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Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
FISIOLOGIA REPRODUTIVA – CAPÍTULO 7 
1.0- INTRODUÇÃO 
• O processo reprodutivo feminino necessita do eixo hipotálamo-hipófise-ovário e do útero para que 
funcione de maneira adequada e que a reprodução ocorra. 
• O hormônio liberador de gonadotrofina hipotalâmico (GnRH) regula, de maneira simultânea, tanto o 
hormônio luteinizante (LH) quanto o hormônio folículo estimulante (FSH) na hipófise ao ser secretado 
de modo pulsátil. A frequência do pulso determina a quantidade relativa da secreção de LH e FSH. 
• O ovário responde ao FSH e ao LH de maneira definida, sequencial, para que se produza o crescimento 
folicular, haja a ovulação e o corpo lúteo se forme. O ciclo é concebido a fim de que se produza um 
ambiente adequado para a gravidez; se esta não ocorrer, o ciclo é reiniciado. 
• No início do ciclo menstrual, o ovário produz estrogênio, responsável pelo crescimento endometrial. 
Em seguida à ovulação, é também produzida em quantidades significativas a progesterona, a qual 
transforma o endométrio tornando-o ideal à implantação do embrião. Se não ocorrer gravidez, o ovário 
cessa a produção de estrogênio e progesterona, o endométrio é descartado, e o ciclo se reinicia. 
2.0- Neuroendocrinologia 
2.1- Anatomia 
2.1-1. Hipotálamo 
• O hipotálamo é uma pequena estrutura neural situada na base do cérebro, acima do quiasma óptico e 
abaixo do terceiro ventrículo. Tem conexão direta com a glândula pituitária (hipófise), sendo essa parte 
do cérebro fonte de muitas secreções hipofisárias. Ele está dividido em três zonas e vários núcleos. 
• O hipotálamo apresenta múltiplas conexões cerebrais. 
• No hipotálamo encontramos vários níveis de retroalimentação: 
o Alças de feedback longas – Aquelas em que há um estímulo endócrino a partir de hormênios 
circulantes. (Ex. Alça de feedback de andógenos). 
o Alças de feedback curtas- aquelas em que há o estímulo advindo da hipófise. 
o Alças de feedback ultracurtas- aquelas em que as secreções hipotalâmicas são capazes de atuar 
no próprio hipotálamo. 
• Os principais produtos hipotalâmicos são fatores de liberação hipofisários: 
o Fator liberador de gonadotrofina (GnRH)- controla a liberação de hormônio luteinizante (LH) 
e de hormônio folículo estimulante (FSH) pela hipófise. 
o Hormônio liberador de corticotrofina- liberação de ACTH pela hipófise. 
o Hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH), que regula a liberação de GH. 
o Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) – regula a secreção do hormônio estimulante de 
tireoide (TSH). 
• O hipotálamo é a fonte de toda a produção dehormônios neuro-hipofisários. 
2.1-2. Hipófise 
• A adeno-hipófise é completamente diferente da neuro-hipófise. 
• A irrigação sanguínea da adeno-hipófise é feita quase que inteiramente pelo aporte sanguíneo advindo 
da eminência mediana no hipotálamo, chagando aqui através dos vasos porta hipofisários. 
3.0- Hormônios reprodutivos 
3.1- Hipotálamo 
3.1-1. Hormônio liberador de gonadotrofina 
• É o fator que controla a liberação da secreção de gonadotrofinas LH e FSH. 
• É um decapeptídeo produzido por neurônios com corpos celulares localizados principalmente no 
núcleo arqueado do hipotálamo. Estes produzem extensões para os vasos porta, na eminência mediana, 
onde o GnRH é secretado e liberado na adeno-hipófise (hipófise anterior). 
• Gene que codifica GnRH>> pró-GnRH (96 aa)>>> GnRH + GnRH (PAG). O PAG é um potente 
inibidor da secreção de prolactina e estimulador da liberação da gonadotrofina. 
