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iodo 131

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS
 CURSO: FARMÁCIA
ALANA BARBOSA GOMES
ANA KELLY PEREIRA DA SILVA
ANA PAULA MOREIRA SANTOS
GLENDA MELO DE SOUZA
JANE RODRIGUES DE OLIVEIRA
RÍZIA MAITRE ANDRADE LACERDA
ROSILENE SOUZA DE OLIVEIRA
 
IODO-131
TEÓFILO OTONI
2013
ALANA BARBOSA GOMES
ANA KELLY PEREIRA DA SILVA
ANA PAULA MOREIRA SANTOS
GLENDA MELO DE SOUZA
JANE RODRIGUES DE OLIVEIRA
RÍZIA MAITRE ANDRADE LACERDA
ROSILENE SOUZA DE OLIVEIRA
IODO-131
Trabalho apresentado a Professora Junia Carla de Oliveira Alves da UNIPAC-T/O, referente à disciplina de Radioisótopos. Como critério de avaliação.
TÉOFILO OTONI
2013
SUMÁRIO
	
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................. 04
2 – OBJETIVO ........................................................................................................ 05
2 – DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 05
3 – METODOLOGIA .............................................................................................. 13
4 – CONCLUSÃO ................................................................................................... 14
5 – REFERÊNCIA ................................................................................................... 16
IODO-131
INTRODUÇÃO
O iodo é um elemento presente em nosso dia a dia principalmente no sal iodado que encontramos em nossa alimentação. O iodo contido no sal de cozinha é de suma importância, pois ele é essencial à saúde, atuando como uma fonte de nutrição para a glândula tireóide. Então, pode se afirmar que, o iodo presente nos alimentos é absorvido pelo corpo e preferencialmente concentrado na tireóide, onde ele é necessário para o funcionamento da referida glândula. Quando o radioiodo 131 está presente em níveis elevados no ambiente de precipitação radioativa, pode ser absorvido através de alimentos contaminados, podendo acumular esta forma radioativa na tireóide. Como se decompõe, pode causar sérios danos na tireóide. 
O principal risco da exposição a altos níveis desse radiofármaco é a chance de ocorrência de câncer de tireóide radiogênico mais tarde na vida. Outros riscos também podem ocorrer como a possibilidade de tumores não cancerosos e tireoidite que é uma doença auto-imune no qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide levando a uma inflamação crônica, que pode acarretar em um aumento de volume da glândula (bócio) e na diminuição do seu funcionamento (hipotireoidismo). Estes riscos podem ser atenuados administrando suplementos de iodo, aumentando assim a quantidade total de iodo no organismo que, por conseguinte reduz a captação e a retenção nos tecidos, que irá diminuir a proporção relativa do iodo radioativo.
O iodo-131 foi empregado pela primeira vez em 1941 no Hospital General de Massachussets, quando Hertz e Roberts trataram paciente com hipertireoidismo, sendo esta uma forma de tratamento que vem sendo utilizada há aproximadamente 60 anos. 
O iodo desempenha um papel de grande perigo radioativo presente em produtos de fissão nuclear, que contribuiu significativamente para os efeitos na saúde dos testes de bomba atômica ao ar livre em 1950, desde o desastre de Chernobyl, até os dias de hoje sendo de grande ameaça na crise nuclear japonesa com o desastre de Fukushima. O desastre de Fukishima foi um acidente nuclear japonesa, ocorrida em março de 2011, que resultou em níveis muito elevados de iodo-131 nos gêneros alimentícios provenientes de espinafre com a água da torneira. Esses níveis foram detectados perto de uma fabrica e em lugares distante de Tóquio. (NEWS MEDICAL, 2012). 
O iodo-131 representado por 131I, também chamado de radioiodo 131 é uma das formas radioativas do iodo comum, ele é usado na medicina nuclear, para o diagnóstico e terapia para o câncer de tireóide, sendo na grande maioria é usado por médicos e farmacêuticos, devido ao seu baixo custo em comparação a outros radioisótopos de iodo. O iodo-131 como o sal de iodeto explora o mecanismo de absorção de iodo em células normais da glândula tireóide. Ele possui um tempo de meia-vida de decaimento radioativo de cerca de 8 (oito) dias.
