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Patologia em revestimento ceramicos

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Universidade Nilton Lins
PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA
Orientador: Prof. Luciana Reis
Outubro/2017
Marcos Vinicius De Aguiar Lopes
PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA
Projeto apresentado como exigência para obtenção de nota institucional 02 da disciplina Praticas integradas IX, do curso de engenharia civil da Universidade Nilton Lins.
Outubro/2017
SUMÁRIO
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO............................................................................ 04
PANORAMA DA INDÚSTRIA CERÂMICA......................................................... 04 1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 04 1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 06
Capítulo 2 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA.............................................................................................	 07					
2.1 QUANTO À ORIGEM ........................................................................................... 07 2.1.1 Congênitas ............................................................................................................. 07 2.1.2 Construtivos...........................................................................................................	 07 2.1.3 Adquiridas .............................................................................................................. 07 2.1.4 Acidentais ............................................................................................................... 08 2.2 TIPOS DE PATOLOGIAS ...................................................................................... 08 2.2.1 Destacamentos ou descolamentos ........................................................................ 08 2.2.2 Eflorescências .......................................................................................................... 10 2.2.3 Manchas e bolor ..................................................................................................... 12 2.2.4 Trincas e fissuras .................................................................................................... 13 2.2.5 Gretamento ............................................................................................................. 13 2.2.6 Deterioração das juntas ......................................................................................... 14
Capítulo 3 – CONCLUSÃO ......................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 16
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 
PANORAMA DA INDÚSTRIA CERÂMICA 
O uso intenso do revestimento cerâmico aderido em edifícios residenciais, comerciais e industriais é uma realidade entre as maiores construtoras brasileiras. O motivo é que o material mantém o status de bom, bonito e relativamente barato.
 Essas vantagens explicam o grande crescimento na utilização do revestimento cerâmico, usado cada vez mais em todos os ambientes residenciais e comerciais das construções modernas e fachadas de edifícios, além de alguns ambientes industriais. Segundo dados do último relatório setorial do BNDES, datado de Setembro de 2006, o setor de revestimentos cerâmicos mundial atingiu a produção de 6,3 bilhões de m2 em 2004. Destacam-se a Ásia, com 47% da produção mundial, Europa com 28% e América do Sul com 11%. 
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (ANFACER)1 em 2007, os cinco principais produtores mundiais foram a China, com 3,5 bilhões de m2 , a Espanha, com 685 milhões de m2 , o Brasil, com 637 milhões de m2 , a Itália, com 563 milhões de m2 e a Índia, com 360 milhões de m2 . 
A China é o maior consumidor mundial, com 2,96 bilhões de m2 em 2007. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial, com cerca de 534 milhões de m2 consumidos em 2007.
 Ainda, segundo a ANFACER,2 a produção brasileira estimada para 2008 é de 682 milhões de m2 , sendo 577 milhões de m2 destinados ao mercado interno. Estes dados indicam um crescimento na produção anual superior a 7%. No consumo interno, superior a 8%. Ambos acima do crescimento previsto para o PIB brasileiro no período (estimado entre 5 e 5,5%).
JUSTIFICATIVA
 O Brasil possui condições climáticas muito favoráveis ao uso de revestimentos cerâmicos nas fachadas (RCF). O clima predominantemente tropical e chuvoso torna esta opção das mais interessantes, tanto pelo aspecto do desempenho como pela durabilidade. Em cidades litorâneas, por exemplo, esta tendência torna os revestimentos cerâmicos quase uma unanimidade para o mercado consumidor, sendo seu uso muitas vezes associado ao próprio padrão de qualidade da construção. 
Medeiros e Sabbatini (1999) observam que esta preferência tem razões claras. Os revestimentos cerâmicos possuem inúmeras vantagens em relação aos demais revestimentos tradicionais – incluindo as pinturas, placas pétreas, tijolos aparentes, argamassas decorativas – onde destacam-se pela maior durabilidade, valorização estética, facilidade de limpeza, possibilidades de composição harmônica, maior resistência à penetração de água, conforto térmico e acústico da fachada e valorização econômica do empreendimento. 
