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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
PROVA DOCUMENTAL
Conteúdo: Conceito. Prova documental x prova documentada. Elementos. Classificação. Instrumentos. Produção da prova documental. Força probante dos documentos. Falsidade documental.
CONCEITO: Documento é qualquer materialidade que representa um fato jurídico lato sensu, com alguma durabilidade. Trata-se de conceito amplo, que abrange não só os escritos, como as fotografias, os registros de áudio e de vídeo, as pinturas, etc e, hodiernamente, até mesmo os dados inseridos em memória de computador ou transmitidos eletronicamente.
PROVA DOCUMENTAL X PROVA DOCUMENTADA: A doutrina distingue a prova documental da prova documentada, sendo a primeira somente aquela através da qual se tem a representação imediata e concomitante do fato, ao passo que a segunda consiste no registro por escrito e retrospectivo do fato que, com a prova, visa-se reconstruir. Assim, a prova testemunhal e a prova pericial, por exemplo, mesmo registradas por escrito nos autos judiciais, não são prova documental, e sim prova documentada.
ELEMENTOS DO DOCUMENTO: O documento é composto de três elementos, a saber:
		
3.1. ELEMENTO SUBJETIVO: Trata-se da autoria do documento, ou seja, de saber quem é a pessoa a quem deve ser atribuída a sua formação. Autor do documento tanto é quem o forma materialmente para si (autor material ou imediato), como aquele que o faz formar por outrem para si (autor intelectual ou mediato).. 
3.1.1. AUTORIA DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS: No caso dos documentos públicos, o autor material é o oficial incumbido de formá-los. Mas também é considerado autor intelectual a pessoa interessada na representação do fato, a que o documento se destina.
3.1.2. AUTORIA DOS DOCUMENTOS PARTICULARES: Será considerado autor do documento particular aquele que o fez e o assinou, aquele que somente o assinou, e aquele que o mandou formar, mas não o subscreveu, porque não ser comumente assinado, tal como os assentos domésticos (art. 371).
3.1.3. SUBSCRIÇÃO: Para que se prove que o autor do documento nele indicado realmente o é, mister que se tenha a sua subscrição, que consiste no lançamento, ao pé do documento, da assinatura do autor indicado. Além de servir de prova da autoria, a subscrição faz presumir que a declaração representada no documento foi querida por seu autor.
3.1.4. AUTENTICIDADE: Significa a certeza de que o documento provém do autor nele indicado. A subscrição indica a autoria aparente do documento. Haverá autenticidade quando a autoria aparente coincidir com a autoria real. O documento será reputado autêntico quando essa coincidência provier do próprio documento, tal como ocorre com os documentos públicos. Em relação aos demais documentos que não tem tal eficácia, serão eles considerados autenticados, quando, após ter sido posta em dúvida, for provada a autenticidade. Assim, por exemplo, será tido por autenticado o documento, se a parte contra quem for produzido, não impugnar expressamente sua autenticidade em juízo, no prazo de dez dias (art. 372).
3.2. ELEMENTO FORMAL: O elemento formal do documento é o material aonde o fato é representado. Pode ser um papel, como ordinariamente ocorre com os escritos e gráficos. Se se tratar de representação pela linguagem escrita em papel, a prova documental qualifica-se como prova escrita ou prova literal. Mas nada impede que a escrita ou os sinais gráficos sejam registrados em outros materiais, como madeira, metal, etc.
3.3. ELEMENTO SUBSTANCIAL: Trata-se daquilo que é representado pelo documento, ou seja, o fato em sentido lato, abrangendo, aqui, também as idéias e as declarações de vontade. 
CLASSIFICAÇÃO: Os documentos podem ser classificados segundo os mais variados critérios. Vejamos:
	4.1. QUANTO À AUTORIA:
PÚBLICOS: São os documentos lavrados por oficial público, dotado de competência legal para fazê-lo, e no exercício de suas funções.
PRIVADOS: Documentos formados por um particular, ou mesmo por um oficial público, agindo, todavia, na qualidade de particular.
