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Sistema Penal

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Sistema Penal, Poder punitivo e a Instrumentalidade
O direito existe como uma série de exigências para que o poder punitivo seja exercido de maneira legítima.
O direito existe para Conter e Reduzir o poder punitivo do estado.
Quando o estado, por intermédio do poder legislativo, elabora as leis penais, cominando sanções àqueles que vierem a praticar a conduta delituosa, surge para ele o direito de punir os infratores e para o particular o dever de se abster da pratica da infração penal.
No entanto, a partir do momento em que alguém pratica a conduta delituosa prevista no tipo penal, este direito de punir desce do plano abstrato e se transforma no jus puniendi in concreto. O estado até então tinha um poder abstrato, genérico e impessoal, passa a ter uma pretensão concreta de punir o suposto autor do fato delituoso.
Surge, então a pretensão punitiva, compreendida como o poder de exigir de quem comete um delito a submissão a sanção penal. Todavia, esta pretensão punitiva não pode ser voluntariamente resolvida sem um processo. Apesar de o estado ser o titular do direito de punir, não se admite a imposição imediata da sanção sem que consulte as formalidades previstas em lei.
Com efeito, considerando-se que da aplicação do direito penal pode resultar a privação da liberdade de locomoção do agente, não se pode descuidar do necessário e indispensável respeito a direitos e liberdades individuais. 
De um lado o necessário e indispensável respeito aos direitos fundamentais, do outro, o atingimento de um sistema criminal mais operante e eficiente.
O sistema orientador de decisões é constituído segundo a interpretação das leis penais. O sistema orientador que é proposto aos Juízes deve ter por objetivo Conter e Reduzir o poder punitivo. Não são os juízes que exercem o poder punitivo, mas sim as agências executivas. O poder que os juízes dispõem é de contenção e, às vezes, de redução. Sem a contenção jurídica (judicial) o poder punitivo ficaria liberado ao puro impulso das agências executivas e políticas, e, por conseguinte, desapareciam o Estado de Direito e a própria República.
Por Sistema Penal entendemos o conjunto de agências que operam a criminalização ou que convergem na sua produção.
Na análise de cada sistema penal, fica-se analisado as seguintes agências:
As Políticas;
As Judiciais;
As Policiais;
As Penitenciárias;
As de Comunicação
As de Reprodução ideológica;
As Internacionais;
Desta forma, a reiteração reforça a falsa imagem do Sistema Penal e do Poder Punitivo como meio eficaz para resolver os mais complexos problemas sociais.
Quanto mais dependentes das Agências Políticas for a estrutura judicial, maiores serão as pressões e menor o potencial crítico. O produto final desta competitividade costuma resultar em leis, disputas por projetos mais repressivos, sentenças exemplarizantes e uma opinião pública e desinformada.
Instrumentalidade do Processo
O processo tem a função instrumental, serve de instrumento para atingir algo.
Princípio da necessidade: Para que a pena seja legítima ela tem que ter passado por todo processo legal. Processo é o requisito fundamental para aplicação de uma pena lícita.
O processo não serve para resultados previamente estabelecidos.
Tem que ser instrumento para garantir a eficácia de direitos e garantias fundamentais que são exatamente a ampla defesa e o contraditório.
Segurança Pública é de responsabilidade do poder estatal. O Juiz é membro do poder judiciário, não faz parte do poder estatal.
A instrumentalidade processual quer dizer a garantia máxima a eficácia de direitos e garantias fundamentais.
Fontes do Processo Penal
Controle de Constitucionalidade e Convencionalidade
Constituição: A união tem competência privativa (art. 1º a 5º CF/88)
Controle concentrado e difuso de constitucionalidade. Deixar de aplicar a lei X Retirada da lei do ordenamento jurídico.
Tratados internacionais (art. 5º, §2º e 3º CF).
Legislação Federal
Constituições e regulamentos
Legislação Estadual
Conceito: É tudo aquilo de onde provém um produto jurídico. É a origem do próprio direito.
