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Vibrio spp.: Patógenos em Frutos do Mar

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Vibrio spp.
Profa Dra. Roberta Juliano Ramos
2018-1
Gênero Vibrio; Família Vibrionaceae;
Originários de habitats marinhos, salobres e estuários,
aparecem em grandes concentrações em temperaturas de 20-
25ºC;
Grande maioria das cepas não são patogênicas;
Espécies patogênicas ocorrem, em geral, em águas
tropicais e em número mais elevado em águas temperadas no
verão.
VIBRIOS: 
Vibrio spp.
• Principais espécies patogênicas ao homem:
- Vibrio parahaemolyticus;
- Vibrio cholerae;
- Vibrio vulnificus;
- Vibrio alginolyticus (problemas de pele);
Vibrio parahaemolyticus
Características:
• Bacilos curvos ou retos;
• halofílicos;
• não forma esporos;
• móvel, pois possui um flagelo polar;
• anaeróbio facultativo;
• temperatura ideal de crescimento de 30- 37ºC
em pH de 7,5 a 8,2;
• Gram-negativo.
Vibrio parahaemolyticus
Contaminação:
• o ambiente marinho é o habitat do V.
parahaemolyticus,
• pode chegar até o homem através de frutos
do mar como ostras, mariscos, mexilhões e
peixes.
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA
• O período médio de incubação é de 14-20 horas, mas
os sintomas podem iniciar antes desse tempo.
• Os sintomas são: diarréia, cãibras abdominais, dor
de cabeça, febre baixa, também pode ocorrer náuseas
e vômitos. Em casos graves, se observa a presença de
muco e sangue nas fezes. Pode ocorrer a infecção
sistêmica, que é rara, mas causa a morte.
• A maioria das pessoas contaminadas se recupera sem
problemas.
MECANISMO DE PATOGENICIDADE:
• As cepas patogênicas são capazes de produzir
reação hemolítica característica, que produz
hemólise dos eritrócitos = FENÔMENO DE
KANAGAWA
• Hemolisina TDH: termoestável, letal e citotóxica.
PRINCIPAL FATOR DE VIRULÊNCIA!!
MECANISMO DE PATOGENICIDADE:
Outros fatores de virulência:
• TRH (thermostable related hemolysin);
• Hidrólise da uréia,
A maioria das cepas de V. parahaemolyticus isoladas
do ambiente e de frutos do mar não são patogênicas.
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
• Como meio de cultura, tanto para cultura das fezes,
como para análise de alimentos, o mais empregado é
o TCBS (ágar tiosulfato, citrato, sais biliares-
sacarose).
• Além disso os sintomas citados também ajudam no
diagnóstico.
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
• Atualmente a técnica de PCR tem se tornado uma
alternativa rápida para diagnóstico.
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
• GENES ESPECÍFICOS: busca genes específicos de
cada microrganismo, pela sequência de nucleotídeos no
DNA
TRATAMENTO:
• Geralmente os sintomas cessam naturalmente, é
prudente fazer uma hidratação oral ou
endovenosa.
• Nos casos mais graves pode ser necessário o
uso de antibióticos.
PROFILAXIA
• Consumir frutos do mar de boa procedência;
• Não consumir esses alimentos vindos de regiões
suspeitas de contaminação.
• Manter o alimento refrigerado e só lavar com água
potável ou água do mar de região aprovada e com
monitoramento;
• Fazer o cozimento adequado;
• Prevenir a contaminação cruzada.
EPIDEMIOLOGIA
• A doença não é muito freqüente, sendo mais comum
nos meses que faz calor ( o V. parahaemolyticus é
termolábel e criolábel, ou seja, não suporta
temperaturas altas ou baixas).
• A doença é mais comum no Japão e no sudeste da
Ásia.
• No Chile vem acontecendo alguns surtos, sendo que
no ano de 2005 foram registrados alguns deles.
V. parahaemolyticus tem emergido como a maior causa de
surtos de doenças relacionadas ao consumo de moluscos bivalves
ao redor do mundo .
Segundo o CDC, entre 2000 e 2008 foram registrados nos
EUA 19 surtos de doenças transmitidas por alimentos envolvendo a
ingestão de ostras contaminadas por bactérias, atingindo cerca de
458 pessoas:
• 79,0 % (15) foram causados por Vibrio parahaemolyticus,
• 10,5% (2) por Vibrio cholerae,
• 10,5% (2) por outros microrganismos.
EPIDEMIOLOGIA
Importância frutos do mar como veículos de doença de
origem alimentar: dieta da população e modo tradicional
preparo;
No Brasil: dificuldade de se obter dados sobre estes
surtos: falta de notificação;
EPIDEMIOLOGIA
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Resolução RDC 12 – ANVISA (2001):
Não estabelece limites de V. parahaemolyticus
para moluscos bivalves in natura, apenas para
pratos prontos à base de frutos do mar crus, sendo
este:
Vibrio parahaemolyticus: até 1 x 103 NMP/g 
Vibrio vulnificus
• Bacilo G -;
• Familia Vibrionaceae;
• Halofílico (1 a 3%);
• Temperatura ótima: 37°C
• Ambiente marinho= habitat natural;
• pode chegar até o homem através de frutos do
mar como ostras, mariscos, mexilhões e peixes.