4.2. QUANTO À COINCIDÊNCIA ENTRE O AUTOR DO FATO DOCUMENTADO E O AUTOR MATERIAL DO DOCUMENTO:
AUTÓGRAFO: Quando o autor material do documento é o próprio autor do fato por ele representado.
HETERÓGRAFO: Quando o autor material do documento não é o autor do fato documentado. É o que ocorre com os documentos públicos.
4.3. QUANTO À AUTENTICIDADE:
AUTÊNTICOS: Quando a certeza da autoria do documento provém dele próprio, como se dá com os documentos públicos.
AUTENTICADOS: Quando a coincidência entre a autoria aparente, oriunda da subscrição, e a autoria real, resulta de prova feita exteriormente ao documento, como o reconhecimento de firma, feito nos moldes do art. 369.
SEM AUTENTICIDADE: Quando, surgida a dúvida sobre a certeza da autoria do documento, não se consegue demonstrar que o autor real é mesmo a pessoa que o subscreveu.
4.4. QUANTO À IMEDIATIDADE NA REPRESENTAÇÃO DO FATO:
INDIRETOS: Quando o fato que se quer representar é passado ao documento através da mente do seu autor. É o que ocorre com os escritos, os desenhos, a carta topográfica, etc.
DIRETOS: Quando o fato representado é transmitido diretamente para o material representativo, sem passar pela mente do autor. Ex.: fotografias, registros de vídeo e de som, etc.
4.5. QUANTO AO CONTEÚDO:
NARRATIVOS: Quando o documento contém declarações de ciência a respeito de determinados fatos, chamadas declarações enunciativas.
CONSTITUTIVOS OU DISPOSITIVOS: Quando o documento contém declarações de vontade, visando a constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas.
MISTOS: Documentos que contém tanto declarações enunciativas quanto declarações de vontade.
4.6. QUANTO À FINALIDADE:
PRECONSTITUÍDOS: Documentos formados com a finalidade de, no futuro, servir de prova dos fatos neles representados.
CASUAIS: Documentos formados sem a finalidade específica de provar futuramente os fatos representados, embora, casualmente, possam se prestar a esse fim.
INSTRUMENTOS: A lei por diversas vezes alude a instrumento. Instrumento é uma espécie de documento, com as seguintes qualidades: a) escrito; b) preconstituído, porque formado com a finalidade de futuramente servir de prova do fato representado; c) constitutivo, porque contém declarações de vontade destinadas a criar, modificar ou extinguir relações jurídicas; d) de forma especial, pois sua formação exige a observância de solenidades previstas em lei.
 
5.1. ESPÉCIES: O gênero instrumento abarca duas espécies, conforme a sua autoria imediata:
INSTRUMENTO PÚBLICO: Aquele formado por oficial público, legalmente competente, e no exercício de suas funções (ex.: escritura pública de compra e venda). Quando se tratar de negócio jurídico solene, sendo o instrumento público da substância do ato, não poderá o negócio ser provado por nenhum outro meio, por mais convincente que seja (art. 366). É o que se dá, por exemplo, com os negócios jurídicos envolvendo direitos reais sobre imóveis, acima de 30 salários mínimos (CC/02, art. 108). A escritura pública é o melhor exemplo de instrumento público (CC/02, art. 215).
INSTRUMENTO PARTICULAR OU PRIVADO: O formado por particular ou por quem age nessa qualidade (ex.: contrato de depósito — CC/02, art. 646), sendo apto a provar obrigações convencionais de qualquer valor (CC/02, art. 221).
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL: Prescreve o art. 396 que a prova documental seja produzida já nos atos de postulação das partes. Trata-se de um ônus que, se inobservado, acarreta a preclusão, ficando impedida a parte de trazer o documento ulteriormente. A regra, todavia, é excepcionada pelo art. 397, que permite a juntada de documentos após a petição inicial ou a contestação, em três exclusivas hipóteses: a) quando se tratar de documento novo; b) quando se tratar de documento destinado a provar a fato ocorrido após os atos de postulação; c) quando o documentoservir de contraprova a algum que tenha sido trazido pelo adversário. Nessas situações, a parte contrária deverá ter ciência da juntada do novel documento, nos termos do art. 398. Em se tratando de fotografia, sua juntada aos autos deve ser feita acompanhada do negativo (§§ 1º e 2º do art. 385).
