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ELIMINAÇÃO INTESTINAL (Clister/Enema/ Enteroclisma/ Enteróclise/Lavagem ou Cateterismo Intestinal) Profa. DANIELE NARDELLO Introdução Lavagem intestinal é uma técnica milenar, usada desde Hipócrates (460 a. C), com excelentes benefícios. A lavagem intestinal apresenta resultados muito práticos e efetivos, limpando o intestino de fezes e impurezas e ainda fazendo o papel de hidratação. Conceitos Enteroclisma, Lavagem intestinal ou Enteróclise: É a introdução de uma solução, medicamentosa ou não, no intestino grosso através de uma sonda retal. (MUSSI, et al 1996) Enemas É a instalação de uma solução no reto e no cólon sigmóide; Promovem a defecação ao estimularem o peristaltismo; O volume ou tipo de líquido quebra a massa fecal, distende a parede do reto e inicia o reflexo de defecação; Enemas oleosos lubrificam o reto e cólon; Enemas com medicamentos contêm agentes terapêuticos (ex: reduzir a concentração de báctérias no cólon) INDICAÇÕES Constipação Flatulência Eliminar ou evitar a distensão abdominal Preparar o paciente para cirurgia, exames e tratamento do trato intestinal Introduzir medicamentos; Realizar limpeza intestinal. (MUSSI et al, 1996; PIANUCCI, 2006) SONDA RETAL CONTRA-INDICAÇÕES Depois da cirurgia de cólon ou retal; Condição abdominal aguda de origem desconhecida. OBS: deve-se ter cautela em pacientes com arritmias. Considerações e delegação de tarefas Técnicos e auxiliares podem realizar a lavagem intestinal ou enema desde que não haja administação de medicação; Alertar a equipe sobre a comunicação ao enfermeiro em caso de dor abdominal intensa com sensação de pressão, distensão abdominal ou sangramento retal; Observar alterações significativas nos sinais vitais. LAVAGEM INTESTINAL – ENTEROCLISMA, ENEMAS MATERIAIS: Luvas de procedimento; Lubrificante hidrossolúvel; Irrigador completo (com equipo); Sonda retal; Solução prescrita; Suporte de soro; Comadre; Lençol/ Impermeável;; Biombo; Gaze; Bacia com água e sabão; Toalha; Papel Higiênico. Técnica/Procedimento – Lavagem Intestinal 1. Lave as mãos; 2. Prepare o material necessário; 3. Explique o procedimento ao cliente e estabeleça o diálogo, objetivando o surgimento de queixas ou desconfortos; 4. Proteger o leito com biombo ou levar o paciente para o leito adequado 5.Posicione o cliente adequadamente (decúbito lateral esquerdo ou sims); 6. Cobrir o paciente com lençol, expondo somente a área retal; 7. Monte o sistema: bolsa de solução unida ao cateter retal; 8. Abra o controlador de fluxo do dispositivo, observando o gotejamento da solução na cuba rim ou comadre, até que saia todo o ar. Técnica/Procedimento – Lavagem Intestinal 9. Pince o cateter ou feche o controlador de fluxo inferior; 10. Calce Luvas de Procedimento e coloque a travessa impermeável; 11. Lubrifique o cateter retal com o gel disposto em uma gaze; 12. Afaste a região glútea do paciente com sua mão esquerda com auxílio de gazes, de modo a visualizar o ânus; 13.Proceda a higiene do local (água morna) e faça a inspeção estática e dinâmica; Observações Se o paciente não possuir controle adequado do esfíncter, posicione-o sobre a comadre, pois não serão capazes de reter a solução. Explique ao paciente que é comum haver um pouco de cólica e leve distensão abdominal. Continuação 14. Posicionar a comadre de modo a facilitar o acesso; 15. Avise ao paciente que procederá à introdução do cateter, pedindo para inspirar profundamente; 16. Introduza o cateter retal pelo menos 10 cm em adultos e adolescentes, 5 a 7,5 cm em crianças, 2,5 a 3,75 cm em bebês e abra o dispositivo; 17. Mantenha o frasco pendurado 30 cm acima do ânus para permitir a administração lenta da solução e diminuir a pressão. 