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4 comportamental claude 2016

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1 
Tópico 3 
Economia comportamental 
Varian, cap. 30 
 
Microeconomia III 
Departamento de Economia – UFF 
2 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
 Outras “anomalias” 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
3 
Introdução: o que é? 
 Trata-se do estudo de escolhas efetivamente 
realizadas por agentes econômicos 
 
 Objetivo: avaliar alcances e limites do modelo 
de escolha racional, que é a base da ciência 
econômica moderna 
4 
Introdução: o que é? 
 Economistas comportamentais têm 
demonstrado que o modelo de escolha 
racional não prevê tão bem o comportamento 
(ao menos em circunstâncias específicas) 
 Estas evidências indicam aos economistas em 
que aspectos o modelo de escolha racional 
deve ser aperfeiçoado 
 Em certo sentido, fronteira da pesquisa 
microeconômica 
5 
Introdução: reconhecimento 
 Área marginal em Economia até anos 1980… 
 Desde então, aumento de quantidade de artigos em 
periódicos acadêmicos 
 Capítulo do Varian: somente na 7a edição… 
 MWG, 1995: somente duas páginas… 
 Prêmio Nobel de Economia de 2002: 
1. Vernon Smith (EUA, 1927-): economia 
experimental 
2. Daniel Kahneman (Israel, 1934-): economia 
comportamental 
6 
Introdução: reconhecimento 
1. Vernon Smith: economia experimental 
 Sugere testar rigorosamente, em 
laboratório, previsões da teoria 
econômica 
 Estuda a interação entre agentes 
7 
Introdução: reconhecimento 
2. Daniel Kahneman: economia comportamental 
 Reabilita estudo da “economia da felicidade” 
 Estuda comportamento irracional de indivíduos 
 “Heurística”: atalhos usados pelas pessoas para 
tomar decisões sem fazer grande esforço intelectual 
 Em suma: reintroduz psicologia na economia 
 “Efeitos de contexto” 
 Ex: jogo com vidas ameaçadas 
 Importância de “normais sociais” 
 Ex: “preços justos” 
8 
Introdução: “CPR” 
 Pressuposto: quando alguém age, tem algum 
objetivo, é movido por alguma motivação 
 Isto vale tanto em abordagens “walrasianas” 
(convencionais) como em “não-walrasianas” 
(alternativas) 
 Elementos importantes para ação de indivíduos 
 As razões e o entendimento acerca de como realizar uma 
tarefa e de seus efeitos 
 Restrições e incentivos envolvidos 
 Pessoas agem, portanto, com base em crenças, 
preferências e restrições (CPR) 
 Gintis: “BPC” (beliefs-preferences-constraints) 
9 
Introdução: “CPR” 
 Crenças: trata-se de como o indivíduo 
enxerga a relação entre uma ação e um 
resultado 
 Relação pode ser trivial (jogo simples) ou 
complexa 
 Ex.: decisão de votar a favor ou contra política 
de redução de impostos  depende de crença 
quanto à efetividade da política 
 Da percepção sobre relação entre ação e 
resultado 
10 
Introdução: “CPR” 
 Preferências: são razões para se adotar certo 
comportamento 
 São atributos de um indivíduo que 
explicam a ação tomada em determinada 
situação 
 Gostos, hábitos, emoções, reações 
viscerais, compromissos, normas sociais, 
tendências psicológicas, relações afetivas… 
11 
Introdução: “CPR” 
 Preferências como “razões para se adotar certo 
comportamento” ≠ preferências de teorias convencionais, 
em suas duas versões: 
1. Utilitarismo clássico (Bentham): indivíduos hedonistas – 
maximizam utilidade (bem-estar) 
 Comportamento ~ persecução de bem-estar 
 Mas e quanto a vícios, erros, fraquezas…? 
2. Abordagem de preferência revelada: ordenamento de 
preferências não é mais do que uma descrição completa 
de um comportamento coerente 
 É vazio no que se refere às razões e aos motivos… 
 Psicologia e neurociência da escolha: irrelevantes… 
12 
Introdução: “CPR” 
 Bowles (2004) acredita que: 
 Uma versão particular de crenças e 
preferências constitui a base comportamental 
da teoria econômica convencional, incluindo: 
 Teoria da decisão individual num só período e 
sob certeza (micros I e II) 
 Extensão 1: escolha intertemporal 
 Extensão 2: escolha sob incerteza 
13 
Introdução: “CPR” 
 Estendido a situações de escolha sob incerteza 
e intertemporal, modelo convencional: 
 Conseguiria capturar aspectos importantes do 
comportamento humano 
 Combinando amplo leque de aplicações e 
tratabilidade matemática 
 Aparentemente impondo poucas restrições 
substanciais à análise de comportamentos, 
excluindo apenas casos desimportantes de 
incompletude e incoerências… 
14 
Introdução: “CPR” 
 MAS ISTO É FALSO!!! 
 (Em todo o caso, o é para Bowles) 
 A teoria econômica convencional: 
 Baseia-se numa teoria comportamental 
substantiva 
 Incorpora fortes pressupostos acerca do que 
importa para as pessoas e de como elas tomam 
suas decisões 
 Não apresenta bons resultados à luz de pesquisas 
comportamentais empíricas recentes 
 Particularmente no que se refere às duas “extensões” 
15 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
16 
“Preferências sociais” 
1. Dilema das Meliantes (ou dos Prisioneiros) 
2. Jogo do Ultimato 
 
