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Recurso Especial

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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA​ ​DO​ ​ESTADO​ ​DO​ ​RIO​ ​GRANDE​ ​DO​ ​SUL. 
 
 
Apelação​ ​Cível​ ​n°​ ​​ ​... 
 
PEDRO PEDREIRA​, já devidamente qualificado nos autos da ação de indenização 
por danos materiais e morais que move em face de ​COMPANHIA PORTO ALEGRENSE 
DE TRANSPORTES LTDA​, vêm, respeitosamente à presença de V. Exa., através de seus 
procuradores​ ​signatários,​ ​interpor 
 
RECURSO​ ​ESPECIAL 
 
com fundamento nas alíneas a e c do inciso III do art. 105 da CF e artigo 1.029 do Código 
de Processo Civil, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, que desta fazem 
parte​ ​integrante. 
 
Todos os requisitos formais próprios ao presente recurso foram observados, bem 
como​ ​recolhidas​ ​as​ ​custas​ ​e​ ​o​ ​porte​ ​de​ ​remessa​ ​e​ ​retorno. 
 
Requer, portanto, que seja admitida a presente peça impugnativa, com consequente 
apreciação por parte do Colendo Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista a existência 
de​ ​todos​ ​os​ ​requisitos​ ​de​ ​admissibilidade. 
 
Requer-se, ainda, seja intimada a parte para, querendo, apresentar contrarrazões no 
prazo​ ​da​ ​lei; 
 
Nestes​ ​Termos, 
Pede​ ​deferimento. 
 
São​ ​Sebastião​ ​do​ ​Caí,​ ​29​ ​de​ ​setembro​ ​de​ ​2016. 
 
 
Advogado... 
 OAB​ ​... 
 
 
 
​ ​​ ​​RAZÕES​ ​DO​ ​RECURSO 
 
RECORRENTE:​ ​​PEDRO​ ​PEDREIRA 
RECORRIDO:​ ​​COMPANHIA​ ​PORTO​ ​ALEGRENSE​ ​DE​ ​TRANSPORTES​ ​LTDA 
OBJETO:​ ​​RECURSO​ ​ESPECIAL 
ÓRGÃO​ ​JULGADOR:​ ​​TRIBUNAL​ ​DE​ ​JUSTIÇA​ ​DO​ ​ESTADO​ ​DO​ ​RIO​ ​GRANDE​ ​DO​ ​SUL 
RELATOR:​ ​​DESEMBARGADOR​ ​... 
 
I​ ​–​ ​RAZÕES: 
 
I.I​ ​-​ ​DO​ ​CABIMENTO 
 
Da​ ​análise​ ​dos​ ​autos​ ​restaram​ ​as​ ​seguintes​ ​conclusões: 
 
a)​ ​-​ ​O​ ​acórdão​ ​recorrido​ ​foi​ ​julgamento​ ​em​ ​última​ ​instância​ ​pelo​ ​Tribunal​ ​Regional; 
 
b) -O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal, afrontando-lhe, 
contradizendo-lhe​ ​e​ ​negando-lhe​ ​vigência. 
 
c) - Isto posto, à luz do artigo 105, III, alínea a, da CF e, também, artigo 1029, II, do novo 
CPC, é cabível o presente Recurso Especial para alcançar o fim desejado, qual seja: a 
reforma​ ​do​ ​acórdão. 
 
d) - O recurso é tempestivo nos termos do artigo 1003, § 5o do novo CPC, o prazo para 
interpor o presente recurso é de 15 dias. Desta forma, considerando que a decisão fora 
publicada no diário oficial no dia 08 de setembro de 2016, reconhecidamente o recurso é 
tempestivo​ ​e​ ​merece​ ​acolhimento. 
 
e) - Cumprindo mais uma exigência para o recebimento do presente recurso, as custas 
referentes​ ​ao​ ​preparo​ ​já​ ​foram​ ​recolhidas,​ ​conforme​ ​comprovante​ ​em​ ​anexo. 
 
I.​ ​II​ ​-​ ​DO​ ​PREQUESTIONAMENTO 
Excelências, não merece prosperar a tese veiculada no acórdão recorrido, pois 
contraria diretamente o que dispõe os artigos 2º e 28º do CDC, especialmente por se tratar 
de uma decisão de última instância emanada do Tribunal de Justiça do RS, devidamente 
prequestionada​ ​por​ ​haver​ ​expressa​ ​manifestação​ ​do​ ​tribunal​ ​​a​ ​qu​o​ ​acerca​ ​da​ ​questão. 
Na decisão recorrida argumentou-se que o requerimento de desconsideração da 
personalidade jurídica deve ser indeferido por não haver prova da existência de desvio de 
finalidade ou de confusão patrimonial, porém, a relação da presente demanda é de 
consumo, incidindo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (lei 8078/90). 
Portanto, é notória a contrariedade e negativa de vigência de dispositivos 
infraconstitucionais. 
Em conclusão, respeitosamente, insustentável o acórdão recorrido, impondo-se a 
sua​ ​reforma​ ​por​ ​este​ ​Egrégio​ ​Superior​ ​Tribunal​ ​de​ ​Justiça. 
 
