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CURSO BÁSICO DE APICULTURA

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CURSO BÁSICO DE APICULTURA 
 
 
 
Sobre o Curso 
 
O curso básico de apicultura é direcionado ao iniciante na arte de criar abelhas com muita vontade de aprender e quase nenhum 
conhecimento. Aborda todas as fases, da criação à produção, não se limitando apenas às respostas fáceis, às soluções únicas ou 
somente aos entendimentos mais populares. Embora não seja aprofundado nos assuntos de uma linha de produção específica, 
muitos tópicos são apresentados com vários enfoques diferentes. Isso possibilita que mesmo apicultores experientes possam 
encontrar algumas novidades neste curso. 
 
 
Índice 
 
1ª PARTE 
A ABELHA 5 
Aspectos morfológicos das abelhas Apis mellifera 5 
Desenvolvimento das abelhas 6 
Diferenciação das castas 7 
Estrutura e uso dos favos 7 
Organização e estrutura da colmeia 8 
Raças de Abelhas Apis mellifera 9 
Apis mellifera mellifera (abelha real, alemã, comum ou negra) 9 
Apis mellifera ligustica (abelha italiana) 9 
Apis mellifera caucasica 9 
Apis mellifera carnica (abelha carnica) 10 
Apis mellifera scutellata (abelha africana) 10 
Abelha africanizada 10 
O APIÁRIO 10 
Início da Criação de abelhas 10 
Considerações necessárias no planejamento do apiário 11 
Tipos de Colmeias 11 
Colméia Langstroth 12 
Colméia Schirmer 12 
Colméia Piauí 12 
Como fixar a cera nos quadros 13 
Como fazer caixas-isca 14 
Captura de enxames alojados 15 
Transferencia da nova colônia para o apiário 16 
O MANEJO 16 
Equipamentos necessários 17 
A vestimenta 17 
APISNORTE - ASSOCIAÇÃO DE APICULTORES DO NORTE DE MINAS 
CURSO BÁSICO DE APICULTURA apisnorte@hotmail.com.br 
 
2 
Utensílios obrigatórios 17 
Outras ferramentas úteis para o manejo 17 
A inspeção da colméia 18 
Como fazer uma revisão completa 18 
Soluções: 18 
Alimentação 19 
Quando deve ser fornecida a alimentação de subsistência 20 
Como é a alimentação energética de subsistência 20 
Quando deve ser fornecida a alimentação estimulante 20 
Como é a alimentação estimulante 20 
Como calcular as proporções de açúcar e água para o alimento energético 21 
Como o xarope é fornecido 21 
Alimentadores individuais externos 21 
Alimentadores individuais internos 22 
Quando deve ser fornecida a alimentação protéica 22 
Técnicas de Manejo 23 
Introdução de rainhas 23 
União pacífica de colônias 24 
Permuta 24 
Recurperação de um enxame zanganeiro 25 
Como saber se uma colméia está sem rainha 25 
Marcação da rainha "cor do ano" 25 
Tecnicas para localizar a rainha 26 
Técnica 1 – Quadro a quadro 26 
Técnica 2 – O favo estranho 26 
Técnica 3 – Peneirando as abelhas 26 
Técnica 4 – Fumaça no alvado 27 
Controle de enxameação 27 
Método da divisão 27 
Método Demaree 28 
Controle da Pilhagem 28 
Apiário "sanfona" 29 
Seleção e Melhoramento 29 
2ª PARTE 30 
O Mel e a Colheita 30 
O que é o néctar? 30 
O néctar pode ser produzido fora das flores? 30 
O que é melato? 30 
Quando o mel está pronto para ser colhido? 31 
Qual é o percentual de umidade seguro para o mel? 31 
Em que condições o mel pode ser colhido? 31 
Com que freqüência o mel deve ser colhido? 31 
Quantas melgueiras devem ser colocadas no início da safra? 31 
Onde deve ser colocada uma nova melgueira? 32 
Como colocar melgueiras com 8 ou 9 quadros? 32 
Como as abelhas são retiradas das melgueiras? 32 
Como as melgueiras devem ser transportadas? 32 
Como é feita a desoperculação dos favos? 33 
O que é uma mesa desoperculadora? 33 
Como é feita a centrifugação dos quadros? 33 
O que são centrífugas radial e facial? 33 
Como centrifugar favos quebrados? 33 
Como extrair o mel sem a centrífuga? 33 
APISNORTE - ASSOCIAÇÃO DE APICULTORES DO NORTE DE MINAS 
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3 
O que fazer com as melgueiras após a extração? 34 
O que é feito do mel após a centrifugação? 34 
O que é um decantador? 34 
É possível produzir mel em favo? 34 
Como o mel deve ser armazenado? 34 
O HMF é prejudicial à saúde humana? 34 
As enzimas são benéficas à saúde humana? 34 
Como o mel é adulterado? 35 
Há um modo simples de descobrir se o mel é adulterado? 35 
É possível identificar a origem floral de um mel? 35 
Por que o mel cristaliza? 35 
Como ocorre a cristalização? 35 
Como descristalizar o mel? 35 
O que é mel cremoso? 36 
Como se produz mel cremoso? 36 
Diabéticos podem comer mel? 36 
Bebês podem comer mel? 36 
O que é mel orgânico? 36 
Como se produz mel orgânico? 36 
Quais são os critérios exigidos para o mel orgânico? 36 
Outros Produtos apícolas 37 
O que é o pólen? 37 
Como o pólen é armazenado pelas abelhas? 37 
Como o apicultor coleta o pólen? 37 
Por quanto tempo o caça-pólen pode ser deixado na colméia? 37 
Como é o beneficiamento do pólen? 37 
É possível produzir mel e pólen na mesma colméia? 38 
O que é a própolis? 38 
Para que as abelhas utilizam a própolis? 38 
Como o apicultor coleta a própolis? 38 
Por quanto tempo pode ser mantido o coletor de própolis? 38 
Como a própolis é beneficiada? 38 
Como a própolis é armazenada? 38 
Quais são as propriedades da própolis? 38 
O que é a cera? 38 
Qual é a cor da cera? 38 
Para que as abelhas usam a cera? 39 
Qual é a vantagem de se fornecer cera à colônia? 39 
Como preservar os favos de forma natural? 39 
Há produtos químicos seguros para a preservação de favos? 39 
Como se produz cera? 40 
A produção de cera é rentável? 40 
Como se derretem a cera dos favos? 40 
Como purificar a cera? 40 
Há meios químicos para processar a cera? 40 
Como se retira a cera dos quadros sem arrebentar os arames? 41 
O que fazer com a cera derretida? 41 
O que é geléia real? 41 
A geléia real é um bom alimento? 41 
Como se produz geléia real? 41 
O que é o veneno? 41 
Quanto veneno possui uma abelha? 41 
Como o veneno atua? 41 
Como evitar uma reação alérgica ao veneno? 41 
Como se extrai o veneno das abelhas? 42 
Para que serve o veneno? 42 
Flora Apícola 42 
O que é considerado flora apícola? 42 
Como saber qual é a flora apícola de uma região? 42 
O que é o calendário apícola? 42 
Como descobrir o calendário apícola de uma região? 42 
Quanto dura em média uma florada? 42 
Floradas curtas são inúteis para as abelhas? 42 
A flora apícola de uma região pode ser melhorada? 43 
APISNORTE - ASSOCIAÇÃO DE APICULTORES DO NORTE DE MINAS 
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4 
Como saber o que deve ser plantado? 43 
Que critérios definem uma boa planta polinífera? 43 
Que critérios definem uma boa planta propolífera? 43 
Como identificar uma planta? 44 
Inimigos das abelhas 44 
Quais são os inimigos das abelhas? 44 
Como são classificados esses inimigos? 44 
Podridão européia? 44 
Podridão americana? 45 
Cria ensacada? 45 
Cria ensacada brasileira? 45 
Cria giz? 45 
Nosemose? 45 
Disenteria? 46 
Envenenamento? 46 
Fome e frio? 46 
Varroa? 46 
Acariose? 46 
Besouro da colméia? 47 
Apis mellifera capensis? 47 
Traças de cera? 47 
Formigas? 47 
Como se pode confirmar uma suspeita de doença? 47 
Por que não tratar as doenças com remédios? 48 
Como evitar o roubo e o vandalismo? 48 
BIBLIOGRAFIA: 48 
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5 
A ABELHA 
 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS ABELHAS APIS MELLIFERA 
 
As abelhas, como os demais insetos, apresentam um esqueleto externo chamado exoesqueleto. Constituído de quitina, o 
exoesqueleto fornece proteção para os órgãos internos e sustentação para os músculos, além de proteger o inseto contra a perda 
de água. 
Na cabeça,estão localizados os olhos - simples e 
compostos - as antenas, o aparelho bucal e, 
internamente, as glândulas. Os olhos compostos são 
dois grandes olhos localizados na parte lateral da 
cabeça. São formados por estruturas menores 
denominadas omatídeos, cujo número varia de 
acordo com a casta, sendo bem mais numerosos nos 
zangões do que em operárias e rainhas. Possuem 
função de percepção de luz, cores e movimentos. As 
abelhas não conseguem perceber a cor vermelha, mas 
podem perceber ultravioleta, azul-violeta, azul, 
verde, amarelo e laranja. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os olhos simples ou ocelos são estruturas menores, 
em número de três, localizadas na região frontal da cabeça formando um triângulo. Não formam imagens. Têm como função 
detectar a intensidade luminosa. 
 
As antenas, em número de duas, são localizadas na parte frontal mediana da cabeça. Nas antenas encontram-se estruturas para 
o olfato, tato e audição. O olfato é realizado por meio das cavidades olfativas, que existem em número bastante superior nos 
zangões, quando comparados com as operárias e rainhas. Isso se deve à necessidade que os zangões têm de perceber o odor da 
rainha durante o vôo nupcial. 
 