Vibrio vulnificus é reconhecido por causar três tipos de
infecções humanas:
CARACTERÍSTICAS DAS 
DOENÇAS
Gastroenterite 
Septicemia primária 
Infecções de pele
• Sintomas: febres, calafrios, náuseas, hipotensão;
• Apresenta maior poder de invasão e mortalidade
(tolerância zero EUA);
• Ostras: principal alimento envolvido em septicemia
primária, com alta taxa de mortalidade;
CARACTERÍSTICAS DAS 
DOENÇAS
De todos os fatores de virulência conhecidos para
V. vulnificus, o mais documentado é a presença de uma
cápsula de polissacarídeo, que é essencial na
habilidade de V. vulnificus invadir a célula hospedeira, e
assim iniciar a infecção.
O fator de virulência responsável pelo choque e
morte é a presença de lipopolissacarídeo celular (LPS).
PATOGENICIDADE
DIAGNÓSTICO DA DOENÇA
• Como meio de cultura, tanto para cultura das fezes,
como para análise de alimentos, o mais empregado é
o TCBS (ágar tiosulfato, citrato, sais biliares-
sacarose).
• Além disso os sintomas citados também ajudam no
diagnóstico.
PROFILAXIA
• Consumir frutos do mar de boa procedência;
• Não consumir esses alimentos vindos de regiões
suspeitas de contaminação.
• Manter o alimento refrigerado e só lavar com água
potável ou água do mar de região aprovada e com
monitoramento;
• Fazer o cozimento adequado;
• Prevenir a contaminação cruzada.
• Não pode ser evitado, deve ser monitorado
nas águas de cultivo;
• Também pode causar lesões na pele,
especialmente de homens, que trabalham no
mar, na faixa etária de 50 anos;
CONTAMINAÇÃO
Vibrio cholerae
• Estão divididos em mais de 100 sorogrupos;
• A doença é endêmica em algumas regiões do mundo 
(Ásia e África);
• O ciclo de transmissão homem – meio ambiente 
mantém a doença;
CONTAMINAÇÃO
• Principal reservatório = homem;
• Falta de estrutura de saneamento básico;
• Falta de higiene pessoal;
• pode chegar até o homem através de frutos do mar como
ostras, mariscos, mexilhões e peixes.
• A doença é transmitida principalmente pela via fecal-oral, ou de
forma indireta através de água contaminada.
• Período de incubação: aproximadamente 48h;
• Produção de enterotoxina ou mecanismo invasivo;
• Sintomas infecção: diarréia (pode chegar a 1L de
fezes por hora), cólicas e febre;
• Pode levar a perda rápida de líquido e colapso
circulatório;
CARACTERÍSTICA DA 
DOENÇA
• Isolamento a partir das fezes do paciente e dos
alimentos suspeitos (TCBS);
• Diferenciação através das provas BQ;
• PCR;
DIAGNÓSTICO
A enterotoxina Cholera (CT) é o principal fator de virulência
da doença do cólera.
A maioria das cepas não produz CT, sendo esta a principal
diferença entre estes e as cepas de V. cholerae O1/O139, que
causam epidemias.
PATOGENICIDADE
MEDIDAS DE CONTROLE
• Baseadas em infra-estrutura de saneamento básico
adequado;
• Cocção adequada de alimentos marinhos e a
prevenção de recontaminação após processamento;
• Indivíduos susceptíveis e imunodeprimidos: evitar
consumo de frutosdo mar crus ou mal cozidos;
A cólera é uma doença que existe em todos os países em
que medidas de saúde pública não são eficazes para eliminá-
la.
Já ocorreram 7 grandes pandemias de cólera.
Atualmente (desde de 2010), há uma epidemia de cólera no
Haiti, com mais de 3000 mortos, e a doença já se espalhou para
países vizinhos, como Estados Unidos e a República Dominicana.
EPIDEMIOLOGIA
ARCHER & MORETTO, (1994), estudaram a ocorrência de Vibrio
parahaemolyticus em mexilhões em Palhoça, Santa Catarina, Brasil:
52,5% das amostras analisadas contaminadas.
Estudo realizado por RAMOS (2007), avaliando a qualidade
bacteriológica de águas marinhas, e de ostras (Crassostrea gigas)
cultivadas na Baía Sul da Ilha de Santa Catarina, observou a presença
de diferentes espécies de vibrios, entre elas V. parahaemolyticus, V.
cholerae e V. vulnificus, especialmente nos meses de verão.
ALGUNS ESTUDOS
A natureza ubíqua das espécies de vibrios em ambientes
marinhos e estuários tornam impossível obter frutos do mar livres
destas bactérias;
o Programa Nacional de Sanitização de moluscos dos EUA
estabeleceu limites de tempo-temperatura, limitando o tempo
máximo de exposição das ostras a temperaturas elevadas (NSSP,
2003).
CONTROLE E PREVENÇÃO DE VIBRIOS EM 
ALIMENTOS
Um meio alternativo para garantir a salubridade dos
moluscos bivalves é a depuração, sendo esta operação
obrigatória num certo número de países (UE).
Para desinfetar a água, recorre-se a vários métodos tais
como luz ultravioleta, cloro, iodóforos, ozônio .
Outra alternativa é a transposição: transferência das
lanternas de cultivo para áreas comprovadamente livres de
contaminação .
CONTROLE E PREVENÇÃO DE 
VIBRIOS EM ALIMENTOS
OBRIGADA!!

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