Embora sejam largamente empregados em nosso país e em praticamente todo o mundo, os revestimentos cerâmicos ainda carecem de muitas melhorias e evolução tecnológica, notadamente no que diz respeito à tecnologia de produção de fachadas. A grande incidência de patologias atestam esta necessidade. 
Existem Normas Brasileiras que estabelecem condições mínimas de qualidade tanto para produção quanto para utilização dos elementos do sistema de revestimento cerâmico. Porém, na prática, estas normas não são consideradas e, muitas vezes, são até desconhecidas pelos profissionais responsáveis pela execução dos RCF. O resultado é um sem número de revestimentos com os mais diversos defeitos. 
Conforme Verçoza (1991), as características construtivas modernas favorecem o aparecimento de patologias nas edificações. As construções são realizadas buscando-se o máximo de economia e o menor tempo de execução. Klein (1999) cita, ainda, a má qualidade da mão de obra, responsável por muitas das patologias verificadas. Segundo este autor, a vida útil de uma construção irá depender e será relacionada com os cuidados que forem tomados na fase de execução. Igualmente importantes estão os cuidados nas fases de projeto e manutenção. 
Para se obter o melhor resultado possível com o RCF, além da mão de obra especializada, a placa cerâmica deve ser ideal para cada ambiente e há a necessidade de um 17 estudo detalhado de como o substrato deve ser executado. A escolha das argamassas colante e de rejuntamento deve ser apropriada para cada caso e deve haver um dimensionamento criterioso das juntas. 
As patologias de RCF são difíceis de recuperar e requerem custos elevados. Muitas vezes, quando manifestam-se visualmente, já há comprometimento da integridade do revestimento. E os custos para recuperação podem facilmente suplantar os custos da execução original. 
Com o advento do Código de Defesa do Consumidor, dos PROCONs e as exigências crescentes dos consumidores, torna-se cada vez mais importante o aprimoramento das técnicas construtivas, especialização da mão de obra , aprimoramento dos métodos de gerenciamento e controle de qualidade nas áreas revestidas com placas cerâmicas. Os profissionais e construtoras que não acordarempara este fato, certamente terão prejuízos financeiros no futuro.
OBJETIVOS
Acreditando nas possibilidades de evolução dos revestimentos cerâmicos de fachada de edifícios e no seu imenso potencial de uso, o trabalho desenvolvido tem o propósito de levantar e organizar informações sobre o processo de revestimento cerâmico de fachada e suas principais patologias. 
Este trabalho tem como objetivos: 
• contribuir com Engenheiros, Arquitetos e demais profissionais da área de construção civil, com informações que levem ao entendimento das patologias nos revestimentos cerâmicos de fachada, de modo a evitá-las; 
• relacionar as patologias mais comumente observadas nos revestimentos de fachada, e suas causas principais; 
• estudar as características dos elementos que constituem o sistema de revestimento cerâmico aderido em fachadas, apresentando informações relacionadas ao desempenho físico e executivo; 
• contribuir para eliminar defeitos e falhas construtivas, de forma a garantir a estabilidade e durabilidade do sistema de RCF, diminuindo e racionalizando as manutenções; 
• contribuir com subsídios aos especificadores, para que adquiram uma maior visão sistêmica no processo de elaboração e execução de revestimentos de fachadas, assumindo a parcela que lhes cabe na responsabilidade pelo sucesso da performance do sistema; 
• fornecer informações relevantes para as equipes de mão de obra sobre a forma mais recomendada de executar o sistema de revestimento cerâmico, visando minimizar defeitos e falhas construtivas e eliminar perdas; 
• pretendemos contribuir para a diminuição da geração de resíduos de demolição na construção civil, evitando a poluição ambiental e sobrecarga dos depósitos de resíduos e lixo urbanos.
Capítulo 2 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA
2.1 QUANTO À ORIGEM
As patologias dos revestimentos cerâmicos de fachadas apresentam-se de diversas formas, todas elas resultando na impossibilidade de cumprimento das finalidades para as quais foram concebidos, notadamente nos aspectos estéticos, de proteção e de isolamento. 
