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18 EM a crianca o espaco e o tempo (1)

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ENFOQUES METODOLÓGICOS: A 
CRIANCA, O ESPAÇO E O TEMPO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARÍLIA GIL DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENFOQUES METODOLÓGICOS – 
A CRIANÇA, O ESPAÇO E O 
TEMPO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
Universidade de Taubaté 
2014 
 
 
 
Copyright©2014.Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode 
ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof.Dr. Marcos Roberto Furlan 
Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva 
Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade 
Pró-reitora de Graduação Profa.Dra.Ana Júlia Urias dos Santos Araújo 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico e Diagramação 
Autor 
 Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Me.Benedito Fulvio Manfredini 
Marília Gil de Souza 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12)3625-4280 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU 
S729e Souza, Marília Gil de 
Enfoques metodológicos: a criança, o espaço e o tempo / Marília 
Gil de Souza. Taubaté: UNITAU, 2010. 
101p. : il. 
Bibliografia 
ISBN 978-85-62326-34-9 
1. Metodologia de ensino. 2. Prática pedagógica. 3. Ensino de 
geografia. 4. Ensino de história. 5. Inclusão. 6. Crianças com 
necessidades especiais. I. Universidade de Taubaté. II. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar 
certo, carece de relações saudáveis, tanto de 
ordem afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais 
diversificadas atividades humanas. Afinal, a 
obtenção de conhecimentos é o nosso 
diferencial de conquista frente a universo tão 
competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a 
orientações de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
Caro aluno, este módulo tem como proposta a qualificação da formação inicial e 
continuada do professor das séries iniciais do ensino fundamental, visando à 
operacionalização da prática do ensino em Geografia e História. 
O módulo objetiva sua especialização na prática do magistério, desejando que você faça 
do seu trabalho uma prática transformadora, permitindo ousar, dar passos além, cativar 
o aluno para o conhecimento desta que, a meu ver, é a disciplina-eixo do currículo 
escolar, a Geografia/História. 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre a autora 
 
Marília Gil de Souza é graduada em História pela Fundação de Ensino e Pesquisa de 
Itajubá – FEPI (1987; 1989), especialista em História – Ênfase: Movimentos Sociais na 
Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá – FEPI (1990; 1991) e especialista em 
História Moderna e Contemporânea pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF 
(1993;1994). Já trabalhou na rede pública estadual, municipal e particular de Minas 
Gerais e de São José dos Campos, onde atuou no ensino fundamental 1 e 2 e no ensino 
médio. Já trabalhou também na FEPI, onde atuou como professora universitária no 
curso de História. Atualmente, leciona Geografia no Anglo Cassiano Ricardo em São 
José dos Campos-SP, no Colégio Fênix em Guaratinguetá-SP e no curso G9 em Itajubá-
MG. 
 
 
 
 
 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros( as) alunos( as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta 
com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande 
experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, 
ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais 
preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Paraa resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Palavra do Reitor ............................................................................................................. ix 
Apresentação ................................................................................................................... xi 
Sobre as autoras ............................................................................................................. xiii 
Caros(as) alunos(as) ....................................................................................................... xv 
Ementa .............................................................................................................................. 1 
Objetivos ........................................................................................................................... 3 
Introdução ......................................................................................................................... 5 
Unidade 1. Eixos geradores do conhecimento curricular de Geografia e História . 7 
1.1 Pressupostos teóricos do ensino de História e Geografia ........................................... 7 
1.2 Eixos geradores do conhecimento ............................................................................ 13 
1.3 Metodologia do ensino da História e Geografia e a prática pedagógica em sala de 
aula ................................................................................................................................. 16 
1.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 19 
1.5 Atividades ................................................................................................................. 19 
1.6 Para Saber Mais ........................................................................................................ 22 
Unidade 2 Estudos de Geografia fundamentos e procedimentos metodológicos ... 25 
2.1 Estudos de Geografia ................................................................................................ 25 
2.2 PCN de Geografia para o 1º e 2º ciclos .................................................................... 26 
2.3 O trabalho coletivo na escola.................................................................................... 28 
2.4 Conteúdos e métodos em Geografia na sala de aula nas sérias iniciais do ensino 
fundamental .................................................................................................................... 29 
2.5 Recursos Didáticos ................................................................................................... 47 
2.6 Alfabetização Cartográfica ....................................................................................... 48 
2.6.1 Orientação Espacial ............................................................................................... 49 
2.6.2 Coordenadas Geográficas ...................................................................................... 50 
2.7 Mapas ....................................................................................................................... 51 
2.7.1 Um pouco da história da cartografia ..................................................................... 51 
2.7.2 O trabalho com mapas na escola ........................................................................... 52 
2.7.3 Escala ..................................................................................................................... 54 
2.7.4 Projeções cartográficas .......................................................................................... 55 
2.8 Síntese da Unidade ................................................................................................... 56 
2.9 Atividades ................................................................................................................ 56 
2.10 Para saber mais ...................................................................................................... 58 
Unidade 3. Ensino de História – fundamentos e procedimentos metodológicos ..... 59 
3.1 Ensino de História .................................................................................................... 59 
3.2 PCN de História para 1º. e 2º ciclos ......................................................................... 61 
3.3 Objetivos do ensino de História .............................................................................. 64 
 
 
3.4 Conteúdos e métodos em História na sala de aula nas séries iniciais do ensino 
fundamental .................................................................................................................... 65 
3.5 O Estudo do meio como recurso didático ................................................................. 72 
3.6 Iconografia ................................................................................................................ 73 
3.7 O Tempo ................................................................................................................... 75 
3.8 História do Brasil ...................................................................................................... 77 
3.8.1 Os Indígenas: localização e cultura ....................................................................... 78 
3.8.2 O colonizador: localização e cultura ..................................................................... 78 
3.8.3 A organização da vida brasileira pelos portugueses .............................................. 80 
3.8.4 A escravidão negra: o encontro das culturas ........................................................ 82 
3.9 Como utilizar documentos históricos na sala de aula ............................................... 84 
3.10 Síntese da unidade .................................................................................................. 85 
3.11 Atividades ............................................................................................................... 86 
3.12 Para saber mais ....................................................................................................... 88 
Unidade 4. A Inclusão de crianças com necessidades especiais e o ensino de 
História e de Geografia ................................................................................................ 89 
4.1 Considerações ........................................................................................................... 90 
4.2 Adaptações do método de ensino e da organização didática .................................... 90 
4.3 Adaptações do sistema de avaliação ......................................................................... 91 
4.4 Cuidados metodológicos........................................................................................... 93 
4.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 94 
4.6 Atividades ................................................................................................................. 94 
4.7 Para saber mais ......................................................................................................... 95 
Referências .....................................................................................................................97 
Referências complementares .......................................................................................... 98 
 
 
 
 
 
11 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
 
Enfoques 
Metodológicos 
A Criança, o Espaço e o 
Tempo 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
Aplicação de procedimentos metodológicos de projetos 
interdisciplinares visando à formação e compreensão da noção de 
espaço e tempo na criança. O desenvolvimento de capacidades 
cognitivas, emocionais e motoras que favoreçam o aprender 
brincando. A compreensão da criança como ser histórico e 
geográfico. As relações espaço temporais. A relação espacial 
entre as próprias crianças e entre as crianças e os objetos. A 
percepção da criança em relação ao tempo natural e histórico. As 
necessidades essenciais da criança como um ser social: habitação, 
saúde, educação e lazer. A situação da criança no espaço 
geográfico: a casa, o bairro, a cidade, o estado, o país, o 
continente, o mundo. O pensamento da criança sobre o meio 
social. O homem e sua capacidade de intervir na natureza, 
produzir e transformar a sociedade. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Objetivo Geral 
Oportunizar ao aluno-mestre ser um elemento ativo no seu próprio processo 
de ensino-aprendizagem por meio do exercício dos seus processos de 
pensamento, estimulando-o durante todo o módulo e garantindo a articulação 
entre conhecimento teórico e prática profissional no estudo dos fundamentos 
e das metodologias do ensino de Geografia e História, para o 1º e 2º ciclos do 
ensino fundamental. Buscar a recuperação de suas vivências escolares em sua 
formação precedente, proporcionando-lhe uma reflexão sobre elas e 
permitindo-lhe vivenciar o exercício do ensino interdisciplinar de História e 
Geografia junto aos alunos das séries iniciais. 
 
