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Praticas de Experiencias Escolares De acrodo com Tardif (2007), os saberes da experiência não provém das instituições de formação nem dos currículos, não se encontram sistematizados em doutrinas ou teorias. O professor diante deste saber é ao mesmo tempo produtor e sujeito. A prática pedagógica quotidiana do professor exige algumas ações que muitas vezes não são aprendidas pelos professores na sua formação, seja ela inicial ou continuada e nem nos currículos impostos pela instituição escolar. A valorização exacerbada da experiência por parte dos docentes pode causar uma marginalização de outros saberes. Na tentativa de ressignificar os saberes oriundos de outras fontes, alguns professores, por acharem que não são necessários a sua prática pedagógica, discriminam e desvalorizam os saberes da formação ou dos currículos e disciplinas, supervalorizando suas próprias experiências. São nos momentos de aula, na necessidade da sala de aula que os professores hierarquizam seus saberes. As experiências coletivas também são fontes de construção de saberes. As relações que os professores estabelecem quotidianamente com outros professores, as trocas de experiências, não só na própria escola como também em cursos, palestras, congressos, a interação entre professores mais experientes e professores mais jovens, são alguns exemplos de situações que podem resultar nesta produção coletiva de saberes. As analogias no processo de ensino-aprendizagem De acordo com OLIVA et al, (2001), as potencialidades da utilização de analogias no processo de ensino aprendizagem são realçadas por vários autores, utilizando para tal argumentos variados, do seguinte teor: 1) O recurso à linguagem analógica leva à activação do raciocínio analógico, organiza a percepção, desenvolve capacidades cognitivas como a criatividade e a tomada de decisões; 2) Torna o conhecimento científico mais inteligível e plausível, facilitando a compreensão e visualização de conceitos abstractos, podendo promover o interesse dos alunos; 3) Constitui um instrumento poderoso e eficaz no processo de facilitar a evolução conceptual. Na mesma linha de raciocínio, RUMELHART & NORMAN (1981) salientam que a melhor forma de ensinar um determinado domínio será proporcionar aos alunos um modelo conceptual que tenha as seguintes características: 1) Deverá ser apoiado num domínio onde os alunos tenham conhecimentos e a partir dos quais possam facilmente estabelecer raciocínios; 2) O alvo e o análogo deverão apresentar diferenças mínimas; 3) Todos os processos que sejam naturais no domínio desconhecido, também o deverão ser no domínio conhecido; Todos os processos que sejam inadequados no domínio alvo, também o serão na sua fonte. Apesar do número de propostas de modelos de ensino com recurso a analogias ser já considerável, poucos professores parecem recorrer de uma forma planificada ao uso de analogias no seu ensino Uso de analogias por professores/docentes De acordo com HARRISON & TREAGUST (1993),no uso de analogias deve-se ter em consideração que: 1) A analogia deverá ser familiar ao maior número possível de alunos; 2) As relações partilhadas entre os conceitos dos domínios alvo e análogo devem ser identificadas quer pelos alunos quer pelo professor; 3) As relações que não são compartilhados deverão ser identificadas sem qualquer margem de dúvida. De acordo com WONG (1993), quando os alunos elaboram as suas próprias analogias tornam familiares novas situações; reconhecem no problema particularidades do seu conhecimento prévio; e estimulam o pensamento abstracto relativo às estruturas e modelos subjacentes. É neste contexto que surge o Modelo das Analogias Criadas pelos Alunos. De uma forma geral, o modelo apresenta as seguintes vantagens: 1) Os alunos podem trabalhar em contexto diferente da situação de resolução de problemas, em que lhes é fornecida a solução. 2) As questões são mais interessantes e relevantes para os alunos, dado surgirem de problemas que advêm dos seus conhecimentos prévios. 