17 
Dilema dos Prisioneiros 
 
Ponham-se no lugar de Maria 
Coluna: vocês delatariam 
Joana Linha ou não? 
 
Maria Coluna 
Não delatar Delatar 
 
Joana Linha 
Não delatar -1, -1 -10, 0 
Delatar 0, -10 -8, -8 
18 
Dilema dos Prisioneiros 
 Resultado esperado de acordo com o modelo de escolha racional 
 Delatar (não haver cooperação), pois é estratégia dominante, isto 
é, melhor escolha qualquer que seja a escolha alheia 
 Resultados: 
 Graduação 2009: 17 delações em 30 respostas (56,7%) 
 Mestrado 2010: 14 delações em 20 respostas (70%) 
 Graduação 2009 (Micro III e Eco Social): 41 delações em 63 
respostas (65,1%) 
 Graduação 1-2011 (Micro III): 13 delações em 19 respostas 
(68,42%) 
 Alguns não delatam (cooperam) 
 São irracionais!? 
19 
Dilema dos Prisioneiros 
 Evidências experimentais (mais de 1.000 
jogos recenseados somente até 1982!) 
mostram que muitas vezes há cooperação 
 Em função de valor dos ganhos, 
características dos jogadores (idade, 
gênero, cultura, personalidade…) 
 Às vezes, taxa de cooperação ultrapassa 
50% 
20 
Preferências sociais 
 Dilema do prisioneiro de uma rodada: taxa de cooperação 
é de 40-60%, apesar de não ser equilíbrio de estratégia 
dominante 
 Quando não cooperam, por que o fazem? 
 Porque é estratégia dominante? 
 Pois não gostam de se sentir lesados, para evitar riscos? 
 Quando cooperam, por que o fazem? 
 Pois têm preferências sociais? 
 As pessoas se preocupam com as demais (other-regarding) 
 As pessoas se preocupam com os motivos por trás dos 
resultados, das recompensas (process-regarding) 
21 
Jogo do Ultimato 
 Jogador 1 recebe R$1.000 e deve oferecer fração desta 
soma ao Jogador 2 
 Jogador 2 conhece montante que Jogador 1 deve repartir 
 Jogadores não se conhecem e não podem se comunicar 
 Jogador 1 faz uma ofertaao Jogador 2, que pode: 
 Aceitá-la. Neste caso, ele fica com o montante oferecido 
e o jogador 1 fica com o restante; 
 Recusá-la. Neste caso, nenhum dos dois jogadores 
recebe nada. 
1. Ponha-se na pele do jogador 1. Que valor (entre R$0 e 
R$1000) você escolhe? 
2. Você é agora o jogador 2 e descobre que o jogador 1 faz 
uma oferta de R$1. Você a aceita? 
22 
(0, 0) 
(5,5) 
(8,2) 
B aceita 
ou rejeita A oferece 
Bowles (2004: 112) 
apresenta 
variante do 
“Jogo do 
Ultimato” 
Aceita 
Rejeita 
(8,2) 
Rejeita 
(5,5) 
(0, 0) 
Aceita 
Jogo do Ultimato 
23 
Jogo do Ultimato 
 Resultados teóricos esperados: 
1. Jogador 2 teria interesse em aceitar 
qualquer oferta de valor positivo 
2. Em particular, se Jogador 1 oferecesse o 
mínimo possível, Jogador 2 teria interesse 
em aceitar 
3. Se Jogador 1 oferecesse zero: o Jogador 2 
seria indiferente entre aceitar ou não 
24 
Jogo do Ultimato 
1. Na condição de Jogador 1… 
 As pessoas oferecem, em média: 
 Graduação 2009: ~ 40% 
 Mestrado 2010: ~ 30% 
 Mestrado 2011: ~38% 
 Graduação 1-2011: ~37% 
 Proporção significativa de ofertantes propõe 50% 
 Pessoas que ficam com tudo (oferta de R$0 ou R$1): 
 Graduação 2009: pouquíssimos 
 Mestrado 2010: ~ 20% 
 Mestrado 2011: ~ 33% 
 Graduação 1-2011: ~16% 
25 
Jogo do Ultimato 
2. Na condição de jogador 2… 
 Graduação 2009: 2/3 rejeitam oferta de 
R$1 
 Mestrado 2010: 50% rejeitam-na 
 Mestrado 2011: 50% rejeitam-na 
 Graduação 1-2011: 68,42% rejeitam-na 
26 
Jogo do Ultimato 
 Resultados da literatura 
1. Na condição de jogador 1… 
 As pessoas oferecem, em média, 40% 
 Uma proporção significativa de ofertantes propõe 
50% 
 Muito poucos jogadores escolhem ficar com tudo 
2. Na condição de jogador 2… 
 Rejeitam-se em média duas vezes mais as ofertas 
menores ou iguais a 20% 
 Maioria recusa a oferta de R$1 
27 
Jogo do Ultimato 
 Resultados frequentemente interpretados como 
evidência de reciprocidade da parte do 
respondente 
 Versão simplista de auto-interesse invariavelmente 
posta em questão 
 Comportamento do ofertante mais complicado: 
 Respeito a normas de justiça? 
 Altruísmo? 
 Nesses casos, auto-interesse é desafiado 
 Ou meramente auto-interesse estratégico 
(antecipando reação do respondente)? 
28 
 Críticas à metodologia e respostas dos pesquisadores: 
1. “Baixos valores”  jogos com valores altos conduzem a 
resultados semelhantes 
2. “Jogadores não entenderam o jogo”  jogos jogados 
grande número de vezes conduzem a resultados 
semelhantes 
3. “Jogadores não tiveram tempo de se adaptar ao jogo, 
seguindo ‘receitas de bolo’ válidas para jogos repetidos”  
resultados semelhantes em experimentos com distinção 
entre jogos repetidos e de uma só rodada 
 De qualquer modo, ‘receitas de bolo’ não são compatíveis 
com modelo convencional de escolha racional, certo? 
Jogo do Ultimato 
29 
 Qualquer que seja a interpretação dos 
resultados do Jogo do Ultimato, o fato é que 
preocupação com os demais (other-regarding 
motives) e com os processos (process-
regarding) parecem ter importância 
 Mas não é só isso: variações nas regras do 
jogo, na maneira de apresentar o jogo, ou no 
contexto em que foram jogados conduzem a 
resultados diferentes, conforme a tabela a 
seguir (Bowles, 2004: 114) 
Jogo do Ultimato 
30 
Fonte: Bowles (2004: 114) 
31 
Outras “anomalias” 
1. Creches em Haifa: “uma multa é um preço” 
 (Gneezy e Rustichini, 2000; tb. discutido em 
Freakonomics) 
 Pais atrasados para buscar filhos na creche 
 Seis creches: multa = função crescente de 
atraso 
 Uma creche: controle 
 Expectativa: aumento de pontualidade 
média nas creches tratadas 
32 
Outras “anomalias” 
 Resultados: 
 Redução da pontualidade média 
 Após retirada de multa (20 semanas), 
pontualidade média não voltou aos níveis 
pré-multa 
 Controle: não houve alteração na 
pontualidade média 
 
