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ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Fisioterapia Musculoesquelética I Prof a . M a . Ana Paula de Aguiar Paradoxo do Joelho Estável em Extensão completa x Móvel em flexão Por isso possui dispositivos mecânicos complexos como os músculos, ligamentos e meniscos em contrapartida encaixe frágeis das superfícies articulares. Com isso apresenta desvantagens aparentes como na flexão apresentar problemas ligamentares e meniscais e na extensão fraturas articulares e rupturas ligamentares Revisão anatômica (ossos) Bursas ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Músculos extensores do joelho Quadríceps ( Reto femural, Vasto medial - obliquo, Vasto intermédio, Vasto lateral oblicuo), Articular do joelho ( sub-crural ou tensor da cápsula ) *O grupo quadríceps atua como extensor contra a gravidade, mas também controla o movimento de flexão do joelho quando o mesmo é feito a favor da gravidade. Músculos flexores do joelho Principais ( Isquios Tibiais ) Bíceps femural Semimembranoso Semitendíneo Secundários Adutor grácil Sartório Gastrocnêmio Plantar Poplíteo Tensor da fáscia lata Obs: A inserção comum dos músculos semitendinoso, adutor grácil e Sartório recebe o nome de Pata de Ganso – local comum de tendinite em corredores. ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Ligamentos do Joelho Ligamentos colaterais Ligamento colateral lateral ( ou fibular ) Ligamento colateral medial ( ou tibial ) Ligamentos cruzados Ligamento cruzado anterior Ligamento cruzado posterior Estabilidade do Joelho - Passiva ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Geometria das Superficies Articulares ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Alinhamento do fêmur com a tíbia – Angulo Q Homens: entre 11 e 17 graus Mulheres: entre 14 e 20 graus Evidências mostram que o angulo Q é maior nas mulheres que nos homens; • Herrington e Nester (2004) 109 sujeitos (51 H e 58 M) fisicamente ativos com histórico de lesões de membros inferiores • H X = 11.5° • M X = 13.9° • Shambaugh et al. (1991) 45 atletas recreacionais; • M 14° • H 10° Geometria das Superfícies Articulares Congruência entre as Superfícies Articulares Tibial e Femoral depende: Tamanho e forma dos platôs e dos meniscos. Danos nos meniscos : da congruência e via de regra da estabilidade passiva da rticulação; Espaço intercondiliano mais largo o espaço, a congruência. Estreito diminui o espaço disponível para os ligamentos cruzados; As mulheres apresentam um menor espaçamento que os homens. ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 “Frouxidão “Ligamentar Refere-se ao grau de instabilidade da articulaçao Muitos estudos tem mostrado que as ♀ exibem uma frouxidão ligamentar que os ♂ isto propicia uma incidência de lesão na ♀. Lesões Ligamentares Ligamentos cruzados : mais comum no LCA , devido a movimentos bruscos de torção em cadeia cinética fechada . Estresse excessivo ruptura Lesões: parciais ou totais. Manobras de torção e desaceleração súbita seguida geralmente de estalos e hemartrose. Outros movimentos causadores de lesão são: abdução com rotação externa e hiperextensão. (ROCKWOOD, 1994) Estas lesões acometem grande parte dos jogadores de futebol. (BRITO, 2009) Lesões Ligamentares A lesão do LCP é mais comum nos casos de impacto direto choques). É duas vezes mais resistente que o anterior Principal sustentador do peso corporal quando a articulação está fletida (OLIVEIRA, 2011). É ainda responsável por cerca de noventa e quatro por cento da restrição do deslizamento posterior da tíbia sobre o fêmur (MOREIRA, 2007). Sintomas : instabilidade ântero-posterior ( falha ao tentar levantar-se ), estalido . Pode não causar dor . Uma ruptura do LCP provoca um arrasto posterior da tíbia de até vinte e cinco milímetros . Lesões são raras e accometem geralmente esportistas: Jogadores de futebol, basquete e entre outros (MOREIRA, 2007). A lesão crônica evolui com instabilidade biomecânica levando a lesões associadas. (OLIVEIRA, 2011) Lesões Ligamentares LCM Trauma Direto na face externa do joelho (mais comum). ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Rotacional em valgo, os s sintomas são dor no joelho na região interna (medial) da articulação; Instabilidade articular lateral, estalido, edema, dor. LCL Trauma Direto- trauma na face interna Rotacional em varo, seus sintomas são dor no joelho ao longo da face externa (lateral) da patela; pode haver edema no joelho;Instabilidade articular. Testes de Lesões Ligamentares ( CONSULTAR GUIA DE TESTES) Teste de estresse em valgo e varo ( lig. colaterais ) (Bocejo articular) Teste da gaveta ( lig. cruzados ); Lachman Teste gaveta posterior, Lachman inverso Teste de Estresse e valgo varo Teste de Tração de Apley Classificação das lesões ligamentares quanto à sua gravidade Grau 1 : leve estiramento, tumefação leve ainda estável . O ligamento permanece íntegro. Após o trauma, o indivíduo consegue andar . Dor somente no movimento e, em alguns casos ao toque. Grau 2 : cerca de 50% das fibras estiradas ; com grande dificuldade de movimentos . Estabilidade preservada. Grau 3 : cerca de 75% das fibras estiradas ; presença de hematoma acentuado . Perda da estabilidade. Grau 4 : Ruptura ligamentar total ou avulsão; ruptura da capsula; pode haver ruptura meniscal (habitual com LCA). Trabalhos de fortalecimento muscular Lig. Colateral Lateral : fortalecer todos os grupamentos com prioridade para os glúteos , tensor da fáscia lata,vasto lateral, tibial anterior e fibulares , com o objetivo de reduzir o bocejo articular . Lig. Colateral Medial : fortalecer todos os grupamentos priorizar o fortalecimento do vasto medial , da pata de ganso (sartório , grácil e semitendinoso ) e do tibial posterior . Lig. Cruzado Anterior : fortalecer todos os grupamentos fortalecer o semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral e triceps sural, popliteo, plantar e abdutores e rotadores do quadril, adutores. Lig. Cruzado Posterior : fortalecer todos os grupamentos e total prioridade para o quadríceps . Obs. : Complementar o trabalho com propriocepção Prescrição de exercícios para LCP e LCA ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Em lesões LCA , os pesquisadores concordam que tanto os exercícios de CCF e CCA podem ser utilizados , ( leg , agachamento sem restrições , devido a co-contração (maiores compressões do LCA abaixo de 50 graus), cad. extensora de 90 a 25 graus (tendência atual e de 90 a 60 graus) Em lesões no LCP os exercícios de CCF , devem ser usados com cautela (leg e agachamento ângulo menos acentuados- (ESCAMILLA et al, 2001); leg horiz. CCA cad. Ext. de 60 a 90 graus (atualmente de 0 a 60 graus) . (Escamilla 1998) Lesões Meniscais Os meniscos são estruturas fibrocartilaginosas internas do joelho em forma de semi-circulo que repousam sobre a face articular da tíbia, ajudando na: Distribuição e transmissão de carga, na estabilidade e lubrificação articular, sensação de posição e velocidade (propriocepção),aumentam a congruência articular,fazem a nutrição da articulação e absorvem choques Quando se refere as lesões de meniscos, o mais comuns é no menisco medial. Elas podem ser: Traumáticas - desgaste do menisco por hiper uso, torções repetitivas do joelho. Degenerativa - não sabem precisar o início dos sintomas. Congênitas - consequência dos processos degenerativos articulares decorrentes do envelhecimento. Sinais e Sintomas :dor, o joelho pode travar em flexão ( impossibilidade de extensão do joelho ), ressalto com crepitação na extensão ( lesão tardia ), e se o menisco saltar do platô tibial haverá imobilização em extensão . Testes de Lesões Meniscais ( CONSULTAR GUIA DE TESTES) Teste de Compressão de Apley Teste de Mc Murray ( Meniscos ) Instabilidade Patelofemural CAUSAS: Genovalgo acentuado Tendão patelar alongado Desequilibrio dos vastos Torção tibial externa Sulco intercondiliano raso Deformidade da patela Patela alta Complicações Luxação (1) Condromalácia (2) ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Exame Físico Patela lateralizada Hipotonia do vasto medial Crepitação 1)Luxação Patela está completamente fora do sulco femoral, pode ser: 1.1Luxação aguda da patela Ocorre o 1° episodio de luxação, seguido a um movimento de torção do joelho. Imobilização do joelho em extensão por 4 semanas. Cinesioterapia.Cirúrgico se houver fratura associada ou recorrência de luxação. 