Obj eti vos 
Objetivos Específicos 
 Aplicar procedimentos metodológicos de projetos interdisciplinares 
em Geografia e História, visando à formação e compreensão da noção 
de espaço e tempo na criança; 
 Elaborar planejamentos que incluam o lúdico no processo ensino 
aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento de capacidades 
cognitivas, emocionais e motoras que favoreçam o aprender 
brincando; 
 
 Utilizar práticas pedagógicas que favoreçam a concepção da criança 
como ser histórico e geográfico, 
 Desenvolver criativamente materiais e procedimentos didáticos que 
facilitem a compreensão, pela criança, das relações espacial e temporal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 Desenvolver criativamente materiais e procedimentos didáticos que 
facilitem a compreensão, pela criança, da relação espacial entre as próprias 
crianças e entre as crianças e os objetos; 
 Desenvolver projetos interdisciplinares e sequências didáticas que 
conduzam ao conhecimento, à reflexão e à prática cidadã da criança nos 
seguintes espaços geográficos: casa, bairro, cidade, estado, país, continente, 
mundo; 
 Aplicar uma prática pedagógica que permita desenvolver o pensamento da 
criança sobre o meio social e sua capacidade de intervir na natureza, 
produzir e transformar a sociedade; 
 Aplicar os fundamentos básicos da inclusão de crianças com necessidades 
educativas especiais em escolas regulares, utilizando ferramentas em 
História e Geografia que facilitem essa inclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Porta-fólio é uma coleção organizada 
de trabalhos produzidos por um aluno 
ao longo de um período de tempo. 
Introdução 
 
 
 
As páginas que se seguem, em conjunto com a realização de atividades propostas, 
pretendem proporcionar momentos de reflexão sobre a organização do trabalho 
pedagógico no ensino de Geografia e História. 
Com essa preocupação, apresento quatro grandes temáticas de estudo: a razão de 
estudar Geografia e História, presente na primeira Unidade; os fundamentos e o estudo 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Geografia e História, presentes na 
primeira e terceira Unidades; a prática pedagógica do ensino de Geografia e História, 
presente na segunda e quarta Unidades, contemplando também uma reflexão sobre 
avaliação e tentando aproximá-la de uma realidade mais concreta, vivida 
cotidianamente pelo professor; uma reflexão sobre a inclusão de crianças com 
necessidades educativas especiais, e o programa sugerido pelo Ministério da Educação e 
Cultura (MEC), objetivando humanizar essa prática tão mal aplicada pelos educadores 
de uma maneira geral, presente na quarta Unidade. 
Visando a facilitar o aprendizado, de um modo geral, os capítulos têm uma estrutura 
semelhante. 
Depois da apresentação do conteúdo de cada Unidade, você encontrará uma síntese do 
que foi nela discutido e poderá verificar seu nível de apreensão do conhecimento, por 
meio de atividades propostas. Além disso, caso deseje aprofundar-se no tema, apresento 
sugestões de livros, filmes e outros materiais pertinentes aos temas abordados. Há 
também a indicação de atividades práticas, que visam provocar a reflexão entre teoria e 
prática, bem como contribuir para a elaboração do seu porta-fólio pessoal. 
Enfim, este material foi pensado como contribuição 
para a formação da prática docente, que, acredito, deve 
ser alicerçada em sólido conhecimento teórico. 
 
 
 
66 
 
 
 
 
 
77 
 
Unidade 1 
Unidade 1 . Eixos geradores do conhecimento 
curricular de Geografia e História 
 
 
 
1.1 Pressupostos teóricos do ensino de História e Geografia 
Você já se perguntou por que estudar História e Geografia? 
Podemos pensar que a História e a Geografia fazem parte de nossa vida cotidiana, 
porém podemos também estudá-las formalmente na escola. 
A história da educação no Brasil registra que História e Geografia sempre foram parte 
essencial do currículo escolar da educação básica. Na época dos jesuítas, eram dadas 
como conteúdo a História Sagrada ou as Histórias de vidas de santos (hagiografia) e 
seus conteúdos eram combinados com os da Geografia, o que acabou dando início à 
disciplina de Estudos Sociais. 
Podemos argumentar, porém, que estudar detalhes das sociedades antigas certamente 
não aumenta muito nossas chances de nos darmos bem na vida, pois nenhuma empresa 
vai contratar um funcionário baseando-se no fato de que ele tem ótimos conhecimentos 
de História da Grécia ou sabe o nome das capitais de todos os países do mundo, por 
exemplo. Por isso, muita gente acha que História e Geografia são disciplinas que não 
servem para nada. Porém, isso não é verdade. Estudar História e Geografia é, sim, 
muito importante para nos darmos bem na vida. Vejamos os argumentos, abaixo, que 
comprovam isso. 
Moreira (2008) afirma que o ser humano não é simplesmente uma coisa entre outras, 
um ser que pouco ou nada faz além de trabalhar e consumir. Pelo contrário, o ser 
humano é um ser de cultura, e é isso que faz a vida humana tão variada e rica. Sob esse 
 
 
 
88 
 
ponto de vista, podemos concluir que História e Geografia são disciplinas muito 
importantes. Elas nos tornam mais conscientes de nossa identidade social. 
Em sua obra, Moreira (2008) dá-nos um exemplo interessante que ilustra melhor o 
papel da História e da Geografia em nossa vida. O exemplo foi tirado do filme Blade 
Runner, o caçador de androides, do diretor Ridley Scott, a saber: “Uma das 
personagens do filme,suposta filha de um cientista importante, descobre que é na 
verdade um androide, isto é, uma máquina com forma humana. Todas as lembranças 
que ela tinha desde a infância não eram experiências reais que tinha vivido, mas 
informações implantadas pelo cientista em seu cérebro cibernético. A partir do 
momento em que descobre a verdade sobre si mesma, ela passa a viver uma crise 
existencial. Tal crise, no entanto, não se deve à indignação por a terem feito de tola, 
mas sim, ao fato de não ter mais certeza de quem era realmente”. 
Você já assistiu a esse filme? Assista e reflita. Esse conflito da personagem significa 
que é por meio de nossas experiências passadas que construímos para nossa própria 
identidade. Sabemos quem somos no presente porque podemos estabelecer relações 
entre as experiências que vivemos no passado e que nos tornaram o que somos hoje. É 
exatamente por termos consciência de nossa própria identidade que somos capazes de 
agir efetivamente no presente. É por conhecermos nosso próprio passado que somos 
capazes de entender nosso papel no presente e agir no mundo de modo a transformá-lo 
no futuro. 
Pense a respeito da sua identidade individual. Quem é você? Qual seu papel no mundo? 
Como pode transformar a sociedade em que vive de modo a melhorá-la? 
Se pensar melhor, concluirá que não temos somente uma identidade individual, temos 
também uma identidade social. Somos, por exemplo, paulistas. Existe uma identidade 
comum a todos os paulistas do norte ou sul de São Paulo, que ultrapassa todo o âmbito 
da individualidade de ser de Taubaté. O “ser paulista” já existia antes do nosso 
nascimento e, provavelmente, vai continuar existindo mesmo que mudemos para a 
França ou outro lugar qualquer. “Ser paulista” é parte essencial do que somos hoje, com 
nosso sotaque, nossos hábitos alimentares, nosso vocabulário específico. Conhecer e 
 
 
 
99 
 
compreender a história do povo paulista e a geografia do estado de São Paulo é, 
portanto, conhecer-nos e compreender-nos melhor também. 
Enfim, o estudo da História e da Geografia aguça e amplia nossa compreensão da 
realidade social e nos ajuda a nortear a ação social no presente. 
Agora que foi mostrada a importância do estudo da História e da Geografia, podemos 
pensar: O que estudar em História e Geografia? Como desenvolver esse estudo? Vamos 
pensar a respeito disso? 
Leia antes a fala de Pinsky e Pinsky (2005): 
 [P] para informar aí estão, bem à mão, jornais e revistas, a televisão, o 
cinema e a internet. Sem dúvida que a informação chega pela mídia, 
mas só se transforma em conhecimento quando devidamente 
organizada. E confundir informação com conhecimento tem sido um 
dos grandes problemas de nossa educação [...]. Exatamente porque a 
informação chega aos borbotões, por todos os sentidos, é que se torna 
mais importante o papel do professor (PINSKY e PINSKY, 2005, p. 
23). 
Diante desse pensamento, faz-se necessário selecionar conteúdos para trabalhar e 
questionar sempre por que ensinar o conteúdo escolhido e para que ele serve em sala de 
aula. 
Partindo do pressuposto de que a História e a Geografia estudam a experiência das 
pessoas no tempo e no espaço, a prática educativa do professor deve contemplar o fato 
de que cada aluno, para além das experiências vividas por outras pessoas em outros 
tempos e espaços, tem suas próprias experiências. 
O ensino de Geografia e História pode levar os alunos a compreenderem, de forma mais 
ampla, a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira mais consciente e 
propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adquiram conhecimentos, dominem 
categorias, conceitos e procedimentos básicos. Diante disso, o campo do conhecimento 
opera e constitui suas teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender 
as relações socioculturais e o funcionamento da natureza, às quais historicamente 
pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar sobre a 
realidade: o conhecimento geográfico e histórico. 
 