3.1-1.1. Secreção pulsátil de GnRH 
• O GnRH é um dos únicos hormônios no corpo humano capaz de regular simultaneamente a liberação 
de dois hormônios, o FSH e o LH. Além disso, para que ele funcione, deve ser liberado de maneira 
pulsátil. 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
• A secreção pulsátil contínua de GnRH é necessária, pois a meia-vida do GnRH é muito curta (apenas 
de 2 a 4 minutos), resultante da rápida clivagem proteolítica. 
o Ela varia tanto em frequência quanto em amplitude ao longo do ciclo menstrual e é firmemente 
regulada. A modificação na frequência de pulso, por exemplo, permite a variação na secreção 
de LH e de FSH durante todo ciclo menstrual. 
o Influências adicionais, como as exercidas por peptídeos ovarianos e esteroides sexuais, podem 
modular o efeito do GnRH. 
• O GnRH também possui função autócrina e parácrina pelo corpo. 
3.1-1.2. Agonistas dos hormônios liberadores de gonadotrofinas 
• Opioides endógenos são três famílias relacionadas de substâncias produzidas no SNC e que 
representam ligantes naturais para os receptores de opioides. Tipos principais de opioides endógenos: 
o Endorfinas: possuem atividade endógenas semelhante à da morfina. São produzidas através de 
POMC. 
o Encefalinas: são vastamente distribuídos pelo cérebros, funcionando sobretudo na regulação 
do sistema nervoso autônomo 
o Dinorfinas: funcionalmente semelhante as endorfinas. 
• As endorfinas parecem inibir a liberação de GnRH dentro do hipotálamo, resultando na inibição da 
secreção de gonadrotrofina. Esteroides sexuais ovarianos podem intensificar a secreção de endorfinas 
centrais, diminuindo ainda mais os níveis de gonadotrofinas. 
o A concentração de endorfina varia bastante ao longo do ciclo menstrual, com nível máximo na 
fase lútea e mínimo durante o fluxo menstrual. 
3.2- Secreção de hormônio hipofisário 
3.2-1. Hipófise anterior 
• A hipófise anterior é responsável pela secreção dos principais fatores liberadores de hormônio – FSH, 
LH, TSH e ACTH –, bem como de GH e prolactina. 
3.2-1.1. Gonadotrofinas 
• As gonadotrofinas FSH e LH são produzidas por células do gonadotrofo hipofisário anterior e 
responsáveis pela estimulação folicular ovariana. Do ponto de vista estrutural, há grande similaridade 
entre FSH e LH. 
3.2-1.2. Prolactina 
• A prolactina, um polipeptídio de 198 aminoácidos secretado pelo lactotrofo da hipófise anterior, é o 
principal fator trófico responsável pela produção de leite pelas mamas. 
• A transcrição do gene da prolactina é estimulada principalmente pelo estrogênio; outros hormônios 
que promovem a transcrição são o TRH e uma variedade de fatores de crescimento. 
• A secreção de prolactina está sob o controle inibitório tônico pela secreção hipotalâmica de dopamina. 
Dessa forma, se por algum motivo o trânsito de dopamina dor interrompido, a liberação do controle 
produz o aumento da secreção. 
• Clinicamente, os níveis elevados de prolactina estão associados à amenorreia e à galactorreia, devendo 
haver suspeita de hiperprolactinemia em qualquer mulher nessas situações. 
• Embora a prolactina pareça estar principalmente sob controle inibitório, muitos estímulos podem 
deflagrar a sua liberação, tais como a manipulação da mama, o uso de determinados medicamentos, o 
controle do estresse, a prática de exercícios físicos e a ingestão de certos alimentos 
3.2-1.3. Hormônio estimulante de tireoide, hormônio adenocorticotrófico e hormônio do crescimento 
• O hormônio estimulante de tireoide é secretado pelos tireotrofos hipofisários em resposta ao TRH. 
LEMBRE-SE: TRH>> TSH>> T3 e T4. Anormalidades de secreção da tireoie (tanto no hipo quanto 
no hipertireoidismo) são, com frequência, associados a disfunções ovulatórias como resultado de 
diversas ações sobre o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. 