Fonte de produção ou Material: é aquela que elabora a norma. No Brasil, a competência para legislar sobre direito processual penal é da união.
Fonte Formal ou de cognição: É aquela que revela a norma.
B.1) Imediata ou Direta – Leis e tratados.
B.2) Mediatas ou indiretas: Costumes e princípios gerais.
-> Costumes: Praxes forense, Regras de conduta de modo geral, Consciência da obrigação de cumprimento. 
-> Secundum legen: Ratificam e sedimentam o disposto em lei.
-> Praeter legen: Viabilizam a supressão de lacunas na lei.
-> Contra legen: Contrariam a lei, o costume passa a considerar a lei revogada.
C) Princípios gerais: Premissas éticas extraídas da legislação e ordenamento jurídico.
Princípios do Processo Penal
Princípio da dignidade da pessoa humana.
O estado democrático de direito tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Vedação a tortura e tratamento desumano ou degradantes. Respeito a integridade física e moral dos presos. Vedação as penas cruéis. 
Princípio do estado de inocência (ou presunção de inocência)
Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for lealmente comprovado a sua culpa.
Tem por finalidade estabelecer garantias para o acusado diante do poder do estado de punir. Visa proteger o acusado durante o processo penal, pois se presume inocente, não deve sofrer medidas restritivas de direito.
Deve analisar se a acusação proveu os fatos imputados ao acusado, sendo que em caso negativo, a absolvição é de rigor art. 283 CPP. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial, em decorrência de sentença transitada em julgado ou no curso da investigação (prisão preventiva ou temporária).
Habeas Corpus.
Princípio do in dubio pro réu (ou favor do réu)
O Juiz absolverá o réu mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça que não existe prova suficiente para a condenação, quando houver dúvida razoável a respeito de qualquer imputação ao acusado, a interpretação deverá ser favorável a ele.
Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova, incumbindo-lhe demonstrar que o acusado praticou o fato delituoso que lhe foi imputado na peça acusatória.
Acusador demonstrar culpabilidade do acusado.
Comprovar a existência dos fatos imputados, comprovação feita legalmente.
Impossibilidade de obrigar o acusado a colaborar na apuração dos fatos.
Princípio do devido processo legal
Ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, não basta que haja o cumprimento da forma, é preciso avaliar, contudo, o material dos atos processuais.
Princípio do Contraditório (Princípio praticado de ambas as partes – autor e réu)
Impõe que as partes devem ter a possibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se a participação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual. Ele visa abranger a garantia de influir em processo com repercussão na esfera jurídica do agente “interessado” e “contra-interessado” x “efeitos favoráveis “ e “efeitos prejudiciais”.
Direito de produzir prova, alegar, manifestar, ser contificado.
Contraditório para a prova (real): atuação das partes de forma contemporânea a produção de prova.
Contraditório a prova (diferido): posteriormente a produção de prova pode se manifestar em um momento posterior a produção de prova.
O Juiz não deve prolatar decisão contra uma das partes sem que antes seja previamente ouvido, salvo nos casos de urgência. 
Qualquer questão relevante deve ser submetida a análise da defesa e da acusação.
Princípio da ampla defesa
Garantia com destinatário certo – o acusado.
Defesa técnica – Profissional habilitado > obrigatório.
Ampla defesa – Autodefesa (Pelo próprio imputado)
Deve ser assegurado a ampla possibilidade de defesa, lançando-semão dos meios e recursos disponíveis e a ela inerente, sendo, ademais, dever do estado prestar assistência judiciaria integral e gratuita aos que comprovem insuficiência de recurso.
Direito de Silêncio:
Vedação a obrigação de produção de provas contra sí mesmo.
Interrogatório e comparecimento aos atos processuais deve ser de escolha do acusado para que não seja tratado como objeto de prova.
Princípio de Duração Razoável do processo
Necessidade se segurança e prestação célere.
