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JUIZADOS ESPECIAIS

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JUIZADOS ESPECIAIS CIVIS[2: ]
01. MICROSSISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS:
No âmbito civil, o microssistema dos Juizados Especiais é composto pelos: 
Há três leis que tratam sobre os juizados especiais:
Juizados especiais cíveis (Lei 9.099/95)

Juizados especiais (civis) federais (Lei 10.259/01) 
Juizados da Fazenda Pública (Lei 12.153/09)
- A doutrina entende que há um recíproco diálogo de recíproca influencia entre essas leis, por isso se diz que elas compõem o microssistema dos juizados especiais. De uma forma geral, propõe-se um diálogo de recíprocas influências entre essas três leis.
02. PRINCÍPIOS INFORMADORES
2.1. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DAS LEIS DO JUIZADO ESPECIAL
 Princípios que informam o juizado – Art. 2o da Lei 9.099/95: 
Economia processual, 
Celeridade, 
Oralidade, 
Simplicidade
Informalidade. 
Lei 9.099/95, Art. 2o O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 
A) ECONOMIA PROCESSUAL
 Economia processual significa obter o maior resultado possível com o mínimo emprego de atividade processual.
- Ex.: Pedido contraposto – aquele feito dentro da contestação. 
B) CELERIDADE
 Os atos processuais devem ser praticados no menor espaço de tempo possível.
- Ex.: Nos juizados, não há prazos diferenciados, como a regra de que litisconsortes de procuradores diferentes têm prazo em dobro, não se aplica.
FONAJE - ENUNCIADO 123 – O art. 191 do CPC não se aplica aos processos cíveis que tramitam perante o Juizado Especial (XXI Encontro – Vitória/ES). 
# OBS.: O processo deve equilibrar segurança e rapidez. Nos juizados a segurança é mitigada em busca de rapidez. Seu campo de atuação é o procedimento. Apesar disso, penso que o NCPC será aplicável aos juizados quanto à contagem dos prazos (que passará a ser em dias úteis) e à suspensão dos prazos entre 20/12 e 20/1. 
Assim, o NCPC traz regras diferentes quanto aos prazos, e duas delas vão impactar nos juizados que, apesar da celeridade, vão ser aplicados ao juizado – Art. 219 e 220, NCPC.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. 
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput. 
§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. 
- Vale lembrar que o NCPC prevê alguns princípios plenamente aplicáveis aos juizados especiais.
C) PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Oralidade em sentido estrito é a predominância da palavra falada sobre a palavra escrita. 
- Ex.: o pedido, a contestação, a perícia e alguns recursos podem ser orais. 
Oralidade em sentido amplo abrange os seguintes princípios:
Concentração dos atos processuais;
Identidade física do juiz (que não está prevista nos juizados e nem no NCPC);
Imediatidade (que é comprometida nos juizados pela possibilidade de o juiz leigo conduzir a audiência de instrução);
Irrecorribilidade das interlocutórias. 
D) SIMPLICIDADE
 O procedimento deve ser acessível a todos e desonerado da carga de complexidade do procedimento do CPC.
E) INFORMALIDADE
 Os atos processuais devem ser praticados com o mínimo de formalidade possível (ex.: prova técnica informal, ausência de relatório na sentença).
2.2. PRINCÍPIOS DO NOVO CPC
 Além dos princípios específicos das leis dos juizados, os princípios gerais do CPC também se aplicam aos juizados. Há alguns princípios importantes do Novo CPC, aplicados aos juizados especiais.
Contraditório substancial – art. 7o NCPC
Boa-fé objetiva – art. 5o NCPC
Cooperação–art.6oNCPC
Segurança jurídica – art. 927, § 3o e 4odo NCPC 
A) CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL 
- Está previsto na CF, art. art. 5o, LV. 
NCPC 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
– O contraditório era formal, visto como informação e reação (explicar), agora o contraditório é substancial, visto como influencia (poder das partes de influenciarem o resultado do processo) e não surpresa (dever do juiz de levar em consideração todas as alegações das partes – a construção da decisão judicial não pode ser fruto do trabalho isolado do juiz, mas da participação de todos – isso é respeitar o Estado Democrático de Direito). 
- Esse contraditório dinâmico vai se conectar com a fundamentação das decisões judiciais, que veremos mais adiante. 
B) BOA-FÉ OBJETIVA 
- Todos os sujeitos do processo, inclusive o juiz, devem se portar conforme a boa-fé processual. 
– Isso é válido não apenas para as partes, mas também para o juiz – veda-se, por exemplo, o comportamento contraditório do juiz. 
- Em resumo, boa-fé pressupõe corretas, leais e coerentes. 
NCPC 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
Art. 322. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. 
Art. 489. 
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 
C) COOPERAÇÃO:
- Todos os sujeitos devem cooperar para o resultado final do processo. 
– Corolário do contraditório substancial e da boa-fé objetiva - processo não deve ter protagonistas – todos os sujeitos devem cooperar para o resultado final do processo. 
NCPC 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
- Não quer dizer com isso que todos entrarão de mãos dadas na audiência. Isso impõe deveres, regras de conduta às partes e aos magistrados. 
NCPC 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. 
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir. 
NCPC 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
D) SEGURANÇA JURÍDICA
- Supra-princípio formado por vários elementos, especialmente previsibilidade de condutas e legítima confiança. 
NCPC 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. 
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. 
OBS.: REGRAS DO NOVO CPC QUE SEAPLICAM AOS JUIZADOS:
1a) Negócio jurídico processual – aplica-se aos juizados? Entendo que sim. Prazos processuais inclusive peremptórios podem ser alterados pelas partes, inclusive nos juizados, Art. 190 NCPC. 
NCPC Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
2a)Ordem cronológica – aplica-se aos juizados? Entendo que sim. Esse art. 12 é uma mudança do Novo CPC que também vai se aplicar, de maneira que os julgamentos nos juizados devam obedecer a ordem cronológica disposta nesse art. 12, NCPC.
NCPC 
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.  (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
03. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
3.1. CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA
 O critério base de fixação da competência nos juizados especiais é o da menor complexidade. 
- Está no art. 98, I, CF, e no Art. 3o, Lei 9.099/95
CF, Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
Lei 9.099/95, Art. 3o O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 
 Existem três critérios para definir uma causa de menor complexidade:
Pode ser definida pelo valor – critério quantitativo;
Pode ser definida pela matéria – critério qualitativo;
Pode ser definida pelo valor e pela matéria – critério misto.
A) COMPETÊNCIA PELO VALOR – CRITÉRIO QUANTITATIVO
 Leva em consideração o valor da causa – de até 40 salários mínimos (art. 3o, I, da Lei 9099/95.
- E esse valor da causa leva em consideração a pretensão econômica objeto do pedido.
Lei 9.099/95, Art. 3o: I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo. 
- A competência é fixada, por tanto, segundo o valor da causa, normalmente corresponde à pretensão econômica objeto do pedido. 
