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ALTERAÇÕES POST MORTEM

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ALTERAÇÕES POST-MORTEM 
São alterações que ocorreram no cadáver (e que não ocorreu enquanto o animal estava vivo). 
Tais alterações podem ser bioquímicas, estruturais e morfológicas. É importante para que se 
possam distinguir quais as lesões ante-mortem e o horário estimado em que a morte ocorreu. 
Patologia forense: Ramo da medicina que visa determinar a causa da morte e/ou lesões. É uma 
ferramenta importante na veterinária para diagnosticar maus tratos. 
Tanatologia: [Tanatos: deus grego da morte; logia: estudo] É o estudo científico da morte. É a 
ciência que estuda as mudanças corporais que acompanham o período após a morte. 
Cronotanatognose: [Cronos: deus do tempo; Tanatos: deus da morte; gnosis: conhecimento] É 
a parte da tanatologia que estuda os meios de determinação do tempo transcorrido entre a 
morte e o exame necroscópico. 
Morte: Pode ser definida quando há a perda da consciência, parada cardiorrespiratória, perda 
dos reflexos e há a ausência do tônus muscular (todos ao mesmo tempo). 
Alterações que não modificam o aspecto geral do cadáver: 
Imediata :Exemplos: Insensibilidade, imobilidade, inconsciência e parada cardiorrespiratória. 
Consecutivas: Desidratação, resfriamento... 
 
Alterações bióticas (transformativas): Alterações que modificam o aspecto geral do cadáver 
dificultando as análises dos achados macroscópicos (decomposição), elas podem ser: 
Destrutivas: Digestão enzimática, putrefação e maceração. 
Conservativas: Mumificação. 
 
A mumificação ocorre por falta de umidade, o que incapacita as células de sobreviverem e se 
proliferarem causando putrefação. 
 
Autólise Heterólise (putrefação) 
Destruição tecidual por enzimas proteolíticas 
sintetizadas pelo próprio tecido. Ocorre 
mais rapidamente em órgãos que 
normalmente contém muitas enzimas 
proteolíticas como o estômago 
(pepsinogênio*) pâncreas (suco pancreático 
[tripsinogênio e quimiotripsinogênio]) e a 
vesícula biliar que armazena bile (sais 
biliares). 
 
Ocorre a ação de enzimas proteolíticas 
provenientes de bactérias saprófitas (que se 
alimentam de material em decomposição) 
normalmente presentes no intestino dos 
animais. 
 
 
*As enzimas terminadas em “gênio” estão na sua forma inativa e precisam ir para o seu sítio-
alvo ou ter interações com outras substâncias para serem ativados, mas durante a morte a 
hipóxia irá acidificar o meio (ver a parte de “Rigor mortis”) o que ativará essas enzimas. 
 
Alterações microscópicas da autólise: 
Perda dos limites celulares, diminuição da afinidade tintorial e ausência de inflamação. 
 
 
 
Fatores que influenciam na velocidade das alterações: 
• Temperatura: Quanto maior a temperatura, mais rápido iniciará e ocorrerá as 
alterações. 
• Tamanho: Quanto maior o animal, mais difícil será o seu resfriamento e, 
consequentemente, mais rapidamente ocorrerá o início das alterações. 
• Estado nutricional: Quanto maior a reserva de glicogênio celular, maior será o tempo 
até o Rigor mortis. 
• Cobertura tegumentar: Pêlos, penas, lã e cobertura adiposa aceleram as alterações 
cadavéricas. 
• Causa mortis: Septicemias e infecções clostridianas aceleram as alterações. 
 
Algor mortis (Arrefecimento cadavérico, frialdade cadavérica, frigor mortis):Esfriamento do 
cadáver por conta da interrupção das atividades metabólicas e do esgotamento das fontes 
energéticas. 
 
O que ocorre: Resfriamento gradual até o corpo atingir a temperatura ambiente (velocidade: 
aproximadamente 1°C /hora). 
 
Quando ocorre: Imediatamente após a morte. 
 
Livor mortis (Hipostase cadavérica, mancha cadavérica, lividez cadavérica): Manchas róseas, 
ou violetas que aparecem em partes do corpo que estavam em contato com a superfície. Os 
rins e pulmões, podem indicar qual parte estava mais inferior no cadáver. 
 
O que ocorre: Após a parada da circulação o sangue não coagulado, por meio da gravidade, irá 
se direcionar para as partes mais baixas do cadáver o que formará as manchas. 
 
Quando ocorre: Entre 2- 4 horas após a morte. 
 
 
Rigor mortis (Rigidez cadavérica): Após um estágio inicial de relaxamento muscular, ocorre um 
estado de rigidez e retração muscular sendo impossível realizar movimentos passíveis às 
articulações com duração de 12-24 horas. 
 
Quando ocorre: Entre 2-4 horas após a morte (isso depende do estado nutricional e a causa da 
morte). 
P.ex.: Animais com caquexia ou inanição extrema ou com Carbúnculo hemático (Bacillus 
anthracis) não apresentam Rigor. 
 
Por ser um músculo com atividade interrupta, não há reserva de glicogênio no coração, motivo 
de ser o primeiro a entrar em Rigor. 
 
O que ocorre: 
• Pré rigor: Inicialmente, o músculo encontra-se relaxado, pois há estoque de glicogênio 
(que mantém o relaxamento). 
 
