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EXMO. SR. DR JUIZ DE DIREITO DA 13° VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NATAL/RN Processo: ………… CLARINHA DE OLIVEIRA GARCIA, amplamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, vem por sua advogada abaixo subscrita apresentar: INSTRUMENTO DE CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO Em face das alegações de ROSANGELA STEIMBACH DE ASSIS, já bastante qualificada no processo acima epigrafado. Preliminarmente: I. BREVE SÍNTESE DA INICIAL: A autora alega que em fevereiro de 2018 alugou um imóvel comercial à requerida, localizada no endereço Rua da Floresta n° 404, sala 02, Ponta Negra, Natal/RN, no prazo de 36 meses, pagando uma caução no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais). Conta à autora que, comprou diversos móveis e objetos para o funcionamento de um restaurante. Nesta ocasião, a autora alega que a Sra. Clarinha Garcia, ficou de elaborar um contrato e entregá-la, mas nunca o fez, motivo este que, a levou a cobrar por diversas vezes ocasionando um desentendimento entre elas. Relata a autora que recebeu uma intimação da Delegacia Especializada de proteção ao idoso sendo acusada de ameaça. Revela ainda que, já houve vencimento do primeiro aluguel, e que a requerida recusa-se a receber os valores vencidos. Cita também que, já passou por vários transtornos, pelo fato do alto investimento que fez. II. DOS FATOS A SEREM CONTESTADOS: Preliminarmente Exmo., Cumpre ressaltar que a autora induziu a requerida a erro, visto que não informou que estaria locando o imóvel para um restaurante. A requerida só ficou sabendo que se tratava de um restaurante quando viu chagar os móveis da requerente, foi então que percebeu a verdadeira intenção da requerente, veja Exmo., que, a má-fé da autora impossibilita a continuidade do negocio acordado. Vale lembrar que, requerida informou à autora que devolveria o valor pago, por ela, e relatou que não colocaria a sua vida em risco, muito menos a de terceiros, que moram nas proximidades, e ainda relatou que o seu imóvel não comportava uma estrutura para um restaurante. Na ocasião em que a Sra. Clarinha Garcia expôs o seu desejo de não continuar com negocio jurídico, a autora a agrediu, motivo este que, levou a requerida a denunciá-la na delegacia do idoso. Por estes motivos, Exmo. não há mas condições de manter um negócio onde há má-fé e agressões. A autora também alega na inicial que pagou uma caução no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), sendo que o valor depositado foi de R$ 700,00 (setecentos reais) valor este que, a autora negar-se a devolver. Veja Exmo. Em nenhum momento a Sra. Clarinha Garcia, tentou dar prejuízo a autora, tão somente buscou proteger seu direito, como também, a de terceiros quando se negou a dar continuidade ao negócio acordado, visto que, por ambição a autora, ignorou as limitações do imóvel. III. DOS FUNDAMENTOS. III. I. DA INVERSAO DO ÔNUS DA PROVA. "O Ônus da prova incumbe à parte que alega um fato do qual pretende que lhe resulte um direito. Em outras palavras se o Reclamante sustenta que determinado (fato constitutivo) ocorreu, sendo que não há evidencia desse fato, motivo este que não lhe nasce um direito de dano, pois a autora não demonstrou nenhuma prova concreta na inicial. III. II. DO DANO MORAL Primeiramente vale lembrar que, em nenhum momento a requerida deu prejuízo a requerente, veja bem Exmo., que em diálogo entre as partes foi combinado que o negócio no imóvel da Sra. Clarinha Garcia, seria uma lanchonete e não um restaurante. Não resta dúvida que a autora não faz jus ao dano moral pleiteado, pois a lei Lei 8.245/91, deixa claro em se tratando de má-fé, a pretensão litigada não prospera, Vejamos, a autora informou que o tipo de negocio pretendido era uma lanchonete, sendo que a pretensão dela era um restaurante, a autora ocultou essa vontade, por saber que o imóvel não comportava o negocio pretendido por ela. Veja Exmo. Que para montar um restaurante preciso de uma estrutura adequada, como por exemplo, uma instalação de sistema de exaustão completo para funcionamento, sem esses equipamentos as partes estariam colocando a vida de terceiros em riscos, sendo a requerida proprietária do imóvel, ela arcaria com todos os prejuízos de danos a terceiros, pela falta de estrutura