 
 
1100 
 
Como fazer isso é o nosso grande desafio metodológico, que veremos no item 1.3. Em 
relação ao porquê de fazermos isso, observe a reflexão de Miceli (2000): 
 [É] é do que somos – ou julgamos ser – que devem partir as perguntas 
para que possamos ser o que queremos (ou precisamos) ser, não para 
julgarmos se o que se fez no passado esteve ou não correto – ambição 
de toda História e Geografia moralista – mas para entender, mesmo 
que seja à custa desse passado, por que fazemos o que fazemos hoje, 
apesar de tantas lições esclarecedoras. [...] Enquanto essas questões 
não levarem à insônia os professores de História e Geografia, eles 
continuarão pregando para as pedras do deserto e ninguém prestará 
atenção neles. Parece mais interessante ver surgir, lentamente, um 
fungo de um pedaço de algodão umedecido do que ouvir relatos sobre 
a formação e desintegração de grandes impérios, ou sobre a vegetação 
de um Estado. [...] Parece e é, porque o fungo, na sua modéstia, 
representa uma criação. É algo novo que surge à frente de quem 
aprende cheira à vida, enquanto a História e a Geografia cheiram à 
poeira, a coisa velha e cheia de traças e retratos de mortos famosos e 
carrancudos, com bigodões e óculos fora de moda, descrição fria de 
paisagens e locais (MICELI, 2000, p. 13). 
Como o aluno apreende os conceitos históricos e físicos? 
Primeiramente, devemos lembrar o que a didática já postula incansavelmente: o nosso 
ponto de partida é a experiência do aluno. No dia a dia, eles já manejam determinados 
conceitos, como economia, sociedade, tempo, cultura, espaço, porém, de maneira 
assistemática. 
Portanto, o conhecimento que o aluno traz de casa e que deve ser valorizado é o ponto 
de partida. Nossa meta deve ser a ultrapassagem desse ponto, pois se for para o aluno 
reproduzir o que já sabe, de que adianta a escola? 
Mas fazer isso não é simples. Os conceitos de História e Geografia são noções 
abstratas, como o conceito de tempo, rotação, translação, cultura, e, quanto mais novo 
for o aluno, mais difícil é para ele compreender esses conceitos. 
Por isso, caro aluno, o trabalho do professor não deve ser somente o de construir 
conceitos, mas também sistematizar esse conhecimento, por meio de práticas realizadas 
na realidade do aluno com projetos interdisciplinares que objetivam modificar ou 
conhecer o ambiente em que se vive. 
 
 
 
1111 
 
Fontes primárias são 
todos os documentos 
e objetos, a partir dos 
quais o historiador 
constrói sua narrativa. 
Fontes secundárias é 
o conhecimento 
histórico já 
acumulado, o mesmo 
que historiografia. 
Para ajudar você a entender como apresentar o conceito dentro da sua historicidade e 
espaço próprio e fazer com que o conceito seja compreendido, Schmidt e Cainelli 
(2004) sugerem: 
1. Identificar os conceitos em fontes primárias e/ou secundárias; 
2. Orientar a organização dos conceitos com base em algum critério 
de classificação; 
3. Identificar conceitos em fontes diferentes, compará-los, 
observando as semelhanças e diferenças; 
4. Comunicar os conceitos em diferentes contextos, como frases, 
parágrafos, dissertações, temas e narrativas (SCHMIDT E 
CAINELLI, 2004, p. 25). 
 
Em relação a conceitos, devemos ter cuidado para não reproduzir estereótipos quando 
não há uma necessária reflexão a respeito. Por exemplo, o conceito de região nordeste 
que se tem introjetado como o de região pobre, povoada por pessoas sem cultura, e 
como uma “sub-raça”. Essa ideia do nordestino pobre e sem ação é repassada em 
poesias, imagens, músicas. Um sólido conhecimento de História e de Geografia pode 
evitar esses estereótipos.Vale lembrar que construir conhecimento, a partir do cotidiano do aluno e da sua 
realidade, ajuda a formação da sua identidade individual e social. A partir do cotidiano, 
a criança e o adolescente constroem, junto às demais pessoas que o cercam, a sua 
identidade. 
Lembra-se da referência que fiz ao filme Blade Runner, o caçador de andróides? É a 
questão da identidade novamente em nossa pauta de discussão. Mas não se trata apenas 
de uma transmissão de valores de uma geração para outra, dentro de um mesmo grupo e 
de uma cultura sobre o meio ambiente. A construção da identidade é mais complexa. 
Vamos aprofundar um pouco esse assunto da identidade? 
Construir sua identidade supõe os contrastes: eu sou o que o outro não é. 
Mas lembro que a realidade do aluno é somente ponto de partida do trabalho docente, 
pois nosso trabalho é caminhar com os conceitos conduzindo-o ao acesso ao patrimônio 
 
 
 
1122 
 
Diacrônico: diz-se dos acontecimentos 
que ocorreram em temporalidades 
diferentes. Assumir uma perspectiva 
diacrônica significa perceber 
determinado fenômeno no decorrer da 
passagem do tempo. 
cultural da humanidade, imprescindível para a nossa compreensão enquanto sujeitos no 
mundo. 
Diante do que refletimos, anteriormente, o que fazer? 
Para que sejam ricas em significado, as aulas de História e Geografia devem abarcar a 
realidade local, mais imediata, tendo como ponto de partida o que o aluno já conhece. 
Mas não se trata apenas de constatar o já conhecido, mas também lançar um olhar novo 
sobre o cotidiano, assumir, junto com o aluno, uma postura de dúvida. Por exemplo: 
por que praticamente todo município tem uma rua ou praça chamada Tancredo Neves? 
Para nós, a resposta é evidente. Para o nosso aluno, não. O mesmo pode ser feito a 
partir da observação de prédios antigos, da entrevista com pessoas mais velhas, da 
observação do espaço geográfico da escola (por meio de uma excursão por todos os 
ambientes da escola). 
Nosso papel, enquanto professores de História e Geografia, é auxiliar o aluno na 
transposição dessa visão parcial e fragmentada da realidade para uma mais sistemática, 
que leve em consideração a perspectiva diacrônica e as relações que sua realidade mais 
próxima estabelece com contextos sociais mais 
amplos. 
Deu para perceber que essa abordagem, a partir do 
conhecimento do aluno, é imprescindível, se 
desejamos fazer de nossas aulas uma oportunidade para a reflexão acerca da identidade. 
Espero que sim. 
Para você fazer uma auto-avaliação sobre o que acabamos de estudar nesta subunidade, 
sugiro alguns exercícios no final deste capítulo. Faça-os e avalie-se. Tenho certeza de 
que vai gostar da prática. 
 
 
 
 
1133 
 
1.2 Eixos geradores do conhecimento 
Os eixos geradores do conhecimento formam o que chamamos de estrutura conceitual 
básica de uma disciplina. Os conceitos básicos são instrumentos de trabalho para a 
análise e compreensão da realidade. Os conceitos de espaço e tempo são básicos no 
estudo da Geografia e da História. É nessas duas dimensões que as relações sociais 
humanas travam-se, transformando a natureza, produzindo cultura, construindo a 
história. 
Vamos, pois, falar desses conceitos tão importantes do espaço e tempo. 
O espaço ganha existência concreta e visível no chão que pisamos, na terra que 
habitamos (espaço geográfico). O tempo ganha existência concreta e visível nos dias e 
nas noites que se sucedem, nas condições meteorológicas (sol, chuva, ventos), por 
exemplo. Mas além da experiência concreta, espaço e tempo ganham dimensão 
abstrata, não visível, por meio do espaço social (relações sociais humanas) onde 
vivemos, que é distinto do chão ou espaço geográfico que ocupamos. Por meio dessas 
relações, os homens produzem cultura concreta (objetos, instrumentos) e abstrata 
(normas de comportamento social). 
Com os eixos básicos de conhecimento de tempo e espaço, podemos pensar agora em 
definir conteúdos a serem trabalhados em História e Geografia. Vamos conhecer a 
proposta programática dos PCN, enriquecida por outra proposta apresentada por 
Penteado (2008). 
Penteado (2008) sugere uma programação com os eixos geradores do conhecimento, a 
partir de três níveis de aprendizagem: o exploratório, o específico da série e o de 
ampliação. 
Nível exploratório 
de formação de 
conceitos 
Proporcionará experiências e/ou vivências em todas as 
séries, proporcionando aos alunos condições de 
amadurecimento para a formação de conceitos 
específicos a serem trabalhados nas séries seguintes. 
 
