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Aula nº. 18 - Crise no cumprimento da obrigação.

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CRI-SE (s. f.) 
1- Fase difícil na evolução de um processo ou situação; APURO; DIFICULDADE: crise econômica, crise matrimonial, crise cambial. [Ger. devido a descompasso entre os recursos e estruturas existentes e novas situações que se desenvolvem.] de... 
2- Estado de incerteza ou ruptura em relação a escolhas, crenças etc. (crise ideológica, crise de identidade) 
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XXIII- CRISE NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO 
PACTA SUNT SERVANDA. As obrigações surgem para ter existência mais ou menos efêmera, transitória, fugaz. Uma vez cumpridas exaurem seu papel no campo social, propiciando a circulação de riquezas, a criação de obras.
As obrigações cumpridas desempenham o papel dos vasos comunicantes. Alguém paga a outrem que, por sua vez, já tem compromissos a saldar com terceiros, e assim por diante. 
Uma obrigação descumprida ou mal cumprida, ou cumprida com atraso, pode contaminar todo o sistema, produzindo reflexos indesejáveis na vida social e econômica, situação que o direito precisa resolver.
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No cumprimento da obrigação
O pagamento da obrigação, quando exigível e não é efetuado, deixa aflorar um estado jurídico a ser examinado, embora a lei não se descuide das garantias do credor, mesmo antes de exigível a dívida.
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No cumprimento da obrigação
O INADIMPLEMENTO RELATIVO E A MORA
O inadimplemento relativo ocorre quando a obrigação é cumprida após a data aprazada, permitindo, contudo, ao credor, aproveitá-la. 
O inadimplemento relativo pode ocorrer sem que o devedor tenha culpa, entretanto, caso tenha responsabilidade pelo atraso no cumprimento da obrigação incorrerá na mora solvendi, e, neste caso, responderá pelos juros moratórios e pelos prejuízos a que der causa.
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DA MORA
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
CÓDIGO CIVIL
PARTE ESPECIAL
Livro I
Direito das Obrigações
Título IV
Do inadimplemento 
das Obrigações
Capítulo II
Da mora
Mo-ra (s. f.) 
1- Demora, delonga; prorrogação do prazo estabelecido para algo [Antôn.: antecipação, urgência.] 
2- Atraso na efetuação do pagamento de uma dívida, por culpa do devedor ...
ou por culpa do credor ;
3- Multa ou acréscimo por esse atraso; juro de mora.
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DA MORA DO DEVEDOR (Mora Solvendi)
O atraso no cumprimento da obrigação poderá decorrer de ato do credor, que não pode, não consegue ou não quer receber, que, em tais circunstâncias, incorrerá, independentemente de culpa, em mora accipiendi, cumprindo-lhe responder pelos danos e prejuízos a que der causa.
De salientar que a mora solvendi só poderá ocorrer em relação a obrigações exigíveis – obrigação líquida e certa com termo determinado. É a mora ex-re, que depende da própria coisa. O devedor moroso (aquele que por culpa ou dolo deixou de cumprir a obrigação na data aprazada) responde pelos prejuízos que a mora der causa.
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MORA DO DEVEDOR 
Debitoris vel solvendi – quando não efetua o pagamento no tempo ou no lugar convencionados; ou ainda, quando não cumpre a prestação pelo modo a que se obrigara. 
PRESSUPOSTOS:
I 	- Existência de dívida positiva e líquida;
II 	- Que essa dívida esteja vencida;
III	- Que a inexecução do devedor seja culposa;
IV 	- Que o devedor tenha sido interpelado de forma judicial ou extrajudicial.
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* A mora do devedor acarreta várias conseqüências jurídicas. A principal, porém é a sua responsabilização pelos danos causados ao credor.
** Em não havendo estipulação do vencimento, o devedor só pode ser havido como inadimplente após interpelação, notificação ou protesto.
Efeitos da mora do devedor
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DA MORA DO CREDOR
Creditoris vel accipiendi – quando se recusa a receber o pagamento no tempo e lugar indicados no título constitutivo da obrigação, exigindo-o por forma diferente ou pretendendo que a obrigação se execute de modo diverso.
