Buscar

ANO 2018 CASO CONCRETO HISTORIA DO DIREITO 1 AO 7

Prévia do material em texto

ANO 2018 CASO CONCRETO HISTORIA DO DIREITO 
PLANO DE AULA 01 
Em reportagem recentemente publicada, importante veículo de comunicação afirmou que, de acordo com especialistas, a 
Lava-Jato inventou não um novo direito penal, mas sim uma nova maneira de conduzir o processo penal. Entendem tais juristas 
que as novidades não se limitam apenas à velocidade acelerada dos processos, mas também implementou novidades que são 
mais comuns no sistema anglo-saxão (o denominado sistema de common law) as não na tradição romano-germânica, na qual 
se filia o sistema jurídico brasileiro. Cita, então, como tais novidades os acordos de delação e os acordos de leniência. Em 
(http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/11/1936497-lava-jato-acelerou-processos-mas-direito-penal-decuritiba-e-
criticado.shtml) Neste sentido, pesquise e responda: 
I) Quais as características fundamentais que diferenciam os sistemas romano-germânico do sistema denominado de 
common law? 
 
II) Por que razão o Brasil acabou adotando o sistema jurídico românico-germânico em detrimento do sistema de common 
law? 
A historia do direito brasileiro teve forte influência do direito português, uma vez que permanecermos como colônia de 
Portugal por quase 400 anos. Portugal sempre adotou o sistema românico-germânico e o Brasil perpetuou o mesmo modelo. 
O Common Law basicamente estendeu-se às antigas colônias britânicas. 
O sistema jurídico adotado no Brasil, por óbvio, seguiu a tradição jurídica portuguesa, que na época da chegada ao Brasil já 
adotara o sistema romano-germânico como sistema a guiar sua estrutura jurídica. 
Neste sentido, cumpre reafirmar que o sistema jurídico aplicado no Brasil não poderia deixar de ser o sistema oriundo da 
tradição jurídica portuguesa. Desta forma, embora hoje se fale haver no Brasil um fenômeno de aproximação do sistema 
romano-germânico com o sistema de common law (anglo saxônico), por tradição ainda deve-se afirmar ser o Brasil um país 
de tradição jurídica (ao menos predominantemente) romano-germânica (ou de civil law). 
PLANO DE AULA 02 
O Foral de Olinda de 1537 é o documento histórico mais antigo relativo à cidade e elevou o povoado de Olinda à condição de 
Vila, estabelecendo seu patrimônio público, bem como um plano de ocupação territorial. Foi produzido pelo primeiro capitão 
donatário de Pernambuco (Duarte Coelho) aos povoadores e moradores, cedendo o direito de uso da terra, mas sem transferir 
sua propriedade. Ainda hoje a Prefeitura Municipal se utiliza do documento para fundamentar a cobrança de ?foro anual e 
também de ?laudêmio?. Inconformado, José, morador em terreno passível de cobrança, afirma que no Brasil não se reconhece 
um documento com quase cinco séculos de existência, além do que os forais não possuem força jurídica. Diante da informação 
acima, pesquise e responda: 
a) o que é uma Carta Foral? Em um esforço de povoar o brasil ,Portugal instaurou aqui as Capitanias hereditárias, modelo 
este que há havia implementado em outras colônias. Portugal dividiu o Brasil em 14 capitanias hereditárias, dividindo 
as mesmas entre 12 donatários. No plano jurídico, as capitanias hereditárias se utilizam dos instrumentos das cartas 
forais, das cartas de doação e das sesmarias. 
Carta de Doação: Dava a garantia da legitimidade da posse, determinava a localização, a extensão da Capitania e o 
direito de hereditariedade (inalienável e indivisível). 
Foral: documento de origem medieval, constituía um complemento da carta de doação, que estabelecia os direitos e 
deveres dos donatários. 
 A Carta Foral tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa 
e ao donatário fornecendo à ele legitimidade de poder a ser exercido na Capitania. 
Fundar vilas ou núcleos de povoação; distribuir lotes de terras ou sesmarias; exercer a justiça civil e criminal; colonizar, 
defender e fazer progredir a Capitania com seus próprios recursos. Tb denominado de carta de franquia – voltado para 
a proteção dos direitos individuais (buscavam resguardar esses direitos individuais). Admitem a participação dos súditos 
do governo local (elemento político). 
