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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * AS FILOSOFIAS POLÍTICAS CARLA CRISTINA CAMPOS RIBEIRO DE MOURA * * * A “VIDA BOA” Os filósofos greco-romanos da antiguidade tratam a política como um valor, considerando a existência política como finalidade superior da vida humana. “Vida boa”: racional, feliz e justa, própria dos homens livres. A filosofia nasceu da polis. Aos filósofos pré-socráticos se deve a distinção entre o poder despótico e o poder político. * * * ORIGEM DA VIDA POLÍTICA Entre as explicações da vida política, 3 foram as principais e mais duradouras: As inspiradas no mito da Idade do Homem ou da Idade de Ouro → a política com a figura do legislador, enviado pelos deuses (Grécia – Platão; Roma – Cícero). Simboliza a origem da política através das leis e da figura do legislador. Leis e legislador garantem a origem racional da vida política, a obra da razão sendo a ordem, a harmonia e a concórdia entre os humanos sob a forma da Cidade. A RAZÃO FUNDA A POLÍTICA * * * ORIGEM DA VIDA POLÍTICA As inspiradas pela obra do poeta grego Hesíodo, O Trabalho e os Dias. A origem da vida política se vincula a doação do fogo aos homens, feita pelo semi-deus Prometeu. Essa descoberta leva a perceber que os homens viverão melhor em comunidades. Colocam-se sob a proteção dos deuses de quem receberam as leis e as orientações para o governo. Os homens também legislam e criam instituições propriamente humanas, dando origem a comunidade política. É a teoria política defendida pelos Sofistas: o desenvolvimento das técnicas e dos costumes leva a convenções entre os humanos para a vida em comunidade sob leis A CONVENÇÃO FUNDA A POLÍTICA * * * ORIGEM DA VIDA POLÍTICA As teorias que afirmam que a política decorre da Natureza e a Cidade existe por natureza. Os humanos são diferentes dos animais porque são dotados de logos (palavra e pensamento). Aristóteles → animais políticos (naturalmente sociais). Não é preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a origem das cidades Os humanos são seres de comunicação e é essa a causa da vida em comunidade (política). A NATUREZA FUNDA A POLÍTICA * * * RESUMINDO... Na primeira teoria, a política é o remédio que a RAZÃO encontra para a perda da felicidade da comunidade originária. Na segunda teoria, a política resulta do desenvolvimento das técnicas e dos costumes, sendo uma CONVENÇÃO humana. Na terceira, a política define a própria essência do homem, e a Cidade é considerada uma instituição NATURAL. Enquanto as duas primeiras re-elaboram racionalmente as explicações míticas, a terceira parte diretamente da definição da natureza humana * * * FINALIDADE DA VIDA POLÍTICA Para os gregos: justiça na comunidade. Para os gregos, a noção de justiça se refere a uma ordem divina e natural, que regula, julga e pune as ações das coisas e dos homens. A invenção da política exigiu que as explicações míticas fossem afastadas. Mas a polis existe por natureza ou por convenção entre os homens? A justiça e a lei política são naturais ou convencionais? Os sofistas são os defensores do caráter convencional da justiça e da lei. Platão e Aristóteles são defensores do caráter natural. * * * SOFISTAS A polis nasce por convenções entre os seres humanos que percebem ser mais útil a vida em comum que o isolamento. Convencionam regras de convivência que se tornam leis (nomos). A justiça é o consenso quanto às leis e a finalidade da política é criar e preservar esse consenso. São mutáveis. A justiça será permitir a mudança através do debate para se chegar ao consenso (expressão pública da vontade da maioria, obtido pelo voto). Os sofistas eram mestres na retórica (arte da discussão e persuasão pela palavra). A finalidade da política era a justiça entendida como concórdia, conseguida na discussão pública de opiniões e interesses contrários. * * * PLATÃO E ARISTÓTELES Afirmam o caráter natural da polis e da justiça. Platão → a cidade justa é aquela que é governada pelos filósofos, administrada pelos cientistas, protegida pelos guerreiros e mantida pelos produtores (cada classe cumpre a sua função). Aristóteles → existem dois tipos de justiça: a distributiva, referente aos bens econômicos (igualar os desiguais para que todos tenham direitos); a participativa, referente ao poder político - respeito pelo modo pelo qual a Cidade definiu a participação no poder, seja pela honra (monarquia), virtude (aristocracia) ou igualdade (democracia). * * * REGIMES POLÍTICOS Dois vocábulos gregos são usados para compor as palavras que designam os regimes políticos: arche (arquia) – o que está à frente, ao comando – e Kratos (cracia) – o poder ou autoridade suprema. As palavras compostas com arche (arquia) designam quantos estão ao comando. As compostas com kratos (cracia) designam quem está no poder. Exemplo: monarquia ou governo de um só (monas), oligarquia ou governo de alguns (oligos), poliarquia ou governo de muitos (polos) e anarquia ou governo de ninguém (ana). Autocracia (poder de uma pessoa reconhecida como rei), aristocracia (poder dos melhores), democracia (poder do povo). Na Grécia e Roma arcaicas predominavam as monarquias, que aos poucos foram-se tornando oligarquias, concentrados nas mãos das famílias mais poderosas, formando a aristocracia. O único regime verdadeiramente democrático foi o de Atenas. Nas outras cidades gregas e em Roma, o regime era oligárquico-aristocrático. * * * REGIMES POLÍTICOS Um regime só é político se for instituído por um corpo de leis reconhecidas e sob as quais todos vivem, ou seja, cidadãos e governantes. Quando a lei coincide com a vontade pessoal e arbitrária do governante, é despotismo ou tirania. Quando não há lei de espécie alguma, há anarquia. A presença ou ausência de leis conduz a idéia de regimes políticos legítimos ou ilegítimos. Um regime é legítimo quando, além de legal, é justo (as leis são feitas segundo a justiça); um regime é ilegítimo quando a lei é injusta ou quando é contrário à lei (ilegal), ou quando não há leis. * * * REGIMES POLÍTICOS Os regimes políticos se transformam em decorrência de mudanças econômicas e de resultado de guerras. Presença ou ausência de lei, variação econômica e militar (Platão e Aristóteles) determinam a corrupção ou decadência dos regimes políticos. A tipologia platônico-aristotélica segundo o valor dos que participam do poder e a teoria da decadência ou corrupção dos regimes políticos serão mantidas até o século XVIII, aparecendo com vigor na obra O Espírito das Leis de Montesquieu. Regimes políticos naturais (de acordo com a natureza do povo e a forma que é governado).
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