 
 
 
1144 
 
Nível de 
desenvolvimento de 
conceitos específicos da 
série 
Explorará em todas as séries as experiências que os 
alunos já têm ao chegar à escola, relativas aos 
conceitos específicos da série. Privilegiará o trabalho 
com conceitos específicos da série. 
Nível de ampliação dos 
conceitos 
Cuidará para que os conceitos já trabalhados 
especificamente em séries anteriores sejam 
continuamente retomados e ampliados nas séries 
seguintes. 
Baseados nesses níveis de aprendizagem, temos condições de entender a proposta de 
Penteado (2008) e do MEC (1998). Observe-a, para depois comentá-la em unidades 
posteriores. 
 
PROPOSTA CURRICULAR - EIXOS GERADORES DO CONHECIMENTO 
 
Séries 
Nível 
1ª ano 2ª ano 3ª ano 4ª ano 5ª ano 
Ex
p
lo
ra
tó
ri
o
 
(v
iv
ê
n
ci
as
) 
- Relações 
sociais 
- Espaço 
- Tempo 
- Natureza 
- Cultura: 
.História local e 
do cotidiano 
.Comunidade 
indígena 
- Relações sociais 
-Tempo 
geográfico: 
dias do mês 
(cronologia) 
-Tempo histórico: 
hoje, ontem, 
amanhã, 
presente, 
passado, futuro. 
 
- Relações sociais - Relações sociais - Relações sociais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1155 
 
 
Es
p
e
cí
fi
co
 d
a 
sé
ri
e
 
-O estudo da 
paisagem local 
-Nomear 
elementos 
componentes 
das paisagens 
-Representar o 
espaço escolar 
-Espaço: 
. divisões: 
domínios e 
fronteiras 
-Representação 
espacial 
-Representação 
terrestre: 
. globo 
. mapa-múndi 
- Natureza: 
. água e terra 
- Cultura: 
. na água e na 
terra 
.História local e 
do cotidiano 
.Comunidade 
indígena 
- Espaço terrestre: 
.orientação: norte,sul, 
leste, oeste 
.divisão: continentes e 
oceanos 
. movimento de rotação 
da Terra 
- Tempo geográfico: 
.calendário, dia, hora 
-Tempo histórico: 
.transformações: natureza 
e cultura, ontem e hoje 
- Representação 
temporal: 
. tempo de curta duração 
-Cultura: 
.História local e do 
cotidiano 
.Comunidade indígena 
Espaço terrestre: 
.movimento de 
translação 
.divisão política: país 
-Espaço Brasil: 
.divisão política 
-Espaço local: 
.município 
-Tempo histórico: 
.pessoa, local, longa 
duração 
- História das 
organizações 
populacionais: 
-Deslocamentos 
populacionais 
-Organizações e 
lutas de grupos 
sociais e étnicos 
-Organizações 
políticas e 
administrações 
urbanas 
-O papel das 
tecnologias na 
construção de 
paisagens urbanas e 
rurais. 
-Informação, 
comunicação e 
interação 
-Distâncias e 
velocidades no 
mundo urbano e no 
mundo rural 
-Urbano e rural: 
modos de vida 
-Tempo histórico 
e espaço 
geográfico 
brasileiro ontem 
e hoje 
-Etnias 
formadoras do 
povo brasileiro, 
ontem e hoje 
- História das 
organizações 
populacionais: 
-Deslocamentos 
populacionais 
-Organizações e 
lutas de grupossociais e étnicos 
-Organizações 
políticas e 
administrações 
urbanas 
-O papel das 
tecnologias na 
construção de 
paisagens 
urbanas e rurais. 
-Informação, 
comunicação e 
interação 
-Distâncias e 
velocidades no 
mundo urbano e 
no mundo rural 
-Urbano e rural: 
modos de vida 
 
 
 
Séries 
Nível 
1ª ano 2ª ano 3ª ano 4ª ano 5ª ano 
 
 
 
1166 
 
A
m
p
lia
çã
o
 
- Deslocamento 
espacial escolar 
- Relações 
sociais escolares 
- Vocabulário 
oral 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Vocabulário oral 
e escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Vocabulário oral e 
escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Tempo 
- Vocabulário oral e 
escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Tempo 
-Vocabulário oral 
e escrito 
 
1.3 Metodologia do ensino da História e Geografia e a prática 
pedagógica em sala de aula 
Se fizermos uma retrospectiva pedagógica, veremos que os procedimentos que 
marcaram o ensino de História contemplaram listas de heróis desvinculados de seu 
contexto, agindo de maneira inesperada, cheios de bondade, em datas aleatórias. O 
apego à ordem cronológica dos acontecimentos, como se a História se desenvolvesse 
num sentido único, também é um procedimento forte. Em Geografia, não foi diferente. 
Os professores passavam extensas listas de nomes de acidentes geográficos, bem como 
enormes listas indicando altitudes de picos, montanhas e planaltos, extensão de rios etc, 
como se esses dados fossem todos independentes entre si, eternos, constantes e 
estáticos. 
Você chegou a ter aulas assim? Com certeza, um ou outro professor deve ter usado essa 
metodologia, pois não é tão difícil assim encontrar práticas pedagógicas reprodutivistas. 
Atualmente, a pedagogia orienta para o desenvolvimento de temas que facilitam 
abordagens históricas e geográficas integradas, por meio dos famosos projetos 
interdisciplinares ou da pedagogia de projetos, baseados em eixos geradores do 
conhecimento, como já vimos anteriormente. 
A proposta metodológica é iniciar no estudo da escola e terminar no estudo do mundo, 
passando, sucessivamente, pela família, bairro, município, estado, país. Os princípios 
que norteiam essa forma de organização dos eixos geradores do conhecimento (e 
contribuem para que o processo de aprendizagem ocorra mais facilmente) são: 
Séries 
Nível 
1ª ano 2ª ano 3ª ano 4ª ano 5ª ano 
 
 
 
1177 
 
- quando se faz do “próximo” para o “distante”: estuda-se primeiro a escola e 
depois a cidade; 
- quando caminha do “concreto” para o “abstrato”: estuda-se primeiro animais, 
na própria sala de aula, como um peixinho no aquário e depois a baleia, por 
exemplo; 
- quando se caminha da “parte” para o “todo”: estudam-se as plantações 
começando por observar uma fruta para depois ver a plantação como um todo; 
- quando se parte do “simples” para o “complexo”: estuda-se o bairro para 
depois ver o município. 
Porém precisamos questionar a maneira radical em agir sempre assim, pois a 
experiência tem nos mostrado que a aprendizagem se faz num movimento constante 
que vai tanto das partes para o todo como do todo para as partes ao longo de todo o 
processo. Será que é melhor estudar uma abelha em suas partes para depois ver toda a 
colmeia e sua produção? A metodologia a ser usada vai depender da situação que 
professores e alunos estão vivendo. Também podemos pensar que é concreto para o 
aluno aquilo que ele acredita que realmente existe, como fadas, duendes, amigos 
imaginários. É “próximo” do aluno aquilo que, pela significação e importância por ele 
atribuída, passa a fazer parte de sua realidade, como uma bicicleta que ele vai ganhar no 
natal e que só viu num comercial de televisão. 
Inicialmente, é importante proporcionar à criança a oportunidade de lidar com o espaço 
dominável por ela, por meio, por exemplo, de atividades lúdicas. 
A cada experiência realizada, seguir-se-ia, imediatamente, a confecção de um desenho 
que a representaria. 
Com essas situações, a criança vivenciaria noções de dentro e fora, limites e fronteiras. 
Ela seria iniciada em uma representação espacial por meio do desenho feito após cada 
experiência e trabalharia adequadamente para esse fim. Depois disso, a passagem para 
mapas e globo seria uma questão de grau, uma vez que a confecção de tais 
representações, por profissionais, é facilmente compreensível para a criança pelo 
recurso do desenho, da fotografia, quando vivenciados por ela. 
 