Com a hipóxia, haverá o metabolismo anaeróbico de glicose (glicólise anaeróbica) 
resultando em aumento de ácido lático (substrato final), o que diminuirá o pH. A 
diminuição do pH causa inativação gradual do complexo troponina (proteínas responsáveis 
por remover íons de Ca++, impedindo a ligação da miosina e actina), levando a um 
aumento da atividade miosina-ATPase e acelera a hidrólise do ATP;Após esgotamento das 
reservas de glicogênio e creatina fosfato, ocorre rápida diminuição da concentração de 
ATP e seu efeito de relaxamento sobre as fibras musculares desaparece. Não há mais 
retirada de íons cálcio do citoplasma. Há a fase de Rigor. 
• Rigor: Após a depleção do glicogênio e ATP, haverá uma forte ligação entre a actina e a 
miosina, o que causará a rigidez muscular. 
 
• Pós rigor: Por meio de enzimas proteolíticas, haverá a destruição da actina e miosia 
resultando em relaxamento das articulações e músculos. 
 
 
Coagulação sanguínea: 
• Coágulo lardáceo (amarelo): Plaquetas, fibrina e leucócitos. 
• Coágulo cruórico (vermelho): Hemácias. 
• Coágulo misto (vermelho e amarelo). 
 
O que ocorre: Após a morte, as células endoteliais, leucócitos e plaquetas liberam 
trombocitoquinase por causa da hipóxia, o que iniciará o processo de coagulação. Os coágulo 
só serão desfeitos quando ocorre a hemólise por meio de enzimas celulares e bacterianas, o 
que causará a sua digestão e liquefação. 
 
Quando ocorre: 2 horas após a morte, até aproximadamente 6-8 horas. 
 
Trombo Coágulo 
• Friável 
• Seco 
• Inelástico 
• Opaco 
• Aderido 
• Liso 
• Gelatinoso 
• Elástico 
• Brilhante 
• Solto 
 
 
Embebição por hemoglobina (embebição hemolítica, embebição sanguínea): Manchas 
avermelhadas no endotélio vascular, endocárdio e locais próximos aos vasos sanguíneos 
(principalmente locais claros) 
 
Quando ocorre: 8 horas após a morte. 
 
O que ocorre: Após a hemólise ocorrida nos coágulos, há a liberação da hemoglobina nos 
tecidos. 
 
Embebição biliar: Coloração amarela esverdeada que ocorre no fígado e tecidos que estão 
próximos à vesícula biliar. 
 
O que ocorre: Rápida autólise da parede da vesícula biliar pela ação dos sais biliares. 
 
Meteorismo post mortem (timpanismo cadavérico): Distensão abdominal causado por gases 
produzidos no trato gastrointestinal. 
 
O que ocorre: Quando há a fermentação e putrefação do conteúdo gastrointestinal haverá a 
formação de gases o que irá distender as vísceras abdominais ocas e aumentará a pressão inta-
abdominal. 
 
Pseudo- melanose (manchas de putrefação ): São manchas cinza- esverdeada enegrecidas, 
irregulares na região abdominal e em órgãos próximos ao intestino. 
 
O que ocorre: As bactérias produzem gás sulfídrico (H2S) que reagirá com o ferro liberado pela 
lise de hemácias, produzindo com essa reação sulfeto ferroso. 
 
Líquido vermelho nas cavidades: É comum durante a necropsia a observação de líquido 
avermelhado dentro das cavidades. Essa alteração é resultante da hipóxia que lesa as células 
endoteliais aumentando assim a sua permeabilidadeisso ocorre principalmente após a 
dissolução de coágulos; e quando o corpo do animal é congelado, onde haverá a formação de 
cristais de gelo dentro das células e, quando houver o descongelamento, a célula será lisada e 
seu conteúdo será extravasado. 
 
 
Bolhas de putrefação: Bactérias produtoras de gases promovem alterações que se 
assemelham a bolhas enfisematosas (ricas em gás) em diversos órgãos. 
 
 
Desprendimento da mucosa ruminal (maceração post mortem): Desprendimento da mucosa 
ruminal (epitélio estratificado pavimentoso ceratinizado) de sua lâmina própria. 
Macroscopicamente: Desprendimento de uma membrana de coloração escura que recobre o 
conteúdo do rumem e que expõe a submucosa, geralmente pálida ou ligeiramente 
avermelhada. 
Caso não ocorra: Indicativo de alterações da mucosa ou do ambiente ruminal, como 
alterações distróficas da mucosa, rumenite aguda, cicatrização da mucosa e distúrbios da 
fermentação microbiana. 
 
 
Prolapso retal: É comum em herbívoros e consiste na exteriorização da ampola retal, ocorre 
por aumento da pressão causada pela produção de gases pelas bactérias. 
Ruptura gástrica: Por meio da produção de gás pelas bactérias, pode ocorrer a ruptura gástrica 
que deve ser diferenciada da ruptura ante-mortem por meio da presença de distúrbios 
vasculares (hiperemia, inflamação) circunjacente. 
 
Fases da decomposição: 
 
• Fase fresca: Algor mortis, Livor mortis, Rigor mortis. 
• Fase gasosa: Fermentação, Abaulamento do cadáver. 
• Fase de coliquação: Dissolução pútrida. 
• Fase de esqueletização: Perda completa dos tecidos moles.

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