33 
Outras “anomalias” 
 Efeito da multa: de violação a uma obrigação, o 
atraso passou a ser mercadoria com preço 
 Retirada da multa: não restaurou obrigação que 
existia antes da multa 
 Só tornou “preço do atraso”… igual a zero! 
 Resultados importantes: 
 Pois contrariam previsões da economia 
convencional 
 Para desenho de contratos e políticas econômicas 
34 
Outras “anomalias” 
2. Por que um indivíduo se preocupa em votar, uma 
vez que a probabilidade de que seu voto seja 
decisivo tende a zero? 
 
3. Por que certos eleitores votam a favor de partidos 
pró-redistribuição, quando a probabilidade de que 
fiquem pobres é praticamente zero? 
 
4. Incentivos coletivos (para equipes) efetivos 
mesmo quando ganhos são divididos entre tantas 
pessoas, que o ganho individual é irrisório… 
35 
“Preferências sociais” 
 Ao agir, indivíduos levam em conta as 
consequências de sua ação, não somente para si 
mesmos, mas para outros também 
 Consequências são importantes, bem como motivos 
 Ex: reciprocidade (e retaliação) 
 Mesmo em interações de uma só rodada, em que 
comportamentos de generosidade ou punição não 
trazem nenhum ganho ao indivíduo 
 Outras “preferências sociais”: aversão à 
desigualdade, inveja, despeito, altruísmo 
36 
“Preferências sociais” 
 Contraste com pressupostos convencionais: 
comportamento do indivíduo totalmente explicado 
pelo (vago) termo “auto-interesse” 
 Preferências auto-interessadas, definidas apenas 
com relação a resultados (outcomes) 
 Auto-interesse na economia convencional: 
 Confundido com racionalidade 
 Tratado como axioma 
 Racionalidade não implica auto-interesse  pode-se 
ter preferências altruístas ou masoquistas que sejam 
transitivas e completas (isto é, racionais) 
37 
“Preferências sociais” 
 Maiores evidências de que preferências 
sociais (other-regarding, process-
regarding) existem não vêm de 
experimentos, mas sim de 
comportamentos observados no mundo 
real… 
 … inexplicáveis apenas pelo auto-interesse 
38 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
39 
Efeitos de contextualização 
 A contextualização de um problema de 
escolha (como ele é apresentado) afeta 
fortemente a escolha resultante 
 Diferentemente do que previa a teoria 
microeconômica vista até aqui... 
40 
 600 vidas estão ameaçadas 
 Ação (a) salva 200 vidas 
 Ação (b) salva todas as 
600 vidas com 
probabilidade 1/3 e não 
salva nenhuma com 
probabilidade 2/3 
 600 vidas estão ameaçadas 
 Ação (c) é ineficaz para 
400 pessoas 
 Ação (d) é ineficaz para 
600 pessoas com 
probabilidade 2/3 e eficaz 
com probabilidade 1/3 
Efeitos de contextualização 
Estes problemas são idênticos, exceto pela forma como são 
contextualizados. Contudo, as escolhas mais comuns (em 
destaque) são diferentes. 
41 
Efeitos de contextualização 
 600 vidas estão ameaçadas 
 Ação (a) salva 200 vidas 
 Ação (b) salva todas as 600 vidas com probabilidade 1/3 e 
não salva nenhuma com probabilidade 2/3 
 Qual ação você escolheria: (a) ou (b)? 
 Respondem (a): 
 Graduação 2009: 56,3% 
 Mestrado 2010: 60% 
 Mestrado 2011: 69% 
 Graduação 1-2011: 80% 
 Micro III - noturno: 64,0% (16 obs. em 25)42 
Efeitos de contextualização 