• O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) é secretado pela hipófise anterior em resposta a outro fator 
liberador hipotalâmico, CRH, e estimula a liberação de glicocorticoides suprarrenais. 
o ACTH apresentauma variação diurna com pico ocorrendo de manhã cedo e um nível baixo à 
noite. 
• O GH é o hormônio da hipófise anterior secretado em maior quantidade absoluta. É secretado em 
resposta ao fator de liberação hipotalâmico, GHRH, e pelos hormônios da tireoide e glicocorticoides. 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
É também secretado de modo pulsátil, mas com pico de liberação ocorrendo durante o sono. Além de 
ser vital para a estimulação do crescimento linear, o GH desempenha uma função diversa na 
hemostasia fisiológica. Parece ter um papel na regulação da função ovariana, embora não esteja claro 
a sua ação na fisiologia normal. 
 
3.2-2. Hipófise posterior 
3.2-2.1. Estrutura e função 
• A hipófise posterior (neuro-hipófise), tão somente composta de tecido neural, é uma extensão direta 
do hipotálamo. 
• Embriologicamente, a neuro-hipófise é distinta da adeno-hipófise, visto que ela deriva da invaginação 
de tecido neuroectodérmico no terceiro ventrículo. Os axônios na hipófise posterior se originam de 
neurônios com corpos celulares em duas regiões distintas do hipotálamo, os núcleos supraóptico e 
paraventricular. Tais neurônios podem secretar seus produtos diretamente dos botões axônicos na 
circulação geral para agirem como hormônios. Esse é o mecanismo de secreção dos hormônios da 
hipófise posterior, ocitocina e a arginina-vasopressina (AVP) 
• A Ocitocina: é um peptídeo de 9 aminoácidos produzido principalmente pelo núcleo paraventricular 
do hipotálamo. 
o Funções: contração da musculatura uterina- ocorre durante o parto; contrações mioepiteliais do 
ducto lactífero, que se dão durante o reflexo de ejeção do leite. 
• A Arginina-vassopressina: é também conhecida como hormônio antidiurético, a AVP é o segundo 
principal produto da hipófise posterior. 
3.3- Fisiologia do ciclo menstrual 
• No ciclo menstrual normal, a produção cíclica ordenada de hormônio e proliferação paralela do 
revestimento uterino prepara para a implantação do embrião. Distúrbios do ciclo menstrual e da 
fisiologia menstrual podem levar a vários estados patológicos, incluindo infertilidade, aborto 
recorrente e malignidade. 
3.3-1. Ciclo menstrual normal 
• O ciclo menstrual humano normal pode ser dividido em dois segmentos: o ciclo ovariano e o ciclo 
uterino, de acordo com o órgão examinado. O ciclo ovariano pode ser ainda dividido em fases folicular 
e lútea, enquanto o ciclo uterino é dividido em fases proliferativa e secretora correspondentes. 
• As fases do ciclo ovariano são: 
o Fase folicular: A retroalimentação hormonal promove o desenvolvimento ordenado de um 
único folículo dominante, que deve estar maduro na metade do ciclo e preparado para a 
ovulação. A média de duração é de 10 a 14 dias. Essa variabilidade é a responsável pela 
variabilidade do ciclo. 
o Fase lútea: O período da ovulação até o início da menstruação. Dura SEMPRE 14 dias. 
• O ciclo menstrual normal dura de 21 a 35 dias, com média de 2 a 6 dias de fluxo e de 20 a 60 ml de 
perda sanguínea. 
• Os extremos da vida reprodutiva (após a menarva e perimenopausa) são caracterizados por uma 
porcentagem mais alta de ciclo anovulatórios ou ciclos irregulares. 
