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Sujeitos do Direito Internacional

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO CONTESTADO 
Unidade Universitária de Mafra 
Curso: Direito 
Disciplina: Direito Internacional Público 
Professor: Andhielita Graciela Valiati 
Turma: 9ª Fase 
 
AULA 05 
01 - SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
O tema é definido de modo bastante simples: “os sujeitos do direito internacional 
têm aptidão para adquirir direitos e obrigações na ordem internacional”, são os que 
tem capacidade de agir e influenciar o direito internacional público. 
Existem dois tipos de sujeitos internacionais, sendo: 
1.1 - PRIMÁRIOS OU ORIGINÁRIOS: para a doutrina majoritária são apenas 
os Estados Soberanos. (soberania – prevista no art. 1º “caput” CF, atributo que 
pertence República Federativa do Brasil – confere personalidade jurídica de direito 
público internacional ou externo). 
Os Estados têm Personalidade e capacidade jurídica originária basta ele existir e terá 
personalidade. A Capacidade jurídica dos estados é plena, podendo atuar em todas 
as áreas do direito internacional. 
No caso do Brasil, a personalidade internacional pertence à República Federativa 
do Brasil. 
Os sujeitos são originários pelos seguintes aspectos: o surgimento não exige 
reconhecimento por parte dos demais Estados. Para que o Estado exista como 
sujeito internacional deve conter os quatro elementos que estão previstos na 
Convenção de Montevidéu, em seu Art. 1º, sendo: - Território; - Povo; - Governo; 
- Capacidade para manter relações internacionais; 
A soberania por sua vez não é elemento constitutivo dos Estados Soberanos, é o 
resultado da junção dos 4 elementos. E no direito brasileiro é um dos seus 
fundamentos. 
Os entes federados (União, Estado, Distrito Federal e Municípios), não são 
considerados sujeitos de direito Internacional, justamente por não ter capacidade 
para manter relações internacionais. 
Microestados: (Vaticano, Andorra) costumam delegar parte de suas capacidades 
internacionais a outros Estados como por exemplo a defesa externa. O ato de 
delegar tal função não interfere na condição de sujeito primário. 
 
1.1.1 - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO 
I - Povo 
É a comunidade de indivíduos que habita de forma permanente um território em 
caráter definitivo. Trata-se do elemento humano do Estado. Povo é o conjunto de 
pessoas nacionais natos ou naturalizados, já a população é o povo, estrangeiros e 
apátridas. (jus solis e jus sanguinis, existem tratados tentando regulamentar os países 
que adotam somente uma das condições) O Brasil trata os apátridas nas mesmas 
condições dos refugiados). 
II - Território 
Parte do planeta onde o Estado se coloca com sua população delimitada pelas faixas 
de fronteira. É o elemento material ou físico do Estado. O direito do Estado sobre 
o território lhe atribui amplo direito de uso, gozo e disposição. Vale ressaltar que as 
fronteiras não precisam estar perfeitamente delimitadas basta que exista uma noção 
da delimitação. ( Fazem parte: solo, subsolo, rios, lagos, espaço aéreo e mares etc...) 
Sobre os direitos do Mar, a convenção de Montego Bay de 1982, é que estabelece 
as condições. 
III - Governo 
Elemento político do Estado, é o poder de decisão dentro do território nacional, 
não admitindo interferência de nenhuma outra autoridade externa (função interna) 
e participar da campo internacional conduzindo sua política externa. (função 
externa) 
IV - Capacidade para manter relações internacionais: Soberania. Havendo 
interferência externa estará relativizando a soberania nacional. 
 
1.1.2. RECONHECIMENTO DO ESTADO 
Para que o Estado, instituição duradoura e estável, exista politicamente não é 
necessário o seu reconhecimento pelos demais Estados. É importante, o seu 
reconhecimento para as negociações internacionais, tratados, participação de ações 
internacionais. Esta previsão está no Art. 13 Carta das Organizações Estados 
Americanos, segue: 
“Artigo 13 - A existência política do Estado é independente do seu 
reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser 
reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua integridade 
e independência, de promover a sua conservação e prosperidade, 
e, por conseguinte, de se organizar como melhor entender, de 
legislar sobre os seus interesses, de administrar os seus serviços e 
de determinar a jurisdição e a competência dos seus tribunais. O 
exercício desses direitos não tem outros limites senão o do 
exercício dos direitos de outros Estados, conforme o direito 
internacional.” 
 