 600 vidas estão ameaçadas 
 Ação (c) é ineficaz para 400 pessoas 
 Ação (d) é ineficaz para 600 pessoas com probabilidade 2/3 
e eficaz com probabilidade 1/3 
 Qual ação você escolheria: (c) ou (d)? 
 Respondem (d): 
 Graduação 2009: 76,5% 
 Mestrado 2010: 70% 
 Mestrado 2011: 58% 
 Graduação 1-2011: 55,55% 
 Micro III – diurno: 20,00% (3 obs. em 15) 
 Resultado inesperado... 
43 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
44 
Incerteza 
 A lei dos grandes números diz que a média de 
uma amostra aleatória – suficientemente grande – 
retirada de uma população tem grandes chances 
de ser muito próxima da média da própria 
população 
 Kahneman e Tversky sugerem uma “lei dos 
pequenos números”: as escolhas de um 
indivíduo são fortemente influenciadas pelos 
resultados de uma amostra pequena, 
especialmente se a amostragem contempla 
experiências pessoais do indivíduo 
45 
Incerteza 
 Por que as pessoas apostam em bingos ou cassinos, se elas 
sabem que bingos ou cassinos têm grandes lucros, enquanto, 
em média, os apostadores perdem dinheiro? 
 Muitas pessoas que compram bens semi-duráveis 
(eletrodomésticos, TVs etc.) adquirem também um seguro 
contra falhas (=“garantia”), que é válido durante a etapa 
inicial de uso do bem… 
 … embora seja muito baixa a probabilidade de que falhas 
ocorram nesse período, e o valor esperado de estar 
assegurado seja menor do que o preço do seguro 
 Há evidências de que pessoas atribuem grande peso a 
eventos com baixíssima probabilidade – algo incompatível 
com o modelo de escolha baseado na utilidade esperada 
46 
Preferências dependentes da 
situação: risco 
 Problemas da abordagem tradicional: 
1. Desconsidera aversão às perdas 
2. Concavidade da função de utilidade 
esperada não capta razões pelas quais as 
pessoas: 
 Evitam apostar: medo, ansiedade, remorso, 
vergonha… 
 Decidem apostar: gostam de certos tipos 
particulares de risco, como jogar ou dirigir 
perigosamente… 
47 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
48 
Auto controle – desconto… 
 Hoje, você está certo de que quer parar 
de fumar – e você o faz 
 Porém, amanhã, recomeça a fumar… 
 Sua resolução de ano novo – sincera! – é 
fazer mais exercícios no ano que entra 
 Mas você não faz… 
49 
Auto controle – desconto… 
 O modelo de escolha racional parte do 
pressuposto segundo o qual suas 
preferências: 
 São conhecidas por você 
 Não mudam ao longo do tempo 
 Sendo assim, uma decisão tomada sobre 
o comportamento futuro não deveria ser 
alterada conforme o tempo passa! 
50 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Abordagem convencional de escolha 
intertemporal: se uma pessoa é indiferente entre 
um montante x hoje ou 2x daqui a um ano, 
deveria ser também indiferente entre x daqui a 
20 anos ou 2x daqui a 21 anos 
 “Estacionariedade”: a forma através da qual uma 
pessoa avalia dois estados não deveria depender, 
nem de “onde”, nem de “quando” ela se 
encontra 
51 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 R$1 dentro de um mês usualmente tem menos valor para uma 
pessoa do que R$1 agora 
 Se valor de R$1 oferecido à pessoa dentro de um mês é R$δ < 
R$1, então seu fator de desconto mensal é δ < 1 
 