	OBJETIVO
O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica, fornecendo dados mostrando as vantagens do tratamento com o radioisótopo iodo 131 (131I), enfocando o modo de administração, tempo de terapia, efeitos colaterais e relação custo-benefício do tratamento. O 131I apresenta dados significantes a seu favor, como método de administração, tempo de terapia, custo do tratamento e ainda atua como um marcador/traçador radiológico no diagnóstico da glândula tireóide.
O objetivo do uso do iodo-131 é erradicar todos os possíveis focos do tecido tireoidiano que porventura não possam ser removidos cirurgicamente e ainda tratar simultaneamente as possíveis lesões existentes em outros órgãos do corpo conhecida como metástases. Para se alcançar o objetivo esperado é empregado doses de iodo-131, apresentando a propriedade de fixar seletivamente nos tecidos a serem tratados, produzindo uma irradiação com conseqüente eliminação dos tumores de dentro para fora.
Devido à seletividade da concentração observada, o tratamento é muito eficaz e tem mínimos efeitos colaterais para o paciente, mas a existência de radiação requer a internação em quartos especialmente preparados e separados dos demais.
DESENVOLVIMENTO
O iodo-131 age na glândula tireóide. Este iodo é dito radioativo por emitir radiações de duas maneiras: radiação gama (γ) que será utilizada para fazer imagens ou estudos da tireóide como a cintilografia, e a radiação beta (β) sendo esta empregada no propósito de terapia no combate às células cancerosas ainda presentes na glândula tireóide, através de concentrações pequenas de radiação (cintilografia) ou por um estudo clínico do paciente (anamnese). A radiação β emitida por este radiofármaco são partículas que possuem muita energia, que irão se armazenar no tecido da tireóide, destruindo as células cancerosas. As partículas β são mais penetrantes e menos energéticas que as partículas alfa (α), uma vez que elas conseguem atravessar uma folha de papel alumínio. No entanto, são barradas por uma placa de madeira, como mostra na figura abaixo:
 		 Fonte: http://radiation-shielding-materials.com/portuguese/index.html.
O tratamento com o iodo-131 inclui vantagens como eficácia, baixo custo e ausência de dor. A sua disponibilidade de baixo custo é devido à sua relativa facilidade de criação por bombardeamento de nêutrons naturais de telúrio num reator nuclear. Em contra partida, outros radioisótopos de iodo são normalmente criados por técnicas de alto custo, como na radiação de cápsulas de gás xenônio através de reator pressurizado. (NEWS MEDICAL, 2012). 
Os radiofármacos usados em medicina nuclear emite raios gama que podem ser detectados externamente por tipos especiais de câmara: gama ou PET câmaras. Estas câmaras funcionam em conjunção com computadores que são usados para formar imagens que providenciam dados do paciente a partir do resultado da câmara. O radioisótopo tem que ter uma meia-vida com duração curta de modo a que não permaneça no corpo, por um período de tempo prolongado. Tempo de meia-vida é o tempo necessário para que metade do material radioativo presente deixe de emitir. Assim a medicina nuclear é essencialmente a criação de mapas anatômicos de órgãos.
O material radioativo é administrado oralmente, intra venosamente ou inter cavitalmente. O material radiativo é absorvido pela região doente e pode então destruir as células ou promover a cura desta região. A quantidade de radiação de um procedimento de medicina nuclear é comparável com aquele que é recebido durante odiagnostico raio-X. As imagens de medicina nuclear tem mais definição e são capazes de mostrar mais partes da anatomia do que as maquinas de raio-x usuais. (COUTRO e BARROS, 2011).
Os seus principais usos são para o tratamento de thyréotoxicose ou conhecido popularmente como hipertireodismo, e alguns tipos de cancro da tireóide. O tempo de meia-vida deste radiofármaco é curto, com média de oito dias. Quando é administrado por via oral na forma de cápsula ou na forma líquida de solução de iodeto de sódio, é absorvido preferencialmente pela glândula tireóide, sendo eliminado rapidamente do organismo. Ele é único tratamento que promove diminuição no tamanho da tireóide em cerca de 6 a 8 semanas após a exposição, podendo durar o processo até 18 semanas.
A dose a ser administrada é variável, isto é, varia de acordo com a doença e com a idade, sendo assim, a dose para uma criança é diferente da dose para um adulto ou para um adolescente. A dose será determinada pelo médico responsável pelo tratamento. Após a administração deste radiofármaco, são realizadas provas de captação, onde a medição será realizada através de uma cintilografia ou com uma sonda gama para medir a quantidade de radioatividade contida na glândula tireóide após 2 e até 24 horas. O radiodiagnóstico é feito através da comparação de uma glândula saudável com a glândula analisada.
