de matéria orçamentária. Entretanto, assim como fez a Constituição, vamos nos concentrar, nesta oportunidade, nas emendas ao projeto de LOA. Como já dito, a iniciativa em matéria orçamentária é exclusiva do chefe do Executivo. Entretanto, permite-se que a peça originária do Executivo receba interferências dos representantes eleitos do povo, para, em tese, deixar as propostas orçamentárias mais adequadas aos interesses da população representada. Assim, os parlamentares, individualmente ou em grupo (bancadas, comissões), podem apresentar emendas ao projeto de LOA perante a CMO, que, no término das discussões, emitirá parecer sobre tais emendas, para posterior apreciação pelo Plenário do Congresso. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 34 de 64 Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de emendas: emendas de despesa, de receita e de redação. Vamos ler o já mencionado § 3º do art. 166: Art. 166, § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Inicialmente, note que a primeira condição (compatibilidade com o PPA e a LDO, no inciso I) vale para qualquer emenda. Isso fortalece o caráter de submissão que a LOA deve ter em relação às outras leis citadas, de alcance mais amplo. Assim, por exemplo, uma emenda parlamentar ao projeto de LOA não pode criar um programa, porque isso desrespeitaria a prevalência do PPA nesse ponto. O inciso II trata das emendas de despesa. Para que novas despesas sejam propostas por meio de emenda, deverão ser anuladas despesas inicialmente selecionadas no projeto encaminhado pelo Executivo, a fim de “liberar” recursos suficientes. Ainda assim, veja que não é toda despesa selecionada inicialmente pelo Executivo que pode ser anulada em favor de emendas parlamentares. As dotações indicadas nas alíneas do inciso II (pessoal e encargos, serviço da AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 35 de 64 dívida e transferências constitucionais para os entes federados) são despesas obrigatórias, que não podem ter seus montantes e destinação alterados. Não obstante o aspecto “hermético” do inciso II em estudo, que apontaria para a impossibilidade de emendas parlamentares se utilizarem de recursos além daqueles liberados pela anulação de despesas previstas, na prática é adotada outra interpretação, a partir de uma combinação de dispositivos constitucionais. Para entender esse ponto, somaremos ao inciso II acima o seguinte excerto: Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; Dessa forma, a leitura do inciso II do § 3º do art. 166, reproduzido anteriormente, não pode ser tão restritiva. Se esse enunciado fosse tomado em absoluto, nunca haveria aumento de despesa prevista na apreciação dos projetos orçamentários, o que seria diametralmente oposto à ressalva permitida no art. 63, inc. I. Por conseguinte, a interpretação vigente sobre o assunto firma que é possível o aumento de despesas previstas nos projetos de natureza orçamentária, com base na previsão do art. 166, § 3º, inc. III, alínea ‘a’, que trata das emendas de receita. A partir das emendas de receita, realiza-se a correção de “erros ou omissões” relativamente à previsão da receita do projeto de lei orçamentária. Como a apreciação da previsão da receita pelo Legislativo ocorre, no mínimo, entre três e quatro meses depois da previsão do Executivo, é normal que o Parlamento identifique, com maior precisão, fatores como tendências de crescimento econômico no exercício seguinte, de alterações na legislação tributária, do comportamento da inflação e da economia mundial etc., que permitem a aferição mais atualizada da receita a ser arrecadada. Como resultado, a previsão da receita é normalmente atualizada para maior pelo Legislativo, que utiliza a “arrecadação sobressalente” como AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 36 de 64 fonte de recursos para emendas parlamentares (embora o Congresso já tenha atualizado a receita estimada pelo Executivo para um valor menor). Nesse ponto, deve-se advertir que o montante da receita previsto pelo Executivo só pode ser modificado no Legislativo a partir de uma perspectiva técnica. A Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 12, § 1º) não permite a alteração da expectativa de arrecadação com base em critérios outros, como os de natureza política ou assemelhados. Por isso, um erro ou uma omissão, por parte da equipe técnica do Executivo, devem ser detectados e comprovados, para que seja aprovada uma emenda de receita. Por fim, o inciso III aborda também as emendas de redação (alínea ‘b’). Tais emendas dizem respeito a ajustes de forma (ortografia, concordância, coesão etc.), para tornar o texto da lei orçamentária mais inteligível. Dando seguimento a nosso estudo, o § 4º do art. 166 trata especificamente das emendas propostas ao projeto de LDO. Esse dispositivo determina que as emendas ao PLDO “não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual”. Trata-se de um dispositivo que replica, em relação ao PLDO, o tratamento dado às emendas ao projeto de LOA no já estudado inc. I do § 3º do art. 166. Muito bem, o Poder Legislativo pode alterar, por meio de emendas, o texto inicial encaminhado pelo Poder Executivo. E o Poder Executivo, pode “emendar” seu próprio texto original? A resposta é afirmativa. Essa importante disposição encontra-se no art. 166, § 5º, da CF/88: Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. Portanto, depois de ter enviado o projeto de LOA, o chefe doPoder Executivo tem um prazo para propor alterações a suas “intenções iniciais”. Esse prazo AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 37 de 64 vigora enquanto não se inicia a votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte a se alterar. Permite-se, dessa forma, que o chefe do Executivo aperfeiçoe os projetos encaminhados, ao identificar oportunidades de melhoria. Por outro lado, ao “travar” os dispositivos já postos em votação na CMO, o dispositivo em comento evita que o Executivo modifique, a seu bel-prazer, partes do projeto que venham a assumir direção contrária a seus interesses. Esse trecho talvez seja o mais frequentemente cobrado pelas bancas quando se trata de ciclo orçamentário. Por isso, preste atenção! Não perca um ponto fácil. Já houve questões, por exemplo, dizendo que a modificação pode ser proposta enquanto não finalizada a votação da parte a se alterar. Cuidado! Como isso cai na prova? 