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SUSTENTENTABILIDADE CONSENSO PERVERSO

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PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013). 
Sustentabilidade: um consenso perverso?1 
 
Ricardo Zagallo Camargo2 
ESPM 
 
Resumo 
Tomamos emprestada a expressão da professora Evelina Dagnino (2004) para fazer a pergunta que intitula 
este texto. Por perverso a autora se refere a um fenômeno cujas consequências contrariam sua aparência e 
cujos efeitos são distintos do que se poderia esperar. Daí a pergunta e seus desdobramentos: Que projetos 
antagônicos agrupam-se sob o consenso aparente acerca da sustentabilidade? Sob essa palavra o que está em 
disputa na enunciação do social? Com o objetivo de oferecer algumas chaves para o entendimento dessas 
questões o artigo, com característica de ensaio teórico, é constituído por um levantamento crítico da literatura 
a respeito da temática da sustentabilidade, dividido em três blocos que abordam a articulação do conceito de 
sustentabilidade com as noções de desenvolvimento, consumo e espaço público. 
 
Palavras-chave: Sustentabilidade; Consumo; Desenvolvimento; Espaço público 
 
Tomamos emprestada a expressão confluência perversa utilizada pela professora Evelina 
Dagnino (2004) para fazer a pergunta que intitula este texto. Por perverso a autora se refere a um 
fenômeno cujas consequências contrariam sua aparência e cujos efeitos são distintos do que se 
poderia esperar. Ela observa, a partir da década de 90, uma confluência perversa entre dois projetos 
com identidade de propósitos aparente, construída por referências comuns e uma série de 
“coincidências” no nível do discurso, que envolvem disputa de significados e deslizamentos 
semânticos. De um lado, o processo democratizante e participativo que emerge da luta contra o 
regime militar, envolvendo movimentos sociais e tendo com marcos a Constituição de 1988, a 
democracia formal e a primeira eleição do presidente Lula. De outro, o projeto de Estado mínimo, 
adequado ao modelo neoliberal, que se isenta de responsabilidades e as transfere para a sociedade 
civil. 
(...) a última década é marcada por uma confluência perversa entre esses dois projetos. A 
perversidade estaria colocada, desde logo, no fato de que, apontando para direções opostas e 
até antagônicas, ambos os projetos requerem uma sociedade civil ativa e propositiva. Essa 
 
1 Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho 10 – Comunicação, consumo, poder e discursos, do 3º Encontro de GTs - 
Comunicon, realizado nos dias 10 e 11 de outubro de 2013. 
2 Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Diretor Executivo e pesquisador 
do Centro de Altos Estudos da ESPM (CAEPM) zagallo@espm.br. 
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PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013). 
 