 
 O valor presente de R$1 a ser recebido dentro de dois meses 
deveria ser hoje δ×R$δ = R$δ2 
 De modo mais geral, o valor presente de R$1 a ser recebido dentro 
de t meses deveria ser R$δt 
 Isto é o desconto exponencial 
r1
1
+
=δ
52 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Desconto exponencial: o valor presente de R$1 a ser 
recebido dentro de t meses é hoje R$δt 
53 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Coerência dinâmica: forma de atribuir valor a custos e benefícios 
futuros não muda com o passar do tempo 
 Uintertemporal = u(c1) + δ.u(c2) + δ2.u(c3) + … 
 TMS12= δ.UMc2/ UMc1 
 TMS23= δ2.UMc3 / δ.UMc2 = δ.UMc3 / UMc2 
 Portanto, a taxa à qual o consumidor está disposto a 
substituir consumo no período 2 por consumo no período 3 é 
a mesma, vista da perspectiva do período 1 ou do período 2 
 “Estacionariedade” ou “coerência dinâmica” 
 Isto deveria valer para a troca intertemporal entre 
quaisquer dois períodos t e t + 1 
54 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Abordagem convencional de escolha intertemporal 
 Contraintuitiva 
 Refutada por evidências comportamentais 
 “People exhibit a systematic tendency to discount the 
near future at a higher rate than the distant future.” 
(Gintis, 2009: 9) 
 Para a maioria das pessoas, um atraso agora é muito 
mais penoso do que um atraso equivalente no futuro 
 desconto hiperbólico 
 Divirtam-se com escolha intertemporal de crianças: 
http://www.youtube.com/watch?v=_BAl5VXMgT0 
55 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Desconto hiperbólico: um estado no período t 
não é descontado à taxa δt, mas sim à taxa: 
 δ(t) = (1 + αt)-β/α, onde α, β > 0 
 Para altos valores de α, o valor do futuro declina 
rapidamente no futuro próximo, e passa a 
declinar suavemente mais à frente 
56 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
Descontos
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
Tempo
De
sc
on
to
Exponencial
Hiperbólico com alfa=0,2 e
beta=0,1
Hiperbólico com alfa=0,3 e
beta=0,1
Hiperbólico com alfa=0,05 e
beta=0,1
57 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Descontadores hiperbólicos podem exibir reversão de 
preferências 
 Sejam duas recompensas A e B, de valores 
diferentes, entregues em momentos diferentes 
 Indivíduo pode preferir A a B no presente, mas B 
a A no futuro 
 Exemplo: A = “x no momento t=k”, B = “2x no ano 
t=k+1”; 
 Pessoa prefere A a B quando k=1 
 Pessoa prefere B a A quando k=20 
58 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Exemplo de Gintis (2009: 9-11) 
zt (em $) t (em dias) u = z/(t+1) 
 x 10 0 10 x preferido a y 
 y 11 7 1,375 
 