A presença de pêlos sensoriais na cabeça serve para a percepção das correntes de ar e protegem contra a poeira e água. 
 
O aparelho bucal é composto por duas mandíbulas e a língua ou glossa. As mandíbulas são estruturas fortes, utilizadas para 
cortar e manipular cera, própolis e pólen. Servem também para alimentar as larvas, limpar os favos, retirar abelhas mortas do 
interior da colmeia e na defesa. A língua é uma peça bastante flexível, coberta de pêlos, utilizada na coleta e transferência de 
alimento, na desidratação do néctar e na evaporação da água quando se torna necessário controlar a temperatura da colmeia. 
 
No interior da cabeça, encontra-se as glândulas hipofaringeanas, que têm por função a produção da geléia real, as glândulas 
salivares que podem estar envolvidas no processamento do alimento e as glândulas mandibulares que estão relacionadas à 
produção de geléia real e feromônio de alarme (Nogueira Couto & Couto, 2002). 
 
No tórax destacam-se os órgãos locomotores - pernas e asas - e a presença de grande quantidade de pêlos, que possuem 
importante função na fixação dos grãos de pólen quando as abelhas entram em contato com as flores. As abelhas, como os 
demais insetos, apresentam três pares de pernas. As pernas posteriores das operárias são adaptadas para o transporte de pólen e 
resinas. Para isso, possuem cavidades chamadas corbículas, nas quais são depositadas as cargas de pólen ou resinas para serem 
transportadas até a colmeia. Além da função de locomoção, as pernas auxiliam também na manipulação da cera e própolis, na 
limpeza das antenas, das asas e do corpo e no agrupamento das abelhas quando formam "cachos". 
 
As abelhas possuem dois pares de asas de estrutura membranosa que possibilitam o vôo a uma velocidade média de 24 km/h. 
No tórax, também são encontrados espiráculos, que são órgãos de respiração, o esôfago, que é parte do sistema digestivo e 
glândulas salivares envolvidas no processamento do alimento. 
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6 
 
O abdome é formado por segmentos unidos por membranas bastante flexíveis que facilitam o movimento do mesmo. Nesta 
parte do corpo, encontram-se órgãos do aparelho digestivo, circulatório, reprodutor, excretor, órgãos de defesa e glândulas 
produtoras de cera. No aparelho digestivo, destaca-se o papo ou vesícula nectarífera, que é o órgão responsável pelo transporte 
de água e néctar e auxilia na formação do mel. O papo possui grande capacidade de expansão e ocupa quase toda a cavidade 
abdominal quando está cheio. O seu conteúdo pode ser regurgitado pela contração da musculatura (Nogueira Couto & Couto, 
2002). 
 
Existem quatro glândulas produtoras de cera (ceríferas), localizadas na parte ventral do abdome das abelhas operárias. A cera 
secretada pelas glândulas se solidifica em contato com o ar, formando escamas ou placas que são retiradas e manipuladas para 
a construção dos favos com auxílio das pernas e das mandíbulas. 
 
No final do abdome, encontra-se o órgão de defesa das abelhas - o ferrão - presente apenas nas operárias e rainhas. O ferrão é 
constituído por um estilete usado na perfuração e duas lancetas que possuem farpas que prendem o ferrão na superfície 
ferroada, dificultando sua retirada. O ferrão é ligado a uma pequena bolsa onde o veneno fica armazenado. Essas estruturas são 
movidas por músculos que auxiliam na introdução do ferrão e injeção do veneno. As contrações musculares da bolsa de 
veneno permitem que o veneno continue sendo injetado mesmo depois da saída da abelha. Desse modo, quanto mais depressa 
o ferrão for removido, menor será a quantidade de veneno injetada. 
 
Recomenda-se que o ferrão seja removido pela base, utilizando-se uma lâmina ou a própria unha, evitando-se pressioná-lo com 
os dedos para não injetar uma maior quantidade de veneno. Como, na maioria das vezes, o ferrão fica preso na superfície 
picada, quando a abelha tenta voar ou sair do local após a ferroada, ocorre uma ruptura de seu abdome e conseqüente morte. 
Na rainha, as farpas do ferrão são menos desenvolvidas que nas operárias e a musculatura ligada ao ferrão é bem forte para que 
a rainha não o perca após utilizá-lo. 
 
DESENVOLVIMENTO DAS ABELHAS 
 
Durante seu ciclo de vida, as abelhas passam por quatro diferentes fases: ovo, larva, pupa e adulto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A rainha inicia a postura geralmente após o terceiro dia de sua fecundação, depositando um ovo em cada alvéolo. O ovo é 
cilíndrico, de cor branca e, quando recém colocado, fica em posição vertical no fundo do alvéolo. Três dias após a postura, 
ocorre o nascimento da larva, que tem cor branca, formato vermiforme e fica posicionada no fundo do alvéolo, com corpo 
recurvado em forma de "C". Durante essa fase, a larva passa por cinco estágios de crescimento, trocando sua cutícula (pele) 
após cada estágio. 
 
No final da fase larval, 5 a 6 dias após a eclosão, a célula é operculada e a larva muda de posição, ficando reta e imóvel. Nessa 
fase, ela não se alimenta mais, tece seu casulo, sendo comumente chamada de pré-pupa. Na fase de pupa já podem ser 
distinguidos a cabeça, o tórax e o abdome, visualizando-se olhos, pernas, asas, antenas e partes bucais. Os olhos e o corpo 
passam por mudanças de coloração até a emersão da abelha adulta. Toda a transformação pela qual a abelha passa até chegar 
ao estágio adulto denomina-se metamorfose. 
 
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7 
A tabela a seguir, mostra a duração de cada uma das fases diferenciadas para rainhas, operárias e zangões do nascimento à 
longevidade. 
 
Período de Desenvolvimento de abelhas Apis mellifera 
Casta Ovo Larva Pupa Total Logevidade 
Rainha 3 5 7 15 Até 4 anos 
Operária 3 5 12 20 Até 45 dias 
Zangão 3 6,5 14,5 24 Até 80 dias 
 
DIFERENCIAÇÃO DAS CASTAS 
 
Geneticamente, uma rainha é idêntica a uma operária. Ambas se desenvolvem a partir de ovos fertilizados. Entretanto, 
fisiológica e morfologicamente essas castas são diferentes em razão da alimentação diferenciada que as larvas recebem. 
 
A rainha recebe, durante toda sua vida, um alimento denominado 
geléia real, que é composto das secreções das glândulas 
mandibulares e hipofaringeanas, localizadas na cabeça de operárias, 
com adição de açúcaresprovenientes do papo. Pesquisas têm 
indicado que a geléia real oferecida às larvas de rainha é superior em 
quantidade e qualidade, possuindo maior proporção da secreção das 
glândulas mandibulares e maior concentração de açúcares e outros 
compostos nutritivos (Nogueira Couto & Couto, 2002) 
 
As larvas de operárias, são alimentadas até o terceiro dia com um 
alimento comumente chamado de geléia de operária, que apresenta 
maior proporção da secreção das glândulas hipofaringeanas e menor 
quantidade de açúcares que o da rainha. Após esse período, passam a 
receber uma mistura de geléia de operária, mel e pólen. 
 
Mesmo tendo recebido um alimento menos nutritivo, uma larva de, no máximo, 3 dias pode transformar-se em rainha se passar 
a receber a alimentação adequada. Entretanto, quanto mais nova for a larva, melhor será a qualidade da rainha e sua capacidade 
de postura. 
 
Além da alimentação, a estrutura onde a larva da rainha é criada (realeira) tem grande influência em seu desenvolvimento, uma 
vez que é maior que o alvéolo de operária e posicionada de cabeça para baixo, o que deixa o abdome da pupa livre, permitindo 
pleno desenvolvimento e formação dos órgãos reprodutores. Assim, para que uma larva de operária se transforme em rainha, é 
necessário, além da alimentação, que a larva seja transferida para uma realeira ou que se construa uma realeira no local onde se 
encontra a larva. 
 
ESTRUTURA E USO DOS FAVOS 
 
O ninho das abelhas é constituído de favos, que são formados por alvéolos de formato hexagonal (com seis lados). Essa forma 
permite menor uso de material e maior aproveitamento do espaço. Os alvéolos têm uma inclinação de 4° a 9º para cima, 
evitando que a larva e o mel escorram, e são construídos em dois tamanhos: no maior, a rainha faz postura de ovos de zangão; 
já os menores podem ser usados para a criação de operárias e para estocagem de alimento. 
 
Durante a maior parte do ano, a prole é criada nas partes centrais da colmeia, de forma a facilitar o controle de temperatura 
pelas operárias. A cria, freqüentemente, ocupa o centro dos favos, sendo que os cantos inferiores e superiores são usados para 
estocagem de alimento, facilitando o trabalho das abelhas nutrizes, que são responsáveis pela alimentação das larvas. 
 
