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Amostra

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AMOSTRA
TÉCNICA DE COLETA DE DADOS NA PESQUISA QUANTITATIVA
 
CONCEITO DE AMOSTRA :
É o conjunto de indivíduos selecionados dentre uma população que se quer investigar.
É parte da população a ser investigada.
Os indivíduos devem ter alguma característica comum para serem agrupados em uma população específica que se quer estudar.
Pode ser a idade, o sexo, a nacionalidade,etc.
O uso da amostra é feito quando não se pode ter acesso a todo o universo que se
quer estudar. 
Exemplo : os habitantes do Rio de Janeiro, os adolescentes de 10 a 12 anos de uma certa comunidade ou mesmo as mulheres de determinada favela. (RIZZINI, CASTRO e SARTOR,1999,p.73) 
As técnicas de amostragem facilitam este estudo.(RIZZINI,CASTRO e SARTOR,1999,p.73/ 74)
A escolha dos sujeitos deve seguir alguns princípios básicos a fim de que a amostra seja representativa da população em questão.(74)
Para fazer inferências a partir de uma amostra esta deve ser representativa em relação à população total dos sujeitos que se estuda. 
Deve-se levar em conta a possibilidade de todos os membros da população fazerem parte dela,ou pelo menos alguns membros.
Mas nem sempre aquilo que se verifica a respeito da amostra é verdadeiro para a população em geral, isto vai depender da representatividade da amostra escolhida.
Daí a importância de optar pelo melhor critério, com base no conhecimento prévio da população estudada.
Quanto maior o grupo de pessoas a ser investigado , menor será a porcentagem 
exigida para uma amostragem. 
O critério de representatividade dos grupos pesquisados não deve ser apenas quantitativo , sendo fundamental considerar, dentro dos parâmetros quantitativos, os aspectos sócio- políticos de grupos ou de pessoas que caracterizam a minoria em termos numéricos, mas que são expressivos em termos ideológicos e políticos.
Dessa forma, evita-se igualar os indivíduos, postulando que suas opiniões são equivalentes a qualquer outra.(Thiollent,1986, apud, RIZZINI, CASTRO e SARTOR,1999,p.74) 
Exemplo de amostra : 
Preconceito racial 
Um estudo sobre conjuntos de residências inter-raciais(Deutsch,Collins,1951) devido ao
número limitado de entrevistas que seria possível realizar, face aos recursos disponíveis, concentrou-se em certo segmento da população de locatários , previamente escolhido.Decidiu-se coletar os dados, principalmente com as senhoras brancas. A escolha baseou-se, fundamentalmente, na ideia de que o lar é, em grande parte, o domínio dessas senhoras, as quais são, de
de modo geral, iniciadoras de atividades e contatos que se criam diretamente no lar. Não era possível entrevistar em igual proporção as senhoras brancas e negras. Decidiu-se entrevistar um maior número de senhoras brancas, a partir da convicção de que as atitudes de preconceito racial são,socialmente , mais decisivas entre os brancos do que entre os negros. Além de que considerar que a
segregação e a discriminação são impostas pelo segmento branco, e não pelo segmento negro da população(Deutsch, Collins apud Selltiz,1974, apud RIZZINI,CASTRO e SARTOR, 1999,p.74) 
O objetivo da pesquisa determina a unidade adequada de amostragem. 
Exemplo : 
Num estudo de comportamentos de bebês, as unidades seriam períodos de tempo ( dormir , mamar,chorar, etc.) ;
Num estudo de eleição, seriam os eleitores qualificados ;
Num estudo sobre a violência sofrida por crianças nas ruas, seriam as vítimas, etc.
Seja qual for a unidade de amostragem, é
importante ter uma base para identificar a população e um método específico para selecionar tais unidades, de acordo com Selltiz , 1974, (apud, RIZZINI,CASTRO e SARTOR,1999, p.74) 
TIPOS DE AMOSTRAGEM MAIS UTILIZADOS (RIZZINI,CASTRO e SARTOR,1999,p.75)
A AMOSTRAGEM CASUAL ( OU PROBABILÍSTICA, OU ALEATÓRIA :
Este tipo de amostra consiste no sorteio das pessoas, o que determina chance igual para todos. 
Possibilita a cada membro da população igual oportunidade de fazer parte da amostra.
Para isso, todos os membros da população devem ser identificados antes da amostragem. 
Isso é muito difícil de se conseguir com uma
população muito grande.
Este tipo de amostra, não difere da técnica tão conhecida de escrever o nome de cada um num pedaço de papel e, de olhos vendados, extrair apenas alguns nomes.
Esse procedimento dá a cada membro a mesma possibilidade de ser selecionado.
Pode-se utilizar uma tábua de números para 
ajudar na escolha dos sujeitos, a partir do momento em que se atribui a cada pessoa, um número. 
Na tábua de números escolhe-se aleatoriamente por onde se vai começar e segue-se até atingir o número de sujeitos da amostra.
A AMOSTRAGEM NÃO-CASUAL ( OU POR QUOTAS, OU ACIDENTAL) :
Trata-se da seleção de um número de pessoas proporcional à importância das categorias que elas representam no conjunto , isto é, se as mulheres representam um total de 48% da população, uma amostra de indivíduos em que o fator gênero é relevante deve manter esta porcentagem de mulheres na amostra.
Este tipo de amostra difere pouco do métodos empregados por nós no nosso dia a dia, pois 
os sujeitos são, de certa forma, escolhidos pela conveniência do pesquisador.
Por isso se tem um nível de generalização pequeno,pois não contempla o universo da população que se quer estudar, mas pode mostrar alguns indicadores sobre a mesma.
Algumas características da população tais como idade, sexo , classe social ou etnia são amostradas na mesma proporção em que