O iodo-131 será eliminado do corpo durante as próximas semanas após a administração. A maioria do excesso deste radiofármaco será eliminado por volta de 3 a 5 dias através do suor e da urina. Menores quantidades continuarão a serem eliminadas nas próximas semanas, isso porque o corpo processa os hormônios criados a partir do radioiodo 131. Ele também é usado como rótulo radioativo para determinados medicamentos radiofármacos que podem ser usados para a terapia, como por exemplo, o 131I-metaiodobenzylguanidine sendo representado pelo símbolo 131I-MIBG, usado para o tratamento de feocromocitoma (tumor raro que se desenvolve na região medular das glândulas supra-renais) e neuroblastoma (tumor maligno das células da crista neural – células que dão origem ao sistema nervoso simpático - fica localizado na glândula supra-renal, que atinge principalmente crianças), tem como finalidade destruir o tecido por radiação β de curto alcance para estes acometimentos. Na figura abaixo está representado à imagem de um tumor de feocromocitoma:
O tumor de feocromocitoma é visto como uma esfera escura no centro do corpo, sendo esta a glândula supra-renal esquerda. A imagem foi obtida a partir do aparelho MIBG de cintilografia. A duas imagens que são vistas do mesmo paciente, sendo um de frente e a outra de trás. A imagem da tireóide no pescoço é indesejável devido à absorção de iodo pela tireóide, após a desagregação da medição de radioativos contento o iodo. O acúmulo nos lados da cabeça é a partir da captação das glândulas salivares de radioiodo. A radioatividade pode ser vista também a partir da absorção no fígado e a excreção pelos rins, com um acúmulo na bexiga. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Iodine-131.
Um grande desenvolvimento na área da medicina nuclear deve-se ao aparecimento da câmara gama. Esta foi à primeira câmara estacionária que conseguiu ver um órgão por inteiro. Esta evolução fez com que nos anos mais recentes protocolos de aquisição tais como PET e SPECT fossem desenvolvidos, assim tanto o PET como o SPECT fornece uma visão tridimensional da região de interesse. (COUTO e BARROS, 2011)
O SPECT corresponde a Single Photon Emission Computed Tomography traduzindo para o português significa Tomografia Computadorizada por Emissão de Fótons Simples, no qual a sua emissão é de raios gama, que constituem a fonte de informação, em vez de transmissões como nos raios-X. A radiação interna é administrada por meio de um fármaco que é etiquetado como isótopo radioativo. Este radiofármaco é injetado, ingerido ou inalado. Um radiofármaco é uma proteína ou uma molécula orgânica que tem ligado a si um radionuclídeo. As proteínas e moléculas orgânicas são selecionadas com base nas suas propriedades de absorção dentro do corpo humano. Como no caso do iodo-131 ele é coletado na glândula tireóide, e são utilizados para aquisição de imagem SPECT. Depois o isótopo radioativo deteriora-se, tendo por resultado a emissão de raios gama. Estes raios gama dão-nos um retrato de que o que está a acontecer dentro do corpo do paciente. Assim, num modo geral, um órgão saudável irá absorver uma determinada quantidade anormal de radiofármaco, que irá ter como conseqüência um surgimento de uma área mais clara ou mais escura do que o brilho padrão na imagem SPECT, levando a suspeita da presença de um estado de doença. (COUTO e BARROS, 2011)