Deve ser assegurado a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação
Pertence tanto a vítima como ao réu. Evitar a procrastinação indeterminada implica decisivamente na legalidade de manutenção da prisão cautelar.
Súmula nº 21 – Pronunciado o réu, fica superado a alegação de constrangimento ilegal do preso por excesso prazal.
Súmula º 52 – Encerrada a instrução, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo.
Súmula nº 64 – Vão constituir constrangimento ilegal de o excesso de prazo na instrução provocada pela defesa.
Efeito, efeito instrumento de garantia de direito e novidades individuais.
Princípio do duplo grau de jurisdição
Assegurou a possibilidade de revisão das decisões judiciais através do sistema recursal, onde as decisões do juízo “a quo” podem ser reapreciadas pelos tribunais.
Não é um enunciado normativo que incide indistintamente em todos os processos penais.
Princípio do Juiz Natural e Imparcial
Consegue o direito de ser processado pelo magistrado competente e a vedação constitucional é criado de juízo ou Tribunais de exceção. Impede a criação casuística de tribunais pos-fato para apreciar de um determinado fato.
Ninguém será processado sem sentença, senão pela autoridade competente.
Imparcialidade
Não poder ter vínculo subjetivo com o processo de modo a lhe tirar o afastamento necessário para conduzi-las com isenção. 
A imparcialidade deve ser indicativa de honestidade, levando em conta os valores.
Princípio de Verdade processual (verdade real)
O processo penal não se conforma com locais fáticos ou afastadas de realidade o magistrado pauta seu trabalho na reconstrução de verdade dos fatos, superando eventual dissídio das partes na colheita probatória, como forma de exarar um provimento jurisdicional, mais próximo e possível a ideia de justiça.
Só sendo possível falar em verdade em sentido aproximação.
Princípio da transcendência mínima.
Sistema Inquisitorial
Existem dois principais sistemas processuais penais no ordenamento jurídico, o sistema inquisitório e o sistema acusatório, e, da junção destes dois sistemas, surgiu doutrinariamente o sistema misto.
O sistema inquisitorial é um sistema vinculado a um período histórico da humanidade. Ele tem como principal característica a junção dos papeis processuais, ou seja, a junção dos papeis de acusar, de defender e de julgar, em uma única figura, em uma mesma pessoa. 
Há a polivalência de uma única pessoa impondo as suas vontades, impondo os seus fundamentos.
O sistema inquisitório é incompatível com o sistema jurídico atual. Existem diversos princípios constitucionais que regem o Processo penal, tanto na fase judicial, quanto na fase pré-judicial. Como principal exemplo, temos o princípio do contraditório, da ampla defesa, da imparcialidade do juiz. O sistema inquisitorial não apresenta compatibilidade com estes princípios. 
Pelo sistema inquisitorial, o órgão responsável pelo julgamento seria responsável também pela acusação, logo, isso fere o princípio da imparcialidade do juiz, do contraditório, sendo incompatível com os princípios fundamentais do processo penal.
 No sistema inquisitorial a figura do juiz, do defensor, do acusador, está centralizada em uma única pessoa, em virtude desta situação, há incompatibilidade deste como nosso ordenamento.
Sistema acusatório
O Sistema acusatório é adotado pelo ordenamento jurídico pátrio. No sistema acusatório, há evidente distinção entre os atores processuais. O juiz está no topo da pirâmide exercendo as funções de órgão julgador e de garantidor da preservação da aplicação de todas as garantias fundamentais das partes envolvidas. Há a figura do acusador que está abaixo na pirâmide que terá o papel de colher todas as provas, todos os elementos aptos a indicação, ou a não realização daquela infração penal e da autoria desta infração penal. E, do outro lado da base da pirâmide temos a defesa, o órgão defensor, que terá como viés principal a realização da defesa do acusado da vigência da efetiva aplicação do princípio do contraditório e da ampla defesa. No sistema acusatório há evidente distinção entre os papeis de cada um dos atores processuais.