para o bom funcionamento negócio pretendido, motivo este que, a levou pedir o imóvel. Fica claro e evidente Exmo. Que, a autora agiu de má-fé, sendo assim seu pedido de indenização por perdas e danos não deve prosperar, visto que a mesma pleiteia com ânimo de enriquecimento ilícito, que sejam julgados improcedentes os pedidos da presente ação sob pena de enriquecimento ilícito e pela má-fé. O artigo código de processo civil diz: Art. 17. II Reputa-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou”. III. III. DO CONTRATO DE ALUGUEL. A lei privilegia a boa-fé das partes no negócio, daí a importância da validade do contrato verbal, desde que comprovada por meios legais, à formulação contratual e a vontade das partes. Vejamos na ocorrência dos fatos a autora deixou de informar o tipo de negócio pretendido, deixou de seguir as normas da lei A Lei 8.245/91 que esclarece sobre as obrigações e deveres de ambas as partes, o imóvel deve ser usado como foi convencionado, ou presumido, de acordo com a sua natureza e com o fim a que se destina e Cuidar e zelar pelo imóvel como se fosse sua propriedade. Neste caso em tela, a requerente disse à requerida que, o tipo de negocio era de pequeno porte, ou seja, uma lanchonete que é o tipo adequado ao seu imóvel, mas, a requerente tinha em mente abrir um restaurante de grande porte, não teve como negar sua pretensão, pois os moveis eram todos industriais para restaurante, sabendo ela que o imóvel não comporta fogão industrial, frise entre outros, deixando de seguir o que foi convencionado entre elas como diz a lei 8.245/91, o imóvel deve ser usado como foi convencionado, ou presumido, de acordo com a sua natureza, por este motivo Exmo. Não deve prosperar o pedido de manutenção do contrato. Ademais, houve um desentendimento entre a requerida e a requerente, ocasião em que a autora a agrediu, não restou alternativa a não ser, ir ao DEPI - Delegacia Esp. de Proteção ao Idoso, sendo já marcada audiência, para o dia 07/05/2018 as 10:00 horas, pelas agressões sofridas. Ficando assim, impossível continuar com o negocio firmado entre as partes, visto que não há harmonia nem respeito da parte da autora. Por isso, Exmo. É descabível manter esta uma relação contratual com uma pessoa que não respeita as regras da lei do inquilinato, muito menos ao seu semelhante. Vale lembrar que, aqui neste caso trata-se de uma pessoa idosa, e de boa índole, e em nenhum momento ela deixou de expor a verdade sobre o seu imóvel que só comportava uma lanchonete e não um restaurante. Por estes fatos nãodevem prosperar o pedido da inicial da autora. IV. DA RECONVENÇÃO Nesse sentido, o art. 343 do CPC diz: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. IV. I. DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ A alegação da autora configura-se como litigância de má-fé. Pois ela busca vantagem fácil, alterando a verdade dos fatos com ânimo doloso, e é o que acontece no caso em tela. Como conseqüência da ambição da autora, por pleitear danos do qual sabe não ser merecedora, utilizando-se do processo para obter objetivo ilegal. Pugna-se o art. 77 do Código de Processo Civil de 2015 o qual impõe o dever de probidade e lealdade processual às partes e procuradores. O litigante ímprobo, que vier descumprir tal dever, sofrerá as sanções previstas ao litigante de má fé, de que tratam os artigos 79 e 80 do CPC, podendo ser fixada multa até o teto de 10 (dez) salários mínimos a serem fixadas por arbítrio de Vs. Exmo., situação que cabe a aplicação do referido artigo a autora. "Art. 80. CPC: Considera-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos Ademais, o Art. 77. Diz além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; V. DOS PEDIDOS: Ante o exposto, da reconvinte, requer-se: a) a concessão da gratuidade da justiça. b) Em face do exposto, CONTESTA todos os termos da inicial, requerendo que sejam julgados IMPROCEDENTES os pedidos da presente ação sob pena de ENRIQUECIMENTO ILICITO. c) a condenação da reconvinda ao pagamento das custas processual e honorário advocatícios. d) Com amparo no artigo 81 do CPC, pede a condenação da litigante de má-fé, a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos suportados. Nestes termos, Pede-se e espera-se deferimento, Local/Data Advogada OAB/UF
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