Já o Art. 14 da OEA trata do reconhecimento do Estado que aceita a personalidade 
jurídica de outro Estado, gerando direitos e deveres um com o outro no âmbito do 
direito internacional. 
“Artigo 14 - O reconhecimento significa que o Estado que o 
outorga aceita a personalidade do novo Estado com todos os 
direitos e deveres que, para um e outro, determina o direito 
internacional." 
 
Natureza jurídica do reconhecimento: É como se comporta em relação ao 
direito. 
Discricionária: os Estados são soberanos ou não para reconhecer os demais. 
Declaratória: reconhece uma situação já existente. (ações declaratórias) 
 
Espécies do reconhecimento: 
Expresso: quando o faz formalmente, através de um tratado. 
Tácito: Ex: envio de diplomatas, recebe embaixada, faz contratos internacionais. 
Só irá exigir um reconhecimento mutuo quando se tratar de um tratado bilateral, 
nos tratados multilaterais nada impede que existam Estados que não se reconheçam. 
(Israel x Palestina) o Brasil reconhece a Palestina como Estado, foi feito 
reconhecimento expresso, porém ela não faz parte da ONU como Estado. (para 
entrar na ONU é necessário a concordância da Assembleia geral, 193 Estados 
membro e do conselho de segurança formado por 15 Estados membros, 5 
permanentes (EUA, França, China e Russia e Reino Unido) estes têm poder de 
veto, sempre terão que concordar e 10 rotativos, os permanentes estão desde a 
criação da ONU). Palestina (nos últimos anos) e Santa – Sé tem status de 
observador na ONU, não vota e não pode ser votado. 
 