2.1Luxação recorrente Ocorre em seguida à uma luxação aguda. Pode ser tratada também da mesma maneira Pode ocorrer por lesões triviais. A hipotrofia do quadríceps a favorece, o paciente apresenta apreensão quando a patela é deslocada lateralmente com o joelho flexionado de 20° a 30°. Possui o sulco achatado, a patela alta com hiperextensão do joelho pode contribuir. Fortalecimento de quadríceps e também do grupo flexor e abdutor e rotador exteno do quadril. Órtese com orifício para encaixe da patela (ate reabilitação muscular completa). Cirúrgico: liberação do retináculo lateral ou realinhamento proximal. 3.1Luxação Crônica Ocorre luxação lateral cada vez que o joelho é flexionado, e retorna na direção da linha média quando o joelho é estendido (lux.habitual). Ocorre luxação lateral cada vez que o joelho é flexionado, e retorna na direção da linha média quando o joelho é estendido (lux.habitual). Em casos graves, a patela permanece em posição de luxação lateral (lux.permanente). Pode ser observados em crianças na 1ª década de vida e ainda vir associada a contratura de quadríceps. Injeções crônicas na coxa podem favorecer a luxação crônica O tratamento é baseado em alongamentos, realinhamento postural. Se cirúrgico: consiste em realinhamento da patela e alongamento do quadríceps encurtado. Condromalacia Patelar . “Cartilagem amolecida”. Relaciona-se com o uso excessivo, trauma direto ou indireto e alteração biomecânica da articulação patelo femoral, e muitas das vezes a origem é idiopática Classificação Grau I: amolecimento da cartilagem e edemas. Grau II: fragmentação da cartilagem ou rachaduras com diâmetro inferior a 1,3 cm de diâmetro. ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Grau III: fragmentação ou rachaduras com diâmetro superior a 1,3 cm de diâmetro. Grau IV: erosão ou perda total da cartilagem da articulação em questão, com exposição do osso subcondral. As causa da condromalácia patelar – não foi elucidada. 2 fatores de traumatismo : Crônico: por fricção crônica entre a patela e o sulco patelar do fêmur. Trauma único: como uma pancada, uma lesão aguda da cartilagem femoro-patelar, que resultará em uma nutrição inadequada da estrutura. Dentre as causas estão: Fatores anatômicos e biomecânicos: joelhos valgos , tróclea rasa, pés pronados, aumento do ângulo Q. Desequilíbrios musculares: fraqueza do glúteo médio, quadríceps e isquiotibiais. Pobre ativação e instabilidade do CORE. Fatores extrínsecos: esforço repetitivo, gesto esportivo incorreto. Sinais e sintomas :dor na região anterior do joelho podendo irradiar para a região posterior. histórico de instabilidade patelar associada ou não a luxação. Piora de dor em movimentos de flexão, subir e descer escadas, levantar da cadeira, agachar. E queixa de crepitação durante a flexo-extensão do joelho. O diagnóstico é confirmado por RX que observa alterações relacionadas a instabilidade patelar como patela alta, displasia patelar e femoral, e a Ressonância Magnética que gradua a intensidade da lesão da cartilagem patelar, além de evidenciar lesões associadas como a do ligamento patelo femoral medial. O TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO- DEPENDENTE DO DIAGNÓSTIO CINETICO FUNCIONAL Retirada ou diminuição de fatores agressores. Recursos analgésicos e antiinflamatórios: fase inicial ou nos casos de dor aguda. Reeducação motora. #Drogas indicadas pelos médicos:condroprotetores (protetores de cartilagem): administrados via oral ou intra articular: reduzem dor,melhora da qualidade da cartilagem, mas diminui processo de destruição somente em 20% dos casos. CIRÚRGICO: Visa o alivio da dor e estabilização da lesão condral quando na fase 4. Consiste em debridamento condral (raspagem), liberações e realinhamentos e ate artroplastia patelo femoral (prótese) dependendo do caso. Independente da técnica utilizada, o paciente é submetido a um rigoroso protocolo de reabilitação na fisioterapia. ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Recomendações Muito importante o fortalecimento de quadriceps , ísquios, glúteos e tríceps sural. Atualmente na luz da ciência , não existe exercício ou movimento angular especial nas contrações isotônicas para a estimulação do VMO Exercícios de CCF estimulam mais o VMO em 20%. Exercícios de CCA estimulam mais em 45% o reto femural (Johnson 1998). SDFP ou SDPF https://www.youtube.com/watch?v=QmC2ktPwd5w É uma dor difusa retro ou peripatelar tipicamente desencadeada ou agravada pela subida e descida de escadas, agachamentos ou períodos prolongados na posição sentada. Possui etiologia multifactorial: Anomalias ósseas e/ou alterações biomecânicas do membro inferior; disfunção muscular e de tecidos moles, supersolicitação. Fatores predisponentes - devem ser avaliados Fatores anatômicos e biomecânicos: joelhos valgos , tróclea rasa, pés pronados, aumento do ângulo Q. Desequilíbrios musculares: fraqueza do glúteo médio, quadríceps e isquiotibiais. Pobre ativação e instabilidade do CORE. Fatores extrínsecos: esforço repetitivo, gesto esportivo incorreto. Recomendações Muito importante o fortalecimento de quadriceps , ísquios, glúteos e tríceps sural. Atualmente na luz da ciência , não existe exercício ou movimento angular especial nas contrações isotônicas para a estimulação do VMO Exercícios de CCF estimulam mais o VMO em 20%. Exercícios de CCA estimulam mais em 45% o reto femural Bursites e Tendinites Resulta de excessiva e repetida fricção, ou do trauma direto sobre a bursa, produzindo assim, uma inflamação ou ainda sobre os tendões. A bursa da pata anserina habitualmente se inflama pelo uso excessivo(sartorio, semitendinoso, gracil).Habitualmente não produz efusão. Não são dolorosas ( a menos que sejam pressionadas). ROTEIRO DE ESTUDOS - JOELHO AGUIAR, 2018 Tratamentos Quais as técnicas podem ser utilizadas? Termo ou eletroterapia? Cyriax? Taping? Excêntrica? Como fazer?Sd da Plica Sinovial A plica: Prega embrionária Bursa da cavidade interna do joelho. São 5 plicas: duas: minipregas ;suprapatelar (acima da patela);medial (na parte medial do joelho);infrapatelar (abaixo da patela).Durante o desenvolvimento a prega é absorvida pela cápsula e na fase adulta em 70% dos seres humanos. (LIPHAUS; CAMPOS; SILVA; KISS, 2001; PLACZEK; BOYCE, 2004) Mecanismo de lesão A contração ativa quadríceps traciona a bolsa e a plica gerando uma compressão sob a patela e o fêmur; isso aumenta o estresse mecânico. Pode ainda se manifestar por traumas (quedas), espessamento das pregas por inflamação. Pode ser palpada ( se inflamada): junto ao tendão do vasto lateral (perna=extensão) (PLACZEK; BOYCE, 2004; UNGRARETTI; ONODERA, 2012) Sintomas Dor na região anterior e/ou ântero-medial do joelho que piora na flexão do joelho (subir e descer escadas) de manhã. Pode ter estalidos durante o movimento do joelho, edema, bloqueio do movimento (andar ou corre). (PLACZEK; BOYCE, 2004; GANN, 2005; UNGRARETTI; ONODERA, 2012) Diagnóstico Radiografia ou ressonância magnética, Pode ser confundido com: Síndrome fêmoro-patelar; Bursite ou tendinite da pata-de-ganso e Condromalácia. (CATTEELAN, 2006; ZAINDAN, 2009) Tratamento A fisioterapia é realizada tanto como tratamento conservador, para aqueles pacientes que não apresentam indicação cirúrgica, como também no pós-operatório, mas na maioria dos casos prevalece o conservador, baseado em cinesioterapia em conjunto com redução do processo inflamatório (ZAINDAN, 2009; D’ELIA, 2011).