3) Os alunos poderão identificar, confrontar e trabalhar os seus conhecimentos prévios com a mínima intervenção do professor. Promove o desenvolvimento da criatividade, da capacidade de tomar decisões e de modelização KAUFMAN et al (1996) apresentam uma caracterização do papel explicativo das analogias no domínio complexo da “fisiologia cardiovascular”. Os autores utilizaram uma amostra, heterogénea, que incluiu quer alunos do curso de medicina quer especialistas. Os resultados evidenciaram, de uma forma geral, que: 1) Os sujeitos utilizavam analogias espontâneas como explicação a questões com diferentes níveis de abstracção; 2) Os indivíduos que usavam analogias de um modo mais efectivo tendiam a gerar uma percentagem mais elevada de respostas correctas; 3) Os detentores de mais conhecimentos empregavam o raciocínio analógico de uma forma mais efectiva; O recurso à analogia revelou-se como facilitador da compreensão de conceitos, mas também podia contribuir para o aparecimento de concepções alternativas e explicações erradas. Tipos de analogias usados no Ensino de Biologia Partindo da definição de analogias como ferramentas no processo de construção de noções científicas por aproximarem dois conceitos heterogêneos, FERRAZ & TERRAZZAN (2001) construíram, a partir de seus estudos, um conjunto de nove categorias que dizem respeito ao nível de organização das analogias utilizadas pelos professores: 1. Analogias Simples: São quase metáforas. Não fazem o mapeamento de qualquer atributo do domínio alvo ou análogo. Simplesmente comparam uma estrutura do domínio alvo com outra estrutura do domínio análogo de forma breve. Práticas de experiencias escolar de Alunos /Estudantes Segundo Mitra (2004), o interesse em escutar a voz dos alunos não é novo uma vez que já nos finais dos anos de 1960 e 1970 alguns investigadores educacionais se propuseram a conhecer a sala de aula e a escola através das experiências dos alunos . Contudo, é importante sublinhar que, embora essa investigação fosse um espaço legítimo para os alunos envolvidos falarem da sua aprendizagem, não era frequente dar-lhes feedback, nem era garantida a oportunidade de continuarem a falar das suas experiências enquanto aprendentes. Em Inglaterra, os movimentos estudantis do ensino secundário começaram a ganhar terreno nos anos de 1970, dando um certo impulso à investigação sobre a importância da sua voz. Contudo, foi na última década que se registou um crescente interesse pela voz dos alunos e pelo seu envolvimento, devido, fundamentalmente, à Convenção das Nações Unidas sobre os direitos das crianças e à apatia política manifestada pelos jovens. RUDDUCK e MCLNTYRE (2007) asseveram que, hodiernamente, as agências governamentais e não- governamentais valorizam mais a voz dos alunos, tendo em conta: 1) O princípio da democracia na escola como uma forma de preparar os jovens para o seu papel na sociedade; 2) O princípio dos direitos dos jovens, inclusive os seus direitos como membros da comunidade escolar; 3) A ideia de que as escolas precisam de ser mais inclusivas e de oferecer mais oportunidades de envolvimento aos estudantes na qualidade de grupo mais interessado na educação; Classificações propostas por Curtis e Reigeluth Tipo de relação analógica. Estruturais Funcionais Estruturais – funcionais Formato de apresentação analógica. Verbal Pictórico – verbal Condição da analogia. Concreta – concreta 4) A preocupação com o desenvolvimento pessoal e social, que será alimentada pelo respeito e pela confiança que serconsultado pode oferecer e 5) A possibilidade de alcançar um maior compromisso em relação à aprendizagem, na qual os alunos possam ajudar a definir uma agenda prática, visando melhorar a escola. Estudos desenvolvidos por vários investigadores (Cook-Sather, 2002; Mitra, 2004; Mclntyre, Pedder & Rudduck, 2005; Flechter, 2005; Rudduck & Mclntyre,2007) demonstrando que a consulta aos alunos transforma a sala de aula num espaço onde o ensino e a aprendizagem se tornam mais agradáveis e efectivos, constituindo uma tarefa em que professores e alunos colaboram mutuamente. Ao serem consultados, os discentes percebem que podem melhorar as condições da sua aprendizagem. Por outro lado, ouvir um dos actores mais directamente implicados no processo de ensino/aprendizagem pode contribuir para processos de reflexão, desenvolvimento profissional e mudança por parte dos professores. Estudos desenvolvidos por vários investigadores (Cook-Sather, 2002; Mitra, 2004; Mclntyre, Pedder & Rudduck, 2005; Flechter, 2005; Rudduck & Mclntyre,2007) demonstrando que a consulta aos alunos transforma a sala de aula num espaço onde o ensino e a aprendizagem se tornam mais agradáveis e efectivos, constituindo uma tarefa em que professores e alunos colaboram mutuamente. Ao serem consultados, os discentes percebem que podem melhorar as condições da sua aprendizagem. Por outro lado, ouvir um dos actores mais directamente implicados no processo de ensino/aprendizagem pode contribuir para processos de reflexão, desenvolvimento profissional e mudança por parte dos professores. Organização do trabalho dos alunos na oficina Pedagógica Entende-se assim, por oficinas pedagógicas, espaços e tempos de aprendizagem coletiva, onde os sujeitos terão oportunidade de produzir conhecimentos a partir das interações grupais. Nas oficinas pedagógicas, a sala de