PRESSUPOSTOS:
I	- Existência de dívida positiva e líquida;
II	- Que o devedor se ache em condições de fazer o pagamento;
III	- Que se ofereça, realmente, para efetuar o pagamento;
IV	- Que haja recusa do credor.
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 EFEITOS DA MORA ACCIPIENDI
I - Subtrai o devedor isento de dolo à res-ponsabilidade pela conservação da coisa;
II - Sujeita o credor a ressarcir as despesas realizadas com a conservação da coisa;
III - Obriga o credor a receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor respec-tivo oscilar entre o tempo do contrato e o do efetivo pagamento;
IV - Possibilita consignação judicial da coisa devida.
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XXIV
Da consignação em pagamento.
O devedor que quer saldar seu débito, quer cumprir a obrigação assumida, não pode esperar indefinidamente pela vontade do credor. Neste caso, para evitar controvérsias e demandas judiciais sobre o motivo pela qual a obrigação não foi cumprida na data aprazada, impõe-se ao devedor, como forma de desonerar-se do encargo, colocar o objeto da obrigação à disposição do credor mediante ação de consignação em pagamento.
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PURGAÇÃO DA MORA
É o ato pelo qual a parte que nela incorreu retira-lhe os efeitos futuros.
 A purgação da mora opera efeitos ex nunc, ou seja, para o futuro, respondendo, todavia, pelas cominações pretéritas – juros, correção monetária, perdas e danos, etc. – até o momento em que efetiva a purgação.
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XXV- DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO
Inadimplemento absoluto
Quando não há mais possibilidade no cumprimento da obrigação, a obrigação está descumprida. Opera-se a frustração da obrigação.
Não é apenas o descumprimento que caracteriza a frustração da obrigação. A avença pode deixar de ser cumprida pela prescrição ou pelo não implemento da condição, nas obrigações com cláusula condicional.
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XXV- DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO
ARTº. 389 – Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
O Código Civil assim dispõe:
Para que haja tal indenização, é essencial a culpa, eis que a responsabilidade contratual funda-se na culpa.
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INEXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO
Nos termos do que dispõe a legislação pátria, o devedor inadimplente é responsabilizado pelos danos que sua inadimplência der causa, entretanto, casos há em que o inadimplemento decorre de situações que refogem às forças humanas, cumprindo-lhe provar a ocorrência de tais fatos para ser liberado.
ARTº. 393 – O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito, ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
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EXONERAÇÃO DA EXCLUDENTE.
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Em se tratando de direito dispositivo, podem as partes convencionar que se exima o faltoso de fazer a reparação. Trata-se da cláusula de não indenizar.
 No parque de diversões, no ingresso contém anotação dizendo que a utilização dos aparelhos corre por conta e risco do usuário.
 Nos estacionamentos, quando o bilhete informa que não se responsabiliza por furtos ocorridos no interior dos veículos.
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PERDAS E DANOS. INDENIZAÇÃO.
Se houver inadimplemento, parcial ou total, surge o dever de indenizar. Indenizar é reparar o dano, o prejuízo.
Não basta, pois, que o devedor deixe, culposamente, de cumprir a obrigação. Deve existir um prejuízo, ou, pelo menos, uma redução nos lucros que auferiria se a obrigação tivesse sido cumprida. Os chamados lucros cessantes.
Por fim, deve existir um liame entre o inadimplemento da obrigação e o prejuízo – nexo de causalidade.
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LUCRO CESSANTE.
O lucro cessante é o que o credor razoavelmente deixou de lucrar. 
O critério do razoável é para ser examinado em cada caso concreto,
de forma prudente, pois a indenização não pode converter-se em enriquecimento indevido do credor.
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O dano moral não afeta o patrimônio econômico, mas afeta a mente, a reputação da vítima, a liberdade, a honra, a manifestação do pensamento, etc.
No dano moral, não há reparação do prejuízo, porém mais propriamente uma compensação.
Geralmente o descumprimento de um contrato não produz dano moral.
Dano moral. Cláusula de não indenizar
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