A cera é produzida por quatro pares de glândulas ceríferas que se localizam do 
quarto ao sétimo segmentos do lado ventral do abdome das abelhas operárias 
jovens. Essas glândulas ceríferas produzem a cera na forma líquida dissolvida 
em uma substância volátil, que na superfície externa do tegumento se evapora, 
deixando as placas de cera. Cada placa é feita de uma ou mais secreções, 
possuindo uma espessura de 0,6 à 1,6 mm com peso médio de 1,3 mg. 
As operárias puxam estas escamas de cera para trás com o auxílio das patas 
traseiras e às levam as dianteiras e a boca, para serem amassadas e moldadas, 
utilizando a secreção das glândulas mandibulares. Centenas de abelhas 
operárias participam na edificação de um só alvéolo, sendo que cada operária 
pode manter-se em atividade pelo tempo médio de 1 minuto. Para a secreção 
da cera é imprescindível a ocorrência de certos fatores, tais como: temperatura 
no grupo de abelhas de 33 à 36ºC, em média; presença de abelhas operárias 
com idade de 12 à 18 dias; alimentação abundante e a necessidade da 
construção de favos. 
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8 
 
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA COLMEIA 
 
As abelhas são insetos sociais, vivendo em colônias organizadas em que os indivíduos possuem funções bem definidas que são 
executadas visando sempre à sobrevivência e manutenção do enxame. Numa colônia, em condições normais, existe uma 
rainha, cerca de 5.000 a 100.000 operárias e de 0 a 400 zangões. 
 
A rainha tem por função a postura de ovos e a manutenção 
da ordem social na colmeia. A larva da rainha é criada num 
alvéolo modificado, bem maior que os das larvas de 
operárias e zangões, de formato cilíndrico, denominado 
realeira, sendo alimentada pelas operárias com a geléia 
real, produto rico em proteínas, vitaminas e hormônios 
sexuais. A rainha adulta possui quase o dobro do tamanho 
de uma operária e é a única fêmea fértil da colmeia, 
apresentando o aparelho reprodutor bem desenvolvido. 
A vida reprodutiva da rainha inicia-se com o vôo nupcial 
para sua fecundação que ocorre, aproximadamente, 5 a 7 
dias depois de seu nascimento. A fecundação ocorre em 
áreas de congregação de zangões, onde existem de 
centenas a milhares de zangões voando à espera de uma 
rainha, conferindo assim uma grande variabilidade genética 
no acasalamento. 
 
A rainha se dirige a essas áreas, a cerca de 10 metros de altura, atraindo os zangões com a liberação de substâncias 
denominadas feromônios. Apenas os mais rápidos e fortes conseguem alcançá-la e o acasalamento ou cópula, ocorre em pleno 
vôo. Uma rainha pode ser fecundada por até 17 zangões e o sêmen é armazenado num reservatório especial denominado 
espermateca. Esse estoque de sêmen será utilizado para a fecundação de óvulos durante toda a vida da rainha, pois ao retornar 
à colônia não sairá mais para realizar outro vôo nupcial. A rainha começa a postura dos ovos na colônia de 3 a 7 dias depois do 
acasalamento. 
 
Somente a rainha é capaz de produzir ovos fertilizados, que dão origem às fêmeas (operárias ou novas rainhas), além de ovos 
não fertilizados, que originam os zangões. Em casos especiais, as operárias também podem produzir ovos, embora não 
fertilizados, que darão origem a zangões. 
 
A capacidade de postura da rainha pode ser de até 2.500 a 3.000 ovos por dia, em condições de abundância de alimento. Ela 
pode viver e reproduzir-se por até 4 anos. Entretanto, em climas tropicais, sua taxa de postura diminui após o primeiro ano. Por 
isso, costuma-se recomendar aos apicultores que substituam suas rainhas anualmente. 
 
A rainha consegue manter a ordem social na colmeia através da liberação de feromônios. Essas substâncias têm função atrativa 
e servem para informar aos membros da colmeia que existe uma rainha presente e em atividade; inibem a produção de outras 
rainhas; a enxameação e a postura de ovos pelas operárias. Servem ainda para auxiliar no reconhecimento da colmeia e na 
orientação das operárias. A rainha está sempre acompanhada por um grupo de 5 a 10 operárias, encarregadas de alimentá-la e 
cuidar de sua limpeza. As operárias também podem aproximar-se da rainha para recebimento e repasse dos feromônios a 
outros membros da colmeia. 
 
Quando ocorre a morte da rainha ou quando ela deixa de produzir feromônios e de realizar posturas, em virtude de sua idade 
avançada, ou ainda quando o enxame está muito populoso e falta espaço na colmeia, as operárias escolhem ovos recentemente 
depositados ou larvas de até 3 dias de idade, que se desenvolvem em células especiais - realeiras - para a produção de novas 
rainhas. A primeira rainha ao nascer, destrói as demais realeiras e luta com outras rainhas que tenham nascido ao mesmo 
tempo até que apenas uma sobreviva. 
 
Em caso de população grande, a rainha velha enxameia com, aproximadamente, metade da população antes do nascimento de 
uma nova rainha. Em alguns casos, quando a rainha está muito cansada, ela pode permanecer na colmeia em convivência com 
a nova rainha por algumas semanas, até sua morte natural. Também pode ocorrer que a nova rainha elimine a rainha antiga, 
logo após o nascimento. 
 
As operárias realizam todo o trabalho para a manutenção da colmeia. Elas executam atividades distintas, de acordo com a 
idade, desenvolvimento glandular e necessidade da colônia. 
 
Idade Função 
1º ao 5º dia Realizam a limpezados alvéolos e de abelhas recém-nascidas 
6º ao 10º 
São chamadas abelhas nutrizes porque cuidam da alimentação das larvas em desenvolvimento. Nesse 
estágio, elas apresentam grande desenvolvimento das glândulas hipofaringeanas e mandibulares, 
produtoras de geléia real. 
11º ao 17º dia Produzem cera para construção de favos, quando há necessidade, pois nessa idade as operárias 
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apresentam grande desenvolvimento das glândulas ceríferas. Além disso, recebem e desidratam o néctar 
trazido pelas campeiras, elaborando o mel. 
18º ao 21º dia 
Realizam a defesa da colmeia. Nessa fase, as operárias apresentam os órgãos de defesa bem 
desenvolvidos, com grande acúmulo de veneno. Podem também participar do controle da temperatura 
na colmeia. 
22º dia até a morte Realizam a coleta de néctar, pólen, resinas e água, quando são denominadas campeiras. 
 
É importante ressaltar que a necessidade da colmeia pode fazer com que as operárias reativem algumas das glândulas 
atrofiadas para realizar determinada atividade, ou seja, se for necessário, uma abelha mais nova pode sair para a coleta no 
campo e uma abelha mais velha pode encarregar-se de alimentar a cria e/ou produzir cera. 
 
As operárias possuem os órgãos reprodutores atrofiados, não sendo capazes de se reproduzirem. Isso acontece porque, na fase 
de larva, elas recebem alimento menos nutritivo e em menor quantidade que a rainha. Além disso, a rainha produz feromônios 
que inibem o desenvolvimento do sistema reprodutor das operárias na fase adulta. Em compensação, elas possuem órgãos de 
defesa e trabalho perfeitamente desenvolvidos, muitos dos quais não são observados na rainha e no zangão, como a corbícula 
(onde é feito o transporte de materiais sólidos) e as glândulas de cera. 
 
Os zangões são os indivíduos machos da colônia, cuja única função é fecundar a rainha durante o vôo nupcial. As larvas de 
zangões são criadas em alvéolos maiores que os alvéolos das larvas de operárias, eles são maiores e mais fortes do que as 
operárias, entretanto, não possuem órgãos para trabalho nem ferrão e, em determinados períodos, são alimentados pelas 
operárias. Em contrapartida, os zangões apresentam os olhos compostos mais desenvolvidos e antenas com maior capacidade 
olfativa. Além disso, possuem asas maiores e musculatura de vôo mais desenvolvida. Essas características lhes permitem maior 
orientação, percepção e rapidez para a localização de rainhas virgens durante o vôo nupcial. 
 
RAÇAS DE ABELHAS APIS MELLIFERA 
 
O habitat das abelhas Apis mellifera é bastante diversificado e inclui 
savana, florestas tropicais, deserto, regiões litorâneas e montanhosas. 
Essa grande variedade de clima e vegetação acabou originando 
diversas subespécies ou raças de abelhas, com diferentes 
características e adaptadas às diversas condições ambientais. A 
diferenciação dessas raças não é um processo fácil, sendo realizado 
somente por pessoas especializadas, que podem usar medidas 
morfológicas ou análise de DNA. A seguir, apresentam-se algumas 
características das raças de abelhas introduzidas no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
APIS MELLIFERA MELLIFERA (ABELHA REAL, ALEMÃ, COMUM OU NEGRA) 
 
Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Rússia, provavelmente estendendo-se até a Península Ibérica. 
 Abelhas grandes e escuras com poucas listras amarelas. 
 Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas. 
 Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso o manejo seja inadequado. 
 Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes. 
 Propolisam com abundância, principalmente em regiões úmidas. 
 
APIS MELLIFERA LIGUSTICA (ABELHA ITALIANA) 
 
Originárias da Itália. Essas abelhas têm coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas mais populares 
entre apicultores de todo o mundo. 
 Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm). 
 Possuem sentido de orientação fraco, por isso, entram nas colmeias erradas freqüentemente. 
 Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças européias. 
 
APIS MELLIFERA CAUCASICA 
 
Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia. 
 Possuem coloração cinza-escura, com um aspecto azulado, pêlos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm). 
 Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva. 
 Enxameiam com facilidade e usam muita própolis. 
 Sensíveis à Nosema apis (protozoário causador da nosemose). 
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APIS MELLIFERA CARNICA (ABELHA CARNICA) 
 
Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio. 
 Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdome cinza ou marrom. 
 Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas. 
 São facilmente adaptadas a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem. 
 
APIS MELLIFERA SCUTELLATA (ABELHA AFRICANA) 
 
Originárias do Leste da África, são bem produtivas e muito agressivas. 
 São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas européias. Sendo assim, suas operárias possuem 
um ciclo de desenvolvimento precoce (18,5 a 19 dias) em relação às européias (21 dias), o que lhe confere vantagem na 
tolerância ao ácaro do gênero Varroa. 
 Possuem visão mais aguçada, resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme. Os ataques são, geralmente, em 
massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade de operárias de colmeias vizinhas. 
 Ao contrário das européias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a 
população e liberando vários enxames reprodutivos. 
 Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis. 
 Essas características têm uma variabilidade genética muito grande e são influenciadas por fatores ambientais internos e 
externos. 
 