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS: Sendo meio de prova, o documento será livremente valorado pelo juiz, face ao princípio do livre convencimento motivado (art. 131). No entanto, no tocante à prova documental, existem inegáveis resquícios do sistema da prova legal, no estabelecimento, pelo legislador, de critérios predeterminados, muitas vezes em decorrência do direito material, do valor probatório a ser dado a diversas espécies de documentos. O tratamento privilegiado à prova documental decorre de sua própria essência e finalidade, de registrar duradouramente os atos e fatos jurídicos, dotada, por isso mesmo, de maior estabilidade e confiabilidade que a prova testemunhal. Vale dizer, todavia, que a pré-valoração legal da prova documental pode ser afastada pelo juiz, desde que justifique racionalmente a razão da inobservância. 
7.1. FORÇA PROBANTE DO DOCUMENTO PÚBLICO: Na prova documental, o documento público é o que tem maior força probante, vez que faz prova suficiente não somente entre as partes, como também em relação a terceiros, quanto à existência dos fatos que ocorreram na presença do oficial público que o lavrou (art. 364). A eficácia probante do documento público impõe que se dê por provado que as declarações foram feitas, e na forma que foram feitas, perante o oficial público, mas não prova a veracidade das declarações nele contidas. No entanto, se o oficial que lavrou o documento não tiver competência legal para fazê-lo, ou se o documento não se revestir das formalidades exigidas em lei, o documento público terá força probante similar a do documento particular (art. 367).
7.2. FORÇA PROBANTE DO DOCUMENTO PARTICULAR: O CPC é minucioso, embora pouco sistemático, no tratamento da eficácia probatória do documento particular. Tal eficácia está condicionada a diversos fatores considerados pelo direito positivo, como, por exemplo, se tratar ou não de documento assinado.
7.2.1. DOCUMENTO PARTICULAR ASSINADO: Quando os documentos estiverem assinados pelas partes, as declarações neles contidas são presumidas por verdadeiras, em relação aos signatários (CPC, art. 368, e CC/02, art. 219). Trata-se de presunção relativa, que cede à impugnação feita pela parte contra quem foi produzido o documento, no prazo de 10 dias (art. 372). Em não havendo impugnação, persiste a presunção de veracidade das declarações (art. 372), até que se prove que o documento foi obtido por erro dolo ou coação (art. 372, parágrafo único).
7.2.1.1. AUTENTICIDADE DO DOCUMENTO PARTICULAR: O documento particular não é autêntico, posto que dele não dimana diretamente a certeza de que o seu subscritor é o verdadeiro autor. Poderá, entretanto, ser autenticado o documento particular. Essa autenticação pode ser expressa ou tácita. Será expressa, quando certificar o tabelião que o signatário do documento o assinou em sua presença e reconhecer a firma (art. 369), ou quando a parte contra quem foi produzido o documento expressamente admitir sua autenticidade (art. 372). A autenticação tácita, por seu turno, ocorre quando a parte, no prazo de lei, não impugna expressamente a autenticidade do documento trazido aos autos (art. 372). A conseqüência específica da autenticidade do documento particular é a sua aptidão para provar que o subscritor fez a declaração nele constante (art. 373). Em sendo impugnada a autenticidade do documento particular, não terá ele força probante, até que a parte que pretende se utilizar do aludido documento logre provar, por todos os meios em direito admitidos, que o documento é autêntico (art. 388, I, c/c o art. 389, II).
7.2.1.2. INDIVISIBILIDADE DO DOCUMENTO PARTICULAR: A presunção de veracidade das declarações contidas no documento particular assinado, em relação aos signatários, abrange o documento como um todo. Isso significa que o documento não poderá ser aproveitado apenas na naquilo em que favorecer a parte que o produziu, e desprezado no que lhe prejudicar. Ressalva-se, todavia, à parte, a faculdade de provar que os fatos contrários aos seus interesses não se verificaram (art. 373, parágrafo único).