Um efeito imediato é a desvalorização do imóvel. 
O conhecimento da origem das patologias é importante ferramenta para diagnosticar as causas das falhas destes revestimentos. 
Conforme dados do CCB, cerca de 75% dos problemas ocorrem por desrespeito ou desconhecimento das normas técnicas.
2.1.1 Congênitas
 São aquelas originárias da fase de projeto, em função da não observância das normas técnicas, ou de erros e omissões dos profissionais, que resultam em falhas no detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos. Causam em torno de 40% das avarias registradas em edificações.
Quando o projetista deixa de observar requisitos básicos relativos ao funcionamento e qualidade global da obra, interações entre as partes da construção e de construtibilidade, é freqüente o aparecimento das patologias congênitas.
4.1.2 Construtivas
Sua origem está relacionada à fase de execução da obra, resultante do emprego de mão de obra despreparada, produtos não certificados e ausência de metodologia para assentamento das peças, o que, segundo pesquisas mundiais, são responsáveis por 25% das anomalias em edificações. 
O treinamento das equipes de mão de obra, a padronização de procedimentos e a verificação de conformidade podem minimizar as patologias.
2.1.3 Adquiridas
Ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, sendo resultado da exposição ao meio em que se inserem, podendo ser naturais, decorrentes de agressividade do meio, ou decorrentes da ação humana, em função de manutenção inadequada ou realização de interferência incorreta nos revestimentos, danificando as camadas e desencadeando um processo patológico. Como exemplo, citamos a maresia, em regiões marítimas e os ataques químicos em regiões industriais.
2.1.4 Acidentais
São caracterizadas pela ocorrência de algum fenômeno atípico, resultado de uma solicitação incomum, como a ação da chuva com ventos de intensidade anormal, recalques estruturais e incêndios, dentre outros. 
Sua ação provoca esforços de natureza imprevisível, especialmente na camada de base e sobre os rejuntes. Podem também atingir as placas cerâmicas, provocando movimentações que irão desencadear processos patológicos em cadeia.
2.2 TIPOS DE PATOLOGIAS
2.2.1 Destacamentos ou descolamentos
Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço.
Devido à probabilidade de acidentes envolvendo os usuários e os custos para seu reparo, esta patologia é considerada a mais séria. 
As situações mais comuns de descolamento costumam ocorrer por volta de cinco anos após a conclusão da obra. A ocorrência cíclica das solicitações, somadas às perdas naturais de aderência dos materiais de fixação, em situações de subdimensionamento do sistema, caracterizam as falhas que costumam resultar em problemas de quedas, explica Medeiros .
O primeiro sinal desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas (quando percutidas), ou ainda nas áreas em que se observa o estufamento da camada de acabamento (placas cerâmicas e rejuntes), seguido do destacamento destas áreas, que pode ser imediato ou não. Segundo Bauer (1997), os descolamentos podem apresentar extensão variável, sendo que a perda de aderência pode ocorrer de diversas maneiras: por empolamento, em placas, ou com pulverulência. 
Geralmente estas patologias ocorrem nos primeiros e últimos andares do edifício, devido ao maior nível de tensões observados nestes locais. As causas destes problemas são:
• Instabilidade do suporte, devido a acomodação do edifício como um todo; 
• Deformação lenta (fluência) da estrutura de concreto armado; • Oxidação da armadura de pilares e vigas; 
• Excessiva dilatação higroscópica do revestimento cerâmico; 
• Variações higrotérmicas e de temperatura; • Características pouco resilientes dos rejuntes; 
• Ausência de detalhes construtivos (contravergas, juntas de dessolidarização, movimentação, assentamento e estrutural); 
• Utilização da argamassa colante com um tempo em aberto vencido; ou mau espalhamento da argamassa colante; ou ainda, ausência de dupla colagem, no caso de peças com superfície maior que 400 cm2 ; 
• Assentamento sobre superfície contaminada; 
• Especificação incorreta de revestimento cerâmico, especialmente no que se refere a: configuração do tardoz (que pode apresentar superfície lisa, sem reentrâncias ou garras); EPU maior do que 0,6 mm/m; absorção de água superior a 6%; 
• Imperícia ou negligência da mão-de-obra na execução e/ou controle dos serviços (assentadores, mestres e engenheiros).