ABELHA AFRICANIZADA 
 
A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera 
caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana Apis mellifera scutellata. 
 
A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias 
no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas. 
 
A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior 
adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil 
tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios. 
 
 
O APIÁRIO 
 
INÍCIO DA CRIAÇÃO DE ABELHAS 
 
Você pode conseguir as abelhas para iniciar sua criação de três diferentes maneiras; comprando colônias de apicultores 
comerciais, capturando enxames em estado natural ou atraindo famílias em enxameação para caixas iscas. 
 
Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens. 
 
 Comprar abelhas, simplesmente, pode ser cômodo mas pode não ser financeiramente viável para o produtor que pretende 
iniciar sua criação se não houver um bom planejamento prévio. O retorno do capital investido acontecerá com no mínimo 
1 ano e meio após a implantação do negócio, isso em condições totalmente favoráveis. Por isso, deve-se conhecer bem a 
procedência dos colônias adquiridase ter algum experiência prática no manejo de enxames. Ao apicultor inexperiente, é 
aconselhável a aquisição inicial de poucos enxames e somente após a sua estruturação, investir na expansão do apiário. 
 
 Capturar colônias em caixas iscas é um processo de baixo custo inicial e de fácil execução A desvantagem deste sistema 
está dificuldade de se prever quantas colônias poderão ser atraídas para as caixas iscas e ainda a qualidade dos enxames 
capturados. Este método é muito praticado por pessoas iniciantes para começar uma criação e também por apicultores já 
estabelecidos, para diminuir a concorrência na área de localização de seus apiários, evitando a nidificação dos enxames 
voadores em locais indesejáveis. 
 
 Finalmente, pode-se capturar enxames na natureza, removendo famílias inteiras de seu habitat natural, como cupins, 
troncos ocos de árvores, telhados, pneus, assoalhos, muros etc. A captura de enxames é certamente o método mais 
trabalhoso, é relativamente barato, possibilita boa expansão do apiário, e talvez o mais forte motivo, coloca o apicultor 
iniciante em contato direto com as abelhas, proporcionando-lhe uma vivência que lhe será muito útil no manuseio de suas 
colmeias no dia a dia. 
 
Em todos esses casos, o manejo adequado é essencial para o bom desenvolvimento do enxame, deve-se alimentar e fornecer 
condições adequadas o seu crescimento evitando o abandono da colmeia. 
 
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CONSIDERAÇÕES NECESSÁRIAS NO PLANEJAMENTO DO APIÁRIO 
 
É importante é que haja um planejamento completo e cuidadoso antes que a primeira colméia seja instalada, porque depois 
tudo será muito mais difícil. 
 
Você pode perfeitamente iniciar com uma única colméia, aprender bastante com ela, divertir-se e ainda colher seu primeiro 
mel. Depois, se desejar, e na medida das suas possibilidades, você pode ir ampliando o apiário. A vantagem de ter mais de uma 
colméia é que uma delas pode salvar a outra em caso de necessidade. Como primeiro critério, adote a sua capacidade de 
manejo. Estime quantas colméias você pode manter bem, considerando o seu tempo disponível e a sua disposição. Esqueça o 
critério, relativamente comum no início, de aumentar o número de colméias até igualar-se ao seu vizinho ou impressionar seus 
amigos - esta é uma receita de fracasso quase garantida. Não esqueça que você pode ser um excelente apicultor de uma 
colméia ou um péssimo apicultor de 200. Na dúvida, opte sempre pela qualidade. 
 
 Encontre um bom local para instalar seu apiário, há diversas variáveis envolvidas nessa escolha: segurança, 
disponibilidade de flores e de água, presença de outros apiários. Portanto, ao escolher o local do seu apiário, certifique-se 
de que há uma boa barreira natural entre o local e as casas e galpões vizinhos. Com boas barreiras naturais, uma distância 
de 100 m pode ser suficiente. De qualquer forma, se você for iniciante em apicultura, procure ouvir a opinião de um 
apicultor experiente antes de definir o local do seu apiário. 
 Em relação às flores, quanto mais próximo, melhor. Grosso modo, considere que a flora apícola útil situa-se num raio de 
até 1.500 metros do apiário. Não apenas a distância, mas também (e principalmente) a quantidade de espécies apícolas e a 
duração, intensidade e período das floradas são importantes na localização de um apiário fixo. Se você não tem alternativa, 
só lhe resta estabelecer o apiário onde é possível e avaliar o seu desempenho por algumas safras. Deficiências na flora 
apícola podem ser compensadas com o plantio de espécies apropriadas à sua região, ao menos parcialmente. 
 Em relação à água, também é interessante que ela esteja disponível em local próximo, de fonte limpa. Às vezes, uma 
alternativa viável é fazer um bebedouro para as abelhas, com água encanada pingando sobre um tanque raso, com areia e 
brita para as abelhas não se afogarem. 
 Respeite a distancia entre apiários, considerando-se a área útil de coleta das abelhas em 1.500 m, três quilômetros seria 
uma distância ideal. Qualquer florada produz uma quantidade de néctar que pode ser total ou parcialmente colhido pelas 
abelhas e outros insetos. Se o tempo permite, mas nem todo o néctar produzido é colhido, a área está insaturada, isto é, ela 
ainda admite acréscimo de colméias. Caso contrário, a área está saturada, e o acréscimo de colméias acarretará a queda de 
produtividade das demais. Essa condição não é imediatamente percebida, mas uma queda de produção contínua por alguns 
anos pode ter a saturação como causa. A saturação também pode ocorrer sem acréscimo de colméias, pela remoção da 
flora apícola local, por desmatamento ou limpeza de campo. 
 Verifique se há agricultores que usam pesticidas nas proximidades. Isso pode ser fatal para suas abelhas ou deixar resíduos 
no seu mel. 
 O apiário deve ter acesso fácil - lembre-se de que haverá colméias a serem levadas para lá e, espera-se, melgueiras muito 
pesadas a serem retiradas. 
 O acesso às colméias deve ser sempre por trás ou pelas laterais, nunca pela frente, pois isso interrompe a linha de vôo 
delas e provoca muito mais ataques. 
 Um sombreamento leve é muito útil nas estações quentes. Em regiões que possuem estações frias, árvores que perdem as 
folhas no inverno são uma boa opção para arborizar o apiário. Uma boa alternativa, especialmente nas regiões mais ao Sul, 
é posicionar as colméias numa boca de mato voltadas para o Norte. Desta forma, elas receberão uma incidência direta de 
sol maior no inverno e menor no verão. 
 Locais sujeitos a alagamento são péssimos para as abelhas, pois a umidade dificulta a evaporação do néctar, e para o 
apicultor, que deve manejar as abelhas em meio à lama. 
 Terrenos muito íngremes dificultam a movimentação no apiário e sujeitam o apicultor a quedas que podem ter sérias 
conseqüências. 
 É preferível que o lado dos ventos mais fortes fique protegido por algum tipo de quebra-vento, natural, construído ou 
plantado. 
 Lembre-se que você pode querer aumentar o apiário no futuro. É melhor já pensar numa possível ampliação e preparar 
toda a área de uma vez. 
 Não esqueça de que você precisará de um local para abrigar os equipamentos, as roupas e as colméias vazias. 
 A distância do apiário à sua casa também não pode ser grande demais, para que o manejo possa ser feito numa freqüência 
mínima. 
 
TIPOS DE COLMEIAS 
 
A colméia é todo tipo de habitação fornecida pelo homem às abelhas. Existem vários modelos, mas a apicultura moderna 
brasileira se utiliza basicamente de dois (Modelo Langstroth e o Modelo Schirmer). 
 
Toda colméia deve ser construída dentro dos padrões técnicos recomendados ou adquirida diretamente de produtores 
credenciados e habilitados. E importante que o apicultor fuja da tentação de baratear seus custos construindo ou adquirindo 
materiais inadequados, pois a aparente economia inicial poderá se transformar num prejuízo futuro. 
 
Existem inúmeros tipos de colméias, desde as mais antigas confeccionadas em tubos de barro ou madeira e cestos de palha e 
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barro, até as mais modernas que permitem além de abrigar as abelhas, uma melhor administração da colônia por parte do 
apicultor. 
 
As colméias modernas, criadas por apicultores europeus e americanos, incluem o sistema de quadros móveis, dispostos 
verticalmente dentro de caixas. Nestes quadros, as abelhas são induzidas a construir seus favos. Para isso, os quadros são 
montados aramados e, sobre o arame, e incrustada uma lâmina de cera feita com os fundos dos alvéolos estampados com o 
desenho de hexágono. Essa lâmina serve deguia para as abelhas puxarem os favos. 
 
Até hoje, o modelo de colméia mais utilizado no mundo é o americano, chamado também de colméia Langstroth. 
Desenvolvido pelo reverendo americano Lorenz Lonaine Langstroth, em meados do século XIX, o modelo passou por diversas 
modificações ao longo do tempo, mais ainda é a base para quase todas as colméias atuais. Esse tipo de colméia é feito levando 
em conta as distâncias entre os favos, quadros e paredes, cuja medida é chamada de “Espaço Abelha’. 
 
O espaço abelha é considerado uma das grandes descobertas da apicultura moderna e trata-se do espaço livre que deve haver 
entre as diversas partes da colmeia, ou seja, entre as laterais e os quadros, quadros e fundo, quadros e tampa e entre os quadros. 
Esse espaço deve ser de, no mínimo, 4,8 mm e no máximo, 9,5 mm. Se menor, impede o livre transito das abelhas; se maior, 
será obstruído com própolis ou construção de favos. Na construção das colmeias, o espaço abelha deve ser rigorosamente 
respeitado. 
 