7.2.1.3. DOCUMENTO NARRATIVO: Quando se tratar de documento narrativo, a mencionada presunção de veracidade incidirá sobre a declaração de ciência, mas não sobre o fato declarado, nos termos do parágrafo único do art. 368. 
7.2.1.4. DOCUMENTO MISTO: Contendo o documento declarações de vontade e declarações enunciativas, a presunção de veracidade não incide sobre estas, se não tiverem relação direta com as primeiras ou com a legitimidade das partes (CC/02, art. 219, parágrafo único).
7.2.1.5. PROVA DA DATA DO DOCUMENTO PARTICULAR: A princípio, a data do documento particular será considerada como aquela indicada no documento. Havendo, todavia, dúvida ou impugnação a respeito, poderá a verdadeira data ser provada pela parte interessada por todos os meios em direito admitidos. Em relação a terceiros, a data aposta no documento particular não prevalece, devendo o documento ser considerado datado no seu lançamento em registro público, por força do disposto no art. 221 do CC/02. À falta de registro do documento particular, a data pode ser fixada, em havendo dúvida a respeito da veracidade daquela declarada no documento, por critérios outros, subsidiários, exemplificativamente previstos no art. 370.
7.2.1.6. TELEGRAMAS, RADIOGRAMAS E AFINS: Segundo o art. 374, o telegrama, radiograma ou similar tem a mesma força probatória de qualquer documento particular, dês que o original constante da estação expedidora tenha sido assinado pelo emitente. Em assim sendo, as declarações dele constantes presumem-se verdadeiras em relação ao signatário, nos termos do art. 368, tanto mais se a firma estiver reconhecida por tabelião, constando essa declaração no original (parágrafo único, do art. 374). 
7.2.1.7. CESSAÇÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA DO DOCUMENTO PARTICULAR ASSINADO: Reza o art. 388 que o documento particular assinado deixa de ter força probante quando for contestada a assinatura ou quando, tendo sido assinado em branco, o seu contexto tiver sido abusivamente preenchido, nos termos do parágrafo único, do art. 388, do mesmo dispositivo. No primeiro caso, àquele que pretende se valer do documento incumbe o ônus de provar, por todos os meios em Direito admitidos, a autenticidade da assinatura (art. 389, II). Enquanto não se desincumbir desse ônus, o documento contestado não terá eficácia probatória. No segundo caso, o documento terá força probante, enquanto não se demonstrar o abuso no preenchimento.
7.2.2. DOCUMENTO PARTICULAR NÃO ASSINADO: Ao contrário do que ocorre com os documentos particulares assinados, não existe uma regra geral a respeito da força probante do documento particular não subscrito. O tema é tratado casuisticamente pelo CPC, que dispõe, de forma não exaustiva, sobre a eficácia probatória de alguns documentos particulares não assinados.
7.2.2.1. CARTAS DOMÉSTICAS E REGISTROS DOMÉSTICOS: São escritos que registram a economia e a administração do lar, ou fatos ocorridos no dia-a-dia. Esses documentos fazem prova contra quem os escreveu, nas hipóteses do art. 376.
7.2.2.2. NOTAS EM DOCUMENTOS REPRESENTATIVOS DE OBRIGAÇÕES: Documentos representativos de obrigações são, por exemplo, os títulos de crédito (cheque, nota promissória, letra de câmbio, etc.), As notas que o credor lançar nesses documentos, estejam eles em sua posse ou em mãos do devedor, fazem prova a favor deste (art. 377).
7.2.2.3. LIVROS COMERCIAIS: A regra geral é que os livros comerciais, ainda que contabilmente irregulares, provam contra o empresário autor dos mesmos, verse a causa matéria comercial ou civil. Poderá o empresário, todavia, demonstrar a inveracidade dos lançamentos contábeisregistrados em seus livros (art. 378). Mas, para que os livros comerciais possam fazer prova a favor do empresário que é o seu autor, é imprescindível que estejam eles regulares (art. 379), devendo, ainda, ser corroborados por outros meios de prova (CC/02, art. 226).