O sistema acusatório está em perfeita consonância com a constituição federal, pois o órgão julgador está no topo da pirâmide, o juiz não exercerá função de acusação, e nem função de defesa. O fato do juiz está atrelado como órgão julgador, não impede que ele juiz, determine, no processo penal, a produção de determinadas provas, pois, no sistema processual penal, vigora o princípio da verdade real, em virtude da existência deste princípio, o juiz pode determinar a produção das provas que entender conveniente, isto na fase judicial.
E também na fase do inquérito, o juiz poderá determinar a produção das provas consideradas urgentes, quando não for possível a produção das provas na fase judicial, o juiz pode determinar a produção desta na fase pré-processual. É o caso de uma perícia, a perícia só pode ser realizada na fase pré-processual, o juiz determina a produção desta, em virtude de uma impossibilidade de repeti-la na fase judicial.
O sistema acusatório tornou privativa do Ministério Público a propositura da Ação Penal Pública, a relação processual somente tem início mediante a provocação de pessoa encarregada de deduzir a pretensão punitiva, e, conquanto não retire do juiz o poder de gerenciar o processo mediante o exercício do poder de impulso processual, impede que o magistrado tome iniciativas que não se alinham com a equidistância que ele deve tomar quanto ao interesse das partes. Deve o magistrado, portanto, abster-se de promover atos de ofício na fase investigatória, atribuição esta que deve ficar a cargo das autoridades policiais e do Ministério Público.
Outra característica do sistema acusatório é o exercício da função do acusador, no nosso sistema, nas ações penais publicas incondicionadas e condicionadas, essa função é exercida pelo Ministério Público. Cabe ao membro do MP a colheita de todas as provas necessárias a indicação da autoria, e necessária a formação da materialidade e a indicação da materialidade. Ele, Promotor, também pode colher provas que indiquem a não realização do crime por aquela pessoa, e a não existência de elementos suficientes para a comprovação do crime. A função do ministério Público é a formação dos elementos relacionados a autoria e a materialidade, mas, ele do MP não está atrelado a realização da acusação a determinada pessoa, se surgirem elementos relativos a não existência do crime, ou a não pratica do crime, ele MP, tem por obrigação não oferecer denúncia contra aquela pessoa, ou pedir o arquivamento do inquérito policial.
Por último, tem-se a defesa. O defensor tem como viés principal a materialização do princípio da ampla defesa e do contraditório.
Ampla defesa é um princípio relacionado aos atos necessários a defesa dos acusados. Esta é dividida em dois subprincípios, a defesa técnica e a defesa pessoa. A Defesa Pessoal é exercida pelo próprio acusado, este pode indicar todos os meios de provas necessárias a comprovação de não ter sido ele o autor do crime. A defesa técnica é feita pelo advogado, pelo detentor de capacidade postulatória. 
O Princípio do contraditório é o princípio onde o defensor vai contraditar todas as informações trazidas pelo órgão acusador, ou até as provas produzidas por determinação do órgão julgador.
Por fim, o modelo acusatório reflete a posição de igualdade dos sujeitos, cabendo exclusivamente às partes a produçãodo material probatório e sempre observando os princípios do contraditório, da ampla defesa, da publicidade e do dever de motivação das decisões judiciais. Portanto, o juiz não é, por excelência, o gestor da prova.
Na atualidade, pode-se afirmar que a forma acusatória se caracteriza por:
Clara distinção entre as atividades de acusar e julgar;
A iniciativa probatória deve ser alheia das partes (decorrência lógica da distinção entre as atividades);
Mantém-se o juiz como	um terceiro imparcial, a labor de investigação e passivo no que se refere à coleta da prova, tanto de imputação como de descargo;
Tratamento igualitário das partes (igualdade de oportunidades	no processo);
Procedimento é em regra oral (ou predominantemente);
Plena publicidade de todo o procedimento (ou de sua maior parte);
Contraditório e possibilidade de resistência (defesa);
Ausência de uma tarifa probatória, sustentando-se a sentença pelo livre convencimento motivado do órgão jurisdicional;
Instituição, atendendo a critérios de segurança jurídica (e social) da coisa julgada;
Possibilidade de impugnar as decisões e o duplo grau de jurisdição.