Segundo Bauer (1997), o fenômeno da dilatação higroscópica é provocado pela adsorção de água, na forma líquida ou de vapor que, ao contrário da simples absorção de água retida apenas nos poros do material, provoca modificações na sua própria estrutura, com aumento de volume.
 Segundo o Comitê de Estudos de EPU do CCB, choques térmicos na fachada possuem a mesma ordem de grandeza da EPU teórica e ocorrem, rapidamente, dezenas de vezes em apenas um mês, contribuindo sensivelmente para a fadiga do conjunto. 
Embora não haja dados concretos e estudos científicos, nos últimos anos verificaram-se fortes indícios que mostram que a execução de estruturas mais esbeltas e deformáveis, de um modo geral, tem influenciado no aumento das solicitações impostas aos revestimentos aderidos.
Tal fenômeno ocorre porque edifícios altos são mais susceptíveis ao encurtamento e sofrem maiores deformações devido ao efeito do vento. Sem contar que as condições de trabalho nos andaimes suspensos são mais severas, dificultando o controle da execução. 
Aliado a esses fatores, o uso de placas maiores também tem exigido técnicas e materiais compatíveis com essa nova realidade de construção, ressaltaSabbatini, em entrevista à Revista Techne. (CICHINELLI, 2006)
2.2.2 Eflorescências
Do latim eflorescentia, esse fenômeno se caracteriza pelo aparecimento de formações salinas sobre algumas superfícies, podendo ter caráter pulverulento ou ter forma de crostas duras e insolúveis em água. Na grande maioria dos casos, o fenômeno é visível e de aspecto desagradável, mas em alguns casos específicos pode ocorrer no interior dos corpos, imediatamente abaixo da superfície. Uemoto (1988) afirma que a eflorescência pode ser considerada um dano, seja por modificar visualmente o local onde se deposita ou por poder provocar degradações profundas. 
O fenômeno resulta da dissolução dos sais presentes na argamassa, ou nos componentes cerâmicos ou provenientes de contaminações externas e seu posterior transporte pela água através dos materiais porosos. Se, durante esse transporte, a concentração dos sais na solução aumentar (por perda de água ou aumento da quantidade de sais), eles poderão entrar em processo de cristalização e dar origem ao fenômeno. Ocorrendo superficialmente, essa cristalização dá origem à eflorescência mais amplamente encontrada e visível; se ocorrer internamente ao material, dá origem à cripto-eflorescência, muitas vezes de difícil identificação. 
Vale lembrar que as placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu interior, como cavidades, bolhas, poros abertos e fechados e uma enorme e complexa rede de micro canais (FIORITTO, 1994). A água, então, pode passar pelo seu interior por força da capilaridade ou mesmo por força do gradiente hidráulico. 
O local de seu aparecimento não necessariamente indica seu local de origem, pois os sais podem ser transportados pela água a partir de locais afastados do ponto de ocorrência do problema. Assim, é necessário compreender o comportamento dos sais dissolvidos, sua possível fonte e também a origem da água. A simples intervenção localizada e sintomática pode ser totalmente ineficaz e até danosa. 
Para que a eflorescência se manifeste, os seguintes fatores são necessários e suficientes: 
– água: atua como um solvente que possibilita a dissolução dos sais que dão origem ao fenômeno. Ela pode ter origem em vários pontos, a saber: 
– água de chuva: tem grande chance de penetrar através das juntas, em particular se forem mal executadas; 
– água de condensação: resulta das trocas de vapor de água entre o interior e o exterior através de meios porosos; 
– água proveniente da etapa de construção: a água de amassamento, o uso de proteções deficientes contra a chuva ou qualquer outro fato que possibilite a concentração de umidade podem ocasionar problemas em obras recém entregues. Paredes saturadas de água podem demandar semanas ou meses para que a secagem ocorra; blocos em contato com o solo, além de absorver umidade, podem ser contaminados por sais ou elementos estranhos;
 – sais: se movimentam dissolvidos na água e efetivamente dão origem ao fenômeno; 
– gradiente hidráulico: possibilita a movimentação da água e o transporte dos sais do interior para a superfície dos corpos afetados.