Alerta-se, contudo, que se tratava de direitos direcionados a determinados homens e não sob a perspectiva da 
universalidade. 
b) Com que fundamento o Município de Olinda continua cobrando o foro anual e laudêmio? 
Por pertencer a titularidade a União uma vez que só foi cedido o uso da terra e não foi transferida a titularidade da 
propriedade, a prefeitura tem o direito da cobrança de tais taxas. 
Com base no direito porque o Município de Olinda é proprietário dos bens da antiga Vila de Olinda, que abrange 
inclusive parte significativa de Recife, sendo assegurado ainda hoje o direito de propriedade por dois princípios: ato 
jurídico perfeito e direito adquirido. O Foral de Olinda foi dado em 12/03/1537. Duarte Coelho, donatário da Capitania 
de Pernambuco, fez a doação conferindo à povoação de Olinda o título de vila e estabelecendo um amplo patrimônio 
para o "Concelho" (como se escrevia, na época). O Foral de Olinda é uma doação pura e simples, sem qualquer 
restrição, e nenhum ato o revogou, nem tão pouco se processou a anexação aos bens da União, pela via expropriatória, 
com indenização ao município. O fato é que um título de aquisição não perde sua eficácia por ser antigo. Lembre-se 
que o ato jurídico perfeito é intangível, salvo por força de norma constitucional originária, de modo que tal taxa 
continuará a ser legalmente cobrada, a não ser para quem resgate o contrato de aforamento, uma alternativa dada a 
quem é foreiro. 
PLANO DE AULA 03 
Frequentemente o apoio à pena de morte é destaque na mídia brasileira. Recentemente, mais especificamente o mês de 
janeiro de 2018, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apontou que 57% da população brasileira são favoráveis à 
pena de morte. Na verdade tal número representou um aumento de 10 pontos percentuais em relação à última pesquisa, 
realizada no ano de 2008, quando a quantidade de pessoas que apoiavam este tipo de punição era de 47%. Ao menos 
em relação ao tema pena de morte, parece que a visão da população brasileira parece estar indo de encontro com as 
ideias preconizadas por Cesare Beccaria, um grande iluminista italiano, contemporâneo de Tiradentes. Agora que você 
leu o texto acima, faça uma pesquisa e responda as seguintes perguntas: 
a) Com base em que legislação Tiradentes foi, no Século XVIII, condenado à pena de morte? 
Tiradentes foi condenado baseado de acordo com as nas Ordenações Filipinas, o código penal e civil que vigorava 
na época, mais especificamente o livro V que versava sobre as matérias penais. Todas as penas determinadas na 
conjuração mineira encontravam guarida no ordenamento jurídico português 
b) A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes foram influenciadas pelas ideias de Cesare Beccaria? Justifique. 
Não; Cesare Bonesana mais conhecido como Marquês de Beccaria , um aristocrata milanês, é considerado o 
principal representante do iluminismo penal. Beccaria preconizava a abolição da pena de morte e da tortura, 
consideradas como inúteis, ineficazes e desumanas. Graças às suas reflexões, a pena de morte foi abolida, pela 
primeira vez, no Grão-ducado da Toscana (na Itália). 
Tiradentes e alguns companheiros foram condenados à forca. Beccaria, no plano objetivo, oferece elementos para 
que se possa repudiar boa parte dos flagrantes excessos e injustiças contra os inconfidentes, em especial contra 
Tiradentes. 
c) Nos dias de hoje, é possível haver condenação a pena de morte no Brasil? Justifique. 
Não é possível. E esta impossibilidade está positivada na CF/88. No seu artigo 5° “XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,nos termos do art. 84, XIX 
CASO CONCRETO 04 
Sabe-se que a Constituição Imperial foi a única da história do Brasil que adotou a "divisão" do poder por quatro Poderes. Porém, 
em mensagem transmitida na abertura do ano judiciário de 2018, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, afirmou que o 
Poder Judiciário precisa ser um poder suficientemente forte para enfrentar constantemente as pressões de toda ordem, além 
de poder fazer face a uma das suas principais características, que é a de um poder moderador ? isto é, capaz de efetivar o seu 
controle externo sobre os atos dos demais poderes públicos, quando for necessário. Pergunta-se: 
a) O que caracterizou o chamado Poder Moderador no âmbito do Primeiro Império? 
