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Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados
Centro de Documentação e Informação
Coordenação de Biblioteca
 http://bd.camara.gov.br
"Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”
LEGISLAÇÃO SOBRE 
PATRIMÔNIO CULTURAL
2ª edição
Br
as
ília
 20
13
2013
Como adquirir nossas 
publicações
Pontos de venda
Livrarias
•	Ed.	Principal	do	
Congresso	Nacional	
Telefone	(61)	3216-9971
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Câmara	dos	Deputados	
Telefone	(61)	3216-5812
Contato direto com a 
Edições Câmara
Câmara dos Deputados 
Centro de Documentação e 
Informação – Cedi
Anexo	II,	Praça	dos	Três	Poderes
70160-900	–	Brasília,	DF
editora@camara.leg.br
Telefone	(61)	3216-5809
Fax	(61)	3216-5810
LEGISLAÇÃO SOBRE PATRIM
ÔNIO CULTURAL
2ª edição
Câmara dos
Deputados
Série 
Legislação
A série Legislação reúne textos legais sobre temas 
específicos, com o objetivo de facilitar o acesso da 
sociedade às normas em vigor no Brasil.
Por meio de publicações como esta, a Câmara dos 
Deputados cumpre a missão de favorecer a prática da 
cidadania e a consolidação da democracia no país.
Conheça outros títulos da Edições Câmara 
no portal da Câmara dos Deputados: 
www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/edicoes
LegisLação sobre 
PaTriMÔNio cULTUraL
2ª edição
Mesa da Câmara dos Deputados
54ª Legislatura | 2ª Sessão Legislativa | 2011-2015 
Presidente
Marco Maia
1ª Vice-Presidente
Rose de Freitas 
2º Vice-Presidente
Eduardo da Fonte
1º Secretário
Eduardo Gomes
2º Secretário
Jorge Tadeu Mudalen 
3º Secretário
Inocêncio Oliveira 
4º Secretário
Júlio Delgado 
Suplentes de Secretário
1º Suplente
Geraldo Resende 
2º Suplente
Manato
3º Suplente
Carlos Eduardo Cadoca 
4º Suplente
Sérgio Moraes
Diretor-Geral
Rogério Ventura Teixeira
Secretário-Geral da Mesa
Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida
Câmara dos 
Deputados
LegisLação sobre 
PaTriMÔNio cULTUraL
2ª edição
Atualizada em 2/1/2013.
Centro de Documentação e Informação
Edições Câmara
Brasília | 2013
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Diretoria Legislativa
Diretor: Afrísio Vieira Lima Filho 
Consultoria Legislativa
Diretor: Luiz Henrique Cascelli de Azevedo
Centro de Documentação e Informação
Diretor: Adolfo C. A. R. Furtado
Coordenação Edições Câmara
Diretora: Maria Clara Bicudo Cesar 
Coordenação de Estudos Legislativos
Diretora: Lêda Maria Louzada Melgaço
Projeto gráfico de capa e miolo: Patrícia Weiss
Diagramação e capa: Roberto Camara
Foto da capa: Racsow
Revisão e pesquisa: Seção de Revisão e Indexação
1ª edição, 2010.
Câmara dos Deputados
Centro de Documentação e Informação – Cedi
Coordenação Edições Câmara – Coedi
Anexo II – Praça dos Três Poderes
Brasília (DF) – CEP 70160-900
Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810
editora@camara.leg.br
SÉRIE
Legislação 
n. 92
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Legislação sobre patrimônio cultural [recurso eletrônico]. – 2. ed. – Brasília : Câmara dos Deputa-
dos, Edições Câmara, 2013.
349 p. – (Série legislação ; n. 92) 
Atualizada em 2/1/2013.
ISBN 978-85-402-0012-8 
1. Patrimônio cultural, legislação, Brasil. 2. Patrimônio histórico, legislação, Brasil. 3. Patrimô-
nio artístico, legislação, Brasil. I. Série.