figuram na população. 
Um procedimento também utilizado é a amostragem por julgamento ou conveniência.
O senso comum ou um julgamento equilibrado pode definir a representatividade de uma amostra como, por exemplo, escolher um bairro que geralmente elege o candidato oficial numa tentativa de predizer o resultado de uma eleição.
A AMOSTRAGEM POR AGLOMERADOS:
É aquela em que se parte de uma seleção aleatória de pessoas representativas do grupo em estudo com potencial para fornecer informações confiáveis sobre toda a comunidade ou grupo.
Aplicam-se formulários a cada um deles e às pessoas que estão ao seu redor ou indicadas por eles.
Este tipo de amostra não possibilita a todos a
chance de participar da amostra ; e a seleção não é feita de acordo com a conveniência do pesquisador. 
A amostragem nos levantamentos pode assumir diversas formas, em função do tipo de população, sua extensão,etc.
Com o auxílio de procedimentos estatísticos, é possível calcular até mesmo a margem de segurança dos resultados obtidos.
A coleta de informações equivocadas ocorre quando a amostra não é representativa. Por exemplo : para saber a quantidade de alimentos armazenados num determinado vilarejo, pesquisa-se as casas de uma parte desse vilarejo.
O local escolhido pode não ser representativo da totalidade pelo fato de seus moradores serem mais ricos ou mais pobres do que a 
média.(FAO,1995, apud RIZZINI, CASTRO e SARTOR, 1999,p.75)
O tamanho da amostra vai depender do tamanho da população.
Pode-se proceder da seguinte maneira : ao 
estudar quantas crianças abaixo de cinco anos estão desnutridas, destaca-se o número de crianças a serem avaliadas.
Identifica-se o número de crianças abaixo de cinco anos e seleciona-se ,aleatoriamente, as que deverão ser pesadas e medidas.
No caso de uma população pequena, deve-se trabalhar com o número total de sujeitos.
No exemplo abaixo, demonstra-se as várias possibilidades de definir o número de crianças a ser investigado, desde a população até a porcentagem de 20% da população de crianças. (RIZZINI,CASTRO e SARTOR,1999,p.7 6)
Número de pessoas numa comunidade
Criançasna comunidade
Crianças a medir
Casas a visitar
100
20
20
todas
500
100
100
todas
1000
200
200
todas
2000
400
200
Cada duas casas
5000
1000
200
Cada cinco casas
Outro exemplo de amostra de uma comunidade :
Os pesquisadores selecionaram 20 famílias, sendo o denominador comum entre elas o fato de receberem o leite doado pela LBA ( amostra por aglomerado).
O critério utilizado foi o de “maior carência”, e dentro desse critério os pesquisadores consideraram que este grupo tinha representatividade.
Isso é possível devido a pesquisa optar por um 
critério qualitativo, sendo objetivo da investigação , neste caso, o levantamento de problemas relativos à saúde mental e alternativas de atendimento na comunidade ( Pereira,1990).
A seguir apresentamos um exemplo de amostra com maior quantidade de informações : 
Os trabalhadores invisíveis 
Na pesquisa realizada pelo Centro Josué de Castro de Recife, denominada “ Os trabalhadores invisíveis – Crianças e adolescentes dos Canaviais de Pernambuco”, definiu-se uma amostra de 300 crianças e adolescentes trabalhadoras nos canaviais e 300 crianças e adolescentes não trabalhadoras , como grupo de controle.A população total da Zona da Mata entre 7 a 17 anos era de 484.78
5 habitantes.Este grupo representava 32% da população total.Porém, decidiu-se retomar a divisão histórica e clássica da Zona da Mata, abandonando a divisão anterior, utilizada pelo IBGE, devido ao trabalho de campo, através do qual foi constatado que um dos municípios não vinha utilizando a mão de obra de crianças e adolescentes ali residentes há duas safras.
Este município ,portanto, foi excluído, o que reduziu o número de formulários para 250, na população de estudo e 250 no grupo de comparação.Para assegurar uma representatividade amostral, foram realizados estudos e avaliação técnica de procedimentos estatísticos, por consultor externo,especialista no assunto. Optou-se por uma pesquisa domiciliar, como unidade amostral, e
distribuição de formulários por municípios. Utilizou-se nesta pesquisa programas estatísticos que pudessem auxiliar na definição da amostra e tratamento dos dados.
OBS: O Grupo de controle apresenta as mesmas características do grupo escolhido como objeto da pesquisa, exceto o aspecto que se quer estudar, visando futuras comparações e conclusões acerca das análises
Erro amostral 
Para definir uma amostra é necessário definir as características das populações que constituem objeto de nossa pesquisa.
Por mais bem elaborada que a amostra seja,os resultados obtidos sempre distarão minimamente dos que se conseguiriam caso pesquisássemos toda a população.
Essa diferença é chamada de erro amostral, e será maior no caso da amostragem não casual
em relação à amostragem casual.
Devemos,no entanto,estar atentos para o mau uso dos dados estatísticos.(RIZZINI,CASTRO e SARTOR,1999,p.76/77)
A leitura e utilização dos mesmos deve ser cuidadosa, evitando a produção de resultados superficiais, pouco satisfatórios e, em certos casos, ilusórios.
Referência :
RIZZINI, Irma ; CASTRO,Monica Rabello de e SARTOR,Carla Daniel.Pesquisando.Guia de metodologias de pesquisa para programas sociais.Rio de Janeiro:Editora Universidade Santa Úrsula,1999(Série banco de dados – 6 )

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