O modelo americano de colméia apresenta medidas que a deixam mais comprida e larga do que alta, dificultando a seqüência 
de postura da rainha, que tem conformação esférica. Por isso, o apicultor que adota esse modelo de colméia costuma utilizar 
duas câmaras de cria, conhecidas como ninho e sobre-ninho. Ao perceber este problema, o apicultor brasileiro Bruno Schirmer, 
do Rio Grande do Sul, desenvolveu a colméia brasileira que tem o seu nome. O trabalho foi desenvolvido através de várias 
pesquisas que duraram cerca de 40 anos. Na colméia Schirmer, a caixa de crias apresenta medidas de altura e largura quase 
iguais, com o comprimento um pouco maior. Nela, a esfera de postura não excede os limites físicos dos favos. 
 
O apicultor iniciante pode optar pelo modelo de colméia que melhor lhe convier mas não deve misturar os modelos no apiário 
para não prejudicar o intercâmbio de favos entre as colônias. Um componente básico na apicultura, independente do tipo de 
colméia escolhida para a criação, é o núcleo. Trata-se de uma colméia desenvolvida em tamanho menor que comporta a metade 
dos quadros do ninho. Ela serve para abrigar colônias de população pequena. 
 
COLMÉIA LANGSTROTH 
 
O modelo de colméia Langstroth é constituído basicamente por 
um fundo ou assoalho móvel que protege sua parte inferior e 
abriga o alvado, que é o orifício de entrada e saída das abelhas; 
um ninho, com dez quadros móveis de madeira, reservado à rainha 
e á área de cria e onde são moldados os favos para depósito de mel 
e pólen; uma melgueira que abriga quadros com favos, utilizada 
para armazenar o mel; uma tela excluidora que impede a 
passagem da rainha para a melgueira; e uma tampa de proteção 
para cobrir a colméia. Alguns apicultores utilizam a melgueira 
com a mesma altura do ninho. Outros preferem usar a chamada 
meia-melgueira, que apresenta altura de 14,2 centímetros. 
 
 
 
 
 
 
 
COLMÉIA SCHIRMER 
 
A colméia Schirmer apresenta medidas diferenciadas quando comparadas à Langstroth. Os quadros, transversais ao 
comprimento da caixa, são quase quadrados. Além disso, a área de cria tem doze favos, ao invés de dez, cuja disposição abriga 
uma esfera perfeita e ainda permite um espaço para armazenamento de pólen junto às crias. Esse tipo de colméia também é 
composto por ninho, quadros, fundo alvado, melgueira e tampa. Sua única diferença está na medida de cada componente que 
forma a colméia em relação à Langstroth. 
 
 
 
COLMÉIA PIAUÍ 
 
A colméia Piauí lançada em junho/2005, segue o conceito de TBH (Top Bar Hive), se destina à produção de cera apícola. Sua 
disposição horizontal facilita as atividades de manejo, principalmente a operação de colheita dos favos, trazendo grande 
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economia de mão de obra e conforto no trabalho. Apresenta como 
únicas medidas mandatórias a largura (igual ao comprimento da 
Langstroth = 465 mm) e a largura das barras (média do intervalo 
internacionalmente sugerido = 33 mm). 
 
Possui três compartimentos (um ninho e duas melgueiras laterais). No 
modelo MONOBLOCO, esses compartimentos são separados por 
placas de escape abelha orientados no sentido melgueira ninho, 
permanentemente instalados na posição vertical, deixando uma 
passagem de 2,5 cm de altura no fundo da colméia. Unindo estas duas 
placas de escape, e disposta na posição horizontal, é colocada uma 
placa excluidora igualmente permanente, formando-se então um túnel 
na parte inferior do ninho, que une as duas melgueiras. No topo 
inferior de cada placa escape, em toda a sua extensão, é preso um perfil 
metálico tipo U de 1" x 1/2", o qual serve de guia para uma peça móvel 
(porteira), que por sua vez é um sarrafo de madeira de 2 x 2 cm, 
cortado à semelhança de um redutor de alvado. Esse sarrafo vaza as 
laterais da colméia, usando como guia o perfil U e o chão da colméia. 
 
No modelo MONO-BLOCO, os favos são colhidos no campo, em procedimento similar à coleta de mel na Langstroth. O 
modelo MODULAR é essencialmente igual ao MONOBLOCO, ressalvando-se que os três compartimentos são blocos 
independentes, o que obriga a que as placas de escape sejam um pouco mais elaboradas, permitindo que as três caixas possam 
permanecer fechadas após separação. Na colheita desse segundo modelo, a melgueira é transportada para a casa do mel, onde 
se faz todo o processamento. 
 
COMO FIXAR A CERA NOS QUADROS 
 
Cera alveolada é cera de abelha, retira de favos velhos, que 
depois de derretida é estampada com hexágonos com a 
dimensão média dos alvéolos. Para esse processo, é 
utilizado um equipamento chamado cilindro alveolador. As 
lâminas produzidas assim são cortadas no formato dos 
quadros e vendidas aos apicultores. Esta cera é fornecida às 
abelhas em substituição a favos velhos ou inutilizados. 
 
Existem várias maneiras de se prender a cera alveolada nos 
quadros. Os quadros possuem fios de arame ou nylon 
atravessados, geralmente no sentido horizontal. A lâmina é 
soldada neles com ajuda de um pouco de cera derretida ou, 
no caso de arames, pelo seu aquecimento por uma corrente 
elétrica. Arames também podem ser incrustados com ajuda 
de uma carretilha. É importante que a cera esteja bem fixa 
ao quadro para evitar que o calor interno a deforme ou o 
peso das abelhas a descole do quadro, evitando assim a sua 
perda ou a puxada de favos tortos e defeituosos. 
 
Ao posicionar a cera no quadro, é melhor usar lâminas que aproveitem ao máximo o espaço disponível no quadro. Isso poupará 
as abelhas de produzirem cera, permitindo-lhes uma produção maior de mel. Mas quando a lâmina de cera é menor (em altura) 
do que o espaço disponível no quadro, há duas indicações de soldagem: 
 
1. Quando o quadro for destinado à postura, é preferível soldar a lâmina encostada na barra superior. O espaço que sobrará 
entre a lâmina e a barra inferior normalmente não será puxado com alvéolos e, como vantagem, facilitará a movimentação 
da rainha e das operárias. 
 
2. Quando o quadro se destina à armazenagem de mel, o ideal é soldar a lâmina encostada à barra inferior. Nessa situação, as 
abelhas puxam o favo e estendem-no até a barra superior, promovendo um aproveitamento integral do espaço e uma 
solidez muito maior do favo. Isso se reflete num armazenamento maior de mel por quadro, otimizando a função da 
melgueira. Além disso, e talvez mais importante, a resistência muito maior do favo, quando soldado em cima e embaixo, 
permite uma colheita e uma centrifugação muito menos sujeitas a quebras e despedaçamentos. E isso é especialmente 
importante quando se usam oito ou nove quadros na melgueira, pois eles se tornamainda mais pesados do que o normal. 
 
Para confeccionar um incrustador elétrico à base de salmoura veja abaixo: 
 
Material: 
 1 frasco de vidro ou plástico para o recipiente da salmoura; 
 2 metros de fio duplo (não precisa ser muito grosso); 
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 1 pino de tomada macho; 
 30 cm de fio de cobre (fios de rede elétrica utilizado em residências); 
 1 fita isolante. 
 
Monte o incrustador conforme indicado na 
figura abaixo, encha o vidro de água e 
coloque uma pitada de sal. Para aumentar 
ou diminuir a tensão de saída, adicione ou 
reduza a quantidade de sal. Ligue o 
aparelho na rede elétrica pela tomada e 
com a outra extremidade dos dois fios, 
será feita a fixação da cera no arame dos 
quadros. 
 
Primeiro, os quadros devem ser aramados. 
O ideal é quatro fios em quadro de ninho e 
três em quadro de melgueira. O arame 
deve ser ancorado no início, passado pelos 
furos e ancorado novamente no fim, sem 
cruzamentos e amarrações intermediárias. 
Ele deve ficar bem esticado, mas não em excesso, caso contrário, poderá causar deformações nas laterais do quadro. Coloque a 
lâmina sobre os arames, ligue cada pólo dos fios a uma extremidade do arame e observe a incrustação ocorrer até a metade, 
mais ou menos da cera, depois desligue os pólos. 
 
COMO FAZER CAIXAS-ISCA 
 
A captura de enxames nas estações apropriadas é um meio muito barato e prático 
para ampliação e reposição de colônias no apiário. Em locais de alta saturação de 
abelhas, a competição por um ninho é muito alta entre os enxames, e qualquer 
colméia ou núcleo deixado ao ar livre pode ser ocupado em pouco tempo. Já em 
locais onde a saturação é mais baixa, as caixas-isca precisam apresentar uma 
atratividade maior para funcionarem com maior eficiência. Esse tema recebeu 
atenção especial do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto, e da sua equipe, no início dos anos 80. Eles descobriram que as 
caixas de papelão atraem muito mais enxames do que as de madeira, sob mesmas 
condições. 
 
Os testes realizados levaram os pesquisadores a concluir que a maior probabilidade de captura está associada a caixas-isca com 
as seguintes características: cor clara (branca ou amarela), fixada a 2 metros do solo, com alvado de 10 cm2, com volume de 
aproximadamente 35 litros, com 5 caixilhos com 1/3 de cera alveolada e com um similar do feromônio de Nasonov, feito a 
partir do Cymbopogon citratus (capim-cidró, capim-limão, erva-cidreira...). 
 