18.Após a entrada de toda a solução, feche o controlador de fluxo inferior, ou pince se não houver este dispositivo; Técnica/Procedimento – Lavagem Intestinal 19. Retire cuidadosamente a sonda retal e descarte-a; 20. Deixe o paciente na mesma posição, se possível, por 10 a 15 minutos; 21. Leve-o até o banheiro ou coloque comadre: observe consistência, cor, odor, e quantidade das fezes com o objetivo de realizar anotação; 22. Se paciente for impossibilitado de fazer higiene sozinho, leve-o até o banheiro ou a faça no leito; 23. Reúna o material, despreze luvas; 24. Lave as mãos; 25. Proceda às anotações de enfermagem (inclusive as características das eliminações fecais; Continuação OBSERVAÇÃO: Se a lavagem for feita com um frasco enema com bico, o mesmo já vem lubrificado mas pode aplicar mais gel: Remover a tampa plástica da extremidade do frasco; Separar delicadamente as nádegas e localizar o ânus; Proceder a limpeza do local e as inspeções estática e dinâmica; Retirar o ar de dentro do frasco de enema; Inserir o bico delicadamente no canal anal, inclinar o frasco em direção ao umbigo; Espremer o frasco de baixo para cima até que toda solução tenha entrado no reto e no cólon; Cont... Instruir o paciente para reter a solução até sentir urgência de defecar (2 a 5 min.); Se paciente for impossibilitado de fazer higiene sozinho, leve-o até o banheiro ou a faça no leito; Reúna o material, despreze luvas; Lave as mãos; Proceda às anotações de enfermagem (inclusive as características das eliminações fecais; Cuidados Importantes Feche o dispositivo da sonda retal em caso de desconforto e dor; A infusão da solução deve ser lenta para não causar desconforto, espasmo e dificuldade de retenção da solução no cólon; O cateter retal jamais poderá ser forçado, poderá lesionar a mucosa retal; Quando a impactação fecal for grande que não há condições de realizar o procedimento de lavagem, as fezes deverão ser removidas com as mãos enluvadas e lubrificadas, ou através de instrumentos específicos em centro cirúrgico, situação essa chamada de Fecaloma. (DU GAS, 1998; MUSSI et al, 1996) Resultados inesperados PERRY; POTTER, 2012 PERRY; POTTER, 2012 REGISTROS DE ENFERMAGEM Data e horário da administração; Tipo e quantidade da solução administrada; Tempo de retenção; Quantidade retornada aproximada; Coloração, consistência e quantidade do retorno; Anormalidades dentro do retorno; Complicações; Nome do responsável pelo procedimento. CUIDADOS COM PACIENTES OSTOMIZADOS DEFINIÇÃO: São pacientes portadores de abertura na parede abdominal (estoma), realizada por atos cirúrgicos, tais como ileostomia e colostomia e que necessitam da utilização de uma bolsa externa. FINALIDADE: Coletar material fecal emergente. A bolsa auxilia também a controlar o odor e a proteger o estoma e a pele periostomal. O estoma é constituído da mucosa normal do intestino, assim o aspecto normal, saudável, é de cor vermelho vivo, úmido e brilhante, devido a presença do muco intestinal, semelhante à mucosa da boca (parte interna). DIFERENCIAÇÃO COLOSTOMIA ILEOSTOMIA DEFINIÇÃO Uma porção do cólon é exteriorizada pela parede abdominal, criando assim uma abertura temporária ou permanente. São indicadas em condições patológicas que comprometem o i. grosso Uma porção do íleoé exteriorizada pela parede abdominal, criando-se uma abertura permanente ou temporário. São indicadas em condições patológicas que comprometem o i. delgado. OBJETIVO Proporcionar uma via de saída para escórias intestinais. Servir como saída das escórias quando o cólon for removido. LOCALIZAÇÃO Cólon Íleo CONSISTÊNCIA DAS FEZES Fezes líquidas a moldadas