- FONAJE - ENUNCIADO 39 – Em observância ao art. 2o da Lei 9.099/1995, o valor da causa corresponderá à pretensão econômica objeto do pedido. 
 Para a definição dessa competência, leva-se em consideração apenas o salario mínimo nacional (não é levado em consideração os pisos fixados em cada Estado).
- Salário mínimo nacional:
- FONAJE - ENUNCIADO 50 – Para efeito de alçada, em sede de 
Juizados Especiais, tomar-se-á como base o salário mínimo nacional. 
# OBS.: Apesar do microssistema dos juizados, as leis posteriores dos outros juizados não alteraram esse valor: 
- FONAJE - ENUNCIADO 87 – A Lei 10.259/2001 não altera o limite da alçada previsto no artigo 3°, inciso I, da Lei 9099/1995 (XV Encontro – Florianópolis/SC). 
- FONAJE - ENUNCIADO 133 – O valor de alçada de 60 salários mínimos previsto no artigo 2o da Lei 12.153/09, não se aplica aos Juizados Especiais Cíveis, cujo limite permanece em 40 salários mínimos (XXVII Encontro – Palmas/TO). 
 E se houver litisconsórcio ativo? 40 para cada litisconsorte ou divide entre todos? Há um enunciado do FONAJE relativo aos juizados da Fazenda Pública que pode ser aplicado aos juizados estaduais, respeitado o limite de 40 salários: 
- FONAJE - ENUNCIADO 02 – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o litisconsórcio ativo, ficando definido, para fins de fixação da competência, o valor individualmente considerado de até 60 salários mínimos (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
Multa cominatória:
- O valor das astreintes pode superar 40 salários-mínimos porque, a despeito do autor ter optado pelos juizados, é impossível ao autor saber se haverá essa condenação, que pode ser fixada até de ofício. Ademais, as astreintes não são um fim, mas um meio para o cumprimento. Não possuem natureza indenizatória. 
- Decisão da Segunda Seção do STJ:
“2. O fato de o valor executado ter atingido patamar superior a 40 (quarenta) salários mínimos, em razão de encargos inerentes à condenação, não descaracteriza a competência do Juizado Especial para a execução de seus julgados. 
3. A multa cominatória prevista no art. 461, §§ 4o e 5o, do Código de Processo Civil não se revela como mais um bem jurídico em si mesmo perseguido pelo autor, ao lado da tutela específica a que faz jus. Sua fixação em caso de descumprimento de determinada obrigação de fazer tem por objetivo servir como meio coativo para o cumprimento da obrigação. 
4. Dessa forma, deve o juiz aplicar, no âmbito dos juizados especiais, na análise do caso concreto, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, além de não se distanciar dos critérios da celeridade, simplicidade e equidade que norteiam os juizados especiais, mas não há limite ou teto para a cobrança do débito acrescido da multa e outros consectários.” (STJ – Segunda Seção, Rcl 7861 / SP, rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 06/03/2014) 
- FONAJE - ENUNCIADO 144 (Substitui o Enunciado 132) – A multa cominatória não fica limitada ao valor de 40 salários mínimos, embora deva ser razoavelmente fixada pelo Juiz, obedecendo ao valor da obrigação principal, mais perdas e danos, atendidas as condições econômicas do devedor (XXVIII Encontro – Salvador/BA). 
# QUESTÃO: DPE PR 2014. Sobre procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e voluntária, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a alternativa correta.
b) De acordo com a recente jurisprudência do STJ, caso o réu não cumpra decisão judicial, e em razão da demora em satisfazer a ordem judicial, o valor cominadoa título de multa ultrapasse o limite superior a 40 (quarenta) salários mínimos, há descaracterização da competência dos juizados para a execução de seus julgados – FALSO – o valor pode.
B) COMPETÊNCIA FIXADA PELA MATÉRIA – CRITÉRIO QUALITATIVO
 As causas que vão para o juizado pela matéria, são:
Ação de despejo para uso próprio;
Causas do art. 275, II, CPC/73 – são causas de pouca complexidade. Ex.: ação de cobrança de honorários profissionais, de reparação por acidentes de veículo
# OBS.: Com relação à ação de despejo, só se admite nos juizados a ação de despejo para uso próprio. Não se admite ação de despejo com outros fundamentos.
- FONAJE - ENUNCIADO 4 – Nos Juizados Especiais só se admite a ação de despejo prevista no art. 47, inciso III, da Lei 8.245/1991. 
# QUESTÃO. Juizado Especial Cível, previsto na Lei n. 9.099/95. 
c) O Juizado Especial Cível não tem competência para as ações de despejo para uso próprio. – FALSO – é o contrário, só tem competência para ação de despejo para uso próprio.
C) COMPETÊNCIA PELO VALOR E MATÉRIA – CRITÉRIO MISTO
 São as ações possessórias sem bens imóveis que não ultrapassem 40 salários mínimos – não é o valor da causa, mas sim o valor do bem que não pode ultrapassar esse valor.
Lei 9.099/95, Art. 3o: IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. (40 salários mínimos).
- Essas possessórias são as típicas (reintegração – esbulho; manutenção – turbação; e interdito – justo receio ou ameaça). 
# OBS.: Ricardo Cunha Chimenti entende que os quarenta salários dizem respeito ao valor da causa e não ao valor do imóvel. 
3.2. COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DOS JUIZADOS
 Art. 3o, §1o, Lei 9099/95
Lei 9.099/95, Art. 3o, § 1o Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados; 
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1o do art. 8o desta Lei. 
- A execução dos seus julgados não há limitação de valor – pode ultrapassar 40 salários mínimos.
- Mas para títulos extrajudiciais, a execução deve estar no limite de 40 salários.
- Ou seja, o valor de alçada não se aplica aos títulos judiciais, mas apenas aos extrajudiciais. 
3.3. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL
 É um procedimento de jurisdição voluntária, em que as partes pedem apenas que o juiz homologue – e isso vai se tornar em um título judicial.
Lei 9.099/95, Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial. 
- Muitos entendem que não há limitação ao valor dos 40 salários mínimos, para pedir a homologação do acordo extrajudicial.
- Regra semelhante no NCPC: art. 515, III (diz que é título executivo judicial). 
- Trata-se de um procedimento especial de jurisdição voluntária (art. 725, VIII do NCPC). A lei é expressa ao dizer “de qualquer valor”, mas agora que o CPC também permite o mesmo, pergunta-se: nos juizados esse procedimento ficaria limitado aos 40 salários? Penso que não. Fica à escolha dos interessados. 
3.4. TAXATIVIDADE DO ART. 3o, LEI 9099/95
- Há uma taxatividade para a competência dos juizados? SIM.
 O art. 3o é taxativo quanto à competência dos juizados.
 Uma lei local não pode ampliar esses casos de competência dos juizados. 
- FONAJE - ENUNCIADO 30 – É taxativo o elenco das causas previstas no art. 3o da Lei 9.099/1995. 
- FONAJE - ENUNCIADO 3 – Lei local não poderá ampliar a competência do Juizado Especial. 