Estas, provavelmente, são as características ideais para as condições dos testes, mas nem sempre podem ser reproduzidas. Por 
exemplo, caixas de papelão usadas podem ser obtidas facilmente em supermercados, mas nem sempre nas dimensões mais 
adequadas. Pendurar as caixas a 2 m de altura pode ser impraticável, pela dificuldade de acesso e de fixação numa posição 
adequada – abelhas em caixas tortas tendem a produzir favos tortos, dificultando a sua transferência posterior. Alvados de 10 
cm2, dependendo de como forem cortados, podem incentivar o uso da caixa como ninho para pequenos pássaros, dependendo 
do espaço interno disponível. 
 
Dentre as infinitas variações possíveis para estas recomendações, eu tenho adotado algumas que parecem se adequar melhor às 
condições gerais. Em relação à proteção das caixas, uma possibilidade é o uso de sacos plásticos, de preferencia em cores 
claras. A colocação dos sacos não pode envolver completamente a caixa, para evitar que a água da chuva acumule no fundo, 
provocando a destruição da caixa de papelão. Basta cortar um retângulo e envolver a parte de cima e as laterais da caixa, 
fixando as dobras com fita adesiva de boa qualidade, formando uma espécie de capa, que possa ser facilmente retirada depois. 
 
A facilidade de abertura da própria caixa é outro ponto importante, mas nem sempre observado. Muitas vezes, é necessário dar 
uma espiada no enxame, antes de se decidir que tipo de transferência deverá ser feita. Além disso, caixas não ocupadas 
também precisam ser examinadas periodicamente, para remoção de outros insetos e aranhas, que funcionam como repelentes 
ou predadores das abelhas batedoras (as que procuram um local para o enxame). Abrir uma caixa-isca desdobrando as abas 
nem sempre é prático e rápido, mas isso pode ser melhorado. Antes de usá-la, corte uma tampa superior, com uma borda de 3 
ou 4 cm. Depois, cole as abas desta tampa e as do fundo da caixa com cola amarela para madeira, que é barata e muito 
eficiente. Aproveite para colar pedaços de papelão nas frestas entre as abas, para evitar a saída de abelhas quando a caixa-isca 
estiver sendo transportada com um enxame capturado. 
 
A colocação dos quadros pode ser problemática, dependendo das dimensões da caixa. Eles podem ficar soltos e com 
espaçamento irregular, permitindo a construção de favos tortos, ou apertados demais dentro da caixa, podendo até obstruir o 
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alvado e dificultar a sua retirada quando o enxame estiver instalado. Quando as dimensões da caixa permitem, pode-se colar 
sarrafos nas suas laterais, de forma a apoiar as extremidades dos quadros, tal como em colméias convencionais. Os quadros nas 
caixas-isca são muito úteis na hora da transferência, quando esta é feita alguns dias depois da captura. Uma alternativa que 
deve ser levada em conta, porém, é o uso de caixas sem quadros. Quando não há disponibilidade de caixas de tamanho ideal, 
ou quando o trabalho de adequação é muito grande, não há razão para se desprezarem caixas menores. 
 
Enxames recém capturados podem ser transferidos imediatamente para colméias racionais, e o risco de perda diminui muito se 
forem fornecidos pelo menos um quadro com favo puxado e alimentação em pasta (para não provocar qualquer pilhagem), e 
usada uma tela excluidora normal, entre o ninho e o fundo, ou uma tela excluidora de alvado. Depois que o enxame tiver 
ocupado a caixa-isca por alguns dias, a transferência pode ser feita da mesma forma, usando técnicas de captura de enxames 
alojados, mas o cuidado na remoção dos favos, favos novos possuem muita fragilidade. 
 
Dependendo da altura da caixa e da posição dos quadros, o melhor alvado pode ter cerca de 1 cm de altura e 6 cm de largura, 
por exemplo. Isso evita a entrada de passarinhos e, ao menos pelas minhas observações, não parece diminuir o interesse das 
abelhas. Outra opção é usar um alvado mais alto e colar um palito atravessado no meio, permitindo uma ventilação melhor da 
caixa em locais quentes, mas sem dar chance aos pássaros. 
 
A atratividade das caixas pode ser efetivamente aumentada com o uso do Cymbopogon citratus, esfregado nas suas paredes 
internas. O cheiro, porém, dura pouco, e deve ser renovado com freqüência. Alguns apicultores deixam as folhas do capim-
limão macerar em álcool, junto com restos de própolis, e pulverizam regularmente o interior das caixas. Outros põem favos 
velhos dentro das caixas-isca e deixam-nas abertas ao sol, de forma que parte da cera derretida impregne a superfície interna. 
Também há quem use os quadros saídos do derretedor solar, sem os favos, mas não raspados, de forma a deixar um pouco da 
cera nas traves superiores e restos de própolis. 
 
A colocação das caixas deve obedecer alguns critérios básicos. Primeiro, ela deve ficar firme, pois o vento pode arrancá-la do 
lugar ou sacudi-la a ponto de afastar qualquer enxame que a tenha ocupado. Segundo, ela deve ser acessível para inspeção. Um 
telhado ou um galho alto de árvore podem ser uma opção boa para colocar a caixa, mas ruim para vistoriá-lae péssima para 
retirá-la com um enxame dentro. Terceiro, ela deve ficar bem nivelada com a horizontal. Não há problema em que ela fique um 
pouco inclinada para a frente; isso é até desejável, para evitar o acúmulo de água dentro, mas qualquer inclinação lateral 
provocará uma construção de favos tortos, podendo causar um grande transtorno na hora da transferência. Esse problema, é 
claro, só é importante para caixas-isca com quadros. Quarto, o apicultor precisa aprender os melhores locais para a sua 
colocação. Boca de mato, com sombreamento leve, é uma recomendação freqüente, mas não essencial. Pode-se usar os 
mourões de cerca, pregando uma plataforma bem simples no seu topo ou improvisar um suporte na sua lateral. 
 
CAPTURA DE ENXAMES ALOJADOS 
 
Localizado o enxame, a primeira providência é cuidar do material que será usado na operação: além da vestimenta completa e 
do fumegador, o apicultor precisará de uma colmeia que pode ser um núcleo ou um ninho dependendo do tamanho do enxame 
alojado; pelo menos 2 quadros com cera alveolada; ;faca para cortar os favos (se houver); barbantes ou gominhas de prender 
dinheiro; vassourinha de pelos macios (opcional); uma vasilha tipo concha e um saco plástico as sobras ou favos não 
aproveitados, e uma gaiola de rainhas que pode ser feita com aqueles bobs de cabelo ou algo que sirva para mante-la presa 
durante o processo de captura. 
 
A captura do enxame deve ser feita exatamente como se deve trabalhar com as abelhas no apiário: Procure trabalhar sempre 
em dias claros ou de sol, quentes, se possível. Nestas condições, um número maior de campeiras estará trabalhando na coleta 
de néctar e pólen. Assim, menos abelhas estarão defendendo a colméia, no momento da operação. Faça o trabalho com 
paciência. Movimentos calmos, cuidadosos e delicados são indispensáveis. Qualquer gesto mais brusco pode irritar as abelhas 
e tornar impraticável a tarefa, sem falar nos riscos para sua própria segurança. Nunca dispense o uso do fumegador e jamais 
trabalhe sem a vestimenta apropriada. 
 
Agora que já estamos preparados para lidar com as abelhas, vamos ver quais as situações mais comuns para a captura de 
enxames. 
 
1º Caso - Enxames localizados em árvores, beirais etc. Isso acontece quando uma família está enxameado, isto é, multiplicando 
a colônia e procurando uma nova moradia. Neste caso, aproxime- se do enxame viajante com a caixa completa, contendo os 
quadros já preenchidos com cera alveolada e previamente borrifada com xarope de erva-cidreira. Borrife as abelhas com o um 
pouco de fumaça, para diminuir sua agressividade. Co a ajuda de um parceiro, segure a caixa, com seu bojo exatamente sob o 
enxame. Caberá ao outro a tarefa de sacudir sobre ela o "bolo" de abelhas, com um golpe rápido e seco. Coloque a tampa da 
caixa, e procure mantê-la durante algum tempo, bem próxima ao local para que as abelhas soltas entrem para a caixa. Aguarde 
até o anoitecer para realizar a transferencia. 
 
2º Caso - Enxames em locais de difícil acesso (cupinzeiro, ocos de árvores, fendas de pedras, forros de casas), o procedimento 
é diferente. Antes de mais nada, trate de dirigir a fumaça para a colméia natural, para acalmar as abelhas. Usando uma 
ferramenta adequada para cada caso (enxada, facão, foice ou machado), abra um acesso aos favos no seu interior. Procure 
localizar os favos com cria. Eles são a chave da operação, pois , uma vez capturados e transferidos para sua caixa, vão atrair 
todas as abelhas da colméia. As crias atuam, portanto ,como verdadeiras "iscas". Remova-os com a ajuda da faca, recortando 
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os no maior tamanho possível. Encaixe estes favos nos quadros vazios e prenda-os firmemente com o barbante ou as gominhas. 
Caso haja favos vazios ou com mel, a distribuição no interior da colméia deve ser a seguinte: favos com cria no centro, depois 
os favos vazios ou com pólen e nas extremidades, favos com mel. Durante o processo de transferencia dos favos, procure 
localizar a rainha, caso a encontre, com muito cuidado poderá prendê-la na gaiolinha temporariamente. Depois disso, as 
abelhas e, especialmente a rainha, devem ser transferidas para a nova caixa, com ajuda de uma concha ou caneca. Enquanto a 
rainha não for transferida, as abelhas não permanecerão na nova casa. Ao contrário, quando a rainha estiver lá, as abelhas 
restantes entrarão por conta própria. 
 