7.2.2.3.1. INDIVISIBILIDADE DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: Não se pode cindir a escrituração contábil do comerciante, de forma a aceitar-se somente aquilo que for favorável à parte que pretende se valer dessa prova, rejeitando-se os tópicos desfavoráveis (art. 380).
7.2.2.3.2. EXIBIÇÃO DE LIVROS COMERCIAIS: O juiz pode determinar a exibição dos livros comerciais em juízo, seja integral, seja parcialmente. A exibição integral é excepcional, somente podendo ser ordenada a requerimento da parte, nos casos expressamente previstos em lei (art. 381). A exibição parcial pode ser determinada de ofício, consistindo na apresentação apenas de partes dos livros em juízo, que interessarem ao julgamento da causa (art. 382). Pode, ainda, a exibição de livros comerciais ser requerida como medida antecedente ao processo em que os livros venham a servir de prova (art. 844, III), seguindo o procedimento previsto para exibição de documento ou coisa (art. 845).
7.3. FORÇA PROBANTE DAS CÓPIAS: As cópias de documentos públicos, quando também oriundas de oficiais públicos, ou por estes autenticadas ou conferidas, têm a mesma força probante que os originais (art. 365). Em relação aos documentos particulares, as cópias obtidas por meio de reprografia terão força probante, dês que conferidas pelo escrivão (arts. 384 e 385). De acordo com o art. 375, existe uma presunção relativa de que os telegramas ou radiogramas, cópias que são, estão conformes ao despacho, ou do original, existentes na estação expedidora, sendo, destarte, hábeis a provar a data da expedição e o recebimento pelo destinatário. Mas, contestada a sua autenticidade, deverão ser conferidos com o original assinado (CC/02, art. 222).
7.3.1. ESPÉCIES DE CÓPIAS:
TRASLADO: Cópia textual, feita por oficial público competente, do que está em seu livro de notas. A primeira cópia extraída do registro em livro do notário é denominada de primeiro traslado ou escritura autêntica. Os traslados de autos judiciais, para terem força probante, exigem o conserto, que é a verificação, feita por outro escrivão, da correção do traslado (CC/02, art. 216).
CERTIDÃO: Cópia dos livros públicos em geral, ou de autos judiciais, extraída por oficial público. Difere do traslado por ser este uma nova via, duplicata, do documento original, ao passo que a certidão é asseveração, portada por fé, do registro constante do livro público ou dos autos judiciais. Assim, como os traslados, as certidões têm a mesma força probante que os originais (CC/02, arts. 216/217).
PÚBLICA-FORMA: Cópia de papel avulso, extraída por oficial público.
CÓPIA COMUM: Reprodução de documento feita por particular.
EXTRATO: Cópia parcial de documento.
7.4. DOCUMENTO COM VÍCIO EXTRÍNSECO: Contendo o documento algum borrão, emenda ou entrelinha em ponto substancial e sem ressalva, a sua força probante é mitigada, mas não de todo excluída, devendo ser livremente valorado pelo juiz (art. 386).
7.5. FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS DIRETOS: Os documentos diretos provam os fatos imediatamente neles representados, se aquele contra quem foram produzidos lhes admitir, expressa ou tacitamente, a conformidade (CPC, art. 383; CC/02, art. 225). Sendo contestada a sua autenticidade, o documento será submetido a exame pericial (art. 383, parágrafo único).