 x 10 365 0,027 y preferido a x 
 y 11 372 0,029 
59 
Desconto exponencial versus 
desconto hiperbólico 
 Para período noturno: o que você prefere? 
a) Acabarmos a aula de hoje 20 minutos mais cedo – 
Proporções: 24,0% (6 em 25) 
 Resultado inesperado... 
b) Acabarmos a próxima aula 40 minutos mais cedo – 
Proporções: 76,0% 
 Para período diurno: o que você prefere?: 
a) Acabarmos a aula de terça-feira da semana que vem 20 
minutos mais cedo – 26,67% (4 em 15) 
b) Acabarmos a aula de quinta-feira da semana que vem 20 
minutos mais cedo – 66,67% 
c) Indiferente – 6,67% 
60 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos decontextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
61 
Efeitos de ancoragem 
 Efeitos de ancoragem são os efeitos de informação 
aparentemente irrelevante sobre escolhas 
 Um jogo de azar simples: 
 Duas moedas são jogadas para o alto 
 Você ganha a aposta se a face superior de ambas as 
moedas forem iguais (ambas cara ou ambas coroa) 
 Portanto, em cada jogada, você tem 50% de chances de 
ganhar e 50% de perder 
 Cada jogada é um evento independente 
 Apesar disso, constatou-se que um jogador que tenha 
acabado de ganhar tem mais chances de continuar apostando 
do que um jogador que tenha acabado de perder 
62 
Efeitos de ancoragem 
 Com frequência, escolhas iniciais inferiores 
persistem 
 Você começa a trabalhar e tem direito a um seguro 
de saúde [no contexto dos EUA] 
 Embora a seguradora inicial não seria a 
preferida numa escolha em condições ideais, 
muitas pessoas nunca mudam de seguradora 
 O modelo de escolha racional prevê que escolhas 
inferiores (dominadas) serão imediatamente 
substituídas 
63 
Demasiadas opções? 
 Você poderia achar pior ter um número maior de 
opções do que ter um número menor de opções? 
 O modelo de escolha racional diz que não 
 O plano de prescrição de medicamentos do Medicare 
[saúde para idosos nos EUA] oferece mais de mil 
opções de seguro complementar: 
 A maioria dos beneficiários queixa-se de que não sabe 
como escolher 
 Muitos prefeririam ter menos opções! 
 Quantas opções você gostaria de encontrar no cardápio 
de um restaurante? Quanto esforço (=custo) você está 
disposto a exercer a fim de escolher a sua refeição? 
64 
Preferências endógenas 
 Você já experimentou comidas ou bebidas desconhecidas? 
 Se um viciado em cocaína pudesse voltar no tempo até o 
momento em que ele experimentou cocaína, porém sabendo 
o que ele agora sabe sobre drogas e vício, será que ele 
provaria a droga? 
 De acordo com o modelo de escolha racional, tais 
experimentos são irrelevantes, porque se assume que você já 
conhece perfeitamente suas preferências [inclusive as 
intertemporais] 
 Portanto, não haveria porquê “refletir” ou “aprender” 
sobre preferências, nem “descobri-las”! 
65 
Custos irrecuperáveis 
 É comum que uma pessoa que deseja vender sua 
casa queira “recuperar” os recursos usados para 
comprar e melhorar a casa – isto é, recuperar 
custos irrecuperáveis ou sunk costs… 
 Muito embora os compradores não deem 
importância às despesas passadas dos 
vendedores! 
 O modelo da escolha racional prediz que 
comportamento corrente ou futuro não deveria ser 
influenciado por custos passados 
66 
Níveis de confiança 
 Homens tendem (em média) a ser mais confiantes 
sobre suas decisões do que mulheres 
 Homens tendem (em média) a achar que seu 
sucesso sempre resulta de suas próprias 
capacidades e habilidades (e não do acaso ou da 
sorte), tornando-se excessivamente confiantes 
 Mulheres tendem (em média) a ser mais realistas 
 Homens tendem (em média) a ser mais propensos ao 
risco do que mulheres 
 A teoria da escolha racional assume que o gênero 
não tem efeito na tomada de decisão 
67 
Programa do capítulo 
1. Introdução 
2. “Preferências sociais” 
 Dilema dos Prisioneiros 
 Jogo do Ultimato 
3. Efeitos de contextualização 
 “Jogo das vidas ameaçadas” 
4. Incerteza 
5. Desconto exponencial versus desconto hiperbólico 
6. Apanhado de outras evidências 
 Efeitos de ancoragem, custos incorridos, demasiadas opções, 
preferências endógenas, níveis de confiança 
7. Economia comportamental: balanços 
8. Leituras complementares para parte 1 do curso 
68 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Varian) 
 Jogador de basquete não precisa descrever equação 
da trajetória da bola para ser bom arremessador 
 (~ Maçã não precisa conhecer a “lei da gravidade” 
para cair da árvore, e ainda assim não se contesta 
tal lei) 
 Agentes econômicos podem se sair bem – 
“intuitivamente” – no mundo econômico, mesmo sem 
fazer sofisticados raciocínios e cálculos mentais 
 Comportam-se “como se” os fizessem… 
 