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identidade de propósitos, no que toca à participação da sociedade civil, é evidentemente 
aparente. Mas essa aparência é sólida e cuidadosamente construída através da utilização de 
referências comuns, que tornam seu deciframento uma tarefa difícil, especialmente para os 
atores da sociedade civil envolvidos, a cuja participação se apela tão veementemente e em 
termos tão familiares e sedutores. A disputa política entre projetos políticos distintos assume 
então o caráter de uma disputa de significados para referências aparentemente comuns: 
participação, sociedade civil, cidadania, democracia. (DAGNINO, 2004, p.96-97) 
Retomamos as colocações de Dagnino (2004) por acreditar que essa disputa continua 
presente sob o aparente consenso acerca da temática da sustentabilidade, em especial quando esta 
trata das questões sociais e de cidadania, com a prevalência da ótica gerencial, advinda do universo 
das empresas. 
Nesse sentido, Müller (2009, p.141-156) destaca a disseminação de modelos para ação 
social a partir do olhar da empresa, fazendo uso dos conceitos, vocabulário e conjunto de imagens 
do discurso empresarial, tais como a percepção da responsabilidade social como modelo de gestão e 
o entendimento dos problemas sociais como carências e demandas por bens e serviços. A autora 
observa que é compreensível que a incorporação de preocupações sociais e ambientais pelas 
empresas implique a adequação dessas questões aos limites colocados pela lógica de mercado, com 
a neutralização da dimensão política e potencial contestador. Chama a atenção, contudo, para o fato 
de que a definição do social pela ótica empresarial está sendo aceita por amplas parcelas da 
sociedade, alçando a teoria dos stakeholders (públicos de interesse das empresas) ao papel de teoria 
social. Algo que reduz a compreensão da sociedade à identificação de partes interessadas em 
relação aos gestores de recursos. Um cenário onde quem não é identificado não é percebido como 
detentor de direitos nem tem voz para demandá-los. 
Complementando as colocações da autora, observamos que quando a sociedade como um 
todo tende a ser empresa a noção de direitos sai de cena. Como observa Almeida (2006) prevalece 
uma proposta de cidadania que já não expressa medida de igualdade politicamente construída e 
fundamentada em direitos, mas uma igualdade fundada no potencial empreendedor, que carece de 
condições favoráveis para se desenvolver. Um conjunto que aponta para uma definição de interesse 
público que não resulta de negociações políticas, mas pressupõe ausência delas, dando lugar a 
parcerias pontuais e provisórias, articuladas aos interesses de empresas privadas. 
Portanto, o consenso sustentável inclina-se a nosso ver para uma trajetória que diverge da 
ampliação dos direitos do cidadão e da participação democrática, por meio de instâncias públicas 
deliberativas. Algo compatível com o modo empresarial de lidar com as questões sociais, modo esse 
marcado pela redução das questões ao âmbito da cadeia produtiva, associação da cidadania à 
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produção e consumo e submissão dos aspectos políticos às decisões técnicas, advindas, sobretudo, 
do âmbito econômico. 
A inversão (submissão da técnica à política) não é tarefa que caiba às empresas e exige, 
como lembra Sennett (2006), um trabalho de reinvenção. Não há como mantermos os direitos 
trabalhistas, por exemplo, nos moldes em que foram idealizados, assim como não podemos aceitar 
tranquilamente a substituição desses direitos por um campo aberto e desigual de negociações entre 
trabalhadores isolados e conglomerados empresariais cada vez mais fortes. Como propõe esse autor 
precisamos imaginar outros caminhos. Em diálogo com as empresas, acrescentamos. Mas cientes de 
que não queremos a mesma coisa e sabendo que há interesses distintos em jogo. 
Tendo esse quadro em vista, onde prevalece um olhar gerencial, este trabalho se propõe a 
elencar autores e obras que nos ajudem a desvelar as propostas divergentes agrupadas sob o 
consenso aparente acerca da temática da sustentabilidade. 
Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável 
Marcel Bursztyn e José Augusto Drummond (2009) associam a noção de sustentabilidade às 
preocupações sistemáticas com o desenvolvimento. “Sustentável” é, por esse prisma, uma entre 
várias palavras ou expressões cunhadas para indicar direções para o desenvolvimento, tais como 
“integrado”, “social” e “territorial”. Lembram, nesse sentido, que nos últimos três séculos foram 
priorizados os seguintes eixos para busca do desenvolvimento: século XIX: foco na aceleração da 
produção e produtividade econômicas; século XX: inclusão da dimensão social, a partir da 
percepção da necessidade de melhorar as condições de vidada população (surgimento do Estado de 