Após a independência do Brasil e influenciados pelos ideais iluministas e constitucionalistas que corriam a Europa e 
a América, principalmente as ideias e separação do poderes defendida por Montesquieu onde o executivo, legislativo 
e judiciário seriam separados entre si mas envolvidos em um sistema de equilíbrio,” de freios e contrapesos”, 
importantes figuras da politica e economia brasileira pressionavam D Pedro para elaboração de uma Constituição 
nacional. 
Depois de muita falta de consenso e discussões acaloradas na Assembleia Constituinte D Pedro fecha a mesma e em 
um golpe de autoritarismo OUTORGA a primeira Constituição no Brasil, no ano de 1824. A constituição foi então 
imposta ao povo e a assembleia de maneira autoritária, sem a participação da população. O ideal de equilíbrio de 
poderes preconizado por Montesquieu foi “deturpado” por D Pedro que através do PODER MODERADOR fez todos 
os outros poderes submeterem-se a ele próprio em um relação de subordinação e independência. 
O poder moderador foi chave de organização política do Império e considerado um mecanismo autoritário e 
centralizador, ocasionando revoltas. 
 Na prática, o poder moderador tornou-se em instrumento para assegurar práticas absolutistas pelo imperador, pois 
além de ter em suas mãos diversas funções que caberiam ao poder executivo, o poder judiciário também estaria 
subordinado a ele já que ele detinha o poder de nomear e demitir juízes. 
b) Relacione a fala da Ministra com a crítica de que a atuação do Poder Judiciário como um poder moderador acaba 
desaguando em uma judicialização da política. 
Acredito que a fala da ministra Carmen lúcia foi mal interpretada. De fato, o executivo e o legislativo no Brasil tem 
muito poder. E conforme vimos nos últimos anos com a operação Lava 
jato, impeachment de Dilma, e muitos outros escândalos descobertos pelo povo através do Judiciário e da Imprensa, 
esse poder é articulado para o MAL do brasil e dos brasileiros. 
O Supremo precisa ter muita força para “duelar” com esses poderes. Há quem enxergue como judicialização da politica, 
onde o judiciário extrapola o seu campo de atuação. 
Mas há quem enxergue o judiciário apenas exercendo o seu papel em um sistema de freio e contra-pesos. Onde 
emprega a mesma “força” dos outros poderes . 
CASO CONCRETO 05 
A abdicação de Dom Pedro I, em 1831, foi seguida por anos turbulentos, nos quais diferentes grupos políticos defendiam 
distintos projetos para os destinos da nação. Neste período ? que, até a coroação de Dom Pedro II, é conhecido como Período 
Regencial diversas revoltas eclodiram nas províncias e reivindicavam, especialmente, autonomia em relação ao poder central. 
Assim, responda brevemente por que razão o Período Regencial (1831-1840) é considerado um período de transição na história 
da formação do Estado brasileiro. 
Com a abdicação de dom Pedro 1º, em 1831, seu filho de apenas cinco anos, herdou o trono imperial. O Brasil foi governando, 
então, por regentes, que conduziram o governo até que o herdeiro atingisse a maioridade e assumisse o trono. Esse período 
ficou conhecido como período regencial pois foi conduzido por regentes. Regência é uma forma de governo em que 
um regente atua provisoriamente em nome do soberano; 
A regência inaugurou uma nova fase da história do Brasil Império, marcada pela eclosão de inúmeras rebeliões e pela 
reorganização das forças políticas nacionais.... 
Houve também a TRANSIÇÃO entre os Governos dos dois Imperadores que representou o fortalecimento do Poder do 
Estado central no Rio de Janeiro sobre as PROVÍNCIAS, ao conter diversas revoltas separatistas ocorridas em vários pontos 
do país . 
Para governar o País se instalou uma regência TRINA primeiramente provisória, seguida por uma regência trina permanente 
seguida por regências unas. Nessa altura existiam no brasil 03 grupos politicos a defender cada qual uma posição: liberais 
moderados, liberais exaltados e restauradores. 
No período regencial outro fato merece destaque: a Guarda nacional criada em 1831 com o objetivo de contrabalancear o 
poder do exército. Muitos atribuem à guarda nacional o inicio do coronelismo no Brasil. Era o maior título que um civil poderia 
ter. Um verdadeiro líder local. 
O ato Adicional de 1834 também merece destaque já que é uma emenda constitucional que instaura dois grandes marcos: 
a extinção do conselho de Estado(conselheiros do imperador) e criação das assembleias legislativas provinciais (maior 
autonomia das províncias). 