3.3-2. Variações hormonais (Acompanhar pela fig. 1) 
1. Ao começo de cada ciclo menstrual mensal, os níveis de esteroides gonadais (estradiol e progesterona) 
são baixos e vêm diminuindo desde o final da fase lútea do ciclo anterior 
2. Com a involução do corpo lúteo, os níveis de FSH começam a se elevar, e uma coorte folicular em 
crescimento é recrutada. Cada um desses folículos secreta níveis crescentes de estrogênio enquanto se 
desenvolve na fase folicular. O aumento de estrogênio, por sua vez, é o estímulo para a proliferação 
endometrial 
3. A elevação dos níveis de estrogênio provém de uma retroalimentação negativa sobre a secreção de 
FSH hipofisário, que começa a declinar próximo à metade da fase folicular. Além disso, os folículos 
em crescimento produzem inibina-B, que suprime a secreção de FSH pela hipófise. De maneira oposta, 
o LH inicialmente diminui em resposta a níveis de estradiol elevados, mas, em um momento mais 
tardio na fase folicular, o nível de LH é dramaticamente aumentado (resposta bifásica) 
4. Ao final da fase folicular (pouco antes da ovulação), receptores de LH/FSH-induzidos estão presentes 
na superfície de células da granulosa e, com a estimulação do LH, modulam a secreção de progesterona 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
5. Após um grau suficiente de estimulação estrogênica, o aumento repentino de LH hipofisário é 
disparado, o que desencadeará a ovulação, que ocorre de 24 a 36 h mais tarde. A ovulação anuncia a 
transição para a fase lútea – secretora 
6. O nível de estrogênio é reduzido durante a fase lútea inicial, pouco antes da ovulação até o meio da 
fase lútea, quando começa a se elevar outra vez como resultado da secreção do corpo lúteo. De modo 
semelhante, a inibina-A é secretada pelo corpo lúteo 
7. Os níveis de progesterona se elevam após a ovulação e podem ser usados como um sinal presumido 
de que a ovulação ocorreu 
8. A progesterona, o estrogênio e a inibina-A agem centralmente para suprimir a secreção de 
gonadotrofina e um novo crescimento folicular. Esses hormônios permanecem elevados durante o 
tempo de vida do corpo lúteo e, então, diminuem com a sua involução, preparando o caminho, portanto, 
para o próximo ciclo. 
 
Fig, 1- Legenda: Ciclo menstrual. O painel superior apresenta as mudanças cíclicas do hormônio 
foliculoestimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estradiol (E2) e progesterona (P) em relação ao tempo 
de ovulação. O painel inferior correlaciona o ciclo ovariano nas fases folicular e lútea, e o ciclo endometrial 
nas fases proliferativa e secretora. 
3.3-3. Útero 
3.3-3.1. Mudanças cíclicas do endométrio 
• O progresso do ciclo histológico do endométrio pode ser visto em duas partes: as glândulas 
endometriais e o estroma circundante. 
• Os 2/3 superficiais do endométrio correspondem à zona que prolifera e é, por fim, descarta a cada ciclo 
se não ocorrer gravidez. Essa porção do endométrio que passa pelo como decídua funcionalis ou 
decídua funcional, a qual é composta de uma zona intermediária situada profundamente (Stratum 
spongiosum) e uma zona compacta superficial (stratum compactum). A decídua basalis ou deídua 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
basal é uma região mais profunda do endométrio. Ela não sofre proliferação mensal significativa, mas, 
em vez disso, é a fonte de regeneração endometrial após cada menstruação. 
3.3-3.1.1. Fase proliferativa 
• Por convenção, o primeiro dia de sangramento vaginal é chamado de dia 1 do ciclo menstrual. 
• Após a menstruação, a decídua basal é composta por brotos glandulares e estroma denso escasso 
na sua localização adjacente ao miométrio. 
• A fase proliferativa é caracterizada por um crescimento mitótico progressivo da decídua funcional 
no preparo para a implantação do embrião em resposta à elevação dos níveis circulantes de 
estrogênio. 
o Principais mudanças observadas nesse período são as glândulas endometriais: antes entram 
retas, estreitas e curtas, agora são estruturas mais longas e tortuosas. 
▪ Histologiacamente: 
• Células mudam de um padrão colunar baixo para um padrão 
pseudoestratificado antes da ovulação. 
