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Aula de Introdução a Psicologia Experimental Controle aversivo 2018

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Aprendizagem pelas Consequências: Controle Aversivo
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Criado por: Cintia Castro.
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Controle Aversivo
Reforço Negativo;
Punição:
Positiva;
Negativa.
Se temos um reforçador (negativo) o comportamento tende a se repetir e assim aumenta a frequência.
Na punição, não irei repetir esse comportamento e assim a frequência diminui .
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Devido ao extinto de sobrevivência, os seres vivos tendem a livrar-se de contatos prejudiciais (B. F. Skinner).
O reforço positivo é uma consequência controlada do comportamento, já que a sua ocorrência torna o comportamento mais provável.
 O reforço negativo e punição (positiva e negativa) também são consequências do comportamento que exercem controle sobre ele, pois interferem na probabilidade de sua ocorrência futura. 
Por que “controle aversivo do comportamento”?
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No controle aversivo o individuo se comporta para que algo não aconteça, subtraindo um estímulo do ambiente ou para que ele nem mesmo ocorra.
Ex: Muitas pessoas respeitam o limite de velocidade para não serem multadas; muitos estudantes frequentam as aulas para não ficarem com falta; muitas pessoas não expõem suas ideias para não serem criticadas; mentem para não serem punidas.
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0 controle aversivo diz respeito a modificação na frequência do comportamento utilizando-se o reforço negativo (aumento na frequência) e punição positiva ou negativa (diminuição na frequência).
Estímulo aversivo é um conceito relacional (envolve relações entre efeitos) e funcional, ou seja, os estímulos podem ser aversivos a algumas pessoas e a outras serem poderosos reforçadores.
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Contingências de Reforço Negativo
O reforço se dá tanto pela apresentação de estímulos, quanto pela retirada de estímulos do ambiente.
A diferença entre os reforçadores é que, no reforço positivo você acrescenta um estímulo ao ambiente; no reforço negativo, um estímulo é retirado do ambiente.
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Reforço Negativo
Alguns exemplos comuns de comportamentos mantidos por reforço negativo
1) Colocar óculos de sol para amenizar a luminosidade na retina pois a luminosidade é um estímulo reforçador negativo cessado pela resposta de colocar os óculos.
A relação entre a resposta de colocar os óculos e a retirada de luz da retina é chamada reforço negativo.
2) Passar protetor solar para evitar queimaduras é um comportamento mantido por reforço negativo. Ficar com queimaduras é o estímulo reforçador negativo evitado pela resposta de passar protetor solar. 
3) Caso a namorada brigue com seu namorado quando ele fuma, e provavel
que o namorado passe a chupar urn drops ap6s fumar urn cigarro. Com
is so, o namorado evita a brig a, uma vez que ela nao percebe que ele fumara.
Nesse caso, a briga e urn estimulo reforc;ador negativo, evitado pela resposta
de chupar urn drops. Novamente, temos uma contingencia de reforc;o negativo
em que a resposta de chupar urn drops e reforc;ada por evitar a apresentac;
ao da brig a (que e urn estimulo reforc;ador negativo).
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Reforço Negativo
Alguns exemplos comuns de comportamentos mantidos por reforço negativo
 3) Caso a namorada brigue com seu namorado quando ele fuma, é provável que o namorado passe a chupar uns bombons após fumar um cigarro. Com isso, o namorado evita a briga, uma vez que ela não percebe que ele fumara.
Nesse caso, a briga é um estímulo reforçador negativo, evitado pela resposta de chupar uns bombons. Novamente, temos uma contingencia de reforço negativo em que a resposta de chupar uns bombons é reforçada por evitar a apresentação da briga (que é um estímulo reforçador negativo).
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Comportamento de fuga e de esquiva
O Reforço Negativo mantém dois tipos de comportamento: o comportamento de fuga e o de esquiva.
FUGA = é o comportamento de retirada de um estímulo aversivo que já está presente no ambiente.
ESQUIVA = é o comportamento que atrasa ou evita o contato com um estímulo aversivo, neste o estímulo não está presente no ambiente.
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Comportamento de fuga e de esquiva
Alguns exemplos comuns de fuga e esquiva
1) Arrumar o quarto logo que acordamos para evitar reclamações da mãe é um exemplo de esquiva, pois a mãe ainda não está reclamando. Por outro lado, se a mãe vê o quarto desarrumado e começa a brigar, nós o arrumamos para que ela pare; o que e um exemplo de fuga. Nesse caso, a briga já esta presente no ambiente.
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Comportamento de fuga e de esquiva
Alguns exemplos comuns de fuga e esquiva
2) Fazer uma revisão no carro antes de viajar é um exemplo de esquiva. O carro está funcionando perfeitamente, mas a revisão é feita para que o carro não apresente problemas no meio da viagem. Note que o carro ainda não está com problemas e a revisão é feita para evitar sua apresentação. Entretanto, se o carro começa a fazer um barulho atípico no meio da estrada, o comportamento de levá-lo a um mecânico é um exemplo de fuga, pois o estímulo aversivo (ou seja, o barulho) já esta presente.