3.5. MENOR COMPLEXIDADE
 A causa está prevista no rol do art. 3o, mas a prova é complexa, a competência é dos juizados? A complexidade da prova afasta a competência dos juizados?
- Afasta-se a competência dos juizados quando a solução da causa requer provas complexas ou ampla dilação probatória de difícil produção, em razão da celeridade e da simplicidade – é preciso conjugar o art. 3o com o objeto da prova. 
 Assim, a menor complexidade se dá pela presença de uma situação do art. 3o, mas é também aferida pelo objeto da prova. 
- FONAJE - ENUNCIADO 54 – A menor complexidade da causa para a fixação da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito material. 
- FONAJE - ENUNCIADO 69 – As ações envolvendo danos morais não constituem, por si só, matéria complexa. 
- FONAJE - ENUNCIADO 70 – As ações nas quais se discute a ilegalidade de juros não são complexas para o fim de fixação da competência dos Juizados Especiais, exceto quando exigirem perícia contábil (nova redação – XXX Encontro – São Paulo/SP). 
3.6. NOVO CPC E JUIZADOS – PROCEDIMENTO SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO
 No NCPC não haverá mais o procedimento sumário – só vai haver o procedimento comum (não havendo o ordinário e sumário) – sendo revogado o art. 275.
 Na competência dos juizados, há as causas do art. 275, II, CPC/73.
- A solução do NCPC para isso está no art. 1.063 – dizendo que esse art. 275, II, continuará sendo aplicado até que seja feita uma nova lei – apenas para fins de competência dos juizados.
CPC de 73: Sumário – art. 275 do CPC – Menor complexidade – valor: até 60 salários-mínimos e matéria: causas do art. 275, II. 
CPC, Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: 
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo; 
II - nas causas, qualquer que seja o valor
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; 
g) que versem sobre revogação de doação; 
h) nos demais casos previstos em lei. 
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas. 
- Juizados: causas de até 40 salários, causas do art. 275, II e outras. 
- As causas de até 40 salários e as do art. 275 devem ser processadas no sumário ou nos juizados? Por outras palavras: os Juizados são uma faculdade do autor? 
- A antiga lei dos juizados de pequenas causas dispunha sobre facultatividade dos juizados, fato que não se repetiu na lei atual, que silenciou sobre o assunto. 
- Como lei atual copiou diversos dispositivos da anterior, mas não a facultatividade, alguns autores passaram a defender a obrigatoriedade dos juizados.
- Posição que prevalece hoje: no silêncio da lei, o Estado não pode impor ao indivíduo uma redução de garantias processuais. Ex. Restrições probatórias, não cabe rescisória etc. 
- Vale notar que o silêncio da lei 9.099/95 quanto ao tema se contrapõe à previsão legal da competência absoluta dos Juizados Federais e os Juizados da Fazenda Pública. 
- FONAJE - ENUNCIADO 1 – O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é facultativo para o autor. 
NOVO CPC: FIM DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
NCPC 
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
3.7. LIMITAÇÃO QUANTITATIVA QUANTO AO CRITÉRIO QUALITATIVO – RENÚNCIA AO CRÉDITO
 A competência do juizado pode ser fixada em razão do valor (até 40 salários mínimos), da matéria (art. 275, II e ação de despejo para uso), do valor e da matéria. 
- Nesse caso, as causas do art. 275, II estariam também limitadas em razão do valor de 40 salários mínimos? Art. 30, §3o, Lei 9099/95.
- Como se viu, não há obrigatoriedade de escolher os juizados estaduais, mas a opção por estes importa renunciar o que exceder de quarenta salários-mínimos, exceto quanto à conciliação que pode abranger valorsuperior. 
Lei 9.099/95, Art. 3o, § 3o. A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação. 
- Essa renúncia pode ser expressa ou tácita. 
- E as causas de menor complexidade pela matéria, como as do art. 275 do CPC, também estão limitadas aos 40 salários? 
 Existem duas teorias sobre esse assunto: a dualista, que preconiza a ausência de limites quantitativos para as causas de menor complexidade fixadas pelo critério quantitativo e a teoria unitária, segundo a qual todas as causas devem estar limitadas pelo critério quantitativo. 
- Prevalece o entendimento de que podem ultrapassar 40 salários mínimos.
- FONAJE - ENUNCIADO 58 (Substitui o Enunciado 2) – As causas cíveis enumeradas no art. 275 II, do CPC admitem condenação superior a 40 salários mínimos e sua respectiva execução, no próprio Juizado. 
Decisão da Terceira Turma do STJ: 
“O art. 3o da Lei 9.099/95 adota dois critérios distintos – quantitativo (valor econômico da pretensão) e qualitativo (matéria envolvida) – para definir o que são “causas cíveis de menor complexidade”. Exige-se a presença de apenas um desses requisitos e não a sua cumulação, salvo na hipótese do art. 3o, IV, da Lei 9.099/95. Assim, em regra, o limite de 40 salários mínimos não se aplica quando a competência dos Juizados Especiais Cíveis é fixada com base na matéria.” (STJ – Terceira Turma, rel. Min. Nancy Andrighi, RMS 30170 / SC, DJe 13/10/2010) 
- Note-se que o próprio art. 275 do CPC diz: “nas causas, qualquer que seja o valor”. 
# QUESTÃO. Conforme estabelece o art. 2o da Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), os processos nela fundados devem ser orientados pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Decorrem desses princípios e da Lei n. 9.099/95, as seguintes assertivas, EXCETO:
e) Nas causas em que o Código de Processo Civil estabelece a obrigatoriedade do procedimento sumário independentemente do valor, o autor pode fazer opção entre esse procedimento sumário e o regulado pela Lei 9.099/95, ainda que ultrapassem 40 salários mínimos. 
3.8. CAUSAS EXCLUÍDAS DOS JUIZADOS
Lei 9.099/95: 
Art. 3o, § 2o Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. 
 Além dessas causas, estão excluídas dos juizados as causas de procedimento especial, as ações coletivas, e as ações individuais multitudinárias. 
- São admitidos procedimentos especiais, ações coletivas e ações individuais multitudinárias? Não. 
- FONAJE - ENUNCIADO 8 – As ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não são admissíveis nos Juizados Especiais. 
- FONAJE - ENUNCIADO 139 (substitui o Enunciado 32) – A exclusão da competência do Sistema dos Juizados Especiais quanto às demandas sobre direitos ou interesses difusos ou coletivos, dentre eles os individuais homogêneos, aplica-se tanto para as demandas individuais de natureza multitudinária quanto para as ações coletivas. Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil coletiva, remeterão peças ao Ministério Público e/ou à Defensoria Pública para as providências cabíveis (Alterado no XXXVI Encontro – Belém/PA). 
# OBS.: Inadequação dos Juizados e extinção do processo sem resolução do mérito
Lei 9.099/95, Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação; 
- Exemplo: ação possessória de bem imóvel cujo valor seja de 50 salários-mínimos. Não é possível renunciar ao excedente. Nesse caso, o processo é extinto. 