A aquisição de imagem em SPECT é inferior a do PET por causa da sensibilidade e resolução alcançadas. Diferentes radionuclídeos são usados em SPECT, sendo que todos eles emitem um fóton apenas, em vez de emissão de pósitrons como é usado em PET. Mesmo sendo a resolução da aquisição de imagem em SPECT não tão boa como a obtida em PET, a disponibilidade de novos radiofármacos, particularmente para a cabeça e cérebro, e tendo em conta aspectos econômicos (um exame SPECT custa cerca de um terço de um exame PET) e práticos da instrumentação SPECT faz deste método de emissão tomográfica atrativa para estudos clínicos. Sendo o radiofármaco administrado, é necessário detectar as emissões de raios gama de maneira a obter informação funcional. O instrumento usado em medicina nuclear para a detecção de raios gama é conhecido como câmara Gama. Os componentes que constituem a câmara gama são: colimador, detector de cristal, matriz de tubos fotomultiplicadores, circuitos lógicos de posição e um computador de análise de dados. (COUTO e BARROS, 2011)
O PET corresponde a Pósitron Emission Tomography traduzindo para o português significa Tomografia por Emissão de Pósitrons, é uma técnica para medir as concentrações de radioisótopos de pósitrons emitidos dentro dos tecidos de indivíduos vivos. Estas medições são feitas fora do indivíduo vivo. A maior parte dos isótopos radioativos decai por libertação de um raio gama e elétrons, outros decaem por libertação de pósitron. Um pósitron pode ser comparado e classificado como um elétron positivo. Uma grande motivação e interesse generalizado, aliado a uma grande aceleração na tecnologia PET, foram fatores estimulados pelo desenvolvimento e melhorias nas tecnologias de detecção nuclear. Em meados da década de 80, o PET tornou-se uma ferramenta para diagnóstico médico, sendo utilizado para estudos dinâmicos do metabolismo humano e também para estudos de atividade cerebral. Assim como no SPECT os radiofármacos são administrados, porém aqui é por meio apenas de injeção ou inalação, com propósito de simplesmente aceder à corrente sanguínea. (COUTO e BARROS, 2011)
A aquisição de imagem em PET é totalmente indireta. Tal como no SPECT, o PET conta com a reconstrução computadorizada para proceder de imagens tomográficas. É executado com meios de detecção de emissão de pósitrons através do uso de tomografia. Duas maneiras nas quais os radionuclídeos decaem e que irão reduzir a carga positiva excessiva no núcleo, inclui a neutralização de uma carga positiva com uma carga negativa de um elétron ou a emissão de um pósitron do núcleo. Então o pósitron irá combinar-se com um elétron das redondezas e anular-se. Após a aniquilação de tanto o pósitron como o elétron são convertidos em radiação eletromagnética. É esta radiação de aniquilação que será detectada externamente e será usada para medir tanto a quantidade e a localização do emissor de pósitrons. (COUTO e BARROS, 2011)
A utilidade do PET é que dentro de certos limites tem a capacidade de detectar mudanças bioquímicas dentro do corpo. Uma das funções mais importantes do PET é a sua capacidade para modelizar funções fisiológicas e biológicas do corpo, proteção e modelização das concentrações de radioatividade regional num órgão particular.
Cerca de 90% de seus danos de radiaçãoao tecido, se dá através da radiação β, sendo o restante por radiação γ, que possui uma distância maior do radioisótopo. Após o seu uso na terapia, ele pode ser visto no diagnóstico de varredura, isso devido ele também ser um emissor de partículas γ. Na figura abaixo está representado os tipos de captação de radiação de alguns equipamentos: 
Fonte: http://www.slideshare.net/tadeukubo/xii-semana-da-fsica-mdica-usp-2013.
Decaimento Radioativo
Os isótopos do iodo-131 apresentam decaimento radioativo tipo β, o que significa que ele imite partículas β durante o decaimento da forma instável para estável. As partículas β são moderadamente energéticas. Durante este processo também são emitidas partículas γ que são altamente energéticas, podendo ser detectadas fora do corpo, por exemplo, quando são absorvidas pela tireóide as mesmas são detectadas por sensores externos. As partículas passam facilmente através dos tecidos moles causando dano no DNA. Literalmente quebram cadeias de DNA e deslocam seqüências genéticas. O fato que as torna potencialmente perigosas é a acumulação localizada na tireóide.