Finalizada a operação de transferência, instale sua caixa exatamente no mesmo lugar da colméia original, tomando o cuidado 
de manter o alvado na mesma posição da entrada da antiga colméia. Ela deverá permanecer neste ponto até o fim do dia para 
capturar o máximo de abelhas campeiras. 
 
TRANSFERENCIA DA NOVA COLÔNIA PARA O APIÁRIO 
 
Para a transferência à noite, tampe o alvado com uma tela para ventilação ou espuma, e transfira sua caixa para o apiário 
definitivo. Se preferir fazer a transferencia durante o dia, irá precisar de uma tela com escape invertido, esta tela permite que as 
abelhas campeiras entrem na caixa e não possam mais sair. A tela dever ser fixada no alvado pelos menos duas horas antes da 
transferência, este é o tempo necessário para que todas as campeiras retornem para a colmeia. 
 
Se o apiário estiver a mais de 3 km, basta esperar até que o enxame esteja bem ambientado, com as campeiras trabalhando 
bastante. Também é importante que o enxame esteja bem alojado, com bons favos de cria e quadros bem seguros, para que o 
transporte não os danifique. 
 
Se o apiário estiver próximo, há três possibilidades: 
 A primeira é na noite seguinte ao dia de captura. Essa é a melhor opção, mas só pode ser feita se a distância permitir um 
transporte manual e extremamente cuidadoso, que não perturbe o enxame, pois ele estará em forma de cortina, construindo 
os favos. Como as campeiras mal começaram a tarefa de coleta, elas ainda não se habituaram ao novo local, e a perda no 
dia seguinte, por retorno ao local da captura, será mínima. 
 A segunda possibilidade é mover a caixa para um local distante mais de 3 km, deixá-lo por lá duas semanas e depois 
transferi-lo para o apiário. Para isso, a colméia deve estar em boas condições para resistir ao transporte. 
 Uma terceira possibilidade é a movimentação direta do local de captura para o apiário próximo por volta do 30º dia de 
captura. Nesta época, grande parte das campeiras originais já morreram ou estão próximas do fim, enquanto que a primeira 
geração de abelhas novas está quase pronta para iniciar as tarefas de coleta. Assim uma transferência para um local 
próximo causa uma perda relativamente pequena de campeiras por retorno ao local de origem, e ainda assim de campeiras 
velhas. 
 
Uma vez transferido o enxame, é importante alimentá-lo para acelerar o seu desenvolvimento. A primeira alimentação no 
apiário deve ser em pasta, para evitar pilhagem. As demais podem ser líquidas, preferencialmente dentro da colméia, se o 
enxame for pequeno. Enxames capturados em caixa-isca muitas vezes se desenvolvem rapidamente se as condições forem 
boas, e, ao final da safra, podem até produzir um pouco de mel. Se não o fizerem, pelo menos é provável que estejam prontos 
para a safra seguinte, especialmente se a sua rainha for trocada por uma nova. Quando o seu desenvolvimento for muito lento, 
o melhor é uni-los a outros enxames maiores. 
 
 
O MANEJO 
 
O verdadeiro trabalho do apicultor começa após a instalação de suas primeiras 
colméias. É aqui que começam as diferenças entre a apicultura racional da pilhagem 
ou exploração de enxames que vivem em estado natural. E o papel do apicultor é o de 
amparar suas abelhas nos momentos mais difíceis, para poder beneficiar-se nos 
estágiosem que as colméias se encontram na plenitude produtiva. 
 
Para tanto, é preciso que se entenda que a colônia vive em constante ciclo: nos 
períodos de escassez de alimento, a família definha, os zangões são expulsos da 
colméia, cai a postura da rainha e, conseqüentemente, diminui ou cessa a produção de 
mel, pólen e cera. 
 
É nesse momento que entra a ação do apicultor, socorrendo sua colônia. Ele deve 
providenciar alimento artificial para sua criação (como veremos adiante), reduzir a 
entrada do alvado nos períodos de frio, para auxiliar a manutenção da temperatura 
ambiente no interior da colméia, fornecer cera alveolada para poupar as abelhas da 
trabalhosa tarefa de produzir cera, verificar o estado dos quadros etc. 
 
Já nas épocas de floradas abundantes, a produção de mel da colônia, desde que em tudo esteja correndo satisfatoriamente, é 
farta o bastante para que o apicultor possa colher boa parte para si, sem causar prejuízo às abelhas. Igualmente cresce a 
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produção de pólen, cera, geléia real e própolis, que pode ser explorada, racionalmente, pelo apicultor. A colônia cresce, 
permitindo que o apicultor promova o desenvolvimento de seu apiário, fortalecendo famílias fracas, desdobrando colônias mais 
vigorosas, aumentando assim seu apiário e criando novas rainhas para substituir as já velhas, cansadas e decadentes 
 
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS 
 
Antes de denominar as técnicas de manejo na criação das abelhas, o apicultor deve conhecer os equipamentos, ferramentas e, 
principalmente, a indumentária, a vestimenta com que irá trabalhar. As abelhas não são propriamente animais dóceis . Elas 
tratam de defender sua família contra qualquer tipo de ameaça (portanto são defensivas), e atacam todos os que consideram 
suspeitos. Assim, para trabalhar com abelhas, o apicultor deve, antes de mais nada, estar adequadamente vestido, para 
defender-se de eventuais picadas. Na hora do manejo, as ferramentas essenciais são a vestimenta adequada, o fumegador, o 
formão e o espanador. 
 
A VESTIMENTA 
 
A vestimenta básica é composta por uma máscara, um macacão, um par de luvas e um par de botas. 
 melhor tipo de mascara é o de pano, com visor de tela metálica ou plástica, pintada com tinta preta e fosca, que permite 
melhor visibilidade. Este tipo de máscara é sustentado por chapéu de palha ou vime e é fechada com um longo cadarço, 
que é amarrado sobre o macacão. 
 As luvas devem ser finas o suficiente para que o apicultor não perca totalmente o tato - fator de grande importância na 
manipulação das abelhas mas que ofereçam segurança. As luvas de plástico, muitas vezes não são resistentes às ferroadas, 
ê tem o inconveniente de não permitir a evaporação do suor das mãos, o que dificulta os trabalhos e cujo o odor pode 
irritar as abelhas. As luvas de couro fino, brancas, são as mais indicadas. 
 macacão deve ser constituído de uma única peça. Ele também deve ser largo, folgado o suficiente para não criar resistência 
junto ao corpo, o que permitiria a ferroada da abelha. As extremidades do macacão (mangas e pernas) devem ser 
arrematadas com elástico, para impedir a entrada de abelhas na vestimenta e o tecido deve ser resistente para defender o 
corpo de ferroadas. O brim é bastante utilizado e oferece uma boa proteção. Algumas vestimentas são compostas de 
jaqueta e máscara separadas da calça, que pode ser um jeans ou uma calça de brim. 
 Finalmente, não se esqueça das botas. As melhores são as de borracha, branca, de cano médio ou longo, sobre o qual é 
ajustada a bainha do macacão. 
 
Importante: lembre - se sempre que as abelhas particularmente sensíveis às tonalidades escuras, especialmente ao preto e ao 
marrom. As abelhas têm verdadeira aversão a estas cores, que provocam seu ataque. Por isso, toda a indumentária do apicultor 
deve ser de cor clara. As mais indicadas são o branco, o amarelo e o azul-claro, tons que não as irritam. 
 
UTENSÍLIOS OBRIGATÓRIOS 
 
 Fumegador é um utensílio indispensável para qualquer tipo de trabalho. Sua função é a de diminuir a agressividade das 
abelhas. É um cilindro metálico - a fornalha, acoplado a um fole. Há dois modelos básicos, o tradicional, usado no mundo 
inteiro, e um modelo brasileiro, conhecido como SC-Brasil. O modelo brasileiro é maior e mais apropriado para se 
trabalhar com africanizadas, pois essas abelhas requerem mais fumaça. Mas é preciso lembrar que a fumaça entra em 
contato e deixa resíduo em toda a colméia, inclusive no mel. Por isso é bom moderar o uso do fumegador e usar apenas 
restos vegetais bem secos, como palha (restos de roçada de campo, por exemplo) ou maravalha de madeira bruta (restos de 
aplainamento de tábuas). Cuidado para não usar restos de compensados ou aglomerados, inclusive MDF, pois eles são 
produzidos com colas que, ao queimarem, podem produzir fumaça ainda mais tóxica do que o normal. 
 formão é uma ferramenta praticamente obrigatória. É utilizado como alavanca para abrir o teto da colméia, que 
normalmente é soldado à caixa pelas abelhas com a própolis. Serve também para separar a desgrudar as peças móveis, o 
formão uma barra chata de aço, dobrada em L, com as extremidades levemente afiadas (mas não cortantes). Também é 
muito útil para raspar restos de cera e de própolis. 
 espanador (ou escova), apesar do nome, parece-se mais com um grande pente, porque possui apenas uma fileira de cerdas. 
Essas cerdas devem ser bem macias, para removerem as abelhas sem machucá-las ou danificar os favos. Também é 
importante que as cerdas sejam de cor clara, menos irritantes para as abelhas. 
 