3.9. COMPETÊNCIA TERRITORIAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
 Art. 4o, Lei 9099/95
- É bem parecido com o que diz o CPC, mas há algumas peculiaridades. - Foro competente no NCPC: 46 a 53 do NCPC (CPC de 73: 94 a 100). 
Art. 4o É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro: I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. 
NCPC 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
Art. 53. É competente o foro: 
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
# QUESTÃO. Juizado Especial Cível, previsto na Lei n. 9.099/95. 
d) Nas ações para reparação de dano de qualquer natureza, é competente tanto o foro do domicílio do autor quanto o do local do ato ou fato. 
# OBS.: INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL
 A incompetência territorial geral a extinção do processo. E havendo a incompetência do próprio juizado, também extingue-se o processo – não há remessa dos autos ao foro ou juízo competente. 
- A competência é absoluta quando definida pelo critério material, pelo critério pessoal ou pelo critério funcional. 
- A competência é relativa quando definida pelo critério econômico ou pelo critério territorial. 
- Na sistemática do NCPC, a incompetência absoluta pode ser declarada de ofício ou alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e a incompetência relativa pode ser alegada pelo réu, em preliminar de contestação, não podendo ser declarada de ofício, conforme a Súmula 33 do STJ. Normalmente, quando se declara a incompetência, absoluta ou relativa, remete-se os autos ao juízo ou foro incompetente, não havendo a extinção do processo. 
- Ocorre que, nos Juizados, a incompetência territorial gera a extinção do processo. 
Lei 9.099/95, Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: III - quando for reconhecida a incompetência territorial. 
- Ademais, entende-se inaplicável a Súmula 33 do STJ, podendo o juiz reconhecer de ofício a incompetência territorial. 
- FONAEJE - ENUNCIADO 89 – A incompetência territorial pode ser reconhecida de ofício no sistema de juizados especiais cíveis (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ). 
- Há, porém, que discorde desse entendimento, dizendo que a lei prevê a extinção do processo, mas não a declaração ex officio da incompetência. 
3.10. CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
 É pacífico de que é possível reunir quando todas as causas são dos juizados. 
Juízo Prevento 
NCPC 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 O FONAJE tem dois enunciados sobre o assunto: 
- FONAJE - ENUNCIADO 68 – Somente se admite conexão em Juizado Especial Cível quando as ações puderem submeter-se à sistemática da Lei 9.099/1995. 
- FONAJE - ENUNCIADO 73 – As causas de competência dos Juizados Especiais em que forem comuns o objeto ou a causa de pedir poderão ser reunidas para efeito de instrução, se necessária, e julgamento. 
3.11. CONFLITODE COMPETÊNCIA
 De quem é a competência para julgar o conflito de competência entre dois juízes dos juizados? Segundo o FONAJE, é da turma recursal. 
- FONAJE - ENUNCIADO 91 (Substitui o Enunciado 67) – O conflito de competência entre juízes de Juizados Especiais vinculados à mesma Turma Recursal será decidido por esta. Inexistindo tal vinculação, será decidido pela Turma Recursal para a qual for distribuído (nova redação – XXII Encontro – Manaus/AM). 
 E de que quem é a competência para julgar o conflito entre juiz de direito e juiz dos juizados? Ou entre juiz federal e juiz dos juizados federais? 
- Súmula 348 do STJ – “Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária” – Essa súmula foi cancelada em 2010. 
- Súmula 428 do STJ – “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”. 
3.12. CONTROLE DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS PELO TJ
 O STJ entende que é possível impetrar MS no TJ para controlar a competência do Juizado Especial.
Corte Especial do STJ: 
“Processo civil. Recurso em Mandado de Segurança. Mandamus impetrado, perante Tribunal de Justiça, visando promover controle de competência de decisão proferida por Juizado Especial Cível. Possibilidade. Ausência de confronto com a jurisprudência consolidada do STJ, que veda apenas a impetração de mandado de segurança para o controle do mérito das decisões proferidas pelos Juizados Especiais. - Não se admite, consoante remansosa jurisprudência do STJ, o controle, pela justiça comum, sobre o mérito das decisões proferidas pelos juizados especiais. Exceção é feita apenas em relação ao controle de constitucionalidade dessas decisões, passível de ser promovido mediante a interposição de recurso extraordinário. - A autonomia dos juizados especiais, todavia, não pode prevalecer para a decisão acerca de sua própria competência para conhecer das causas que lhe são submetidas. É necessário estabelecer um mecanismo de controle da competência dos Juizados, sob pena de lhes conferir um poder desproporcional: o de decidir, em caráter definitivo, inclusive as causas para as quais são absolutamente incompetentes, nos termos da lei civil. - Não está previsto, de maneira expressa, na Lei no 9.099/95, um mecanismo de controle da competência das decisões proferidas pelos Juizados Especiais. É, portanto, necessário estabelecer esse mecanismo por construção jurisprudencial. - Embora haja outras formas de promover referido controle, a forma mais adequada é a do mandado de segurança, por dois motivos: em primeiro lugar, porque haveria dificuldade de utilização, em alguns casos, da Reclamação ou da Querela Nullitatis; em segundo lugar, porque o mandado de segurança tem historicamente sido utilizado nas hipóteses em que não existe, no ordenamento jurídico, outra forma de reparar lesão ou prevenir ameaça de lesão a direito. - O entendimento de que é cabível a impetração de mandado de segurança nas hipóteses de controle sobre a competência dos juizados especiais não altera o entendimento anterior deste Tribunal, que veda a utilização do writ para o controle do mérito das decisões desses juizados. Recurso conhecido e provido.” (STJ – Corte Especial, RMS 17524/BA, rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 11/09/2006 p. 211). 
Terceira Turma do STJ: 
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE DE COMPETÊNCIA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. MANDADO DE SEGURANÇA. CABIMENTO. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS PARA EXECUTAR SEUS PRÓPRIOS JULGADOS. 1. É possível a impetração de mandado de segurança com a finalidade de promover o controle de competência nos processos em trâmite nos juizados especiais. 2. Compete ao próprio juizado especial cível a execução de suas sentenças independentemente do valor acrescido à condenação. 3. Recurso ordinário desprovido.” (STJ – Terceira Turma, RMS 41964 / GO, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 13/02/2014). 
- Também pode caber recurso extraordinário para o STF. Só não cabe recurso especial para o STJ.