Bem-Estar Social); século XXI: percepção da dimensão ambiental como indissociável da 
econômica e social, diante dos limites que o planeta oferece para a expansão da produção e estilos 
de vida atuais. Idéia que se cristalizou no conceito de desenvolvimento sustentável. Os autores 
destacam que em pouco mais de 20 anos o conceito espalhou-se nos âmbitos público e privado, 
sensibilizou a mídia e alcançou impacto e legitimidade na academia, propagando-se como tema de 
interesse e área interdisciplinar. Deslocou-se da filantropia, entendida como atividade periférica, até 
chegar ao core business das empresas, associado à idéia de desenvolvimento econômico, ambiental 
e social, relacionando-se, dessa forma, a promoção da cidadania. Algo que torna a discussão ainda 
mais complexa, uma vez que o conceito de cidadania envolve questões políticas, incompatíveis, a 
princípio, com a dinâmica empresarial. Podemos inferir aqui uma característica da noção de 
sustentabilidade em foco, que restringe seu alcance ao âmbito da cadeia produtiva e a distancia de 
debates políticos mais amplos. 
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Machado (2005) insere a noção de desenvolvimento sustentável como parte de uma 
formação discursiva mais ampla – a do “desenvolvimento” - palavra cujo sentido está incrustado na 
nossa maneira de ler, pensar e representar o mundo. Aborda o desenvolvimento sustentável como 
eixo de uma prática discursiva entendida na perspectiva construída por Foucault, e distancia-se de 
aportes que explicita ou implicitamente apresentam a noção de desenvolvimento sustentável como 
“progresso” ou como resultado de um processo de evolução crescente da consciência ambiental e do 
ambientalismo. A partir da análise das discussões encaminhadas no âmbito das Nações Unidas e da 
CEPAL, entre a preparação da Conferência de Estocolmo e a realização da Conferência do Rio de 
Janeiro, a autora apreende a conformação de um campo de disputas onde noções, conceitos e 
práticas assumem o papel de dispositivos de mediação das relações de poder travadas em torno da 
configuração da problemática ambiental. 
Nesse âmbito consideramos pertinente retomar o questionamento de Paul Baran e E. J. 
Hobsbawm (1961), entre outros, que não consideram o setor “atrasado” (ou “subdesenvolvido”) da 
sociedade global como uma etapa anterior ao “desenvolvido”, mas como dois sistemas 
contemporâneos e economicamente interdependentes. Ou seja, só há países desenvolvidos porque 
há países subdesenvolvidos. Por esse prisma não podemos falar de uma “evolução” dos países 
pobres rumo à sustentabilidade dos seus primos ricos, mas de rearranjos globais no que tange ao 
papel do Estado, das organizações e dos indivíduos. 
Consideramos essa percepção importante para situar as propostas sustentáveis no âmbito 
global, onde as decisões tendem a ser tomadas pelos critérios dos países centrais, associados à 
manutenção de posições no cenário mundial. Ou seja, a forma como a economia global está 
organizada convida países como o Brasil a permanecer numa posição subserviente ou, na melhor 
das hipóteses, a repetir o modelo de exploração que permitiu a ascensão dos países dominantes. 
A reflexão sobre as propostas de sustentabilidade passa, portanto, pelo entendimento de que 
essa noção insere-se na formação discursiva mais ampla do “desenvolvimento”, com todos os seus 
condicionantes. 
Sustentabilidade, sociedade e consumo 
Para o filósofo Félix Guatarri (1990) a sustentabilidade só é possível a partir da articulação 
entre as relações sociais, o meio ambiente e a subjetividade humana. Envolve, também, a eficiência 
de um aparato tecnológico e as ações decorrentes das percepções individuais e culturais da 
sociedade. Nesta mesma perspectiva, o sociólogo Henrique Rattner (1999), assegura que a falta de 
exatidão no conceito de sustentabilidade confirma a carência de um marco teórico, capaz de 
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relacionar metodicamente as distintas contribuições dos discursos e campos de conhecimentos 
específicos. Para o autor a sustentabilidade não decorre de um equilíbrio e harmonia com o meio 
ambiente. Suas raízes estão centradas em um relacionamento interno à sociedade, de natureza 
econômica e politicamente equilibrada e justa. Enfatiza a necessidade de aumentar o aspecto social 
do desenvolvimento econômico, como também de torná-lo compatível com os objetivos ambientais. 
Killingsworth (2010), por sua vez, associa a sustentabilidade a um ideal de criação de um 
estilo de vida capaz de reduzir o impacto sobre o meio ambiente e garanta qualidade de vida para as 
gerações futuras. Um campo fértil para os estudos de retórica, uma vez que, como a retórica em si, 
deseja não apenas criticar as práticas do presente e do passado, mas projetar e imaginar melhores 