As argamassas apresentam grande chance de incorporar sais solúveis em sua composição, em função do componente utilizado em sua produção. Vale enfatizar, também, que a utilização de água inadequada (impura) pode favorecer o aparecimento de problemas desse tipo. 
Os sais mais comumente encontrados são Na2SO4 e K2SO4, já que são provenientes de metais alcalinos que formam compostos bastante solúveis em água. Depois, as formas Na2CO3, NaHCO3, K2CO3 e KHCO3 aparecem com menor freqüência. Compostos do tipo MgCl2, MgSO4, CaCO3, CaSO4 e Fe2(SO4)3.
Uma vez que existe uma grande quantidade de sais envolvidos no fenômeno da eflorescência e seu comportamento é influenciado pela temperatura, concentração, PH, qualidade da água disponível, presença de outros sais, etc., torna-se praticamente impossível antever o surgimento de alguma manifestação. É igualmente inviável a apresentação de uma regra geral para a solução dos problemas ocasionados. Alguns autores, entretanto, apresentam as seguintes orientações: 
– as manchas de aspecto escorrido e de cor esbranquiçada formadas pelo carbonato de cálcio podem ser eliminadas, mas será um processo trabalhoso e de resultado não garantido. Como os sais não são solúveis em água, será necessário o uso de escovas, ácidos (muriático ou acético) e até abrasivos. Essa técnica, mesmo que aplicada após molhagem abundante, pode deixar resíduos prejudiciais de cloro no local e pode danificar a superfície atingida; 
– eflorescências de cor marrom, amarela e preta são, no geral, provenientes de oxidação e devem levar a um estudo sério das causas e integridade do local atingido. A limpeza com ácido muriático e soda cáustica pode ser utilizada de acordo com o sal envolvido; 
– manchas de cor castanha, ferruginosas, podem ocorrer caso a areia contenha minério de ferro ou caso a argila dos materiais cerâmicos contenha pirita (FeS2); 
– eflorescências pulverulentas brancas e solúveis em água podem ser eliminadas com lavagem e escovação com escovas de cerdas duras (piaçava ou aço). No geral, a própria chuva é suficiente para sua remoção e o uso de sabões deve ser cuidadoso, já que alguns produtos à base de estereatos e oleatos de sódio podem até aumentar o teor de sais; 
– a impermeabilização da superfície para evitar a entrada de água pode não ser uma solução para a eflorescência. No caso da origem da água estar no interior da parede (vazamentos, infiltração pelo topo), a aplicação de uma película impedirá a saída da água líquida. No entanto, próximo da superfície a água se transformará em vapor e atravessará a película, provocando a cristalização dos sais imediatamente abaixo da superfície. Caracterizase, então, a cripto eflorescência, que pode causar a destruição da base pelo efeito expansivo da cristalização dos sais. 
Segundo Uemoto (1988), alguns cuidados gerais podem ser tomados para minimizar a ocorrência do fenômeno: 
– não utilizar materiais e/ou componentes com alto teor de sais solúveis; – evitar tijolos com altos teores de sulfatos; 
– molhar os componentes cerâmicos demasiadamente secos, minimizando a absorção da água de amassamento e a reação com o cimento; 
– sempre proteger da chuva a alvenaria recém acabada; 
– evitar entrada de umidade com a ajuda de boa impermeabilização e vedação; 
– usar argamassa mista (cimento:cal:areia) para minimizar a reação com os componentes cerâmicos; 
– usar cimento pozolânico ou de alto forno, que liberam menor teor de cal na hidratação.