*#OUSESABER: Compete ao Juizado Especial Cível processar e julgar causas cíveis de menor complexidade que sejam de competência da Justiça Estadual. Porém, ficam excluídas deste microssistema as causas cíveis de interesse da Fazenda Pública, pois existe juizado específicos para julgamento de demandas que envolvam os entes públicos estaduais, distritais e municipais até o valor de 60 salários mínimos. No juizado especial cível comum, embora não seja cabível recurso especial para o STJ (Súmula 203-STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais), em razão desse recurso somente pode ser interposto em face de decisão em única ou última instância de TJ ou TRF (art. 105, III, da CF), a Resolução nº 03/2016 permitiu o ajuizamento de reclamação no Tribunal de Justiça quando a decisão da Turma Recursal contrariar jurisprudência do STJ que esteja consolidada em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial repetitivo; d) enunciados das Súmulas do STJ; e) precedentes do STJ. Ao contrário, caso a decisão de Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública viole a jurisprudência do STJ, os arts. 18 e 19 da Lei nº 12.153/2009 previram a possibilidade de pedido de uniformização, não cabendo a reclamação da resolução nº 03/2016 por haver meio de impugnação próprio. Esse é o entendimento do STJ: "(...)V. Nas hipóteses de eventual dissídio jurisprudencial, em face de decisões proferidas pelos Juizados Especiais da Fazenda Pública, existem, no sistema processual pátrio, regras específicas, estabelecidas pela Lei 12.153/2009, que 'dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios'. Segundo esse diploma legal, tais divergências deverão ser sanadas mediante a instauração de um Incidente de Uniformização de Interpretação de Lei, na forma de seus arts. 18 e 19.(...)" (STJ - Primeira Seção, AgInt na Rcl 30481 / SP, julgado em 23/11/2016).
# QUESTÃO. DPE PR 2014. Sobre procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e voluntária, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a alternativa correta.
d) Cabe mandado de segurança para controlar a competência dos juizados especiais em relação às causas de maior complexidade, mesmo depois da decisão da turma recursal. 
# QUESTÃO. A decisão de turma recursal que define os juizados especiais como competentes para o processo e julgamento de determinada demanda: 
a) não está sujeita a qualquer tipo de controle recursal ou formas não recursais de impugnação 
b) somente pode ser impugnada por recurso especial

c) somente pode ser impugnada por recurso extraordinário 
d) pode ser impugnada por recurso extraordinário ou mandado de segurança, dirigido ao TJ local 
e) somente pode ser impugnado por meio de mandado de segurança, dirigido ao TJ local 
04. SUJEITOS DO PROCESSO
Lei 9.099/95 
Art. 8o Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. 
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: (Redação dada pela Lei no 12.126, de 2009) 
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas; (Incluído pela Lei no 12.126, de 2009) 
II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar no 147, de 2014) 
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; (Incluído pela Lei no 12.126, de 2009) 
IV - as sociedadesde crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei no 12.126, de 2009) 
§ 2o O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação. 
Autores –Aos que podem demandar devem ser acrescentados: 
A) Firmas individuais 
B) Condomínios residenciais, exclusivamente na hipótese de cobrança contra o condomínio, mas essa posição não é pacífica na doutrina. 
- FONAJE - ENUNCIADO 9 – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado Especial, nas hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do Código de Processo Civil. 
- FONAJE - ENUNCIADO 111 – O condomínio, se admitido como autor, deve ser representado em audiência pelo síndico, ressalvado o disposto no § 2° do art. 1.348 do Código Civil (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES). 
C) Espólios, desde que não exista interesse de incapaz 
- ENUNCIADO 148 (Substitui o Enunciado 72) – Inexistindo interesse de incapazes, o Espólio pode ser parte nos Juizados Especiais Cíveis (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
# QUESTÃO. No que se refere ao procedimento dos juizados especiais, julgue os itens a seguir. 
70.01. A regra geral da capacidade para ser autor de uma ação processada nos juizados especiais cíveis é a que somente pessoa física capaz pode ocupar tal posição, no entanto, existe exceção à atuação das microempresas, que também poderão propor ação perante os juizados. 
Gabarito: Verdadeira. 
Alguns enunciados sobre os sujeitos do processo:
- ENUNCIADO 135 (substitui o Enunciado 47) – O acesso da microempresa ou empresa de pequeno porte no sistema dos juizados especiais depende da comprovação de sua qualificação tributária atualizada e documento fiscal referente ao negócio jurídico objeto da demanda. (XXVII Encontro – Palmas/TO). 
- FONAJE - ENUNCIADO 141 (Substitui o Enunciado 110) – A microempresa e a empresa de pequeno porte, quando autoras, devem ser representadas, inclusive em audiência, pelo empresário individual ou pelo sócio dirigente (XXVIII Encontro – Salvador/BA). 
- FONAJE - ENUNCIADO 146 – A pessoa jurídica que exerça atividade de factoring e de gestão de créditos e ativos financeiros, excetuando as entidades descritas no art. 8o, § 1o, inciso IV, da Lei no 9.099/95, não será admitida a propor ação perante o Sistema dos Juizados Especiais (art. 3o, § 4o, VIII, da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006) (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
- FONAJE - ENUNCIADO 134 – As inovações introduzidas pelo artigo 5o da Lei 12.153/09 não são aplicáveis aos Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95) (XXVII Encontro – Palmas/TO). 
- FONAJE - ENUNCIADO 155 – Admitem-se embargos de terceiro, no sistema dos juizados, mesmo pelas pessoas excluídas pelo parágrafo primeiro do art. 8 da lei 9.099/95 (XXIX Encontro – Bonito/MS). 
FONAJE - ENUNCIADO 131 – As empresas públicas e sociedades de economia mista dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem ser demandadas nos Juizados Especiais (XXV Encontro – São Luís/MA). 
FONAJE - ENUNCIADO 51 – Os processos de conhecimento contra empresas sob liquidação extrajudicial, concordata ou recuperação judicial devem prosseguir até a sentença de mérito, para constituição do título executivo judicial, possibilitando a parte habilitar o seu crédito, no momento oportuno, pela via própria (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES). 
4.1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
 Admite-se o litisconsórcio mas não se admite a intervenção de terceiros, exceto o incidente de desconsideração de personalidade jurídica. 
Lei 9.099/95, Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio. 
- Há autores que admitem algumas espécies de intervenção de terceiros, como a assistência litisconsorcial (porque é um litisconsórcio). 
# QUESTÃO. Conforme estabelece o art. 2o da Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), os processos nela fundados devem ser orientados pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Decorrem desses princípios e da Lei n. 9.099/95, as seguintes assertivas, EXCETO:
a) É vedada a intervenção de terceiro nas modalidades de assistência simples, oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide ou chamamento ao processo, mas é admitido o litisconsórcio e a assistência litisconsorcial.
Gabarito: A 
Obs. Afirmação falsa, porque a assistência é vedada, muito embora a assistência litisconsorcial seja um litisconsórcio unitário, facultativo ulterior. 
 O Novo CPC criou o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, e foi expresso ao dizer que cabe nos juizados – criou-se uma exceção à regra para os juizados, em que não cabe intervenção de terceiros – mas agora cabe esse incidente.
NCPC 
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.
4.2. CAPACIDADE POSTULATÓRIA
 Dispensa-se a presença do advogado nas causas de até 20 salários mínimos – art. 9o, Lei 9099/95.
 Quem tem capacidade postulatória? 
- Regra dos juizados: até 20 salários-mínimos. Discussão sobre a constitucionalidade. 
Lei 9.099/95, Art. 9o Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. 
§ 1o Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local. 
§ 2o O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar. 
§ 3o O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais (atendendo aos princípios da oralidade e da informalidade). 