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Comportamento de fuga e de esquiva
Alguns exemplos comuns de fuga e esquiva
3) Fazer a barba quando a namorada já está reclamando dos beijos que arranham a sua face é um exemplo de fuga, pois a reclamação já esta presente.
Seria esquiva caso o namorado fizesse a barba antes de encontrá-la para evitar a reclamação que ainda não esta presente.
4) Alguém está lhe contando uma história muito chata e você diz: "Amigo, me desculpe, mas estou atrasado para um compromisso, tenho que ir ...". Sair de perto do "chato" é um exemplo de fuga; já se você "desconversa" e sai de perto do sujeito antes de ele começar a contar histórias chatas, você esta se esquivando.
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Punição
“Tem como objetivo eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou indesejáveis de um dado repertório (...). Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas” (B. F. Skinner).
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Assim como nos reforçadores.
Punição Positiva é uma contingência em que um comportamento produz a apresentação de um estímulo que reduz sua probabilidade de ocorrência futura. Há a adição de estímulos no ambiente.
Punição Negativa, a consequência de um comportamento é a retirada de reforçadores (de outros comportamentos). Essa consequência tornará o comportamento menos provável. Há a retirada de estímulos do ambiente.
Dois tipos de punição
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Punição Positiva = diminui a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer (punitivo) pela adição de um estímulo aversivo ao ambiente.
Punição Negativa = diminui a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer pela retirada de um estímulo reforçador do ambiente.
Punição positiva e negativa
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Exemplo
Quando Joãozinho fala “palavrões”, seus colegas riem bastante dele (a risada de seus colegas é uma consequência reforçadora para o comportamento: é o que mantém Joãozinho portando-se de tal forma). A mãe de Joãozinho quer que ele pare com isso; para tanto, ela retira a “mesada”, cessando o comportamento. Nesse caso, a mãe de Joãozinho puniu o comportamento dele ou colocou-o em extinção?
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Análise
1 – A frequência do comportamento aumentou ou diminuiu?
Se diminuiu só pode ser extinção ou punição.
2 – A consequência reforçadora (risada dos colegas) foi retirada?
– Não, por isso não é extinção, já que não houve a suspensão da consequência reforçadora.
3 – Se a frequência do comportamento diminui e a consequência reforçadora não foi retirada, falamos então em punição.
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Punição negativa e extinção
Na punição negativa, um comportamento passa a ter uma nova consequência, a qual é a perda de reforçadores.
Na extinção um comportamento produzia uma consequência reforçadora.
A punição suprime rapidamente a resposta.
A extinção produz uma diminuição gradual na probabilidade de ocorrência da resposta. 
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Efeitos colaterais do controle aversivo
Eliciação de respostas emocionais - No momentoem que os organismos entram em contato com estímulos aversivos, é observada a eliciação de várias respostas emocionais, como tremores, taquicardia, palpitações, choro, etc. 
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Efeitos colaterais do controle aversivo
Supressão de outros comportamentos além do punido – Outros comportamentos que estiverem ocorrendo temporalmente próximos ao momento da punição podem ter sua frequência reduzida. 
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Efeitos colaterais do controle aversivo
Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido – Após a punição os organismos em geral, passam a emitir uma segunda resposta que torne improvável a repetição do comportamento punido. Essa segunda resposta é chamada de resposta incompatível ou resposta controladora, uma vez que é uma forma de o organismo controlar seu próprio comportamento.
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Efeitos colaterais do controle aversivo
Contracontrole – O organismo controlado emite uma nova resposta que impede que o agente controlador mantenha o controle sobre o seu comportamento. No caso da punição, garante-se que o comportamento punido continue a ocorrer sem entrar em contato com ela.
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Por que punimos tanto?
1.Imediaticidade – Quem pune para suprimir um comportamento é negativamente reforçado de forma imediata.
2. Eficácia não dependente da privação – Para controlarmos positivamente um comportamento, temos de identificar quais eventos serão reforçadores para o indivíduo.
3.Facilidade no arranjo das contingências - Existem alternativas ao controle aversivo. Entretanto elas dão mais trabalho de organizar do que as contingências de controle aversivo. 
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Quais as alternativas ao controle aversivo?
Reforço positivo em lugar de reforço negativo. 
Extinção em vez de punição.
Reforço diferencial. 
Aumento da densidade de reforços para outras alternativas. 
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Algumas conclusões importantes
Por mais que o evitemos, o controle aversivo é natural e continuará existindo em nossa interação com a natureza.
Não podemos confundir a recomendação de evitar o controle aversivo com a noção de que tudo é permitido. 
Se tivermos outras alternativas à punição, estas devem sempre ser as escolhidas. 
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