3.3-3.1.2. Fase secretora 
• Em um ciclo típico de 28 dias, a ovulação ocorre no dia14. Dentro de 48 a 72 h após a ovulação, o 
início da secreção de progesterona produz uma mudança no aspecto histológico do endométrio ao 
passar para a fase secretora, assim denominada pela presença evidente de produtos eosinofílicos ricos 
em proteína e secretados na luz glandular. Em contraposição à fase proliferativa, a fase secretora do 
ciclo menstrual é caracterizada pelos efeitos celulares da progesterona, além dos efeitos do estrogênio. 
o Os efeitos da progesterona são antagonistas do estrogênio. As concentrações de receptores de 
estrogênio nas células endometrias diminui bastante. Dessa forma, a síntese de DNA 
coordenada pelo estrogênio e a mitose celular são bloqueadas. 
• Durante a fase secretora, as glândulas endometriais formam vacúolos característicos contendo 
glicogênio, positivos para a coloração pelo ácido periódico de Schiff. 
o Entre o sexto ou o sétimo dia pós-ovulatório, é comum a atividade secretora das glândulas ser 
máxima e o endométrio estar completamente preparado para implantação do blastocisto. 
• O estroma da fase secretora permanece sem modificações histológicas até aproximadamente o décimo 
sétimo dia pós-ovulatório, quando há o aumento progressivo do edema. 
3.3-3.1.3. Menstruação 
• Na ausência de implantação, a secreção glandular cessa, e ocorre o colapso irregular da decídua 
funcional. A descamação resultante dessa camada do endométrio é chamada menstruação. A 
destruição do corpo lúteo com consequente queda da produção de estrogênio e progesterona é a causa 
presumida da descamação. 
o Com o fim da estimulação dos hormônios sexuais, há profundo espasmo vascular das artérias 
espiraladas, que, por fim, leva à isquemia endometrial. 
o Simultaneamente, há um rompimento de lisossomos e a liberação de enzimas proteolíticas, 
que, depois, promovem a destruição tecidual local. A camada descaba e deixa a decídua basal 
como a fonte subsequente do crescimento endometrial. 
3.3-4. Desenvolvimento folicular ovariano 
 
• Uma vez que os oócitos entram no estágio de repouso da fase diplótena da meiose no feto e persistem 
nessa fase até a ovulação, muito do DNA, das proteínas e do RNA mensageiro (mRNA), necessários 
ao desenvolvimento do embrião pré-implantação, é sintetizado até esse estágio. No estágio de 
diplóteno, uma camada única de oito a dez células da granulosa envolve a oogônia para formar o 
6 a 7 milhões 
(no feto) - 21ª 
Semana ocorre 
esse pico
Com o resultado 
das atresias, 
restam de 1 a 2 
milões de oócito 
ao nascer.
Na puberdade, 
apenas 300.000
São liberados de 
400 a 500 
durante as 
ovulações. 
Período 
perimenopausa: 
ovário 
preenchido de 
tecido estromal 
denso.
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
folículo primordial. A oogônia que falha em tornar-se apropriadamente rodeada de células da 
granulosa sofre atresia. O restante avança com o desenvolvimento folicular. 
3.3-4.1. Interrupção meiótica do ovócito e retomada 
• A meiose (processo de divisão reducional das células germinativas) corresponde a dois momentos, a 
meiose I e a meiose II. O ovócito primário tem seu desenvolvimento suspenso na meiose I, por sua vez 
dividida em quatro fases: prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. A prófase I meiótica é ainda 
dividida em quatro estágios: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. 
• A oogônia difere da espermatogônia quanto ao fato de apenas uma célula-filha final (oócito) formar-
se a partir de cada célula precursora, com o material genético em excesso sendo descartado em três 
glóbulos polares. Quando as oogônias em desenvolvimento começam a entrar na prófase I meiótica, 
elas são conhecidas como oócitos primários. 
• O processo se inicia na oitava semana de vida. Os oogônias que não chegarem a fase de diplóteno, 
sofrem atrésia no ovário fetal. A meiose só será completada durante a ovulação. 