Recurso – mesmo que a causa seja de até 20 salários mínimos, há necessidade do advogado para interpor recurso.
Lei 9.099/95, Art. 41. § 2o No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado. 
- FONAJE - ENUNCIADO 36 – A assistência obrigatória prevista no art. 9o da Lei 9.099/1995 tem lugar a partir da fase instrutória, não se aplicando para a formulação do pedido e a sessão de conciliação. 
- FONAJE - ENUNCIADO 27 – Na hipótese de pedido de valor até 20 salários mínimos, é admitido pedido contraposto no valor superior ao da inicial, até o limite de 40 salários mínimos, sendo obrigatória à assistência de advogados às partes. 
- Há quem defenda também a necessidade da intervenção do advogado no cumprimento da sentença ou quando se tratar de pessoa jurídica. 
- FONAJE - ENUNCIADO 48 – O disposto no parágrafo 1o do art. 9o da lei 9.099/1995 é aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES). 
# QUESTÃO. No que se refere ao procedimento dos juizados especiais, julgue os itens a seguir: 
70.02. A lei atribui à parte capacidade postulatória nas causas de valor até vinte salários mínimos, o que não exclui a possibilidade de que qualquer das partes se faça acompanhar de advogado, hipótese em que, considerando a complexidade da matéria e a situação particular dos envolvidos, o juiz poderá facultar à outra a assistência judiciária. 
Gabarito: falsa. 
# OBS.: O texto é diferente: Art. 9o, § 1o Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local. 
4.3. PREPOSTO
As pessoas jurídicas e as firmas individuais podem ser representadas por prepostos. 
Lei 9.099/95, Art. 9o. § 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.- O preposto deve apresentar carta de preposição ou obrigar-se a apresentá-la no prazo fixado pelo juiz e não pode acumular simultaneamente essa função com a de advogado, segundo o entendimento que prevalece. 
- FONAJE - ENUNCIADO 99 (Substitui o Enunciado 42) – O 
preposto que comparece sem carta de preposição, obriga-se a apresentá-la no prazo que for assinado, para validade de eventual acordo, sob as penas dos artigos 20 e 51, I, da Lei no 9099/1995, conforme o caso (XIX Encontro – Aracaju/SE). 
- FONAJE - ENUNCIADO 98 (Substitui o Enunciado 17) – É vedada a acumulação SIMULTÂNEA das condições de preposto e advogado na mesma pessoa (art. 35, I e 36, II da Lei 8906/1994 combinado com o art. 23 do Código de Ética e Disciplina da OAB) (XIX Encontro – Aracaju/SE). 
4.4. CORREÇÃO DA ILEGITIMIDADE
 O Novo CPC permite a correção da ilegitimidade para a causa. 
NCPC 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o. 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
 Esses artigos 338 e 339 são aplicáveis aos juizados especiais? SIM.
- O entendimento que já foi adotado pelo FPPC (Fórum Permanente de Processualistas Civis) é de que a correção de ilegitimidade pode se aplicar no âmbito dos juizados especiais.
05. FASE DE CONHECIMENTO
5.1. PETIÇÃO INICIAL
Requisitos da Petição Inicial – Art. 14, Lei 9099/95 – Art. 319, NCPC
Lei 9.099/95, Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado. § 1o Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível: I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; III - o objeto e seu valor. 
- Não há o rigor do art. 319 do NCPC, podendo inclusive ser oral. 
Lei 9.099/95, Art. 14. § 3o O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos. 
- Requisitos do pedido – certeza e determinação. 
Pedido genérico: É admitido o pedido genérico nos juizados – um pedido indeterminado? SIM.
Lei 9.099/95, Art. 14. § 2o É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação. 
# OBS.: De qualquer forma, a sentença nos juizados deve ser líquida (no CPC essa disciplina está no artigo. Assim, ainda que se faça pedido genérico, a sentença, obrigatoriamente, deve ser líquida.
 O Novo CPC prevê três casos de pedido genérico – art. 324, §1o, NCPC. Mas nos Juizados, não se aplica o art. 324, §1o, Novo CPC, e sim o art. 14 da Lei dos juizados.
NCPC, Art. Art. 324. § 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:

I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
# QUESTÃO. Conforme estabelece o art. 2o da Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), os processos nela fundados devem ser orientados pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Decorrem desses princípios e da Lei n. 9.099/95, as seguintes assertivas, EXCETO:
c) O autor pode formular pedido genérico quando não for possível, no momento da propositura da ação, determinar a extensão da obrigação. 
Gabarito: A 
Cumulação de pedidos: é possível cumular pedidos nos Juizados. Mas a diferença substancial, é que no sistema do CPC a cumulação dos pedidos não exige conexão, mas nos juizados, a cumulação de pedidos exige conexão – é um requisito da cumulação de pedidos.
NCPC, Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
§1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I – os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. 
Lei 9.099/95, Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3o desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo. 
Alteração da causa de pedir ou do pedido: 
- Regras do CPC (329 do NCPC, que substituiu o 294 do CPC de 73): Até a citação, a alteração é livre. Após a citação, a alteração se dá apenas com o consentimento do réu. Após o saneamento, não é possível a alteração.
NCPC 
Art. 329. O autor poderá: 
I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
- Considera-se que o art. 319, NCPC (art. 294, CPC/73) não é aplicável aos juizados, podendo-se aditar o pedido até o momento da AIJ ou da fase instrutória. 
- FONAJE - ENUNCIADO 157 – O disposto no artigo 294 do CPC não possui aplicabilidade nos Juizados Especiais Cíveis, o que confere ao autor a possibilidade de aditar seu pedido até o momento da AIJ (ou fase instrutória), sendo resguardado ao réu o respectivo direito de defesa (XXX Encontro – São Paulo/SP). 
- Para os juizados, é possível alterar o pedido ou a causa de pedir até a audiência de instrução ou fase instrutória, não aplicando essas regras do CPC. 
Improcedência prima facie/ Improcedência Liminar
- Situação em que o juiz já julga improcedente o pedido antes de citar o réu – prevista no art. 285-A, CPC/73 e no art. 332, NCPC. E as hipóteses de improcedência liminar no NCPC são totalmente diferentes da do CPC/73. 
- ENUNCIADO 101 – Aplica-se ao Juizado Especial o disposto no art. 285, a, do CPC (XIX Encontro – Aracaju/SE). 
NCPC 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgarliminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
- Prevalece o entendimento de que a improvidência liminar é aplicável aos juizados especiais.
Audiência de conciliação ou de mediação do NCPC:
NCPC: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II – quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
- Se não comparecer à audiência, será multada por isso.
- Essa audiência foi reforçada pela Nova Lei da Mediação – Lei 13.1040/2015 – que também prevê essa audiência. 
Nova lei da mediação 
Lei 13.140/2015 
Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de mediação. 
Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias, contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogação. 
Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que determinará o arquivamento do processo e, desde que requerido pelas partes, homologará o acordo, por sentença, e o termo final da mediação e determinará o arquivamento do processo. 