práticas para o futuro. Uma tarefa que implica lidar com a ambigüidade do discurso sustentável 
como uma característica produtiva do discurso, superando oposições binárias que caracterizam a 
retórica ambiental estadunidense desde o século 18: utilitário x romântico; conservacionista x 
preservacionista, e ambiental x desenvolvimentista. Cita ainda Eric Zencey para destacar que 
muitos dos mais acalentados ideais políticos estadunidenses (como liberdade individual, liberdades 
civis e direito à propriedade privada) são baseados numa visão da natureza como infinitamente 
resiliente e produtiva. 
Hanan (2008) assinala a emergência de um capitalismo ecológico global, com uma 
surpreendente cumplicidade generalizada com a mentalidade ecológica, pois quase todo mundo, 
inclusive as corporações multinacionais mais poderosas, uniram-se a campanha ambientalista. 
Utiliza o caso da “virada verde” do grupo varejista Wal-Mart America para ilustrar essa percepção, 
uma vez que um dos aspectos mais interessantes da retórica ambiental do Wal-Mart é a maneira 
como ela foi recebida pela cultura mainstream. Embora muitos críticos tenham manifestado 
preocupação com as reais intenções da companhia, ativistas ecológicos e organizações ambientais, 
tais como a National Resources Defense Council (NRDC) abraçaram a proposta como um passo 
importante para a causa ambiental. Por considerar que a tremenda influência política e econômica 
do grupo e seu passo repentino para a sustentabilidade eram justamente o necessário para tirar o 
ambientalismo das trincheiras da contracultura e trazê-lo para o mainstream da consciência da 
América. Lembra também do furacão Katrina, quando a eficiência logística do Wal-Mart contrastou 
com o fracasso do sistema público de amparo as vítimas da tragédia. Para compreender essa 
complexa rede de relações de cumplicidade e antagonismo, propõe a utilização do conceito de 
Multidão, de Hardt e Negri, entendido como o inverso das pessoas, por oferecer uma metáfora 
apropriada para descrever as funções de agência maneira no capitalismo tardio, pois o capital 
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necessita da multidão para sua máquina de poder capitalista global e, consequentemente, deve fazer 
uma série de concessões, junto a essa multidão a fim de se manter no poder. 
Middlemiss (2010) lembra que o campo da justiça ambiental, que tende a ter um ponto de 
vista orientado para a estrutura, com foco em como as estruturas afetam os indivíduos, entendidos 
como vítimas de violações do direito a um meio ambiente equilibrado e qualidade de vida. Já o 
campo de estudos do consumo sustentáveltem uma perspectiva agency-oriented, com foco em 
como os indivíduos afetam a sociedade e o meio ambiente. Propõe então um modelo de pegada 
ecológica (direitos e responsabilidades do indivíduo) que se inclina para a justiça ambiental, em que 
três das capacidades são ligadas a estruturas externas (Organizacional, Cultural e Infra-estrutural) e 
uma ao contexto individual (Individual) 
O trabalho de Huang e Rust (2011) indica que decisões de consumo aparentemente altruístas 
podem surgir mesmo se consumidores e empresas são motivados pelo interesse próprio. Para esses 
autores uma rota confiável para um futuro mais sustentável passa pela mobilização do informado 
interesse próprio dos consumidores e empresas para levar níveis apropriados do consumo e gastos 
em tecnologias verdes. Na mesma trilha, Sheth et all. (2011) apresentam um enquadramento 
centrado no consumidor, introduzindo o conceito de mindful consumption (MC) que inclui 
preocupações pessoais, com a comunidade e natureza. 
Shrader- Frechette (2002) dividem obrigações entre indivíduo e sociedade e destacam a 
necessidade do desenvolvimento de habilidades para exercer a responsabilidade aliadas a condições 
que favoreçam a capacidade de agir. O foco permanece, contudo, no indivíduo e não em ações 
coletivas. 
Contudo, as propostas que colocam o consumidor como o principal agente de mudança são 
criticadas por Maniates (2002), entre outros, que vêem a “individualização” como parte de um 
movimento dos 1980 ligado à diminuição do governo/Estado e deslocamento do lócus de controle e 
responsabilidade para o consumidor individual. 
No trabalho de Doutorado e textos derivados, Camargo (2009) enfatiza os limites impostos 
pela estrutura, a saber: a forma como está organizada a cadeia produtiva e a assimetria de poderes 
entre grandes empresas e indivíduos. Acentuada pelo incentivo a transformação de indivíduos em 
pequenas empresas. 
Bruni (2011) oferece pistas interessantes ao unir duas tendências conhecidas na sociedade 
globalizada atual: o advento da cultura digital e a consciência coletiva da “crise ecológica” 
juntamente à noção de sustentabilidade a ela relacionada. Trabalhando com os conceitos de 
 