3.3-4.2. Desenvolvimento folicular 
• O desenvolvimento folicular é um processo dinâmico que continua da menarca até a menopausa. O 
processo é concebido para possibilitar o recrutamento mensal de uma coorte de folículos e, por fim, 
liberar um único folículo dominante e maduro durante a ovulação em cada mês. 
3.3-4.2.1. Folículos primordiais 
• O recrutamento e o crescimento iniciais dos folículos primordiais independem das gonadotrofinas e 
afetam uma coorte por vários meses. 
• No estágio de folículo primordial, pouco depois do recrutamento inicial independente de FSH, o FSH 
assume o controle da diferenciação e o crescimento folicular, possibilitando que a coorte continue a 
diferenciação. Oócito em crescimento é acompanhado pelo crescimento de células foliculares da 
camada granulosa em múltiplas camadas cuboides. 
• O agora corpo lúteo evanescente do ciclo anterior faz a concentrações de estrogênio, progesterona e 
inibina-A diminuírem na fase lútea, tornando viável o aumento de FSH, que estimula o crescimento 
folicular. 
3.3-4.2.2. Folículo pré-antral 
• O oócito aumentado secreta uma substância rica em glicoproteína, a zona pelúcida, que o separa das 
células da granulosa circundantes (exceto pela junção comunicante já citada). Com a transformação 
de um folículo primordial em um pré-antral, há 
proliferação mitótica continuada das células da granulosa 
circundantes. De modo simultâneo, as células da teca no 
estroma, na fronteira com as células da granulosa, 
proliferam. Ambos os tipos celulares funcionam de 
maneira sinérgica para produzir estrogênio, que é 
secretado na circulação sistêmica. Nesse estágio de 
desenvolvimento, cada um dos membros da coorte 
aparentemente idênticos deve ou ser selecionado para 
dominância ou sofrer atresia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
Fig. 2- Teoria da dupla célula, no desenvolvimento folicular, segundo a qual há compartimentalização da 
síntese de hormônios esteroides no folículo em desenvolvimento. LH = hormônio luteinizante; FSH = 
hormônio foliculoestimulante. 
 
3.3-4.2.3. Teoria das duas células (Acompanhar pela fig. 2) 
• O princípio fundamental do desenvolvimento folicular é a teoria das duas células, duas gonadotrofinas 
a qual afirma haver uma subdivisão e compartimentalização da atividade de síntese de hormônios 
esteroides no folículo em desenvolvimento. 
• A maioria das atividades aromatase (para produção de estrogênio) é desempenhada pelas células da 
granulosa. O receptor de FSH atua intensificando a ação da aromatase. 
o A células da granulosa não possuem várias enzimas que ocorrem antes na via esteroidogênica, 
e requerem androgênicos como substrato para aromatização. 
o Os androgênios são sintetizados, em sua maior parte, pelas células da teca em resposta ao LH. 
o Dessa forma, há uma atividade sinérgica: O LH estimula a teca a produzir andrógenos, 
especialmente a androstenediona. Por sua vez, a androstenediona é transportada para as células 
da granulosa, onde se converter a estrogênio pela ação da aromatase, que é estimulada por FSH. 
o O estrogênio produzido localmente, criando um microambiente dentro do folículo, o qual é 
favorável ao crescimento e à nutrição continuados. 
• O FSH e o estrogênio local servem para estimular mais a produção de estrogênios, a síntese e a 
expressão do receptor de FSH, bem como a proliferação e a diferenciação de células da granulosa. 
• Os androgênios desempenham duas funções reguladoras positivas no desenvolvimento folicular. 
Dentro do ovário, eles promovem tanto a proliferação de células da granulosa quanto a atividadede 
aromatase, além de inibirem a morte celular programada dessas células. 
• Enquanto o nível de estrogênio periférico se eleva, ele tem um efeito de retroalimentação negativa 
sobre a hipófise e o hipotálamo para diminuir os níveis de FSH circulantes. A produção ovariana 
elevada de inibina-B diminui ainda mais a produção de FSH até esse momento. 