 
 
1188 
 
Vamos lembrar a ideia do subtema anterior que nos recomenda trabalhar a partir da 
realidade e das experiências do aluno. Até chegar ao 1º ano, a criança já viveu no 
mínimo 6 anos na sua família, tendo, portanto, dominado os conhecimentos necessários 
para sobreviver, bem como os conhecimentos sobre o bairro onde vive. O que temos 
visto é que a escola desconsidera esse conhecimento e trabalha um modelo de família e 
de lar estereotipado (papai-mamãe-filhinho), que nada tem a ver com a realidade vivida 
pelo aluno no grupo social (pais separados, mães solteiras, avós assumindo netos, 
homossexuais adotando filhos). 
São comuns nos livros de História, Geografia ou Estudos Sociais cenas como a de um 
casal de cor branca, sentado em torno de uma mesa farta, numa sala limpa e agradável, 
acompanhado de duas ou três crianças, para representar a família reunida na hora da 
refeição. Acompanha o desenho um texto que é lido sem questionamentos e análises, 
com os dizeres: Esta é minha família. 
Pergunto: À família de quantos de nós, alunos e professores, corresponde esse modelo? 
A escola deveria ter um pouco mais de senso de realidade. 
Na escola, vemos um trabalho formal e vazio, no qual as crianças não sabem direito o 
nome da professora, dos colegas, da diretora. 
Os conceitos básicos que formam os eixos geradores de conhecimento de Geografia e 
História, já citados no subitem anterior, são um instrumento necessário para a 
organização do trabalho escolar na perspectiva de cidadãos críticos e atuantes na 
sociedade. 
Para concluir, podemos dizer que é preciso substituir a apreensão fragmentada da vida 
social, à qual os alunos estão sendo expostos, por uma compreensão articulada da vida 
social, no seu funcionamento e na sua historicidade. Somente, assim, formaremos 
sujeitos críticos, capazes de uma atuação consequente de sua realidade. 
 
 
 
1199 
 
 1.4 Síntese da Unidade 
Esta unidade apresentou, no item 1.1, as razões que justificam estudar História e 
Geografia e os pressupostos teóricos dessas disciplinas, enfatizando como o aluno 
aprende os conceitos históricos e físicos. Conclui mostrando como o estudo da História 
e da Geografia aguça e amplia nossa compreensão da realidade social e no ajuda a 
nortear a ação social no presente. Apresenta também, no item 1.2, os eixos geradores 
do conhecimento que formam o que chamamos de estrutura conceitual básica de uma 
disciplina. São apresentados os conceitos de espaço e de tempo como básicos no estudo 
da Geografia e da História, esclarecendo que é nessas duas dimensões que as relações 
sociais humanas travam-se, transformando a natureza, produzindo cultura, construindo 
a história. É sugerido no final desse subitem um quadro curricular de Geografia e 
História para o ensino fundamental 1. Finalmente, o item 1.3 apresenta um breve 
histórico da educação brasileira sobre a prática pedagógica em História e Geografia, 
expondo, em seguida, os critérios básicos que norteiam a metodologia dessas 
disciplinas. Para concluir, recomendo que precisamos trocar essa apreensão parcial da 
vida socialque as escolas apresentam aos alunos, por uma outra mais articulada da vida 
social, no seu funcionamento e na sua historicidade. Penso que, com essa nova 
metodologia, conseguiremos formar sujeitos críticos, com condições cidadãs de 
atuarem de maneira transformadora em sua realidade. 
 
1.5 Atividades 
Para ampliar sua reflexão sobre o tema, a leitura do texto Contribuição das Ciências 
Humanas para a formação do aluno do Ensino Fundamental, do livro de Heloísa Dupas 
Penteado (PENTEADO, H. D. Metodologia do Ensino de História e Geografia. 2. ed. 
revista e ampliada. São Paulo: Cortez, 2008. p.27-28), é bastante enriquecedora. No 
texto, a autora faz uma reflexão sobre o papel das ciências humanas na formação 
integral do homem, utilizadas amplamente em História e Geografia, analisando sua 
importância. 
Transcrevo-o, abaixo, para sua melhor formação: 
 
 
 
2200 
 
CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS PARA A FORMAÇÃO DO 
ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL 
Entendemos a presença das Ciências Humanas no Ensino Fundamental como um dos 
elementos responsáveis pela preparação de um cidadão crítico, dotado de uma 
consciência social provida de objetividade suficiente que lhe possibilite: 
- perceber a sociedade em que vive como construção humana, que se reconstrói 
constantemente ao longo das gerações, o que não envolve necessariamente avanços ou 
melhorias: essa reconstrução pode ser reprodutora ou transformadora, realizando-se em 
um fluxo constante, dotado de historicidade, que orienta os processos aí desenvolvidos; 
- perceber-se a si próprio como um agente social que fatalmente intervém na sociedade, 
seja compactuando com ela, seja transformando-a; 
- perceber o sentido dos processos que orientam o constante fluxo social, bem como o 
sentido de sua intervenção nesse processo. 
A presença das Ciências Humanas nas cinco séries do Ensino Fundamental, através das 
disciplinas História e Geografia, devem garantir a iniciação do estudante nessa 
preparação de forma mais ampla. Para isso, é necessário assegurar para cada série um 
conhecimento significativo, ainda que introdutório, que possa ser utilizado pelo 
estudante ao longo de sua vida, na convivência com seus semelhantes, como um 
instrumento que lhe possibilite pensar sua realidade e melhor conhecê-la, para melhor 
atuar nela e se apossar dela, em vez de ser por ela engolido. 
Assim, o mínimo de saber significativo provindo das Ciências Humanas que se pode 
deixar com alguém que tenha passado um ano pelos bancos escolares é a introdução ao 
conhecimento de que “o homem é um ser construtor e criador; que faz a natureza, 
juntamente com outros homens, para garantir a sua sobrevivência”. 
O avanço possível nesse conhecimento, para quem permanece ao longo das séries 
iniciais do Ensino Fundamental, é saber que “a vida social construída pelo homem é 
 
 
 
2211 
 
reconstruída ao longo das gerações; que essa reconstrução não significa necessariamente 
avanços ou melhorias”. 
Como se trata de saberes significativos, eles funcionarão para o indivíduo como 
instrumentos de pensamento e de conhecimento sobre sua vida, geradores de outros 
conhecimentos – e, portanto, são recursos eficientes no seu trabalho de construtor 
social, como ser humano que é. 
Traduzir essa concepção de Ciências Humanas na prática pedagógica de sala de aula 
exige que se situe a disciplina História e Geografia como “estudos de vida do homem 
em sociedade”. Estudos norteados pela História e Geografia e alicerçados nas diferentes 
Ciências Humanas cujos objetos de estudo apresentam pontos de interseção – e que, por 
isso mesmo, devem estar integradas, a partir de uma estrutura formada de eixos 
geradores de conhecimentos comuns a todas elas. O que tornará possível ao aluno 
apreender globalmente a vida social de modo articulado, no seu funcionamento e na sua 
historicidade. 
Agora que você já se aprofundou um pouco a respeito do conteúdo proposto neste 
capítulo, penso que tem condições de fazer o exercício abaixo. Troque ideias com os 
colegas, pesquise, entreviste, faça o melhor que puder. Depois envie ao seu professor. 
Partindo do pressuposto que o estudo da História e da Geografia aguça e amplia nossa 
compreensão da realidade social e no ajuda a nortear a ação social no presente, leia a 
poesia abaixo e responda às seguintes questões: 
1- Qual é a visão de História e Geografia defendida pelo autor da poesia? 
2- Essa visão pode ser ensinada em sala de aula? Justifique. 
 