O processo penal acusatório caracteriza-se, portanto, pela clara separação entre juiz e partes, que assim deve	se manter ao longo de todo o processo (por isso de nada serve a separação inicial das funções se depois permite-se que o juiz atue de ofício na gestão da prova, determine a prisão de ofício etc.) para garantia	da imparcialidade (juiz que vai atrás da	prova está contaminado, prejuízo que decorre dos pré-juízos, como veremos no próximo capítulo) e efetivação do contraditório. A posição do julgador é fundada no ne procedat iudex ex officio, cabendo às partes, portanto, a iniciativa não apenas inicial, mas ao longo de toda a produção da prova. É absolutamente incompatível com o sistema acusatório (também violando o contraditório e	fulminando com a imparcialidade) a prática de atos de caráter probatório ou persecutório por parte do juiz, como, por exemplo, a possibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (art. 311); a decretação, de ofício, da busca e apreensão (art. 242);	a iniciativa probatória a cargo do juiz (art. 156); a condenação do réu sem pedido do Ministério Público, pois isso viola também o Princípio da Correlação (art. 385); e vários outros dispositivos do CPP	que atribuem ao juiz um ativismo tipicamente inquisitivo. Todas essas práticas – incompatíveis com o papel do julgador – também ferem de morte a imparcialidade, pois a contaminação e os pré-julgamentos feitos por um juiz inquisidor são manifestos. Entendemos que a Constituição demarca o modelo acusatório, pois desenha	 claramente o núcleo desse sistema	ao afirmar que a acusação incumbe ao Ministério Público (art. 129), exigindo a separação das funções de acusar e julgar (e assim deve	ser mantido ao	longo de todo o processo) e, principalmente, ao definir as regras do devido processo no art. 5º, especialmente na garantia do juiz natural (e imparcial, por elementar),	e também inciso LV, ao fincar pé na exigência do contraditório.
O sistema misto é composto pelo sistema inquisitório na fase do inquérito e do sistema acusatório, na fase processual.
Lei processual penal no espaço:
Quando se fala sobre a aplicação da lei processual penal no espaço, tem-se a regra do princípio da territorialidade, art. 1º CPP, que diz que vai aplicar aqui, no território nacional, na lei brasileira, ou seja, os crimes ocorridos no brasil, os fatos ocorridos no brasil, será aplicada a lei processual penal brasileira, isso é uma regra de soberania nacional. 
Obs: É possível crimes ocorridos fora do território nacional que mesmo assim pode ser aplicado a lei processual penal brasileira, como por exemplo os crimes contra a vida do presidente da república.
Existem exceções para fatos ocorridos dentro do território brasileiro que não se utiliza o princípio da territorialidade, e nessas, não serão aplicadas a lei processual penal brasileiras, são elas art. 1º, incisos CPP:
Art. 1º, I – Tratados, convenções e regras de direito internacional:
Se o brasil faz parte de algum acordo internacional, se o brasil se submete alguma regra de direito internacional, se o brasil é signatário de algum tratado internacional, esta norma de direito internacional irá preponderar sobre a norma processual penal brasileira, irá se aplicar a norma de direito internacional.
Ex: De acordo com a previsão da convenção de Viena, as convenções de 61 e 63, tem-se a imunidade dos diplomatas e do cônsul, dos diplomatas sabe-se que é em relação a qualquer crime, seja no exercício ou não da função, e em relação ao cônsul, somente os crimes no território do consulado, envolvendo o exercício da função.
Art. 1º, II – Prerrogativas Constitucionais do Presidente da República, do Ministros de Estados nos crimes conexos com os do Presidente da República e dos Ministros do STF, nos crimes de responsabilidade.