Devido ao seu modo de decaimento β, o iodo-131 é notável para a mutação, que causa a morte das células e que penetra em outras células até vários milímetros de distância. Por esta razão, altas doses do isótopo são por vezes paralelamente menos perigoso do que doses baixas, uma vez que eles tendem a matar os tecidos que de outra forma se tornam cancerosas, como resultado da radiação. Por exemplo, crianças tratadas com dose moderada de radioiodo 131 para adenomas da tireóide têm aumento detectável em câncer de tireóide, mas as crianças tratadas com uma dose muito maior não têm esse efeito. Deste modo, o iodo-131 é cada vez menos usado em doses pequenas no uso médico, especialmente em crianças, e cada vez mais usado em doses grandes como forma de tratamento, com uma forma de matar o tecido alvo, sendo este o seu uso terapêutico. Na figura abaixo, está representado o decaimento radioativo duma amostra de 10g de iodo-131:
	
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/quimica/meiavida-ou-periodo-semidesintegracao-elementos-radioativos.htm
Considerando o organismo como um todo, o iodo-131 tem uma meia-vida biológica de cerca de 100 dias, porém existem as seguintes meias-vidas biológicas em função de cada órgão:
Rins, Baço e Órgãos Reprodutivos 7 dias
Ossos 14 dias
Tireóide 100 dias
Riscos e Efeitos Colaterais
O principal efeito colateral do tratamento feito com o radioiodo 131 é a alta incidência de hipotireoidismo permanente, sendo este relacionado com a freqüência da dose aplicada no primeiro ano de tratamento. Para doses acima de 30 mCi (medida de atividade radioativa), a pessoa deve permanecer hospitalizada por alguns dias, geralmente em um quarto especial, para evitar que ela exponha outras pessoas desnecessariamente, evitando assim a sua auto-exposição ou a contaminação, que por conseqüência aumentará o custo do tratamento com o radiofármaco, que muitas vezes será necessário procurar outras localidades que dispõem de unidades estruturadas para o tratamento. (IBCC, 2013).
Os efeitos colaterais de curto prazo podem incluir:
Sensibilidade no pescoço
Náuseas e dores de estômago
Inchaço e sensibilidade nas glândulas salivares
Boca seca
Alterações no paladar
Dor
As contra-indicações ao tratamento deste radiofármaco incluem pacientes gestantes e/ou lactantes, pois para estas últimas o iodo-131 é excretado pelo leito mamário, devendo trocar para outro tipo de leite. As mulheres deverão estar completamente seguras de que não estejam grávidas, para receber o tratamento, pois pode levar a complicações gestacionais como retardo mental, malformações fetais e parto prematuro em recém-nascidos. Ainda para àqueles pacientes que recebem o tratamento de radioiodo 131, são informadas para não ter relações sexuais durante pelo ao menos um mês, que evitem beijos e que durma sozinho, o que irá determinar o tempo de permanência destes é a dose, e para as mulheres é informado para não engravidarem durante seis meses depois. Alimentos, não deverão ser ingeridos 2 horas antes de receber a dose do radioiodo 131, e em alguns casos, serão recomendadas uma dieta pobre de iodo por alguns dias antes do tratamento.
O paciente durante o tratamento deve evitar também contatos prolongados, especialmente com crianças e com mulheres grávidas, devidas elas serem um grupo mais sensível à radiação do que as outras pessoas. Deverão também lavar bem as mãos após irem ao banheiro, sendo recomendado também o uso a mais de papel higiênico do que o normal, deve ainda dá descarga no vaso sanitário de duas a três vezes após o uso. Os homens deverão urinar sentados por alguns dias para evitar respingos de urina na parte externa do vaso sanitário. É recomendado que o paciente beba muito líquido para eliminar bastante urina quanto possível, e que coma balas azedas ou tome suco de limão para produzir mais saliva, evitando assim a retenção de iodo nas glândulas salivares. Deve manter sua escova de dente separada das outras pertencentes da sua família, assim como também deve usar um descontaminante feito especialmente para a remoção de iodo radioativo, não devendo usar alvejantes ou produtos de limpeza que contem água sanitária para a limpeza, pois pode ser gerado gás de iodo radioativo no ar.
Existem três princípios básicos para evitar as exposições desnecessárias à radiação, sendo elas:
Distância: não permanecer muito perto de pessoas. A radiação diminui significamente com o aumento da distância.
Tempo: a exposição da radiação à outra pessoa dependerá do tempo que elas ficarem próximas. Portanto, deve evitar contatos prolongados com as pessoas.
Higiene: uma boa higiene minimiza as probabilidades de contaminação direta com o iodo radioativo, isto devido à maioria do iodo ser excretado pela urina. É muito importante que se lave bem as mãos após ir ao banheiro. (BIONUCLEAR, 2013). 
METODOLOGIA
O presente estudo teve como método a busca em artigos nacionais e internacionais, sites científicos como os bancos de dados SCIELO, MEDLINE entre outros, e em livros do material necessário para ser executada uma revisão informativa sobre o radiofármaco iodo-131.