7.6. FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS: Problema que ainda aguarda solução pela lei e pela jurisprudência é o concernente à eficácia probatória das informações oriundas das novas tecnologias da informação, como a internet e dos dados registrados em mídias eletrônicas, como os discos rígidos. A questão mais importante está na falta de segurança de tais documentos, facilmente suscetíveis de fraudes ou manipulações. No caso de e-mail, por exemplo, tem-se que a transmissão da mensagem pode ser feita por pessoa diversa do titular da conta de correio eletrônico, com ou sem autorização deste, podendo, ainda, haver a interferência de terceiros no curso da comunicação. Assim, carece esse documento eletrônico de uma mínima segurança quanto à origem do documento, à idoneidade do transmissor ou mesmo quanto ao local, tempo e condições em que ocorreu o envio da informação. Daí a dificuldade de estabelecer aprioristicamente uma regra a respeito da força probante dos documentos oriundos dessa nova tecnologia, o que somente poderá ser verificado caso a caso, de acordo com as circunstâncias. Pode-se, é certo, com base no princípio da boa-fé que rege todo o sistema jurídico, inclusive o direito processual, assentar-se a premissa de que o documento eletrônico é idôneo, enquanto não impugnado. Em havendo impugnação, ou a parte que quer se valer de tal documento busca outros meios de prova, ou demonstra a autenticidade do documento eletrônico. Vale salientar que a insegurança própria desses documentos vem sendo mitigada mediante a utilização de novas técnicas, como a criptografia e a assinatura eletrônica, aptas a lhes conferir maior confiabilidade. Ver, a este propósito, o art. 10 e §§, da M. Prov. nº 2.200-2/01.
FALSIDADE DOCUMENTAL: Uma vez judicialmente declarada a falsidade de um documento, público ou particular, perderá ele a força probante (art. 387). Segundo o parágrafo único, do art. 387, a falsidade que faz cessar a eficácia probatória do documento é apenas a material, que se opera ou pela confecção de um documento falso, ou pela adulteração de um documento já existente, mediante adição, supressão ou substituição de palavras ou cifras. Já a falsidade ideológica, ou seja, a inveracidade das declarações contidas em documento materialmente hígido, deve ser suscitada nos moldes preconizados pelo art. 372, sob pena de ser admitido por verdadeiro o seu contexto.
8.1. ARGUIÇÃO DE FALSIDADE: Consiste na provocação ao órgão jurisdicional, visando a declaração de que o documento é falso. 
8.1.1. NATUREZA JURÍDICA: A argüição de falsidade é uma ação declaratória incidental, que visa declarar a falsidade de documento juntado aos autos (art. 4º, II).
8.1.2. LEGITIMIDADE ATIVA: Pode propor ação declaratória incidental de falsidade documental a parte contra quem foi produzido o documento, devendo, em seu petitório, expor os motivos pelos quais suscita a falsidade e os meios com que pretende se desincumbir do ônus de provar a alegada falsidade (art. 391, c/c o art. 389, II).
8.1.3. PRAZO: Juntado o documento que se inquina de falso com a petição inicial, deve o incidente ser suscitado na contestação. Tratando-se de documento juntado ulteriormente à petição inicial, a falsidade deve ser argüida no prazo de dez dias, a partir do momento em que a parte contrária for intimada da juntada aos autos (art. 390).
8.1.4. PROCESSAMENTO: Se o incidente for suscitado antes do fim da instrução, processar-se-á nos próprios autos principais. Caso tenha sido instaurado após o fim da fase instrutória, tramitará em apenso aos autos principais (art. 393).
8.1.5. PROCEDIMENTO: Deferida a petição inicial do incidente, o juiz suspenderá o curso do processo (art. 394), e determinará a intimação da parte contrária, na pessoa de seu advogado, a oferecer resposta em dez dias, após o que o juiz ordenará a realização de exame pericial (art. 392), salvo se parte argüida concordar em retirar dos autos o documento impugnado e o argüente não se opuser ao desentranhamento (art. 392, parágrafo único). Após o exame pericial, o incidente será resolvido por sentença, acolhendo ou rejeitando a argüição (art. 395). Trata-se, em verdade, de uma decisão, porquanto não extingue o processo, mas apenas o incidente, a que o CPC nominou de sentença, em razão da aptidão do provimento para fazer coisa julgada material, a respeito da falsidade ou autenticidade do documento, assim declaradas pelo juiz.hendo ou rejeitando a arguiçao cao 392ento impugnado e o arguente rt. 392), apnus o juntado ulteriormente ontexto tiver sido ab
	
BIBLIOGRAFIA
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BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Poderes Instrutórios do Juiz. 3. ed. São Paulo: RT, 2001.
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DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, v. 3.
DIDIER JR., Fredie. Direito Processual Civil: Tutela Jurisdicional Individual e Coletiva. 5. ed. Salvador: Juspodivm, 2005, v. 1.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v. 1. 
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