Tem-se a jurisdição política, sabe-se que a regra da jurisdição é que o poder judiciário analise os fatos criminosos e aplique o direito. Quando se trata desta exceção da jurisdição política, tem-se um órgão do poder legislativo na função atípica de julgar o caso, como por exemplo o senado, no caso do art. 52, I e II da CF, que visa o julgamento de crimes de responsabilidade, que são infrações político-administrativa, e a regra, em relação a punição, é a inelegibilidade e a perda do cargo ou função. Não se aplica o código de processo penal, aplica-se o Rito da lei nº 1.079/50 (Lei de crime de responsabilidade).
Art. 1º, III – O Processo de competência da justiça Militar.
Neste o CPP fala de jurisdição especializada, tem aí a justiça militar como justiça especializada, quando estiver diante de processos de competência de justiça militar, está se falando de crimes previstos no código penal militar, com o rito que deverá ser seguido no código de processo penal militar e não pelo código de processo penal comum.
Art. 1º, IV – Processos da Competência do Tribunal especial
Está se referindo ao Tribunal de segurança nacional que era previsto na constituição federal de 1937, não se tem o correspondente deste tribunal de segurança nacional na constituição de 1988. Atualmente, os crimes contra a segurança nacional estão previstos na Lei 7.170/83, e são, em regra, de competência da Justiça Federal.
Art. 1º, V – Processos por Crime de Imprensa – Lei não recepcionada pela CF DE 1988
Obs: É possível entregar o acusado ao TPI (Tribunal Penal Internacional), desde que este acusado não seja brasileiro, pois a entrega do brasileiro configuraria a violação a proibição da extradição de brasileiro nato ou naturalizado. 
Artigo 89, Estatuto de Roma - Entrega de Pessoas ao Tribunal: O Tribunal poderá dirigir um pedido de detenção e entrega de uma pessoa, instruído com os documentos comprovativos referidos no artigo 91, a qualquer Estado em cujo território essa pessoa se possa encontrar, e solicitar a cooperação desse Estado na detenção e entrega da pessoa em causa. Os Estados Partes darão satisfação aos pedidos de detenção e de entrega em conformidade com o presente Capítulo e com os procedimentos previstos nos respectivos direitos internos.
Obs2: Se tiver legislação especial tratando sobre o rito especifico, por exemplo, lei de abuso de autoridade, lei de drogas, se tiver qualquer lei especifica tratando sobre procedimento, aplica-se a lei especial, só aplicará o CPP em caráter subsidiário.
Art. 5º, CF: 
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião
Não há exceção para aplicação da lei processual penal fora do território brasileiro. Portanto, atos praticados fora do Brasil, regem-se pelas normas locais.
Aplicação da lei Processual no tempo
Por força da Constituição Federal (art. 5º, XL), a lei penal nãoretroagirá, salvo para beneficiar o réu. Logo, tratando-se de norma penal mais gravosa, vige o princípio da irretroatividade. 
A lei penal mais grave não pode retroagir, é certo que a lei mais benéfica é dotada de extratividade: fala-se, assim, em ultratividade quando a lei, mesmo depois de ser revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência; por sua vez, retroatividade seria a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Raciocínio distinto, porém, é aplicável ao processo penal. De acordo com o art. 2º do CPP, que consagra o denominado princípio tempus regit actum, “a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Por força deste artigo do CPP, incide no processo penal o princípio da aplicabilidade imediata, no sentido de que a norma processual se aplica tão logo entre em vigor, sem prejuízo da validade dos atos já praticados anteriormente. O fundamento da aplicação imediata da lei processual é que se presume que ela seja mais perfeita que a anterior, por atentar mais aos interesses da Justiça, proteger melhor os direitos das partes, garantir defesa mais ampla ao acusado, etc. Portanto, ao contrário da lei penal, que leva em conta o momento da prática delituosa, a aplicação imediata da lei processual leva em consideração o momento da prática do ato processual.