Art. 29. Solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu, não serão devidas custas judiciais finais. 
- Essa audiência é aplicável aos juizados? Não há nada a respeito, mas parece que é aplicável aos juizados, porque a própria lei de mediação faz referência expressa, no seu art. 26, à lei dos juizados.
- Penso que será preciso compatibilizar o procedimento dos juizados especiais com essa audiência de mediação. Até porque a própria lei da mediação faz referência aos juizados: 
Lei 13.140/2015, Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001. 
5.2. DEFESA
 A defesa se dá normalmente na audiência de instrução, mas pode ser apresentada antes dela, podendo ser escrita ou oral. 
- FONAJE - ENUNCIADO 10 – A contestação poderá ser apresentada até a audiência de Instrução e Julgamento. 
- Toda a matéria de defesa se dará na contestação – no corpo da contestação o réu pode alegar toda a matéria de defesa, inclusive a impugnação ao valor da causa e a incompetência absoluta e a relativa, à semelhança do que agora é previsto no NCPC. 
Revelia
- Nos juizados entende-se que é necessária a apresentação da contestação e a presença do réu na audiência, para que não ocorra a revelia. 
- Não basta pura e simplesmente a apresentação da contestação ou o comparecimento do réu. Deve haver os dois para que não ocorra a revelia.
- FONAJE - ENUNCIADO 11 – Nas causas de valor superior a vinte salários mínimos, a ausência de contestação, escrita ou oral, ainda que presente o réu, implica revelia. 
- FONAJE - ENUNCIADO 78 – O oferecimento de resposta, oral ou escrita, não dispensa o comparecimento pessoal da parte, ensejando, pois, os efeitos da revelia (XI Encontro – Brasília-DF). 
- FONAJE - ENUNCIADO 20 – O comparecimento pessoal da parte às audiências é obrigatório. A pessoa jurídica poderá ser representada por preposto. 
# OBS.: A falta de comparecimento do autor gera a extinção do processo sem resolução do mérito e a do réu gera a revelia. 
- A revelia produz os seus efeitos, inclusive o efeito material: confissão ficta ou presunção de veracidade. 
- Lei 9.099/95, Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz. 
- Presunção Relativa: 
a) juiz - art. 370 do NCPC

b) revel – art. 349 do NCPC e Súmula 231 do STF 
NCPC 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. 
- Súmula 231 do STF: “O revel, em processo civil, pode produzir provas desde que compareça em tempo oportuno”. 
# QUESTÃO. Juizado Especial Cível, previsto na Lei n. 9.099/95. 
a) O não comparecimento do autor à audiência gera revelia. Gabarito: D 
Pedido Contraposto
- Alguns autores já diziam que o pedido contraposto era uma reconvenção informal – hoje a diferença é muito pequena entre pedido contraposto e reconvenção: ambos são demandas informais no corpo da defesa, mas o pedido contraposto pode ser limitado: por exemplo, nos juizados deve dizer respeito aos mesmos fatos da causa e nas possessórias estão limitados a indenização ou proteção possessória 
Lei 9.099/95. Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3o desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia. Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes 
- O pedido contraposto pode ser feito no caso de o réu ser uma das pessoas jurídicas que não pode demandar nos juizados? Sim. 
- FONAJE - ENUNCIADO 31 – É admissível pedido contraposto no caso de ser a parte ré pessoa jurídica. 
# QUESTÃO - Acerca dos requisitos de petição inicial, da contestaçãoe das medidas cautelares, assinale a opção correta. 
E) Dada a busca da simplicidade e celeridade processual, é vedado ao réu, no rito sumaríssimo dos juizados especiais, deduzir pedido contra o autor. 
Gabarito: B 
# QUESTÃO - No regime dos Juizados Especiais E) não se admitirá a reconvenção. 
Gabarito: E 
5.3. PROVAS
Ônus da prova 
- Há duas teorias sobre o ônus da prova: 
teoria estática ou teoria das normas: ônus da prova é do autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e do réu quanto aos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor; 

teoria da carga dinâmica: o ônus da prova é de quem tem maior facilidade de provas. 

 O CPC de 1973 adotava a teoria estática, mas a jurisprudência admitida o uso da teria da carga dinâmica. 
Carga Dinâmica
PROCESSUAL CIVIL. PENHORA. DEPÓSITOS EM CONTAS CORRENTES. NATUREZA SALARIAL. IMPENHORABILIDADE. ÔNUS DA PROVA QUE CABE AO TITULAR. 1. Sendo direito do exequente a penhora preferencialmente em dinheiro (art. 655, inciso I, do CPC), a impenhorabilidade dos depósitos em contas correntes, ao argumento de tratar-se de verba salarial, consubstancia fato impeditivo do direito do autor (art. 333, inciso II, do CPC), recaindo sobre o réu o ônus de prová-lo. 2. Ademais, à luz da teoria da carga dinâmica da prova, não se concebe distribuir o ônus probatório de modo a retirar tal incumbência de quem poderia fazê-lo mais facilmente e atribuí-la a quem, por impossibilidade lógica e natural, não o conseguiria. 3. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (STJ – 4a Turma, REsp 619148/MG, rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 1.6.2010). 
AGRAVO DE INSTRUMENTO REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS PARA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA ÔNUS DA PROVA TEORIA DA CARGA DINÂMICA Não se trata de inversão irregular do ônus da prova, mas de determinar que a parte que tem mais meios de complementar a instrução o faça, a bem de contribuir para a correta solução do litígio. A teoria da carga dinâmica da prova não se aplica somente no âmbito do microssistema do consumidor, mas sim no processo civil comum. Assim, seja em razão da inversão do ônus prevista no CDC, seja em razão da aplicação da Teoria da Carga Dinâmica da Prova, o Banco deve apresentar a documentação necessária para realização da perícia, uma vez que sua guarda é ônus de sua própria atividade.RECURSO PROVIDO. (TJSP 20a Câmara de Direito Privado, AI 625597620128260000 SP 0062559-76.2012.8.26.0000, 18/06/2012). 
- O CPC de 2015 passou a prevê as duas teorias. 
NCPC 
Art. 370. O ônus da prova incumbe:

I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa, relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada. Neste caso, o juiz deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
- Somando-se as duas teorias às hipóteses de inversão do ônus da prova, podemos dizer que o ônus da prova pode ser distribuído: 
pela LEI – teoria estática – é a regra geral (art. 370, I e II do NCPC); 
por DETERMINAÇÃO JUDICIAL, quando for impossível ou muito difícil o cumprimento do encargo pela parte que alegou o fato – teoria da carga dinâmica (art. 370, § 1o do NCPC, v.g., o juiz atribui o ônus da prova ao hospital quanto ao prontuário médico); 
por DETERMINAÇÃO JUDICIAL, quando a lei autorizar – inversão do ônus da prova (v.g., a inversão para favorecer o consumidor, prevista no inciso VIII do art. 6o do CDC); 
por CONVENÇÃO, celebrada antes ou durante o processo, exceto quando recair sobre direito indisponível (art. 370, § 3o, I do NCPC); tornar excessivamente difícil o exercício de um direito (art. 370, § 3o, II do NCPC) ou trouxer prejuízo ao consumidor (art. 51, inciso VI do CDC). 