69 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Varian) 
 As ciências avançam por meio da modificação de 
teorias quando se acumulam evidências de 
inadequações das teorias correntes 
 O modelo de escolha racional é uma dessas 
teorias 
 A importância da economia comportamental consiste 
em apontar fraquezas do modelo de escolha racional 
 De modo a redirecionar os economistas para onde 
melhorias deveriam ser feitas 
 Aprimorando, assim, a ciência econômica [será!?] 
70 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Pessoas reproduzem em laboratório comportamentos 
que apresentam em contextos naturais? 
1. Relação entre jogos reais e experimentais é complexa; 
não se postula que haja correspondência estreita entre 
os dois tipos 
2. A situação de um jogo, as instruções do aplicador, 
todo o ambiente de um jogo – tudo isto forma um 
contexto específico, que pode criar efeitos próprios 
71 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Pessoas reproduzem em laboratório comportamentos 
que apresentam em contextos naturais? 
3. Experimentos não revelam a “essência da natureza 
humana”; simplesmente mostram que: 
1. Comportamentos comuns em interações sociais 
genéricas podem ser explicados por preferências 
sociais 
2. Violações do axioma de auto-interesse não são 
resultado das especificidades de alguns exemplos 
particulares 
72 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Em resposta, economistas têm procurado reformular 
função de utilidade, a fim de que seja: 
 Parcimoniosa, simples, matematicamente tratável 
 E que explique, não apenas uma “anomalia 
experimental” detectada, mas todas elas 
 Ingredientes: 
 Auto-interesse 
 Altruísmo 
 Despeito ou inveja 
 Preocupação com justiça (fair-mindedness) 
 Reciprocidade 
73 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Exemplo 1 (Fehr e Smith, 1999): 
Ui = πi – δimax(πj – πi, 0) – αimax(πi – πj, 0) 
 πi: recompensa material do próprio indivíduo 
 πj: recompensa material do outro indivíduo 
 πj – πi: diferença entre recompensas alheia e própria 
 πi – πj: diferença entre recompensas própria e alheia 
 δi ≥ αi: aversão à diferença entre recompensa alheia 
e própria tem peso maior que aversão à diferença 
entre recompensa própria e alheia 
74 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Para determinados valores dos parâmetros, 
esta função é compatível com 
comportamentos observados nos 
experimentos: 
 Ofertas maiores do que 0 no Jogo do Ultimato 
 Recusa de ofertas baixas demais no mesmo 
jogo 
 Nível alto de cooperação no Dilema dos 
Prisioneiros de uma rodada 
75 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Evidências de que reciprocidade e aversão à 
desigualdade são motivações usuais não equivale a 
dizer que as pessoas são irracionais 
 Altruísmo parece respeitar transitividade 
 Evidências mostram que pessoas respondem a preço da 
generosidade (são mais generosos quando o custo de 
doar é menor) – maximizam sob restrição, como na 
teoria microeconômica convencional 
 Escolha racional não requer que escolhas proporcionem 
aumento de bem-estar (comportamentos destrutivos 
podem ser racionais) 
 Erro de desempenho (performance error) pode ser 
eliminado via informação, instrução 
76 
Economia comportamental: 
balanço(cf. Bowles) 
1. Portanto, a importância de motivações 
concernentes aos demais não desafia a 
racionalidade, mas sim sugere que, no 
mínimo, os argumentos da função de 
utilidade deveriam ser expandidos, incluindo 
preocupação com os demais 
77 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
2. Evidências experimentais sugerem que formulação 
adequada deve levar em conta heterogeneidade 
comportamental 
 Exemplo (Loewenstein et al. 1989): 
 22% “santos”: sempre preferem igualdade; nunca 
gostam de receber mais do que outros 
 39% “leais”: preferem igualdade em relações 
neutras ou positivas, mas buscam desigualdade 
vantajosa em relações negativas 
 29% “impiedosos”: sempre preferem ficar à frente 
dos demais, em qualquer tipo de interação 
78 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
 Portanto, não se trata de substituir Homo 
economicus por Homo sociologicus, mas sim de 
desenvolver quadro de análise que permita 
incorporar mais heterogeneidade comportamental 
 (Algo que vá além de: 
 Cobb-Douglas vs. Substitutos perfeitos etc. 
 Maior ou menor grau de paciência intertemporal 
 Maior ou menor aversão ao risco) 
79 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Bowles) 
3. Versatilidade entre indivíduos também deve ser 
modelada: pessoa pode ter um comportamento 
num tipo de situação e outro(s), em outra(s) 
 “(…) evidence that people have different rates of 
discount for different types of outcomes.” (Gintis: 11) 
 