CONCLUSÃO
Os procedimentos de medicina nuclear utilizam um material radioativo sendo classificado como um radiofármaco que é ingerido por via oral, injetado na corrente sanguínea ou ainda inalado na forma de gás. Este radiofármaco acumula-se no órgão ou na área do corpo a ser examinado, onde é emitida uma pequena quantidade de energia radioativa. Uma câmara gama, câmara PET, ou uma sonda, detecta esta energia e, com a ajuda de um computador, elabora imagens que apresentam detalhes, tanto da estrutura, como da função dos órgãos e tecidos do corpo.
O iodo-131 é um isótopo, sendo assim é uma versão de iodo radiativo, que é criado durante as reações nucleares quando se divide átomos de outros materiais radioativos como o urânio, que é utilizado na medicina nuclear de diagnóstico e tratamento. Ele pode ser prejudicial para as pessoas que estiverem expostas a altas doses do mesmo, pois ele é rapidamente absorvido pelo corpo. É radiativo por apenas um curto período de tempo, o que permite aos médicos utilizarem, por vezes, para diagnóstico e terapia. Esse radiofármaco libera radiação com características semelhantes às dos raios-x e radiação beta, sendo esta última utilizada na iodoterapia, tendo como característica uma radiação capaz de destruir as células carcinogênicas. A radiação gama que também é emitida pelo radioiodo 131 é empregada em serviços de diagnóstico como a cintilografia. Portanto este radiofármaco pode ser utilizado para o mapeamento da tireóide.
A radiação gama é semelhante às imagens de raios-X, deferindo dele por sua origem nuclear e, por ter maior poder de penetração. Quando um isótopo emissor de gama é administrado e se localiza no interior do corpo de um indivíduo, a radiação emitida atravessa os tecidos do corpo e pode ser captada ou registrada noexterior pelas câmaras gama que fornecem as imagens para mapeamento do órgão, que chamadas de cintilografias. A radiação beta ao contrário dos raios gama, é pouco penetrante e não pode ser detectada no exterior do corpo humano, quando um isótopo emissor de raios beta for administrado a um indivíduo. A radiação beta só atravessa poucos milímetros de tecidos orgânicos e, ao ser absorvida pelas células, produz efeitos biológicos de várias intensidades até mesmo leva à morte celular, sendo esses efeitos biológicos utilizados com fins terapêuticos.
A medicina nuclear usa uma pequena quantidade de material radiativo ou radiofármaco para o diagnóstico e tratamento de doenças. Radiofármacos são substâncias que são atraídas para órgãos, ossos ou tecido específicos. O radioiodo 131 permanecerá no organismo por alguns dias. Uma pequena quantidade de iodo será captada pela tireóide, e o restante será eliminado em mais ou menos 48 horas, principalmente pela urina. Uma quantidade menor será eliminada pela saliva, pelo suor e pelas fezes. O iodo-131 que permanecer na glândula também irá diminuir rapidamente. Por este motivo é necessária a ingestão de bastante líquido durante e alguns dias após o tratamento. 
O radioiodo 131 possui tempo de meia-vida de 8 dias, o que significa que ele irá desaparecer completamente em questão de meses, tempo suficiente para provocar efeitos devastadores na tireóide, principalmente se houver deficiência de iodo.
As conseqüências negativas para a saúde provocadas pelo iodo-131 atingem em forma mais agressiva às populações vulneráveis, tais como as mulheres grávidas, o feto, os bebês e as crianças. Caso este radiofármaco seja inalado ou ingerido, ele permanecerá no organismo emitindo energia radioativa, danificando principalmente a tireóide, pois a radiação emitida consegue ultrapassar as barreiras musculares e ósseas, ou seja, qualquer um que esteja próximo ou em contato prolongado estará exposto desnecessariamente.
 Abaixo estão alguns problemas críticos na captura do iodo, divulgado pela Agência de Substancias Tóxica e Registro de Doenças (ATSDR): 
O recém-nascido capta o iodo numa taxa de 16 vezes maior do que o adulto.
Crianças com menos de 1 ano de idade, tem uma absorção 8 vezes maior do que os adultos.
Crianças de 5 anos de idade, tem uma taxa de absorção 4 vezes maior do que os adultos.
A tireóide das mulheres grávidas tem uma taxa maior de captação principalmente no primeiro trimestre.
A tireóide do feto tem uma taxa maior de absorção durante o segundo e terceiro trimestre da gravidez.
As mães que amamentam podem transferir 25% das reservas de iodo para os seus bebês.
REFERÊNCIA
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