# QUESTÃO. (FMP – Cartório – TJ – MT/2014) Sobre o ônus da prova no processo civil, assinale a alternativa correta. 
(A) O Código de Processo Civil adotou a chamada teoria das normas, distribuindo o ônus da prova de maneira fixa e de acordo com a natureza das alegações de fato a provar.
(B) Não é admissível, no direito brasileiro, em nenhuma hipótese, a utilização da chamada teoria do ônus dinâmico da prova. 
Gabarito A
- Qual o momento da distribuição do ônus da prova? 
NCPC 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: 
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; 
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
 Ônus da Prova nos Juizados 
- Todo o regramento do NCPC me parece aplicável aos juizados, mas segundo o FONAJE deve constar no mandado citatório a possibilidade de distribuição diversa do ônus. 
- FONAJE - ENUNCIADO 53 – Deverá constar da citação a advertência, em termos claros, da possibilidade de inversão do ônus da prova. 
- Ravi Peixoto e Lucas Buril escreveram um artigo sobre o tema da dinamização do ônus nos juizados. Eles entendem que não basta o Enunciado 53 do FONAJE, é preciso oportunizar à parte “premiada” com o ônus da prova a possibilidade se desincumbir do seu encargo, o que pode se dar com a marcação de uma nova audiência. 
- Um aspecto importante: da decisão do juiz sobre a distribuição do ônus não caberá agravo de instrumento, ao contrário do que ocorre no NCPC. 
- As provas são concentradas na AIJ, de maneira informal (independentemente de requerimento, de rol de testemunhas, por exemplo). 
Lei 9.099/95. Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. 
- As testemunhas serão três no total (não são dez e o juiz pode limitar a três para cada fato, como no CPC) e a intimação judicial somente se dará a requerimento. 
NCPC 
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. 
§ 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento. 
§ 2o A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente da intimação de que trata o § 1o, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição. 
§ 3o A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1o importa desistência da inquirição da testemunha. 
§ 4o A intimação será feita pela via judicial quando: 
I – for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo; 
II – sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; 
III – figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir; 
IV – a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; 
V – a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454. 
§ 5o A testemunha que, intimada na forma do § 1o ou do § 4o, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento. 
- A perícia é informal, normalmente o juiz inquirindo técnicos de sua confiança. 
- FONAJE - ENUNCIADO 12 – A perícia informal é admissível na hipótese do art. 35 da Lei 9.099/1995. 
NCPC 
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoriaou avaliação. 
§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor complexidade. 
§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico. 
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes. 
- A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado. 
- Após a instrução não haverá debates orais e o juiz leigo, se a conduziu, deve apresentar proposta de sentença ao juiz togado em até dez dias. 
5.4. SENTENÇA
Requisitos da sentença – Art. 489, NCPC:
Relatório;
Fundamentação;
Dispositivo.
NCPC 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. 
 Com relação aos juizados, há duas mudanças importantes:
Há dispensa do relatório.
A fundamentação pode ser oral.
- Nos juizados a sentença dispensa o relatório. Igualmente se dá com as decisões das turmas recursais. 
- FONAJE - ENUNCIADO 92 – Nos termos do art. 46 da Lei no 9099/1995, é dispensável o relatório nos julgamentos proferidos pelas Turmas Recursais (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ). 
- A fundamentação da sentença ou do acórdão pode ser oral. 
- FONAJE - ENUNCIADO 46 – A fundamentação da sentença ou do acórdão poderá ser feita oralmente, com gravação por qualquer meio, eletrônico ou digital, consignando-se apenas o dispositivo na ata (nova redação – XIV Encontro – São Luis/MA). 
Fundamentação Analítica ou Qualificada – Art. 489, §1o
- A fundamentação da sentença deve ser qualificada, na forma do art. Art. 489, § 1o do NCPC? Penso que sim. 
Fundamentação qualificada, analítica ou legítima das decisões judiciais no NCPC.
NCPC 
Art. 489. 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
- A sentença deve ser líquida, ainda que o pedido seja genérico. 
Lei 9.099/95 Art. 38. Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. 
- Decisão por equidade (com equidade qualquer juiz por decidir). 
Lei 9.099/95. Art. 6o O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum. 
5.5. COISA JULGADA
NCPC 
Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. 
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: 
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
- Há, assim, duas coisas julgadas: uma sobre o mérito (coisa julgada comum) e outra sobre as prejudiciais (coisa julgada excepcional). 
Requisitos da coisa julgada excepcional: 
(a) contraditório prévio e efetivo 

(b) juízo absolutamente competente para decidi-la, caso fosse 
veiculada como questão principal; 

(c) cognição exauriente e processo sem restrições probatórias 
- Penso que a coisa julgada excepcional não se aplica aos juizados em razão das restrições probatórias. 

06. TUTELA PROVISÓRIA
 NCPC – a tutela provisória pode ser de urgência (cautelar ou antecipada), ou de evidência.
- A Lei dos Juizados só se refere à tutela de urgência, mas isso porque ela é anterior ao NCPC.
- Pode-se concluir que a disciplina da tutela provisória é aplicável aos juizados, embora só tenha referencia à tutela de urgência.
Lei 9.099/95. Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação. 

- ENUNCIADO 26 – São cabíveis a tutela acautelatória e a 
antecipatória nos Juizados Especiais Cíveis (nova redação – XXIV Encontro – Florianópolis/SC). 
- E a tutela de evidência? Penso que também se aplica. 
NCPC 

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; 
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
07. RECURSOS CABÍVEIS NOS JUIZADOS
7.1 ASPECTOS GERAIS
- São cabíveis nos juizados: 
Recurso inominado; 
Embargos de declaração;
Recurso extraordinário;
Agravo Interno – cabível por interpretação, mas ainda há controvérsia;
Agravo do art. 1042, NCPC – cabível por interpretação, mas ainda há controvérsia. 
- Não se admite o agravo, nem mesmo para as hipóteses de tutela provisória, exceto o agravo interno (para a decisão do relator que julga monocraticamente o recurso) e o agravo do art. 1.042 (substituiu o agravo do art. 544 do NCPC, que cabia contra decisão denegatória de seguimento do RE). 
- FONAJE - ENUNCIADO 15 – Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo, exceto nas hipóteses dos artigos 544 e 557 do CPC. (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ ES). 
- FONAJE - ENUNCIADO 102 – O relator, nas Turmas Recursais Cíveis, em decisão monocrática, poderá negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em desacordo com Súmula ou jurisprudência dominante das Turmas Recursais ou da Turma de Uniformização ou ainda de Tribunal Superior, cabendo recurso interno para a Turma Recursal, no prazo de cinco dias (Alterado no XXXVI Encontro – Belém/PA). 
- FONAJE - ENUNCIADO 103 – O

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