Perguntas de um trabalhador que lê 
(Bertolt Becht) 
 
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? 
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras? 
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre? 
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a edificaram? 
No dia em que a Muralha da China ficou pronta, 
 
 
 
2222 
 
para onde foram os pedreiros? 
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo: 
quem os erigiu? Quem eram 
aqueles que foram vencidos pelos césares? 
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores? Na legendária 
Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus 
escravos. 
O jovem Alexandre conquistou a Índia. 
Sozinho? 
César ocupou a Gália. 
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro? Felipe da Espanha chorou quando 
sua frota naufragou. Foi o único a chorar? 
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem partilhou da vitória? 
A cada página uma vitória. 
Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos um grande homem. 
Quem pagava as despesas? 
Tantas informações. Tantas questões. 
 
(Disponível em: <http://www.iea.usp.br/iea/artigos/konderbrecht.pdf>. Acesso em: 06 
ago. 2009.) 
 
 
 
 
ATIVIDADE APLICADA 
 
Prepare uma aula introdutória para o 5º ano, a partir da leitura da poesia acima. O 
objetivo é construir com os alunos uma noção do que é História e Geografia e quem são 
seus sujeitos. 
 
 
 1.6 Para Saber Mais 
Filmes 
BLADE RUNNER, o caçador de androides. Produção de Ridley Scott. EUA: Warner 
Brother Distribuidora, 1982. DVD (117 min). Legendado. Inglês, Português e Espanhol. 
Considerado um clássico da ficção científica, o filme permite a reflexão sobre a relação 
que estabelecemos entre memória e identidade. 
UMA CIDADE sem passado. Produção de Michael Verhoeven. Alemanha: Play Art 
Home Vídeo, 1989. DVD (115 min). Legendado. Inglês e Português. 
 
 
 
2233 
 
Esse filme permite várias reflexões, por exemplo, a forma como se desenvolve a 
pesquisa histórica e os interesses envolvidos no registro oficial da História. 
ADEUS, Lênin! Produção de Wolfgang Becker, Alemanha: Imagem Distribuidora , 
2003. DVD (117 min). Legendado. Alemão e Português. 
Ambientado no contexto do fim da guerra fria, permite compreender a relação entre 
cultura material e identidade. 
DE VOLTA para o futuro. Direção: Robert Zemeckis. EUA: Universal Pictures, 
1985.DVD (115 min. Legendado. Inglês e Português. 
Um garoto viaja no tempo, voltando ao ano de 1955. Nesse filme, é possível perceber as 
transformações no espaço geográfico de uma cidade. 
PRIMAVERA, verão, outono, inverno. Direção de Kim Ki-Duk. Coréia do Sul: 
Imovision. Distribuidora, 2003. DVD (115 min). Legendado. Inglês e Português. 
Por meio da convivência entre dois monges, que compartilham a solidão em um lago 
rodeado por montanhas, são apresentadas as quatro estações do ano, enfatizando cada 
aspecto de suas vidas. Nesse filme, é possível perceber a influência das estações em 
nossas vidas e a produção cultural em cada uma delas. 
 
Sites 
Caso queira saber mais sobre os temas desta Unidade,pesquise em artigos e outras 
produções científicas e culturais nos sites a seguir: 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Disponível em: <www.iea.usp.br/artigos>. 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-TV ESCOLA. Disponível em: 
<www.tvebrasil.com.br/salto/>. 
 
DOMÍNIO PÚBLICO. Disponível em: <www.dominiopublico..gov.br/>. 
 
 
 
 
2244 
 
 
 
 
 
 
2255 
 
Unidade 2 
Estudos de Geografia fundamentos e 
procedimentos metodológicos 
 
 
2.1 Estudos de Geografia 
A Geografia durante muito tempo serviu para descrever paisagens, mas, estanque da 
ação humana, era uma Geografia estática e memorizada pelos alunos. 
O ensino de Geografia dedica-se muito mais a realidades estáticas do que processos 
transformadores. 
Dada a nossa realidade atual, a Geografia não pode somente ser descritiva ou tão- 
somente servir para interpretar o mundo política e economicamente. Antes de tudo, ela 
deve ser aquela que trabalha com as relações socioculturais da paisagem em seus 
elementos físicos e biológicos, por meio de investigações das relações entre esses 
elementos que formam o espaço geográfico. Esse espaço geográfico é aquele produzido 
pelo homem que organiza social e economicamente a sociedade. Portanto, o homem é o 
sujeito que constrói e transforma esse espaço constantemente. O aluno sabendo de sua 
realidade consegue influenciá-la enquanto cidadão. 
Sabe-se que muitos professores das séries iniciais, sem acesso a um conhecimento 
técnico e teórico constante e profundo, continuam trabalhando com seus alunos a 
Geografia somente descritiva e sem sentido, fora da realidade deles. Uma Geografia 
nada transformadora. 
 
 
 
2266 
 
 
Figura 2.1 - Espaço transformado: 
ocupação do homem no espaço. 
Fonte:http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
arquivos/ Image/conteudos 
/imagens/2geografia/7cidades.jpg 
Acesso em 16 jul. 2010 
 
É necessário, que já nas séries iniciais, o professor trabalhe tendo o espaço geográfico 
como tema central: conceitos de paisagem, território e lugar. 
Como nos mostra os PCN de Geografia, no momento atual, o meio técnico científico 
informacional adquiriu um papel fundamental e, em meio ao processo de globalização e 
massificação, o mundo convive com novos conflitos e tensões, tais como o declínio dos 
estados-nações, a formação de blocos econômicos, a desterritorialidade e outros temas 
que recuperem a importância do saber geográfico. Há uma multiplicidade de questões 
que, para serem entendidas, necessitam de um conhecimento geográfico bem estudado. 
 
2.2 PCN de Geografia para o 1º e 2º ciclos 
A proposta curricular nacional de Geografia do 1º ao 5º ano, feita pelo MEC (Ministério 
da Educação) é bastante rica e completa. Vale a pena conhecê-la. Sugiro adquiri-la, 
consultá-la nas escolas ou no site do MEC: www.mec.gov.br. 
Para facilitar o entendimento, é necessário dividir a abordagem da Geografia em 
primeiro ciclo (do 1º ao 3º ano) e segundo ciclo (do 4º ao 5º ano). 
A Geografia trabalha com as relações entre o processo histórico, que regula a formação 
das sociedades humanas, e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço 
geográfico e das paisagens. Em todos os anos do Ensino Fundamental, a análise das 
paisagens não pode ser feita na forma de 
descrição, e sim na dinâmica de suas 
transformações. 
Vamos pensar nessa divisão, lembrando que 
a psicologia das idades: No primeiro ciclo, o 
trabalho deve ser focado na natureza e nas 
suas relações com a ação antrópica, tanto 
individual quanto grupal, para a construção 
do espaço geográfico. 
 
 
 
2277 
 
 
Figura 2.3 - Espaço transformado: relação 
campo e cidade. 
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ 
arquivos/ image/conteudos/imagens/2geografia/ 
3agropec.jpg 
Acesso em 16 jul. 2010 
 
Figura 2.2 - Espaço tranformado: ação do 
homem no espaço natural em relação ao 
transporte. 
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/ 
tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/
geografia/4barcop.jp 
Acesso em 16 jul. 2010 
No segundo ciclo, devem ser focadas as relações entre campo e cidade, o papel do 
trabalho na transformação dos espaços e da tecnologia, as informações, a comunicação e 
os transportes. 
Nas séries iniciais, a Geografia deve ser 
ensinada de modo que o aluno perceba 
que ser cidadão é fazer parte dessa 
realidade integrada nas relações entre 
natureza e sociedade, sujeita a muitas 
mudanças e que ele, aluno, é peça 
fundamental nessas mudanças. Vejam a 
foto sobre densidade demográfica: o 
homem transforma o espaço natural. Ele 
planejou devidamente? Quais as 
consequências de sua ação? Como agir de 
maneira consciente? 
 
O ensino da Geografia deve desenvolver nas crianças a visão da realidade que as 
cercam, para formar cidadãos críticos capazes de se posicionarem frente às situações 
que enfrentam e gerar mudanças e 
transformações significativas. 
Vejam a foto sobre agropecuária: todos 
usufruem dessa transformação? A 
exploração do espaço é indevida ou não? 
Quais as consequências dessa 
exploração? Como podemos aperfeiçoar 
o processo de transformação? 
 