 
 
PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013). 
 
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tecnosfera, semiosfera e biosfera, alerta para o fato de que o desenvolvimento maciço da tecnosfera 
pode ser tanto um grande trunfo para sustentabilidade quanto um dos principais fatores ou canais 
para as piores formas de poluição já produzidas pela Modernidade: dissonância cognitiva, excesso 
de informação, hiper-consumo de media, déficit de atenção e falsa desmaterialização da economia, 
que encorajam a alienação dos sistemas de suporte de vida da biosfera, a ansiedade, a violência, um 
estado de desordem social e econômica e um divórcio generalizado da realidade. Para esse autor, o 
desafio ético para o futuro da tecnologia da informação e comunicação neste contexto não é tornar-
se uma atividade autotélica em que o objetivo é o uso da tecnologia em si. O desafio está em como 
lidar com o "conteúdo" das muitas correntes culturais que se sobrepõem na semiosfera, e, como em 
qualquer empreendimento ético, como definir as fontes de legitimidade para sustentabilidade, 
responsabilidade social e respeito à diversidade cultural. 
Esse conjunto de autores aponta, portanto, para a necessidade de aumentar o aspecto social 
do desenvolvimento econômico, mas alerta para contradições que precisam ser encaradas para levar 
essa proposta adiante. Uma delas é o fato de que ideais políticos importantes como liberdade 
individual, liberdades civis e direito à propriedade privada são baseados numa visão de que os 
recursos naturais são infinitamente renováveis; outra envolve a cumplicidade das grandes 
corporações multinacionais com a mentalidade ecológica simultaneamente à manutenção de 
sistemas produtivos insustentáveis; uma terceira, associada às anteriores, é a responsabilização dos 
indivíduos, em especial na sua faceta de consumidor, algo que, embora possa obter efeitos 
positivos, situa-se no unicamente no âmbito da cadeia produtiva e não possui sustentação sem 
mudanças estruturais de grande monta. 
Sustentabilidade, responsabilidade social empresarial e a disputa pela enunciação do espaço público 
A preocupação com o social, entrelaçada à ótica gerencial, desenvolveu-se historicamente, 
constituindo o campo de estudos Business and Society, tradicional na área de administração, 
sobretudo nos EUA, a partir da década de 60, buscando a compreensão da relação entre empresa e 
sociedade como continuidade e não como antagonismo. A negação do antagonismo insere, contudo, 
o discurso da responsabilidade social empresarial, recentemente incorporado no guarda-chuva da 
sustentabilidade, num embate marcado por disputas e convergências, mencionado no início deste 
texto, que tem de um lado, as forças comprometidas prioritariamente com o mercado e, de outro, as 
forças engajadas nas formas de participação e afirmação de direitos. 
Dagnino (2004) alerta para o fato de que as redefinições neoliberais reduzem o significado 
da cidadania a um entendimento individualista, estabelecendo sedutora conexão cidadania-mercado. 
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Ser cidadão passa a ser integrar-se ao mercado como produtor e consumidor, assim como ajudar os 
outros a “adquirir cidadania”. Uma concepção que lida com a pobreza, não como igualdade de 
direitos (como fazia o CONSEA – Conselho de segurança alimentar), mas como gestão, com apelo 
à solidariedade restrito à responsabilidade moral. Isso leva a autora a afirmar que a cidadania fica 
reduzida à solidariedade para com os pobres (hobby da classe média), em doações e caridade. 
Consideramos, nesse aspecto, que o discurso e as ações são bem mais sofisticados, com o uso da 
noção de “empoderamento” e franca oposição à caridade do discurso de setores mais “engajados”. 
Ressalte-se, ainda, que a distribuição de serviços e benefícios ocupa o lugar dos direitos e cidadania, 
