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prescrição da pretenção executória

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PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
1.1 Conceito e Prazos
A prescrição da pretensão executória ocorre depois de transitar em julgado a sentença condenatória e produz a 
perda da executoriedade da pena imposta. É regulada pela quantidade da pena imposta na sentença 
condenatória. Apenas não haverá o cumprimento da pena principal, mas persistindo as consequências 
secundárias da condenação, incluindo a de eventual reincidência. Diante da clara disposição do artigo 110 do 
Código Penal, não mais se discute acerca da necessidade do trânsito em julgado para ambas as partes, que 
chegou a ser critério adotado por parte da jurisprudência de então. 
Consequentemente, com o trânsito em julgado da sentença para a acusação, o prazo prescricional começa a fluir, 
porque já não pode mais piorar a situação do sentenciado, tornando-se a decisão, sob esse aspecto, definitiva, 
razão pela qual são desprezados os marcos mínimo e máximo da pena abstratamente cominada. Ela vem prevista 
no caput do artigo 110 do Código Penal. A pena concretamente aplicada na sentença perde sua força executória, 
se não for exercitada pelos órgãos estatais, nos prazos previstos no artigo 109 do Código Penal.
Quando a sentença penal condenatória transita em julgado, o prazo prescricional passa a ser calculado pela pena 
em concreto. Entretanto, apenas a pretensão executória do Estado é que prescreve. A pena não será cumprida, 
mas todos os seus demais efeitos serão mantidos, OS PENAIS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIOS E OS EXTRAPENAIS. 
(artigo 91 e 92 do CP)
A prescrição da pretensão executória está prevista no caput do art. 110 do CP, sendo que seus prazos são 
reguladores pelo art. 109.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
Começa a correr a prescrição da pretensão executória:
a) do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, (o que é um absurdo, pois 
permitir o início do prazo prescricional quando ainda pendente recurso da defesa),
b) ou do dia que revoga a suspensão condicional da pena (SURSI – Art. 77 do CP) ou o livramento 
condicional (art. 83 do CP) (artigo 112, inciso I); 
c) do dia em que se interrompe a execução (ex. fuga do condenado), salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena (artigo 112, inciso II).
Prescrição da Pretensão Punitiva Intercorrente x Prescrição da Pretensão Executória
Condenação com trânsito em julgado para a condenação – começa correr o prazo da pretensão punitiva 
intercorrente a partir da publicação e do trânsito em julgado começa a correr o prazo da prescrição e 
também 
Se a prescrição ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença será caso de reconhecer a prescrição da 
pretensão punitiva intercorrente. Se a prescrição ocorrer após o trânsito em julgado da sentença 
condenatória será caso de prescrição da pretensão executória.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
CONSTITUCIONAL. PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. TERMO INICIAL PARA A CONTAGEM 
DA PRESCRIÇÃO NA MODALIDADE EXECUTÓRIA. TRÂNSITO EM JULGADO SOMENTE PARA A 
ACUSAÇÃO. ARTIGO 112, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL. NECESSIDADE DE HARMONIZAÇÃO DO 
REFERIDO INSTITUTO PENAL COM O ORDENAMENTO JURÍDICO CONSTITUCIONAL VIGENTE, 
DIANTE DOS POSTULADOS DA ESTRITA LEGALIDADE E DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (CF, 
ART. 5º, INCISOS II E LVII). QUESTÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL 
DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO INTERESSE 
PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL. (,,,) Em síntese, a questão em foco é saber se, à 
luz do art. 5º, incisos II e LVII, da Constituição Federal, o art. 112, inciso I, do Código Penal 
teria sido recepcionado pelo atual ordenamento jurídico constitucional. A meu ver, o tema 
apresenta densidade constitucional elevada e extrapola o interesse subjetivo das partes, dada 
a sua relevância, não se podendo olvidar também a inegável oportunidade e conveniência 
para se consolidar a orientação desta Suprema Corte a esse respeito. O seu julgamento, sob a 
égide da repercussão geral, possibilitará a fruição de todos os benefícios daí decorrentes. 
Portanto, manifesto-me pela existência de repercussão geral da questão constitucional 
suscitada, submetendo esse juízo à apreciação dos demais membros da Corte. Brasília, 21 de 
novembro de 2014. Ministro Dias Toffoli
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
1.3 - Prazos da Prescrição Executória
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
1.4 - Redução e aumento dos prazos de prescrição - Os prazos de prescrição são reduzidos 
à metade quando o criminoso era: a) ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou; b) 
na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos (artigo 115, do Código Penal).
Sobre o disposto, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS ensina que: “a definição legal da capacidade civil aos 18 anos (art. 5º, 
caput, do Código Civil), não exclui a redução dos prazos de prescrição para agentes menores de 21 anos: a redução dos 
prazos prescricionais tem por fundamento idade inferior a 21 anos – não a incapacidade civil do agente na data do fato. 
Além disso, decisões do legislador civil não podem invalidar critérios do legislador penal – e qualquer outra 
interpretação representaria analogia in malam partem, proibida pelo princípio da legalidade penal. Segunda, na forma 
do art. 1º, da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso), o limite etário de 70 (setenta) anos (na data da sentença), como 
fundamento para redução dos prazos prescricionais, deve ser alterado para 60 (sessenta) anos, pela mesma razão que 
determinou a fixação desse marco etário para definir o cidadão idoso, alterando expressamente a circunstância 
agravante do art. 61, h, CP, na hipótese de ser vítima de crime: a analogia in bonam partem é autorizada pelo princípio 
da legalidade penal e, portanto, constitui direito do réu” (Ob. cit. p. 683-684).
Caso o condenado seja reincidente, o prazo prescricional da pretensão executória 
deverá ser ampliado em um terço (artigo 110). Frise-se que a predita ampliação de 
prazo só tem lugar na prescrição da pretensão executória, conforme se extrai da 
Súmula 220 do STJ: “a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão 
punitiva”.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
1.5 Causas Suspensivas - a causa suspensiva da prescrição executória ocorre 
quando o condenado estiver preso por outro motivo, uma vez que essa sua 
condição impede a satisfação da pretensão executória. (artigo 116, inciso II).
1.6 Causas Interruptivas – o início do cumprimento da pena e o seu reinício / 
continuação do cumprimento da pena. 
Além disso, a reincidência interrompe a prescrição, sendo certo que apenas 
com a condenação pela pratica de novo crime cometido após o trânsito em 
julgado de sentença condenatória por crime anterior poderá haver o aumento 
do prazo prescricional executória em 1/3, e o prazo executório que sofre esse 
aumento é o prazo do novo crime. Mas a data da prática desse novo crime 
gera a interrupção do prazo prescricional executório do crime anterior.
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA
Art. 114 - A prescrição (da pretensão punitiva( da pena de multa 
ocorrerá: 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de 
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente 
cominada ou cumulativamente aplicada.
Após a aplicação da pena de multa ela passa a ser dívida de valor, a 
qual deverá ser executada pela Dívida Ativa, executada como execução 
fiscal. O prazo prescricional é aquela aplicada no Código Tributário (5 
anos), sendo certo que naquele há previsão de causas interruptivas e 
suspensivas próprias.
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