Líquidos amarelados, esverdeados ou marrons Classificações da colostomia A) Sigmoidostomia: É quando envolve o cólon sigmóide e as fezes são firmes e sólidas. B) Colostomia descendente: É quando o estoma é feito na alça descendente, no lado esquerdo do abdômen e as fezes têm consistência semi-sólida. C) Colostomia transversa: É quando o estoma é feito na alça transverso, no lado esquerdo ou direito do abdômen e as fezes têm consistência pastosa. D) Colostomia ascendente: É quando o estoma é feito na alça ascendente, no lado direito do abdômen e as fezes têm consistência semi-líquida. TIPOS DE BOLSA Drenáveis: são aquelas que possuem uma abertura na extremidade inferior por onde são esvaziadas periodicamente. Não drenáveis: são bolsas fechadas, e por isso não podem ser esvaziadas. Elas sempre devem ser trocadas quando estiverem com 1/3 de sua capacidade preenchida ou quando for necessário. De 1 peça: quando a placa e a bolsa coletora estão dispostas em uma só peça. De 2 peças: quando a placa e a bolsa coletora estão dispostas em peças separadas. Nesse modelo, fixa-se a placa no abdômen e depois se encaixa o coletor plástico. Essa disposição facilita as lavagens internas da bolsa, que podem ser feitas desencaixando o coletor plástico da placa. Transparente ou Opaca. TIPOS DE BOLSA DRENÁVEL NÃO DRENÁVEL 2 PEÇAS 1 PEÇA/ TRANSAPARENTE E OPACA MATERIAIS 1 bolsa própria para estoma; 1 marcador de diâmetro de estoma; Tesoura; Pomada; 1 clamp; Água morna; Bacia; Luvas de procedimento; Gaze e toalha. Impermeável PROCEDIMENTO Orientar o paciente portador de estoma quanto à troca da bolsa; Lavar as mãos; Calçar as luvas; Colocar o impermeável na porção inferior do abdome; Preparar o equipamento (bolsa+medidor) adequado para fazer a troca; Fazer limpeza ao redor do estoma com água morna; Secar ao redor do estoma com gaze ou toalha limpa; Fazer observação da localização, tamanho, forma e coloração do estoma; PROCEDIMENTO Fazer a mensuração do diâmetro do estoma com medidor próprio fornecido pelo fabricante; Escolher a bolsa adequada para o tipo de estoma; Recortar a bolsa na medida correta oferecida pelo medidor; Fazer encaixe da bolsa com estoma; Retirar todos os adesivos da bolsa, fixando à pele; Fechar a bolsa com clamp caso seja sistema aberto; Retirar as luvas; Lavar as mãos; Fazer as anotações de enfermagem no prontuário do paciente. Tipos de complicações Abscessos Dermatite Edema Estenose Hemorragia Hérnia periestomal Necrose Prolapso Retração REGISTROS DE ENFERMAGEM Data e horário da troca do sistema de bolsa; Caráter da drenagem, inclusive coloração, quantidade, tipo e consistência; Aspecto do estoma e da pele periostomal; Localização, tamanho e forma; Aprendizado do paciente; Resposta do paciente ao autocuidado e avaliação de seu avanço no aprendizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAYOR, Eliana Rodrigues; MENDES, Edália Maria, et al. Manual de Procedimentos e Assistência de Enfermagem. São Paulo. Ed. Atheneu, 2006. Procedimentos de Enfermagem – Série Incrivelmente Fácil. 1ª Edição/2004. Guanabara Koogan. Manual de Práticas de Enfermagem - http://planeta.terra.com.br/saude/homepage TIMBY, Barbara K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. DU GAS, B. W. Enfermagem prática. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1988. MUSSI, N. M. et al. Técnicas Fundamentais de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2005. PERRY, A. G.; POTTER, P. L. D. Guia completo de procedimentos e competências de enfermagem.; [tradução de Renata Scavone de Oliveira... et al.]. - 7.ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012. 640p
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