ao mesmo tempo em que obsta a própria enunciação da questão política, completando a idéia da 
pobreza como denegação de direitos. Trata-se, portanto, de um Estado mínimo, complementado por 
concepção minimalista de política e democracia, restringindo espaço, participantes, processos, 
agenda e campo de ação da arena política. 
Para Paoli (2005), sob o prisma da participação, as ações de responsabilidade social 
empresarial e, mais recentemente, de sustentabilidade, são propostas conservadoras, pois, embora 
sensíveis às desigualdades, preservam hierarquias desiguais que reproduzem a desigualdade, 
criando cidadãos de segunda e terceira classes, dependentes da ação externa privada. Observamos, 
nas análises, que o discurso das empresas (e também de pesquisadores) incorpora essa crítica, ao 
propor o “empoderamento” de indivíduos e comunidades. A busca de autonomia esbarra, contudo, 
na não alteração das condições coletivas que permitiriam exercê-la. A idéia de uma cidadania 
“enredada” pelas empresas nos levou a avançar no entendimento das propostas empresariais que 
absorvem e reelaboram as críticas, de forma similar ao que ocorreu com a incorporação 
mercadológica de elementos da contracultura dos anos 60, descrita no livro The conquest of the cool 
de Thomas Frank (1997). Como lembra esse autor, os homens de terno cinza não eram monolíticos, 
como pensavam os opositores da época, mas sensíveis aos questionamentos, embora submetidos a 
uma lógica que convertia esses questionamentos em objetos de consumo. Acreditamos poder dizer o 
mesmo dasiniciativas empresariais ligadas à sustentabilidade. 
Reginatto (2007), entre outros, observa que o discurso da responsabilidade social descola 
cidadania de política, retirando da arena política e pública os conflitos distributivos e a demanda 
coletiva por cidadania e igualdade. Lisenberg (2006), Livingstone et al (2007) observam ainda a 
aproximação dos termos “cidadão” e “consumidor” e a figura do “cidadão-consumidor”. 
Oliveira e Vieira (2008) destacam que o discurso do desenvolvimento sustentável, pautado 
em mudanças nos padrões de produção e de consumo, apesar de apresentar uma aparente 
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preocupação com o “futuro do planeta” é construído sob as mesmas estruturas que mantém em 
funcionamento o atual (e criticado) modelo de sociedade de consumo. Os autores consideram que a 
conquista social da sustentabilidade a partir do consumo representa uma tentativa ilusório-
reformista de reafirmar o modelo social sob o qual vivemos. 
Hannah Arendt (2004) utiliza a expressão vita activa para compreender três atividades 
humanas fundamentais: o labor, atividade relacionada ao processo biológico de sobrevivência do 
indivíduo e da espécie, e cuja condição humana é a própria vida; o trabalho, que corresponde à 
produção de um mundo “artificial”, cuja condição humana é a mundanidade e o produto, o artefato 
humano; e a ação, única atividade exercida (que se exerce) diretamente entre os homens, sem 
mediação das coisas ou matéria, cuja condição humana é a pluralidade e, na medida em que se 
empenha em fundar e preservar corpos políticos, cria condição para a lembrança e para a história. A 
partir da literatura consultada e consideramos pertinente propor que as ações de responsabilidade 
social empresarial e sua conversão em práticas de sustentabilidade associam-se em linhas gerais a 
idéia de labor, adequada à produção e consumo cíclicos, e são refratárias a ação política, estranha ao 
modo empresarial de operar. Nesse sentido, as ações de sustentabilidade teriam a função de aliviar 
as tensões e permitir o fluxo “natural” da cadeia produtiva, sem interferir nas diferenças de poder e 
distribuição da riqueza. 
O caminho do consumo, por sua vez, como alerta Milton Santos (2007) deve ser percebido 
como apenas um dos papéis (e não o único) de um cidadão multidimensional; que possa exercer a 