2.2.3 Manchas e bolor
O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se, inclusive, as argamassas inorgânicas. (SHIRAKAWA, 1995) 
O termo emboloramento, de acordo com Allucci (1988), constitui-se numa “alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma conseqüência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas. (SHIRAKAWA, 1995) 
Normalmente são provocadas por infiltrações de água e frequentemente estão associados aos descolamentos e desagregação dos revestimentos.
2.2.4 Trincas e fissuras
Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluir para um destacamento (no caso de trincas). 
As trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos (ex.: tração axial, compressão axial ou excêntrica, flexão, cisalhamento ou torção), que causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. 
As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm eque não causam a ruptura total das placas. 
Variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos, devidas às movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases. (THOMAZ, 1989)
Fissuras e trincas também podem estar relacionadas ao cobrimento insuficiente da estrutura de concreto. A oxidação do aço gera o aumento de volume e as tensões são transmitidas ao revestimento final.
 Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício, geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados. A inclusão destes elementos no projeto de revestimento e o uso de argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o aparecimento de fissuras. 
As fissuras podem aparecer, também, entre o rejunte e a placa cerâmica. Os principais fatores que desencadeiam esta ocorrência são: cura debilitada por condições ambientais agressivas, retração excessiva da argamassa, aplicação do rejunte em juntas com restos de argamassa e/ou sujidades e poeira, utilização de rejunte para junta fina em junta larga e vice-versa, excesso de água de amassamento, movimentação excessiva do substrato, fadiga do rejunte por ciclos higrotérmicos.
2.2.5 Gretamento
O gretamento constitui-se de uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de aranha. 
A expansão por umidade pode ser responsável pelo gretamento das placas cerâmicas para revestimento, quando provoca aumento nas dimensões da sua base, forçando a dilatação do esmalte, material que é menos flexível. Sem absorver a variação de tamanho da placa cerâmica provocada pela expansão por umidade, a camada esmaltada sofre tensões progressivas de tração, originando as fissuras capilares características do gretamento.
2.2.6 Deterioração das juntas
Este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações.
Os sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução, através de procedimentos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, somados a ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas), bem como infiltração de água, levando o revestimento ao colapso (desplacamento/descolamento).
Pode acontecer, também, que a junta esteja preenchida apenas superficialmente, formando uma capa frágil que pode desagregar-se após alguns meses da entrega da obra. Esta situação pode acontecer em casos onde a junta é muito estreita (ex.: porcelanatos) ou quando o rejunte perde a trabalhabilidade rapidamente devido à temperatura ambiente elevada.
Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
Este trabalho teve por objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre os problemas que ocorrem em revestimentos cerâmicos aderidos em fachadas, identificando suas causas, mecanismos de formação e possíveis soluções. 
A abordagem propicia ao leitor o conhecimento que induz à idéia de que os componentes do revestimento cerâmico se relacionam de maneira dinâmica e constante, não podendo ser tratados de forma individual e estática.
 Outro ponto importante é a existência de normas que especificam de maneira clara as características técnicas dos componentes do revestimento cerâmico, pois só assim pode haver uma uniformização de conceitos que auxilia na execução de um projeto suficientemente detalhado e embasado em aspectos técnicos coerentes. 
Esse fato é um ponto necessário para o bom desempenho do revestimento cerâmico, embora não seja suficiente. Assim, torna-se equivocado o uso de componentes individuais de alta qualidade técnica se sua aplicação é feita de forma incorreta, ou seja, se não há coerência e compatibilidade de comportamento entre componentes que se inter-relacionam. Cabe ao projetista do revestimento conhecer e entender os produtos com que trabalha e especificá-los de forma correta.
As condições de exposição climática de um edifício refletem diretamente na vida útil e manutenção dos revestimentos utilizados. O sistema da fachada é muito crítico, pois tem que ser considerado a grande variedade de fenômenos naturais que o afetam (ventos, temperatura, chuvas, radiação solar, maresia, etc.).
REFERÊNCIAS
. Manual de revestimento cerâmico. São Paulo, 1998..
Sistema de revestimento. São Paulo, 2001. Disponível em: http://www.rejuntabras.com.br. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13.749. Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas:

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