aula se transforma ( física – psicológica e didaticamente) em espaços livres, dinâmicos, abertos. Local para dizer e ouvir coisas, experiências, vivências as quais serão compartilhadas por todos os sujeitos, que efetivamente, tornar-se-ão atores e atrizes sociais das suas histórias e dos seus conhecimentos. Segundo CORCIONE : “Quem pensa em oficina, lembra logo, por associação de ideias, de trocas, peças, trabalho, conserto, reparo, criatividade, transformação , processo, montagem. São todas as ideias que compõem o significado da oficina que se constitui num espaço privilegiado de criação e descoberta. Abstrata – abstrata Concreta – abstrata Posição da analogia na explicação. Antes Junto Apos Importância das Oficinas Pedagógicas As oficinas pedagógicas constituem-se em uma modalidade de um processo educativo que configura uma unidade dialética de relações integrantes, onde os sujeitos oficineiro, pretendem interagir, dialogar, partilhar ideias, em busca da construção do conhecimento coletivo. Nas oficinas pedagógicas abrem-se momentos potencializadores da socialização, das interações grupais, individuais, uma vez que os participantes das oficinas interagem, trocam, experimentam, se comunicam, partilham, produzem, constroem objetos, conceitos e principalmente, edificam “ conjuntamente “ as descobertas dos conhecimentos “. Assim, fazer oficinas é acima de tudo , um fazer coletivo, permeado pela ludicidade, o prazer, o gosto em se criar, produzir ações, inter- relações permeadas pela comunicação e a interação. As oficinas pedagógicas como metodologia de trabalho Para a elaboração de uma oficina, a escolha do tema de estudo é fator determinante. Corrêa (2000), aponta como estratégias para a realização desta perspectiva de trabalho, as seguintes etapas: decidir o tema de estudo, que se refere à escolha realizada por pessoas que se propõe a construir uma oficina, reunir todo o material possível sobre o tema, buscando subsídios em materiais como revistas, filmes, livros, mas também nas conversas cotidianas; o entendimento do tema que será abordado, que se dará através do Estudo e Desenvolver estratégias para poder dizer sobre o tema, podendo referir-se a qualquer meio disponível ou possível de ser criado. As oficinas também trazem como característica, a abertura de espaços de aprendizado que buscam o diálogo entre os participantes. Na oficina surge um novo tipo de comunicação entre professores e alunos. É formada uma equipe de trabalho, onde cada um contribui com sua experiência. O professor é dirigente, mas também aprendiz. Cabe a ele diagnosticar o que cada participante sabe e promover o ir além do imediato. Cabe ressaltar que as ações do Grupo INTERNEXUS envolvendo oficinas, contemplam os três momentos de Delizoicov e Angotti que consistem em: 1) problematização inicial; 2) organização do conhecimento; e 3) aplicação do conhecimento. Problematização inicial São apresentadas aos alunos situações reais, para que os mesmos sejam desafiados a expor suas posições ou concepções prévias sobre o tema. O ponto culminante dessa problematização é fazer que o aluno sinta a necessidade da aquisição de outros conhecimentos que ainda não detém, ou seja, procura-se configurar a situação em discussão como um problema que precisa ser enfrentado. O objetivo desta primeira etapa é problematizar estes conhecimentos prévios acerca do tema proposto, bem como compreender o que os educandos percebem diante das questões que estão sendo colocadas em pauta. Organização do conhecimento Caracteriza-se pelo desenvolvimento de atividades que auxiliem o aluno a compreender e partilhar os conhecimentos sistematizados pela Ciência permitindo, a ele construir uma resposta mais aprofundada para a questão proposta inicialmente. As mais variadas atividades são então empregadas, de modo que o professor possa desenvolver a conceituação identificada como fundamental para uma compreensão científica das situações problematizadas. Nesse momento podem ser desenvolvidas atividades que utilizem recursos como vídeos, sites de internet, livros, reportagens entre outros. Aplicação do conhecimento Destina-se, sobretudo, a abordar sistematicamente o conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno, para analisar e interpretar tanto situações iniciais que determinaram seu estudo como outras situações que, embora não estejam diretamente ligadas ao motivo inicial, podem ser compreendidas pelo mesmo conhecimento. É nesse momento que ocorre a retomada das questões iniciais e da proposição de novos questionamentos ou novas situações-problema que possibilitem ao aluno a utilização dos novos conhecimentos desenvolvidos.
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