liberdade essencial, que é a liberdade de dizer não, mostrar-se plenamente vivo e portador de 
existência ativa. 
Diante dessas questões Canclini (2005) acena com uma reconquista criativa dos espaços 
públicos, por meio da constituição de identidades que vão além do confronto bipolar entre classes, 
cuja relação não é apenas de oposição e combate, e possibilitam, mesmo de forma desequilibrada, 
espaços de negociação. 
Consideramos, portanto, que o reconhecimento das diferenças de poder e a desnaturalização 
de uma participação pautada unicamente pela cadeia produtiva - seja pela produção, seja pelo 
consumo - são elementos importantes para estabelecer um diálogo efetivo com as propostas 
empresariais de desenvolvimento sustentável. Propostas que, como vimos, não permitem 
interferência efetiva na pauta de decisões e estratégias, mas apenas o aperfeiçoamento das cadeias 
produtivas e o alívio das tensões sociais. Vale destacar, contudo, que dentro da ótica empresarial 
não poderíamos esperar outros caminhos além do aperfeiçoamento sustentável das cadeias 
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produtivas. A iniciativa de construção de espaços de discussão e articulação e de novas equações de 
poder só pode partir, portanto, de fora do ambiente das organizações. Como lembram Acselrad e 
Leroy (1999) somente uma expansão da democracia, onde outros atores políticos possam ter 
influências nas decisões políticas, pode levar a efetivação de uma sociedade sustentável, 
subordinando a técnica, a economia, aos valores e aspirações desses sujeitos sociais. 
Para finalizar lembramos que a problematização das noções de desenvolvimento, consumo e 
espaço público embutidas no conceito de sustentabilidade apontam para a dificuldade de levar a 
cabo a tarefa da cidadania, caso não queiramos reduzi-la ao que Sennett (2006, p.144-155) chama 
de “cidadão-como-consumidor”, que tende a distanciar-se quando as questões políticas tornam-se 
mais difíceis ou resistentes. 
Algo que acreditamos valer para o envolvimento com causas sociais, porque este 
envolvimento dá trabalho, mexe na rotina, causa desconforto etc. Como ilustra Branco (2002) ao 
analisar a parceria entre a Natura Cosméticos e a Escola Estadual Matilde Maria Cremm, tomada 
como um caso representativo das relações de cidadania empresarial na década de 90. No trabalho a 
autora traça o percurso do Programa Natura/Escola, entre 1994 e 1998, do contato inicial até o final 
da parceria, e a criação do Programa Crer para Ver, em 1998. Do relato observa-se a migração da 
relação rica, porém trabalhosa e conflituosa, da empresa com uma escola (Programa Natura/Escola, 
que serviu como uma espécie de projeto piloto), para a formatação das ações de acordo com a 
prática empresarial (Programa Crer para Ver), onde os recursos são gerados a partir da venda de 
produtos desenvolvidos por voluntários e os recursos são destinados a projetos selecionados, 
culminando num fórum anual, com visibilidade e peças de comunicação impressas e eletrônicas, 
para disseminar as boas práticas. A pesquisa de Branco (2002) mostra um quadro com pouco espaço 
para a negociação, onde as lógicas empresariais e educacionais não obtiveram compatibilidade, 
reforçando a necessidade de uma relação sem ingenuidades, e afirmando o risco de pautar as ações 
de parceria somente pelos interesses do setor produtivo. 
É mais fácil, certamente, consumir e doar cidadania do que estabelecer relações onde 
diferenças de poder e interesses divergentes sejam colocados na mesa. Esperamos ter com os 
autores e reflexões elencadas ter contribuído para trilhar o caminho mais difícil. Sobretudo porque o 
caminho fácil parece estar fundado num consenso perverso, cujas consequências e efeitos são 
distintos do que poderíamos esperar. 
Paulo
Paulo
 
 
 
PPGCOM ESPM – ESPM – SÃO PAULO – COMUNICON 2013 (10 e 11 de outubro 2013). 
 
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