 
 
 
2288 
 
2.3 O trabalho coletivo na escola 
Para desenvolver este tema, nos basearemos nos objetivos gerais de Geografia para o 
ensino fundamental e nos objetivos de Geografia do 1º e 2º ciclos, presentes nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, editados pelo Ministério da Educação (1998). 
Os objetivos serão somente apresentados para conhecimento. Posteriormente, à medida 
que estudarmos metodologia e recursos didáticos, refletirmos a respeito deles. 
OBJETIVOS GERAIS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 
Espera-se que, ao longo do ensino fundamental, os alunos construam um conjunto de 
conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes relacionados à Geografia. 
Nesse sentido, os alunos deverão ser capazes de: 
• conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas 
múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades na sua construção e 
produção do território, da paisagem e do lugar; 
• identificar e avaliar as ações dos homens em sociedades e suas consequências em 
diferentes espaços e tempos para adquirir referenciais que possibilitem uma participação 
propositiva e reativa nas questões socioambientais locais; 
• compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em 
suas dinâmicas e interações; 
• compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços 
técnicos e tecnológicos são conquistas decorrentes de conflitos e acordos, que ainda não 
são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhar-se 
em democratizá-las; 
• conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa de Geografia para compreender o 
espaço, a paisagem, o território e o lugar, assim como os seus processos de construção, 
identificando suas relações, seus problemas e suas contradições; 
• fazer leituras de imagens, dados e documentos de diferentes fontes de informação, de modo 
que possa interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as 
diferentes paisagens; 
• saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e apresentar a espacialidade 
dos fenômenos geográficos; 
• valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio-diversidade, reconhecendo-a como 
um direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento da democracia. 
 
OBJETIVOS DE GEOGRAFIA PARA O PRIMEIRO CICLO 
Espera-se que, ao final do primeiro ciclo, os alunos sejam capazes de: 
• reconhecer, na paisagem local e no lugar emque se encontram inseridos, as diferentes 
manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pela ação de sua 
coletividade e de seu grupo social; 
• conhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as 
manifestações da natureza presentes em outras paisagens; 
• reconhecer semelhanças e diferenças nos modos que diferentes grupos sociais apropriam-
se da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações de trabalho, 
nos hábitos cotidianos, nas formas de se expressar e no lazer; 
• conhecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticas utilizando, para 
tanto, alguns procedimentos básicos; 
• saber utilizar a observação e a descrição na leitura direta ou indireta da paisagem, sobretudo 
por meio de ilustrações e da linguagem oral; 
• reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e distância 
 
 
 
2299 
 
de modo que possa deslocar-se com autonomia e representar os lugares onde vivem e se 
relacionam; 
• reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidados com o meio em que 
vivem, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se deve ter na preservação e na 
manutenção da natureza. 
OBJETIVOS DE GEOGRAFIA PARA O SEGUNDO CICLO 
Espera-se que, ao final do segundo ciclo, os alunos sejam capazes de: 
• reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza na construção de diferentes 
paisagens urbanas e rurais brasileiras; 
• reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das cidades e do campo, 
relativas ao trabalho, às construções e moradias, aos hábitos cotidianos, às expressões de 
lazer e cultura; 
• reconhecer, no lugar no qual se encontram inseridos, as relações existentes entre o mundo 
urbano e rural, bem como as relações que sua coletividade estabelece com coletividades de 
outros lugares e região, focando tanto o presente como o passado; 
• conhecer e compreender algumas das consequências das transformações da natureza 
causadas pelas ações humanas, presentes na paisagem local e nas paisagens urbanas e 
rurais; 
• reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes na 
configuração de paisagens culturais urbanas e rurais e na estruturação da vida em sociedade; 
• saber utilizar os procedimentos básicos de observação, descrição, registro, comparação, 
análise e síntese na coleta e no tratamento da informação, mediante fontes escritas ou 
imagéticas; 
• utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações em linguagem 
cartográfica, observando a necessidade de indicações de direção, distância, orientação e 
proporção para garantir a legibilidade da informação; 
• valorizar o uso refletido da técnica e tecnologia em prol da preservação e conservação do 
meio ambiente e da manutenção da qualidade de vida; 
• adotar uma atitude responsável, em relação ao meio ambiente, reivindicando, quando 
possível, o direito de todos a uma vida plena num ambiente preservado e saudável; 
• conhecer e valorizar os meios de vida de diferentes grupos sociais, como se relacionam e 
constituem o espaço e a paisagem nos quais se encontram inseridos. 
 
 
2.4 Conteúdos e métodos em Geografia na sala de aula nas 
sérias iniciais do ensino fundamental 
Em relação ao conteúdo, podemos montar uma sugestão de plano de ensino das quintas 
séries iniciais do ensino fundamental. Para todos os anos, vamos fazer a descrição do 
conteúdo programático e analisar algumas ideias específicas para cada série. 
Seguiremos, novamente, a sugestão de Penteado (2008) e do MEC-PCN de Geografia 
(1998): 
 
 
 
 
3300 
 
N
ív
el
 
Séries 
 
1ª ano 2ª ano 3ª ano 4ª ano 5ª ano 
E
x
p
lo
r
a
tó
ri
o
 
(v
iv
ê
n
ci
a
s)
 
- Relações sociais 
- Espaço 
- Tempo 
- Natureza 
- Cultura: 
.História local e 
do cotidiano 
.Comunidade 
indígena 
- Relações sociais 
-Tempo 
geográfico: 
dias do mês 
(cronologia) 
- Tempo 
histórico: hoje, 
ontem, amanhã, 
presente, passado, 
futuro. 
 
-- Relações 
sociais 
-Relações sociais - Relações sociais 
E
sp
e
cí
fi
co
 d
a
 s
é
ri
e 
-O estudo da 
paisagem local 
-Nomear 
elementos 
componentes das 
paisagens 
-Representar o 
espaço escolar 
-Espaço: 
. divisões: 
domínios e 
fronteiras 
-Representação 
espacial 
-Representação 
terrestre: 
. globo 
. mapa-múndi 
- Natureza: 
. água e terra 
- Cultura: 
. na água e na 
terra 
.História local e 
do cotidiano 
.Comunidade 
indígena 
- Espaço 
terrestre: 
.orientação: 
norte,sul, leste, 
oeste 
.divisão: 
continentes e 
oceanos 
. movimento de 
rotação da Terra 
- Tempo 
geográfico: 
.calendário, dia, 
hora 
-Tempo 
histórico: 
.transformações: 
natureza e 
cultura, ontem e 
hoje 
- Representação 
temporal: 
. tempo de curta 
duração 
-Cultura: 
.História local e 
do cotidiano 
.Comunidade 
indígena 
Espaço terrestre: 
.movimento de translação 
.divisão política: país 
-Espaço Brasil: 
.divisão política 
-Espaço local: 
.município 
-Tempo histórico: 
.pessoa, local, longa 
duração 
- História das organizações 
populacionais: 
-Deslocamentos 
populacionais 
-Organizações e lutas de 
grupos sociais e étnicos 
-Organizações políticas e 
administrações urbanas 
-O papel das tecnologias 
na construção de paisagens 
urbanas e rurais. 
-Informação, comunicação 
e interação 
-Distâncias e velocidades 
no mundo urbano e no 
mundo rural 
-Urbano e rural: modos de 
vida 
-Tempo histórico e 
espaço geográfico 
brasileiro ontem e hoje 
-Etnias formadoras do 
povo brasileiro, ontem 
e hoje 
- História das 
organizações 
populacionais: 
-Deslocamentos 
populacionais 
-Organizações e lutas 
de grupos sociais e 
étnicos 
-Organizações políticas 
e administrações 
urbanas 
-O papel das 
tecnologias na 
construção de 
paisagens urbanas e 
rurais. 
-Informação, 
comunicação e 
interação 
-Distâncias e 
velocidades no mundo 
urbano e no mundo 
rural 
-Urbano e rural: modos 
de vida 
A
m
p
li
a
çã
o
 
- Deslocamento 
espacial escolar 
- Relações sociais 
escolares 
- Vocabulário oral 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Vocabulário oral 
e escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Vocabulário 
oral e escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Tempo 
- Vocabulário oral e escrito 
- Natureza 
- Cultura 
- Espaço 
- Tempo 
-Vocabulário oral e 
escrito 
 
Para o trabalho com as crianças, no 1º ano, o professor deve observar os seguintes 
objetivos: 
- vivência organizada das relações sociais escolares; 
- introdução vivencial em relação ao tempo cronológico; 
- exploração e uso organizado do espaço escolar; 
 
 
 
3311 
 
 
Figura 2.4 - Relações sociais na 
escola 
Fonte: 
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ 
arquivos/File/imagens/5pedagogia/7escola
dewey.jpg 
Acesso em 16 jul. 2010. 
- introdução à observação de elementos da natureza e cultura. 
 