II​ ​–​ ​DOS​ ​FATOS 
 
Pedro Pedreira utiliza todos os dias, para retornar do trabalho para sua casa, em 
Porto Alegre, o ônibus da linha A, operado por Companhia Porto Alegrense de Transportes 
Ltda. Certo dia, o ônibus em que Pedro era passageiro colidiu frontalmente com uma 
árvore. A perícia concluiu que o acidente foi provocado pelo motorista da sociedade 
empresária, que dirigia embriagado. Diante disso, Pedro propôs ação de indenização por 
danos materiais e morais em face de Companhia Porto Alegrense de Transportes Ltda. O 
Juiz julgou procedentes os pedidos para condenar a ré a pagar a Pedro a quantia de R$ 
8.000,00 (oito mil reais), a título de danos materiais, e mais R$ 3.000,00 (três mil reais) para 
compensar os danos morais sofridos. Na fase de cumprimento de sentença, constatada a 
insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, o Juiz deferiu o 
pedido de desconsideração da personalidade jurídica, procedendo à penhora, que recaiu 
sobre o patrimônio dos sócios Mário e José. Diante disso, os sócios da Companhia Porto 
Alegrense de Transportes Ltda interpuseram agravo de instrumento, ao qual o Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, deu provimento para reformar a decisão interlocutória e indeferir o 
requerimento, com fundamento nos artigos 2º e 28 do CDC (Lei no 8.078/90), por não haver 
prova​ ​da​ ​existência​ ​de​ ​desvio​ ​de​ ​finalidade​ ​ou​ ​de​ ​confusão​ ​patrimonial. 
 
III​ ​-​ ​DO​ ​DIREITO 
 
A decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ao dar provimento 
ao Agravo de Instrumento interposto pela Companhia Porto Alegrense de Transportes Ltda 
afrontou os dispositivos legais da lei federal no respectivo Código de Defesa do 
Consumidor. 
Segundo o artigo, aquele que adquire ou utiliza os produtos ou serviços como 
destinatário final é considerado consumidor. Nesta senda, no ​enunciado 369, nas Jornadas 
de Direito Civil do CJF, sedimentou-se a ideia de que, quando o contrato de transporte 
constituir relação de consumo, aplicam-se as normas do CDC que forem mais benéficas ao 
consumidor. 
Assim, trata-se de evidente relação consumerista e para tanto, deve se submeter ao 
previsto​ ​no​ ​referido​ ​código,​ ​visando​ ​a​ ​proteção​ ​do​ ​consumidor-usuário. 
Na fase de cumprimento de sentença, devido a constatação de insolvência da 
pessoa jurídica, foi deferido o pedido de desconsideração da personalidade jurídica na 
primeira instância, o qual, foi objeto do recurso de Agravo de Instrumento ao TJ-RS, por ora, 
impugnado. 
A Lei supracitada em seu artigo 28 §5º possibilita a desconsideração da 
personalidade jurídica, em favor do consumidor, sempre que, de alguma forma, haja 
obstáculos ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Portanto, o risco da 
atividade empresarial não pode ser suportado pelo consumidor que utiliza os serviços da 
sociedade​ ​empresária,​ ​mas​ ​sim​ ​pelos​ ​sócios​ ​que​ ​assumem​ ​o​ ​risco​ ​da​ ​atividade​ ​econômica. 
É​ ​o​ ​que​ ​vem​ ​sendo​ ​aplicado​ ​no​ ​TJSP: 
 
Agravo de instrumento. Acidente de veículo. Ação de 
indenização por danos materiais, morais e lucros 
cessantes. Fase de cumprimento de sentença. Relação de 
consumo. ​Teoria menor da desconsideração da 
personalidade jurídica (CDC, art. 28, § 5º). 
Aplicabilidade. Havendo relação de consumo e 
demonstrada a insolvência da empresa executada, de 
rigor a aplicação da teoria menor da desconsideração 
da personalidadejurídica. Inteligência do art. 28, § 5º, 
do Código de Defesa do Consumidor​. Recurso 
parcialmente​ ​provido. 
Encontrado em: 28ª Câmara de Direito Privado 05/06/2017 
- 5/6/2017 Agravo de Instrumento AI 
20652851320178260000 
 
 
 
Sendo assim, mais do que evidente de que a decisão do Tribunal ​a quo ​ignorou a 
real situação do recorrente, sendo que é a parte mais fraca da relação consumerista, pois 
com a não desconsideração da personalidade jurídica fica totalmente inviável a sua 
pretensão de ser ressarcido pelos danos morais e materiais sofridos, impondo-se a sua 
reforma​ ​por​ ​este​ ​Egrégio​ ​Superior​ ​Tribunal​ ​de​ ​Justiça. 
 
IV​ ​-​ ​DOS​ ​PEDIDOS 
 
Diante​ ​do​ ​exposto​ ​requer: 
 
a)​ ​Seja​ ​recebido​ ​e​ ​reconhecido​ ​o​ ​presente​ ​Recurso​ ​Especial; 
 
b) Seja provida a reforma do acórdão, com o deferimento do pedido de 
desconsideração da personalidade jurídica, procedendo à penhora sobre o patrimônio dos 
sócios​ ​da​ ​recorrida,​ ​por​ ​ser​ ​de​ ​DIREITO​ ​E​ ​JUSTIÇA.; 
 
c) a inversão da condenação em honorários advocatícios, na forma da lei, bem 
como, sendo o caso, a imposição de honorários recursais, fulcro no art. 85, caput e §1º do 
Código​ ​de​ ​Processo​ ​Civil. 
 
Nestes​ ​termos, 
Pede​ ​deferimento. 
 
Porto​ ​Alegre,​ ​29​ ​de​ ​setembro​ ​2016 
 
Advogado 
OAB/RS

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