49. (CESPE/ANALISTA/TJ-AL/2012) As emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual somente serão avaliadas para aprovação quando apresentadas pelos membros da comissão mista de orçamento. 50. (CESPE/CONTADOR/AL-ES/2011) É vedado ao Poder Legislativo realizar reestimativa da receita incluída pelo Poder Executivo em sua proposta orçamentária. 51. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) À Comissão Orçamentária Permanente do Senado Federal competem o exame e a emissão de parecer sobre planos e programas nacionais e regionais, cabendo à comissão composta por deputados analisar e emitir parecer sobre os orçamentos das políticas públicas setoriais. 52. (CESPE/PROMOTOR/MPE-RR/2012) A CF admite emendas ao projeto de lei orçamentária anual ou aos projetos que o modifiquem, desde que provenientes da anulação de despesas relacionadas ao serviço da dívida e às transferências tributárias para os estados, o DF e os municípios, mas AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 38 de 64 não da anulação de despesas que incidam sobre dotações para pessoal e respectivos encargos. 53. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) Emendas ao projeto de LOA somente poderão ser aprovadas se forem indicados os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa ou que estejam relacionadas com a correção de erros ou omissões. 54. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) O poder Legislativo pode alterar a previsão de receita da LOA, se for comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal na proposta encaminhada pelo Poder Executivo. Nesse caso, a diferença apurada poderá ser usada como fonte de receita para a aprovação de emendas de parlamentares. 55. (ANALISTA/MCT/2008) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem serão apresentadas na comissão mista e somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias. 56. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A CF não estabelece limites ao Congresso Nacional no que se refere à aprovação de emendas ao projeto de LDO, já que referida lei, por sua própria natureza, admite alteração independentemente do conteúdo do PPA. 57. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) As emendas apresentadas ao texto da Lei Orçamentária somente poderão ser aprovadas caso indiquem os recursos necessários, por meio da anulação de despesas. 58. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) Com o objetivo de aumentar a dotação orçamentária para a educação, os deputados podem apresentar emendas ao PLOA, cancelando recursos destinados ao serviço da dívida e alocando-os na função Educação. 59. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) Após o envio do projeto de lei orçamentária anual (LOA) ao Congresso Nacional, a ministra do meio ambiente poderá enviar ao Poder Legislativo mensagem que altere a dotação orçamentária do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), visando assegurar o pagamento AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 39 de 64 de reajuste salarial aos servidores desse instituto, não previsto no projeto original. 60. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) Após iniciada a análise do projeto de lei orçamentária anual na comissão mista de orçamento, o presidente da República não poderá mais enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo modificações no projeto. 61. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Uma vez aprovado no âmbito da Comissão Mista de Orçamentos, o projeto de lei orçamentária não poderá mais receber emendas, quando for submetido à votação no plenário do Congresso Nacional. A questão 49 está ERRADA. A CF/88 não limita a apresentação de emendas ao PLOA apenas aos integrantes da CMO. Nesse sentido, inclusive, há previsão regimental para proposição de emendas por outras comissões das Casas Legislativas e pelos demais parlamentares. Conforme a CF/88 e a LRF, o Poder Legislativo pode reestimar a receita prevista pelo Executivo, desde que detecte erros ou omissões nos cálculos, sob uma perspectiva técnica. A questão 50 está ERRADA. A questão 51 também está ERRADA: não há comissões de orçamento compostas apenas por senadores e por deputados. Existe apenas a Comissão Mista de Orçamento, conforme o art. 166 da CF/88. Na questão 52, todos os tipos de despesas listados são imunes à anulação por emendas, conforme a CF/88. Questão ERRADA. A questão 53 está CERTA, reproduzindo quase literalmente trechos constitucionais que estudamos nessa seção. A questão 54, do último concurso para auditor do TCU, é bastante polêmica. Como estudamos, a interpretação adotada na prática atual é a de que a reestimativa de receita pelo Legislativo pode ser utilizada como fundamento para aprovação de emendas parlamentares. Entretanto, o gabarito apegou-se ao texto literal do art. 166, § 3º, inc. II, da CF/88, que parece permitir apenas as anulações de despesas como fonte de recursos para emendas. O gabarito definitivo foi ERRADO; devemos tomar cuidado, portanto. AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 40 de 64 A questão 55 reproduz trechos da Constituição, referentes às exigências para as emendas parlamentares aos projetos de natureza orçamentária. Questão CERTA. A questão 56 está ERRADA. O art. 166 e seus dispositivos estabelecem diversos limites quanto à aprovação de emendas parlamentares aos projetos de leis orçamentárias. Para o caso específico da questão, o § 4º do referido artigo veda a aprovação de emendas ao PLDO quando incompatíveis com o PPA. As emendas de redação, apresentadas relativamente ao texto da LOA, não têm a ver com dotações orçamentárias. Assim, não são envolvidas, nesse caso, anulações de despesas. A questão 57 está ERRADA. A questão 58 está ERRADA: as dotações relacionadas ao serviço da dívida não podem ser anuladas em favor de outras despesas. Assim, devem ser aprovadas na LOA conforme apresentadas originalmente pelo Executivo. A questão 59 está ERRADA. Apenas o chefe do Executivo pode encaminhar mensagem ao Legislativo com o intuito de modificar parte do projeto de LOA antes apresentado. A questão 60 também está ERRADA: destacamos que o marco temporal para apresentação de modificações do projeto original de LOA, por parte do Presidente da República, é o início da votação, na CMO, da parte a ser alterada, e não o “início da análise”.
Compartilhar