• A queda do nível de FSH em razão da progressão da fase folicular representa uma ameaça ao 
crescimento folicular contínuo. 
o O ambiente adverso é o propicia a seleção do folículo dominante que será ovulado e não sofrerá 
atrésia, visto que este terá mais receptores de FSH em sua superfície. 
3.3-4.2.4. Folículo pré-ovulatório 
• Folículos pré-ovulatórios são caracterizados por um antro preenchido de fluido, o qual é composto de 
plasma com secreção de células da granulosa. Os oócitos permanecem conectados ao folículo por uma 
haste de células da granulosa especializada, conhecido como o cumulus oophorus. 
• A elevação dos níveis de estrogênios tem efeito de retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH. 
Por outro lado, o LH sofre uma regulação bifásica pelo estrogênio circulante. Em concentrações mais 
baixas, o estrogênio inibe a secreção de LH. Em níveis mais altos, ele intensifica a liberação de LH. 
• Conforme sugerido, os esteroides sexuais não são os únicos reguladores das gonadotrofinas no 
desenvolvimento folicular. Dois peptídios relacionados, derivados da célula da camada granulosa, 
foram identificados desempenhando funções opostas na retroalimentação da hipófise. O primeiro 
desses peptídios, a inibina, é secretada em duas maneiras: inibina-A e inibina-B. A inibina-B é 
secretada sobretudo na fase folicular e estimulada pelo FSH, enquanto a inibina-A é principalmente 
ativa na fase lútea. Ambos os tipos de inibina agem para inibir a síntese e a liberação de FSH. O 
segundo peptídio, a ativina, estimula a liberação de FSH a partir da hipófise e potencializa sua ação no 
ovário. 
3.3-4.2.5. Ovulação 
• O aumento repentino de LH na metade do ciclo é responsável pela elevação expressiva nas 
concentrações locais de prostaglandinas e enzimas proteolíticas na parede folicular. Essas substâncias 
enfraquecem, de modo progressivo, a parede folicular e, por fim, possibilitam que uma abertura se 
forme. 
3.3-4.3. Fase lútea 
• Após a ovulação, a periferia folicular é transformada em um regulador primário da fase lútea: o corpo 
lúteo. 
Thiago Prata- Saúde da Mulher I UFS 2018.1- Medicina 
o A células luteínicas são especiaçizadas na secreção de progesterona, as quais sustentam o 
endométrio da fase lútea. 
o A produção de estrogênio e inibina-A são produzidos em quantidades significativas 
o 
• As mudanças hormonais da fase lútea são caracterizadas por uma série de interações por 
retroalimentação negativa concebidas para levar à regressão do corpo lúteo se a gravidez não ocorrer. 
Os esteroides do corpo lúteo (estradiol e progesterona) fornecem retroalimentação central negativa e 
causam diminuição na secreção de FSH e LH. A secreção continuada de ambos os esteroides diminuirá 
os estímulos para o recrutamento folicular subsequente. De modo similar, a secreção lútea de inibina 
também potencializa a diminuição de FSH. No ovário, a produção local de progesterona inibe o 
desenvolvimento adicional e o recrutamento de folículos adicionais. 
• A função continuada do corpo lúteo depende da produção continuada de LH. 
o Na ausência desta estimulação, o corpo lúteo invariavelmente regressará após um período de 
12 a 16 dias e formará o corpo albicans, semelhante a uma cicatriz. 
o Na ausência de gravidez, o corpo lúteo regride, e os níveis de estrogênio e progesterona 
diminuem, o que, por sua vez, elimina a inibição central sobre a secreção das gonadotrofinas e 
possibilita que os níveis de FSH e de LH se elevem outra vez e recrutem outra coorte de 
folículos. 
• Se a gravidez realmente ocorrer, o hCG placentário mimetizará a ação do LH e estimulará, de modo 
contínuo, o corpo lúteo a secretar progesterona. Dessa forma, há possibilidade de manutenção do 
endométrio e continuidade da gravidez.

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