O Código criminal, e o código de processo criminal também merecem ser ressaltados como importantes marcos jurídicos. 
Nessa época surgiram no Brasil o Habeas Corpus, o tribunal do Júri, importantes marcos jurídicos e presentes ate hoje em 
nosso ordenamento. 
CASO CONCRETO 06 
A questão agrária no Brasil, tão atual e discutida por diversos setores de nossa sociedade, remonta um longo processo histórico 
que assinala o problema da concentração de terras em nosso país. Durante o Segundo Reinado, destacamos um dos mais 
importantes m arcos desse processo no momento em que o poder imperial estabelece a Lei de Terras de 1850. Sendo um fruto 
de seu tempo, essa lei assinalou o predomínio dos grandes proprietários de terra no cenário político do século XIX. Essa lei 
surgiu em uma época de intensas transformações sociais e políticas do Império. Naquele mesmo ano, duas semanas antes da 
aprovação da Lei de Terras, o governo imperial criminalizou o tráfico negreiro no Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio 
de Queiroz. De fato, essas duas leis estavam intimamente ligadas, pois o fim da importação de escravos seria substituído por 
ações que incentivavam a utilização da mão de obra assalariada dos imigrantes europeus. (texto adaptado - disponível em: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/lei-terras-1850.htm) Responda as questões abaixo: a) O texto acima faz 
referência à Lei Euzébio de Queiroz. No âmbito do processo de Abolição da Escravatura no Brasil, as leis abolicionistas que se 
seguiram à referida Lei podem ser consideradas fruto do amadurecimento humanístico de nossas elites? 
a-Não houve amadurecimento de nossas elites. Na verdade o Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir a 
escravidão. A abolição da escravidão já era dada como certa pela maioria dos setores da economia e da política brasileira. 
Havia de um lado o iluminismo e a influência do mesmo sobre membros da elite(e/ou filhos) que estudaram na Europa que 
acabaram influenciados pelo racionalismo e portanto não acreditavam mais no fato que a raça negra, por desejo de Deus, 
era inferior a raça branca, podendo assim ser escravizada. 
Por um outro lado existia também uma forte pressão inglesa que buscava consumidores para seus produtos 
industrializados. Para se ter consumo, é necessário salario. Inglaterra elaborou uma serie de leis com o intuito de dar fim 
ao tráfico internacional. Exemplo foi a edição da lei Bill Aberdeen em 1845. 
No Brasil, vimos ao longo dos anos uma evolução das leis abolicionistas:Lei Eusébio de Queiroz de 1850; Lei do Ventre Livre 
ou Visconde de Rio Branco de 1871 ; lei dos sexagenários de 1885 .Porem foi apenas em 1888 com a LEI AUREA que deu-
se o fim do sistema escravocrata. 
Conclui-se que era questão de tempo. Mais dia ou menos dia, a escravidão precisava ser erradicada. Já o havia sido em 
quase todo o mundo. 
b) Considerando o texto, estabeleça relações entre Lei de Terras, Imigração Subvencionada e Abolição da Escravatura 
b- Ao estabelecer a compra/venda como forma principal de acesso à propriedade territorial, a Lei de Terras impedia o livre 
acesso tanto dos imigrantes que chegavam ao Império quanto de considerável parcela da população livre e liberta do país 
à propriedade da terra, obrigando-os à venda de sua força de trabalho. 
De outro lado, a experiência da imigração subvencionada, a partir dos anos oitenta, por meio da qual ao Estado imperial 
cabia arcar com os custos de viagem do imigrante para o Império, propiciou a ampliação do fluxo de imigrantes e a sua 
continuidade. 
A combinação das duas experiências - a da Lei de Terras e a da Imigração subvencionada - possibilitou a constituição de um 
conjunto de trabalhadores livres -; estavam criadas as condições para o abandono da escravidão. 
PLANO DE AULA 07 
Embora a charge acima apresente um tom intencionalmente irônico, há alguns questionamentos que podem ser feitos. 
A)No que se refere a ignorância dos personagem no terceiro quadro acerca da Proclamação da República, teria ela 
alguma conexão com o situação ocorrida em 1891? 
 
b) No que se refere ao segundo quadro, apesar do estabelecido no Art. 72 da Constituição de 1891 (direitos 
fundamentais), a presença dos militares no comando da Proclamação propiciaram maior grau de liberdade aos 
cidadãos brasileiros?

Continue navegando