Nesse sentido, o professor irá trabalhar com seus alunos a formação de atitudes 
adequadas para que convivam em seu ambiente escolar de forma organizada e saudável, 
levando-os a aprender a conviver num espaço público (seu ambiente escolar) e, ao 
mesmo tempo, aprender conhecimentos específicos do ensino de Geografia. 
Os três primeiros objetivos que serão trabalhados no 1º semestre são: 
 
1 – Relações Sociais 
O professor deve ter em mente que os alunos dessa série estão chegando à escola, 
portanto o ensino deve acontecer de forma exploratóriae suas vivências devem ser 
consideradas como conteúdo. 
O professor quando organiza com seus alunos o trabalho escolar (normas de 
convivência, comportamentos, relações sociais), no nível exploratório, prepara-os para a 
aprendizagem de Geografia e os ajuda a desenvolver a oralidade, a observação das 
normas orientadas por critérios, o registro gráfico de observações feitas, o saber 
vivenciar situações coletivas. Essas situações ajudam no bom desenvolvimento e 
rendimento do trabalho escolar, além de propiciar condições para o exercício da 
cidadania. Devem, portanto, ser levadas a sério. 
Além de se trabalhar as relações sociais num nível 
de vivências, o aluno deve ser percebido dentro de 
seu grupo social que é a classe, formada por 
indivíduos com características parecidas ou muito 
diferentes entre si. O professor deve ajudar o aluno 
a perceber sua identidade, dos seus colegas e do 
professor. 
Como isso pode ser feito? Veja a Figura 2.4, ela 
retrata as relações sociais das crianças na escola, 
sua interação, comunicação entre colegas e 
professor. 
 
 
 
 
3322 
 
Os alunos devem observar e identificar seu grupo por meio de jogos, brincadeiras e 
conversas. Eles devem se perguntar a respeito do próprio grupo: 
- nosso grupo é grande? 
- quantos meninos há? E quantas meninas? 
- quais as idades? 
- quem é o mais novo? E o mais velho? 
- o que temos de parecido? 
O professor deverá saber lidar com as respostas e prestar atenção na coerência delas. 
Por meio das respostas, deve-se usar a criatividade nas atividades seguintes, no sentido 
de ir caracterizando o grupo formado pela classe. 
Atividades propostas: 
a) recorrer a jogos e brincadeiras para que os alunos se envolvam nas atividades de 
reconhecimento do grupo e de si mesmo em relação ao grupo; 
b) convidar, abertamente, o aluno a falar ou brincar de par ou ímpar para se decidir 
quem fala primeiro; 
c) provocar seus alunos para que se sintam desafiados, recorrendo a diversos meios que 
resultem em respostas a respeito das características da classe: faixa etária, composição 
sexual, tamanho do grupo, componentes etc. 
d) encaminhar perguntas que especifiquem a finalidade do grupo na série em que estão 
(Por que estamos aqui?); 
e) trabalhar atividades que levem os alunos a identificarem os nomes de todos (Vamos 
decorar os nomes começados com a?; Agora vamos decorar os nomes da primeira 
fileira?); 
 
2 – Tempo 
O tempo deverá, na série citada, ser trabalhado de forma exploratória. Assim, deve-se 
sempre colocar a data na lousa e solicitar que os alunos coloquem-na no caderno. 
Por meio de documentos fornecidos pelos alunos à escola, o professor deve conhecer a 
história de cada um, pois, muitas vezes, os alunos desconhecem informações sobre si 
mesmos. Faz-se necessário, portanto, conferir as informações fornecidas para a escola 
com aquelas dadas pelos alunos, relativas a tempo, como data de nascimento, hora do 
nascimento, local etc. 
 
 
 
3333 
 
É importante que o aluno saiba identificar a contagem e o registro do tempo. Isso deverá 
ser trabalhado, por exemplo, por meio do dia do aniversário de cada um (Por que 
comemorarmos este dia? Todas as pessoas têm essa data como especial?) 
Pode-se, também, destacar outras datas significativas para a escola, a cidade, ao longo 
do ano, e registrar em desenhos ou quadro a data de aniversário de outros alunos. 
 
3 – Espaço 
Este conceito será trabalhado na série em questão, também, em nível exploratório. 
Nesse sentido, o professor irá direcionar o conceito de espaço por meio de perguntas e, 
até, registros. Seguem algumas questões que possibilitam trabalhar essa relação 
espacial: 
a) Onde está nossa classe? 
b) Existem classes próximas? Quais? 
c) Onde estão os banheiros? 
d) Nossa classe está próxima à diretoria? 
Essas perguntas serão respondidas após uma visita dos alunos à escola, para que 
percebam referências e localizações. Depois, é importante registrar os espaços em 
desenhos. Portanto, o esquema a ser seguido para a obtenção dessa observação espacial 
deve obedecer aos seguintes passos: 
- iniciação com perguntas; 
- visitação em toda escola para averiguação das perguntas feitas; 
- elaboração de respostas depois de muita observação; 
- desenhos das respostas, identificando a localização da sala de aula. 
 
Os outros dois objetivos serão trabalhados no segundo semestre: conceitos de natureza e 
cultura. Esses conceitos serão trabalhados de forma exploratória e de vivência do aluno, 
trabalhos que podem ser iniciados com, por exemplo, as seguintes questões: 
- Observem nossa sala de aula e diga tudo o que foi feito pelo homem (deve ser feito um 
levantamento: carteira, lousa, porta etc); 
- Existem elementos que não foram feitos pelo homem? (ar, luminosidade etc). 
Assim, após o levantamento, proceder a sintetização: 
 
 
 
3344 
 
- elemento natural é tudo aquilo que existe e que não foi feito e transformado pelo 
homem; 
- elemento cultural é tudo aquilo que existe e foi feito ou transformado pela ação do 
homem. 
O professor pode propor também: 
- observação do caminho do aluno de casa até a escola; 
- visita a algum local da cidade (zona rural ou urbana); 
Atendendo a essas atividades, os alunos irão classificar os elementos da natureza ou 
elementos culturais transformados pelo homem. Essa sistematização pode variar desde 
escrita, desenhos ou colagens de figuras trazidas pelos alunos ou pelo professor. 
Nesse semestre, o professor pode propor as seguintes atividades: 
- brincar de agricultura (plantar e cuidar de plantas); 
- brincar de comércio (montar feiras ou lojas, situações em que os alunos serão 
vendedores, fornecedores ou compradores); 
- brincar de produzir algo (fazer um bolo, uma salada ou uns pães e experimentar na 
hora do lanche); 
- visitar uma indústria alimentícia que produza algo relacionado ao universo alimentar 
do aluno; 
- contar uma história e, depois, classificar os elementos naturais e culturais que nela 
aparecem (registrar em desenhos, por exemplo). 
 
Para o trabalho com as crianças, no 2º ano, o professor deve observar as seguintes 
questões: 
 
O conceito de relações sociais deve ser feito em nível exploratório no início do ano 
letivo. 
Os conceitos específicos da série serão: espaço, natureza e cultura. 
Os passos seguidos devem ser os mesmos (perguntas, observações, registros e 
brincadeiras-exercício para fixação), o que será mudado é o nível de sistematização do 
conceito que se trabalhou. 
 
 
 
 
 
3355 
 
Conceito de Tempo 
Registrar, diariamente, na lousa, a data do dia, em relação ao dia anterior, e as condições 
do tempo (condições meteorológicas). 
O professor deve criar condições para que seus alunos identifiquem passado, presente e 
futuro. 
 
Os objetivos a serem alcançados no 2º ano são: 
1 – compreender divisões espaciais e suas características; 
2 – compreender e fazer representações espaciais; 
3 – introduzir habilidade de leitura das representações convencionais do espaço terrestre 
(globo e mapa-múndi). 
 
Objetivos 1 e 2: divisões espaciais 
 
O trabalho com jogos na sala de aula ou no pátio será importante para que o aluno 
adquira os conceitos de domínio e fronteira. Por exemplo, o jogo Caça ao tesouro (feito 
numa folha de papel colocada no chão): para se chegar ao tesouro, os alunos percorrerão 
locais (domínios) demarcados e fronteiras difíceis de serem ultrapassadas (vale a 
criatividade do professor para montar esses jogos). 
Trabalhar com a ideia da localização da escola (e quem são os vizinhos da escola) ou da 
casa do aluno (e

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