4. Preferências são aprendidas e modificadas com a 
experiência; não são exogenamente dadas (a isto, 
Bowles dá o nome de “plasticidade”) 
80 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: xvi) 
 “Economic theory has been particularly compromised 
by its neglect of the facts concerning human 
behavior. This situation became clear to me in the 
summer of 2001, when I happened to be reading a 
popular introductory graduate text on quantum 
mechanics, as well as a leading graduate text on 
microeconomics. (…)” 
 “The [physics] text continued, page after page, with 
new anomalies (…) and new, partially successful, 
models explaining the anomalies. (…)” 
81 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: xvi) 
 “By contrast, the microeconomics text, 
despite its beauty, did not contain a single 
fact in the whole thousand-page volume. 
(…)” 
 “A bounty of excellent economic theory was 
developed in the XXth century in this manner. 
But, the well has run dry. (…)” 
82 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: xvi) 
 “(…) empirical evidence challenges the very 
foundations of both classical game theory and 
neoclassical economics.” 
 “Future advances in economics will require 
that model-building dialogue with empirical 
testing, behavioral data-gathering, and 
agent-based models.” 
83 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: xvii) 
 “Physicists generally believe that rigor is the 
enemy of creative physical insight and they 
leave rigorous formulations to the 
mathematicians.” 
 “The economic theorist’s overevaluation of 
rigor is a symptom of their underevaluation of 
explanatory power.” 
84 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: 29) 
 “Should we expect people to conform to the 
axioms of choice theory (…)?” 
 “Where we know that individuals are really 
optimizing, and have expertise in decision 
theory, we doubtless should.” 
 “But this applies to a highly restrictive range 
of actions. In more general settings we 
should not.” 
85 
Economia comportamental: 
balanço (cf. Gintis, 2009: 29) 
 “(…) human beings did not evolve facing 
general decision-theoretic problems.” [Aqui, ele 
questiona argumento darwinista simplista]. 
 “Rather, they faced a few specific decision-
theoretic problems associated with survival in 
small social groups.” 
 “We may have to settle for modeling these 
specific choice contexts to discover how our 
genetic constitution and cultural tools interact 
in determining choice under uncertainty.” 
86 
Parte 1: leituras 
complementares 
Em português: 
 Pindyck R.S. e Rubinfeld D. (2000)  algumas seções 
dos caps. 5 e 15 
 Seção 15.7: investimento em capital humano 
 Giannetti, E. O valor do amanhã. Ensaio sobre a 
natureza dos juros. São Paulo: Companhia das Letras, 
2005.  Partes 2 e 3 
 Bianchi, A.M.; G.A.S.Filho (2001), “Economistas de 
avental branco: uma defesa do método experimental na 
economia”, Revista de Economia Contemporânea, Rio 
de Janeiro, 5(2), 129-154. 
87 
Parte 1: leituras 
complementares 
Em inglês (leituras difíceis): 
 Mas-Collel, Whinston, and Green (1995). Microeconomic 
Theory. Oxford: Oxford University Press  pp. 7 e 8 
 Bowles, S. (2004), Microeconomics: behavior, institutions 
and evolution, Princeton: Princeton University 
Press.Bowles, S. (2004)  cap. 3 
 Gintis, H. (2009) The Bounds of Reason: Game Theory 
and the Unification of the Behavioral Sciences, Princeton: 
Princeton University Press  prólogo e cap. 1  texto 
muito avançado 
	Tópico 3�Economia comportamental�Varian, cap. 30
	Programa do capítulo
	Introdução: o que é?
	Introdução: o que é?
	Introdução: reconhecimento
	Introdução: reconhecimento
	Introdução: reconhecimento
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Introdução: “CPR”
	Programa do capítulo
	“Preferências sociais”
	Dilema dos Prisioneiros
	Dilema dos Prisioneiros
	Dilema dos Prisioneiros
	Preferências sociais
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Jogo do Ultimato
	Número do slide 30
	Outras “anomalias”
	Outras “anomalias”
	Outras “anomalias”
	Outras “anomalias”
	“Preferências sociais”
	“Preferências sociais”
	“Preferências sociais”
	Programa do capítulo
	Efeitos de contextualização
	Efeitos de contextualização
	Efeitos de contextualização
	Efeitos de contextualização
	Programa do capítulo
	Incerteza
	Incerteza
	Preferências dependentes da situação: risco
	Programa do capítulo
	Auto controle – desconto…
	Auto controle – desconto…
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Desconto exponencial versus desconto hiperbólico
	Programa do capítulo
	Efeitos de ancoragem
	Efeitos de ancoragem
	Demasiadas opções?
	Preferências endógenas
	Custos irrecuperáveis
	Níveis de confiança
	Programa do capítulo
	Economia comportamental: balanço (cf. Varian)
	Economia comportamental: balanço (cf. Varian)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Bowles)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis, 2009: xvi)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis, 2009: xvi)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis, 2009: xvi)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis, 2009: xvii)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis, 2009: 29)
	Economia comportamental: balanço (cf. Gintis,2009: 29)
	Parte 1: leituras complementares
	Parte 1: leituras complementares

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