OUTRAS FERRAMENTAS ÚTEIS PARA O MANEJO 
 
 Uma lâmina afiada (faca, canivete ou estilete) é imprescindível no dia-a-dia do apicultor. 
 Um acendedor para o fumegador é necessário. Podem ser fósforos ou isqueiro, mas o melhor é um acendedor a gás para 
fogões, daqueles com uma haste comprida. 
 Um rolo de fita adesiva larga, de empacotar, é de enorme utilidade para vedar provisoriamente algumas frestas e fixar 
alguns componentes. 
 Um tubinho de tempero (bem limpo) ou bobs de cabelo são ótimos para capturar uma rainha em caso de necessidade. 
 Uma outra ferramenta, de alguma utilidade, é o pegador (sacador) de quadros. Trata-se de uma espécie de alicate duplo, 
usado para retirar e segurar os quadros que serão examinados, com mínimo risco de danificar o favo ou machucar as 
abelhas. Alguns apicultores não prescindem do sacador, mas outros, depois de algum tempo, acreditam que podem 
trabalhar muito bem sem ele. 
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 Gominhas de dinheiro ou barbantes podem salvar o dia, caso você se depare com favos tortos ou quebrados. 
 Outras ferramentas podem ser importantes, mas de uso muito eventual, como alicate, martelo, arame, pregos. 
 
A INSPEÇÃO DA COLMÉIA 
 
O trabalho de revisão deve ser feito pelo apicultor devidamente trajado com sua vestimenta completa, em dias quentes e 
ensolarados e, preferencialmente, com a ajuda de outro colega. Neste tipo de atividade, o uso do fumegador é obrigatório e o 
trabalho deve ser feito de forma rápida, em movimentos tranqüilos, delicados, porém decididos. Gestos ou ações bruscas 
podem provocar a irada reação das abelhas. 
 
A freqüência das revisões dependem da época e do tipo de manejo. Uma inspeção rápida pode ser feita a cada semana, mas 
talvez não haja nenhum problema se você esperar um mês ou mais. Revisões completas podem ser feitas cerca de 2 a 4 vezes 
por ano. Durante a safra, deve-se mexer o mínimo possível na colméia, abrindo-a poucas vezes e rapidamente, apenas para 
verificara acumulação de mel e colocar ou retirar melgueiras. Isso evita perturbações que podem até significar perda de mel. 
 
Para realizar o trabalho de inspeção ou revisão, aproxime-se sempre pelo lado de trás da caixa. Nunca interrompa, com o 
corpo, a linha de vôo das abelhas, que entram e saem da caixa em busca de alimentos. O trabalho de inspeção começa sempre 
com a fumegação da caixa. Não faça fumaça em excesso para não provocar o efeito contrário ao desejado, ou seja, acabar 
irritando as abelhas; procure sempre fumegar ao lado até chegar a fumaça branca e não tão quente. Antes de abrir a caixa para 
fazer trabalho de revisão propriamente dito, faça fumaça junto ao alvado, duas ou três baforadas leves bastam. Para abrir a 
tampa, e começar o trabalho de revisão, enquanto uma pessoa abre o teto da caixa a outra faz fumaça sobre a caixa 
horizontalmente. Nunca diretamente sobre os quadros. Duas a três baforadas são suficientes. Que a fumaça seja fria ou branca 
e nunca quente ou azul. 
 
COMO FAZER UMA REVISÃO COMPLETA 
 
Primeiro, ponha fumaça e abra a colméia, como mencionado acima. Se houver melgueiras, avalie o seu conteúdo retirando um 
ou dois quadros. Com o tempo, bastará dar uma olhada superficial e suspendê-la, para estimar bem a quantidade de mel 
armazenado. Verifique se há postura na melgueira. Faça o mesmo com todas as melgueiras e vá retirando-as até chegar ao 
ninho, usando um pouco de fumaça sempre que necessário. Se houver mel desoperculado, use a fumaça lentamente, dirigindo-
a apenas para o topo dos quadros. Se estiver ventando, direcione a fumaça para o lado da colméia que estiver recebendo o 
vento, diretamente na parede. A fumaça vai subir e apenas lamber a parte superior dos quadros. 
 
No ninho, retire cada um dos quadros e examine-os cuidadosamente. Com o tempo, você será capaz de selecionar apenas 
alguns quadros bem representativos da situação do ninho, abreviando esse trabalho. No início, ajuda bastante remover o quadro 
mais vazio de uma das extremidades e pô-lo de lado, para ampliar o espaço de trabalho. Em seguida, faça as verificações e 
correções necessárias, recoloque todos os quadros, de preferência com a mesma orientação frente-fundo original, e recoloque 
as melgueiras, usando um pouco de fumaça para esmagar o mínimo de abelhas possível. 
 
Dica: Se houver muitas abelhas sobre o favo, e você precisar ter uma visão melhor, remova o excesso com um leve chacoalhar, 
bem acima do ninho. Se precisar remover quase todas as abelhas, use seguinte manobra: segure o quadro por um canto com 
uma das mãos e, com a outra mão, dê um golpe seco, de cima para baixo, na mão que está segurando o quadro. Dependendo da 
força que você usar, poderão se desprender as abelhas, os ovos, as larvas e o néctar; muito cuidado, portanto. Em seguida, 
segure o quadro pelos cantos e analise a face do favo que está voltada para você. Se você estiver de costas para o sol, o quadro 
ficará mais bem iluminado. Para analisar a face oposta, vire-o de cabeça para baixo, girando-o com os dedos das duas mãos. 
Tenha cuidado para não expor as crias muito tempo ao sol (mais de alguns poucos segundos), pois elas são extremamente 
sensíveis. Tenha muito cuidado também ao recolocar o quadro, para não esmagar outras abelhas e, principalmente, a rainha. 
 
Numa revisão de rotina, verificam-se diversos pontos: 
· O enxame está bem desenvolvido para a época? 
· Há reservas de mel suficientes até a próxima revisão? 
· O tamanho do alvado é compatível com a temperatura média da estação e com o movimento de entrada e saída das abelhas? 
· A rainha está presente e a postura é adequada? 
· Há realeiras? 
· As crias estão se desenvolvendo bem? 
· Há espaço suficiente para aumentar a postura? 
· Há espaço suficiente para armazenar mais mel? 
· Há sinal de doença na colméia? 
· Há sinal de ataque de formigas, traças ou outros animais? 
· Há favos velhos ou quadros danificados a serem substituídos? 
· Há umidade condensada na colméia? 
· Há sinais de excesso de calor dentro da colméia? 
 
SOLUÇÕES: 
 
 Os favos, sejam eles de cria ou de mel, devem estar em bom estado. Favos escuros, retorcidos ou danificados devem ser 
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substituídos por favos com cera nova alveolada, verificando-se sempre se existe alimento suficiente para que as abelhas 
possam continuar a construção desses favos, uma vez que a produção de cera depende da existência de um bom 
suprimento de alimento na colmeia. Quando tiver cria nestes favos, eles devem ser transferidos para as laterais da colmeia 
até o nascimento das abelhas, quando serão substituídos. Em caso de enxames fracos e de falta de alimento, não se 
recomenda a colocação de quadros novos até que o enxame seja fortalecido e alimentado. É importante a troca dos favos 
velhos pelas seguintes razões: Uma é evitar que o favo velho se transforme num veículo de contaminação, já que ele é 
sistematicamente exposto a dejetos das larvas. Outra é impedir que o estreitamente natural do alvéolo, provocado pelos 
restos de sucessivos encasulamentos, acabe influindo no desenvolvimento das crias, resultando em adultos menores. E 
ainda, a recusa da rainha em fazer postura nestes favos e a preferência das traças por cera velha. 
 
 Os favos, principalmente os de centro do ninho, onde se desenvolve a família na colméia, devem ser examinados para 
constatar a presença de larvas e ovos. É uma operação delicada e que requer atenção visual, pois os ovos são pequenos, 
medindo cerca de 2mm. A ocorrência de favos com pequeno número tanto de crias, abertos ou fechados, como de ovos 
depositados, é sinal de que a rainha está fraca ou decadente e deve ser substituída. 
 
 Se os favos da caixa estão todos ocupados, com crias ou com alimento - mel e pólen, o apicultor deve providenciar mais 
espaço para a família, ou seja, uma caixa extra, com quadros dotados de cera alveolada, em cujos favos a rainha poderá 
depositar seus ovos. Um indício de que a caixa está "lotada", ou seja superpovoada, é a formação daquilo que os 
apicultores denominam de "barba" de abelhas: a disposição, nos dias quentes, de numerosas abelhas na entrada das 
colméia, em forma de cacho. 
 
 A presença de abelhas paradas no alvado, batendo as asas, significa que elas estão forçando a ventilação da colméia. Isso é 
normal, desde que não sejam muitas abelhas e que o zumbido interno (das que estão ventilando lá dentro) não seja muito 
forte. O agrupamento de abelhas do lado de fora, formando uma "barba" perto do alvado, pode indicar que as abelhas não 
estejam conseguindo refrigerar o interior da colméia quando todas elas estão lá dentro. Para resolver esse problema 
emergencialmente, podem-se colocar pequenos calços (pregos ou pedacinhos de graveto) sob a tampa. Para resolvê-lo 
melhor, pode-se adotar um telhado maior, de cor clara, ou adicionar uma melgueira extra. 
 
 A presença de larvas mortas nos favos e de abelhas mortas no assoalho da caixa é indício de ocorrência de doença na 
família. Uma colméia sadia é sempre limpa e higiênica. 
 
 Na entressafra, ou seja, nos períodos em que não há florada, principalmente durante o inverno ou nas estações de muita 
chuva, verifique se a família tem alimento suficiente. Caso contrário, você deverá fornecer alimentação artificial à colônia. 
 
 Durante a florada, colha o mel que estiver maduro (operculado), devolvendo os quadros, vazios e limpos, às melgueiras. 
 
 Para evitar que parte da colônia enxameie, ou seja, que abandone a colméia, verifique se a família está formando realeiras 
nos favos. As realeiras, que são cápsulas destinadas à criação de rainhas, são formadas normalmente, nas extremidades dos 
quadros

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