5. Aula intervenção de terceiro Denunciação da lide

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Denunciação da lide.
Modalidade de intervenção de terceiro provocada que tem natureza jurídica de ação por meio da qual se pretende inserir num mesmo processo duas lides, uma principal e outra eventual. É também chamada de litisdenunciação. Tem natureza jurídica de ação incidente. Não pode ser instaurada de oficio. 
Denunciação da lide.
Era instituto muito confuso no CPC/73, mesmo sendo novidade deste diploma legal.
O CC/02 não ajudou a esclarecer o instituto, no art. 456, o código trazia mais problemas do que soluções. Este artigo encontra-se revogado.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.   
Objetivos e efeitos da denunciação
 
Inserir num único processo duas lides distintas (economia processual)
 
Sujeitar o litisdenunciado aos efeitos da sentença
	
O denunciante promove a denunciação porque, se perder a demanda, desde logo terá, na mesma sentença que o condenar, o reconhecimento de seu direito regressivo ao ressarcimento pelos prejuízos decorrentes da evicção ou da indenização.
Denunciação da lide.
A denunciação da lide é um CÚMULO SUCESSIVO DE AÇÕES, uma principal, outra eventual, onde, sucumbindo o denunciante na primeira, poderá, desde logo, ver reconhecido judicialmente seu direito contra o denunciado, na segunda.
Denunciação da lide.
Juiz julgará simultaneamente a questão principal e a do direito de regresso, atendendo ao princípio da economia processual, em um único julgamento, evitando decisões conflitantes. 
 
A denunciação da lide pode ser requerida pelo autor e pelo réu devendo indicar os fundamentos de fato e de direito do seu pedido.
Denunciação da lide.
CABIMENTO:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
Denunciação da lide.
EVICÇÃO
 
É conceituada como a perda da coisa(propriedade, posse ou uso de bem) adquirida de forma onerosa, em virtude de uma decisão judicial que reconhece direito anterior a essa aquisição.
 
Artigos 450 e 456 do Código Civil.
 
Exemplo: o sujeito adquire onerosamente um bem de alguém que não era seu proprietário e acaba sendo réu na ação reivindicatória da coisa promovida pelo verdadeiro dono.
Denunciação da lide.
DIREITO DE REGRESSO
 
Exemplo: denunciação feita pela segurado ou contra a seguradora.
 
Há controvérsia em relação à possibilidade de o Estado, acionado em nome próprio, denunciar da lide seu funcionário causador direto do dano, o que implicaria na ampliação dos limites objetivos do processo, dado que se teria que perquirir acerca da culpa desse funcionário, ao passo que a responsabilidade do Estado é objetiva  prevalece o entendimento de que é possível.
O NCPC, revogando o art. 456 do CC, estabelece no artigo 125 ,§ 1.º que a denunciação da lide não é obrigatória, aquele que não o faz não perde o direito de regresso, é uma opção da parte.
Art. 125, § 1o - O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
Artigo 125 § 2º
 Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma. 
Com o novo código, o processo pode ter, no máximo, duas denunciações da lide. Eu denuncio quem me vendeu e quem me vendeu denuncia quem vendeu a ele, só. O antigo código não impunha limites.
Condenação direta do denunciado
A demanda contra B que denuncia a lide contra C.
A formula pedido contra B e B formula pedido contra C.
Discutia-se se A poderia executar diretamente C.
Para que esta curva? Por que não permitir que A execute C diretamente?
Do ponto de vista do direito material, não era possível permitir esta situação de execução direta.
STJ estabeleceu entendimento de que, se o denunciado fosse a seguradora, caberia esta condenação direta, apenas neste caso. 
NCPC – consagra o entendimento do STJ no art. 128
MOMENTO PARA DENUNCIAR A LIDE
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. 
MOMENTO PARA DENUNCIAR A LIDE
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. 
NCPC deixa claro que a denunciação da lide feita pelo réu deve ser feita na contestação. Haviam dúvidas sobre o momento em que deveria ser feita no código anterior.
MOMENTO PARA DENUNCIAR A LIDE
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. 
Agora, o denunciante preocupa-se apenas com a ação regressiva, não precisa continuar defendendo o denunciado.
Art. 128. Parágrafo único.  Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
O código consagrou o entendimento do STJ. Deve ser observado o limite do regresso. A diferença é que o código admite isso não somente para os casos de seguro, mas a qualquer hipótese de denunciação da lide.
São duas novidades: a incorporação do entendimento e avançá-lo para abarcar outras situações que não somente as da denunciação a seguradora.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.