1.1.3 - RECONHECIMENTO DE GOVERNO 
As mudanças das instituições políticas são de competência do Direito Interno, não 
modificando a personalidade internacional do Estado. Deve-se considerar para 
tanto: - a existência real de um governo aceito e obedecido pelo povo; - estabilidade 
administrativa; - aceitação pelo novo governo das obrigações internacionais. 
Há a necessidade quando existe a independência de um território, a manifestação 
de um fenômeno sucessório (União Soviética) crises políticas ou institucionais. 
Quando governo é retirado abruptamente, como por exemplo por um golpe, surge 
a possibilidade de um Estado não se reconhecer como governo. 
Algumas teorias trazem importantes considerações sobre a matéria, vejamos: 
I - Teorias do reconhecimento do governo: 
MONROE: nasce de uma mensagem que o presidente James Monroe dirigiu ao 
congresso dos EUA, elencando princípios para a política externa norte-americana, 
dispondo sobre a proibição da ocupação do continente por parte de qualquer 
Estado europeu, não podendo intervir nos negócios internos ou externos de 
qualquer país americano, e que os EUA não intervirão em países europeus. 
Basicamente a teoria traz o princípio da não intervenção. 
TOBAR: defende que o governo golpista só poderia ser reconhecido após o 
sufrágio popular, com a realização da democracia – estabeleceu princípio da 
legitimidade e o princípio da afetividade. 
DRAGO: dispõe sobre a obrigação da nação devedora em reconhecer suas dividas 
e ser responsabilizada por elas mas, censurava a cobrança coercitiva. Não podendo 
a divida publica motivar a intervenção armada. Transformou-se na Convenção 
Porter, que condena o emprego de força armada para cobrança de dívidas, salvo se 
o devedor não der respostapositiva para tentativa de solucionar o problema. 
ESTRADA: é uma teoria mais sutil, a teoria de Tobar e Estrada, ambas acham que 
o golpe não é correto, mas defende que deve se dar respeito a soberania do Estado 
o seu direito interno. Essa ideia é quando há a retirada, a participação e, após a 
solução passaria a ser reconhecido novamente. (com a situação do impeachment 
houve questionamentos de outros Estados sobre o reconhecimento do nosso 
governo) 
BRUM: surgiu após a primeira guerra mundial, afirmando que os países americanos 
deveriam ter estreita unidade de ação. – Solidariedade entre os países. 
1.1.4. EXTINÇÃO E SUCESSÃO DE ESTADOS: 
Assim como o Estado pode nascer ele pode se extinguir. A extinção vai ocorrer 
quando seus elementos constitutivos desaparecerem: - Território; - Povo; - poder 
político soberano; A extinção pode provocar a sucessão. 
A regra é a continuidade dos Estados a sua Exceção será a sucessão. 
1 – Fusão Agregação: na junção, dois estados unem para formação de outro 
A+B=C. 
2 - Agregação: Já na Agregação um Estado deixa de existir e é acoplado a outro. 
3 – Desmembramento: O Estado se divide em dois ou mais. 
4 – Transferência Territorial: (Acre território que pertencia para Bolívia e passa 
para Brasil) 
Efeitos Jurídicos 
Nacionalidade: obedece o que incorreu das quatro modalidades. 
Bens públicos: obedece o que incorreu das quatro modalidades 
Dívidas públicas: No Desmembramento e na Transferência territorial, deve se levar 
em conta o princípio da repartição ponderada da dívida, ou seja, para qual motivo 
a dívida foi criada. 
 Isto tudo são orientações mas, os Estados podem de forma diferente disciplinar 
diferente. 
1.2 - SUJEITOS SECUNDÁRIOS OU DERIVADOS: trata-se dos demais 
sujeitos .internacionais, com exceção do Estado soberano que é primário. São 
secundários por que só terão personalidade internacional, se houver 
reconhecimento desta personalidade por parte dos estados soberanos. Este 
reconhecimento pode ser expresso ou tácito. 
Para a doutrina dominante os sujeitos secundários do direito internacional são: 
- Organizações Internacionais; 
- Santa sé (autoridade político-religiosa da Igreja católica), que não é o mesmo que 
Estado da cidade do Vaticano); 
- Soberana Ordem de Malta: rede de instituições filantrópicas do continente 
europeu; 
- Movimento de Libertação Nacional: Grupos internos que lutam com proposito 
de se tornar independente; 
- Beligerantes ou insurgentes: lutam para instaurar um novo governo no Estado; 
- Comitê Internacional da cruz vermelha: atua com neutralidade, prestando auxilio 
a humanidade diante de guerras, conflitos internacionais e desastres naturais; 
- Indivíduos: são secundários porque são protegidos na atualidade por tratados de 
direitos humanos. Em regra os indivíduos não fazem parte do direito internacional 
público. 
Existem divergências doutrinarias acerca das empresas multinacionais e Ongs, 
majoritariamente não são considerados sujeitos internacionais. São entendidos 
como sujeitos derivados, sendo assim definidos porque não gozam de capacidade 
internacional plena, sendo que suas capacidades são definidos pelos Estados 
Soberanos no momento em que é reconhecida a personalidade derivada. 
Estas organizações podem ser criadas por Estados Soberanos ou por outra 
organização internacional (Ex. OMC). Para criação das OIs é necessário um tratado 
chamado de Acordo Constitutivo, neste tratado será atribuída personalidade 
jurídica à Organização, fixando e prevendo todas as capacidades internacionais. 
Desta forma a OI só poderá fazer o que estiver previsto expresso ou implicitamente 
no seu acordo constitutivo. 
O caso Bernadotte, considerado divisor de águas para reconhecimento das OIs, 
trata-se de um parecer consultivo emitido pela CIJ onde se definiu que importantes 
considerações a respeito da ONU. Bernadotte foi um conde Sueco nomeado pela 
ONU para ser mediador de paz entre os Estados Árabes e o recém criado Estado 
de Israel, ficou também conhecido como chefe da cruz vermelha sueca, resolveu 
que faria um plano de partilha, objetivando a paz entre as partes, tendo em vista 
que o plano ofertado pela ONU não obteve êxito. Os israelenses sentindo-se 
ameaçados buscaram subtrair a vida de Bernadotte. Diante da inercia de Israel sobre 
a morte a ONU levou o caso para CIJ. 
 
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