A partir deste princípio tempus regit actum existem dois efeitos:
Os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos;
As normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar restante do processo.
Regra do art. 2º do CPP – Aplicação imediata, o princípio do tempus regit actum. Não possui nem vacacio legis. 
Os processos em andamento serão imediatamente atingidos pelo LEI PP, contudo, os atos já praticados não serão prejudicados, eles serão preservados.
Normas puramente processuais penais/genuinamente processuais: 
São aquelas que tratam exclusivamente de matéria processual, por ex: (Forma de citação, de intimação, de contagem de prazo). Em relação a essas normas puramente processuais, que não há nenhum caráter material, aplica-se o art. 2º do CPP, princípio da aplicação imediata, tempus regit actum.
Exceção: Se já tiver um prazo iniciado, na vigência da lei anterior, se este prazo não for menor, mesmo com a lei nova, tem que se esperar esgotar o prazo anterior. 
Art. 3 da lei de introdução ao código de processo penal - respeitar os prazos que já estão em curso, se ele não for prejudicial.
Normas processuais materiais (Hibridas, mistas):
São aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Normas penais são aquelas que cuidam do crime, da pena, da medida de segurança, dos efeitos da condenação e do direito de punir do Estado. De sua vez, normas processuais penais são aquelas que versam sobre o processo desde o seu início até o final da execução ou extinção da punibilidade. Assim, se um dispositivo lega, embora inserido em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão aplicáveis os princípios que regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benéfica.
Às normas processuais materiais se aplica o mesmo critério do direito penal, isto é, tratando-se de norma benéfica ao agente, mesmo depois de sua revogação, referida lei continuará a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência (ultratividade da lei processual penal mista mais benéfica); na hipótese de novatio legis in mellius, referida norma será dotada de caráter retroativo, a ela se conferindo o poder de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente a sua vigência.
São inúmeros os exemplos de normas processuais materiais que têm se sucedido no tempo:
Lei 9.099/95 - Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
Lei nº 9.271/96 e nova redação do art. 366: suspensão do processo e da prescrição: 
A Lei nº 9.271/96, que conferiu nova redação ao art. 366 do CPP. Em sua redação original, o art. 366 do CPP previa que o processo seguiria à revelia do acusado que, citado inicialmente ou intimado para qualquer ato do processo, deixasse de comparecer sem motivo justificado. Portanto, caso o acusado fosse citado por edital e não comparecesse, era possível que fosse condenado à revelia, bastando que o juiz providenciasse a nomeação de defensor técnico. Com a entrada em vigor da Lei nº 9.271/96, o art. 366 do CPP passou a ter a seguinte redação: “Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”.
Normas processuais heterotópicas/Mistas:
Há determinadas regras que, não obstante previstas em diplomas processuais penais, possuem conteúdo material, devendo, pois, retroagir para beneficiar o acusado. Outras, no entanto, inseridas em leis materiais, são dotadas de conteúdo processual, a elas sendo aplicável o critério da aplicação imediata (tempus regit actum). É aí que surge o fenômeno denominado de heterotopia, ou seja, situação em que, apesar de o conteúdo da norma conferir-lhe uma determinada natureza, encontra-se ela prevista em diploma de natureza distinta.
Tais normas não se confundem com as normas processuais materiais. Enquanto a heterotópica possui uma determinada natureza (material ou processual), em que pese estar incorporada a diploma de caráter distinto, a norma processual mista ou híbrida apresenta dupla natureza, vale dizer, material em uma determinada parte e processual em outra. Como exemplos de disposições heterotópicas, o referido autor cita o direito ao silêncio assegurado ao acusado em seu interrogatório, o qual, apesar de previsto no CPP (art. 186), possui caráter nitidamente assecuratório de direitos (material), assim como as normas gerais que trataram da competência da Justiça Federal, que, conquanto previstas no art. 109 da Carta Magna, que é um diploma material, são dotadas de natureza evidentemente processual.

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