CDU 719:061.1(81)(094)
ISBN 978-85-402-0011-1 (brochura) ISBN 978-85-402-0012-8 (e-book)
SUMÁRIO
Apresentação ......................................................................................................................................... 9
Prefácio à primeira edição ................................................................................................................11
Dispositivos constitucionais
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
[Dispositivos referentes a patrimônio cultural.] .......................................................................... 17
leis, Decretos-leis e Decretos legislativos
DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937
Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. .......................................25
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEzEMBRO DE 1940
[Institui o] Código Penal. .................................................................................................................33
DECRETO-LEI Nº 3.866, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1941
Dispõe sobre [cancelamento de] tombamento de bens no Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional. ......................................................................................................35
LEI Nº 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961
Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos. ...............................................36
LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965
Institui o Código Eleitoral. ..............................................................................................................43
LEI Nº 4.845, DE 19 DE NOVEMBRO DE 1965
Proíbe a saída, para o exterior, de obras de arte e ofícios produzidos no país, até o 
fim do período monárquico. ...........................................................................................................44
LEI Nº 5.471, DE 9 DE JULHO DE 1968
Dispõe sobre a exportação de livros antigos e conjuntos bibliográficos brasileiros. .........46
LEI Nº 5.805, DE 3 DE OUTUBRO DE 1972
Estabelece normas destinadas a preservar a autenticidade das obras literárias 
caídas em domínio público. .............................................................................................................47
DECRETO LEGISLATIVO Nº 71, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1972
Aprova o texto da Convenção sobre as Medidas a Serem Adotadas para Proibir e 
Impedir a Importação, Exportação e Transferência de Propriedade Ilícita dos Bens 
Culturais, aprovada pela XVI Sessão da Conferência Geral da Organização das 
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), realizada em Paris, de 
12 de outubro a 14 de novembro de 1970. ....................................................................................49
LEI Nº 6.292, DE 15 DE DEzEMBRO DE 1975
Dispõe sobre o tombamento de bens no Instituto do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional (Iphan). ..............................................................................................................62
DECRETO LEGISLATIVO Nº 74, DE 30 DE JUNHO DE 1977
Aprova o texto da Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural 
e Natural. ..............................................................................................................................................63
LEI Nº 7.668, DE 22 DE AGOSTO DE 1988
Autoriza o Poder Executivo a constituir a Fundação Cultural Palmares (FCP) e dá 
outras providências. ........................................................................................................................... 81
LEI Nº 8.029, DE 12 DE ABRIL DE 1990
Dispõe sobre a extinção e dissolução de entidades da administração pública federal, 
e dá outras providências. ..................................................................................................................84
LEI Nº 8.113, DE 12 DE DEzEMBRO DE 1990
Dispõe sobre a natureza jurídica do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural 
(IBPC) e da Biblioteca Nacional. .....................................................................................................86
LEI Nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991
Dispõe sobre a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados e dá outras 
providências. ........................................................................................................................................87
LEI Nº 8.313, DE 23 DE DEzEMBRO DE 1991
Restabelece princípios da Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa 
Nacional de Apoio àCultura (Pronac) e dá outras providências. ............................................92
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. .................................................................109
LEI Nº 10.413, DE 12 DE MARÇO DE 2002
Determina o tombamento dos bens culturais das empresas incluídas no Programa 
Nacional de Desestatização. ..........................................................................................................121
LEI Nº 10.753, DE 30 DE OUTUBRO DE 2003
Institui a Política Nacional do Livro. ..........................................................................................122
LEI Nº 10.994, DE 14 DE DEzEMBRO DE 2004
Dispõe sobre o depósito legal de publicações, na Biblioteca Nacional, e dá outras 
providências. ......................................................................................................................................127
DECRETO LEGISLATIVO Nº 22, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2006
Aprova o texto da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, 
celebrada em Paris, em 17 de outubro de 2003. ........................................................................130
LEI Nº 11.904, DE 14 DE JANEIRO DE 2009
Institui o Estatuto de Museus e dá outras providências. ........................................................151
LEI Nº 11.906, DE 20 DE JANEIRO DE 2009
Cria o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), cria 425 (quatrocentos e vinte e cinco) 
cargos efetivos do Plano Especial de Cargos da Cultura, cria cargos em comissão 
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) e funções gratificadas, no 
âmbito do Poder Executivo federal, e dá outras providências. ...............................................166
LEI Nº 12.192, DE 14 DE JANEIRO DE 2010
Dispõe sobre o depósito legal de obras musicais na Biblioteca Nacional. ........................... 174
LEI Nº 12.343, DE 2 DE DEzEMBRO DE 2010
Institui o Plano Nacional de Cultura (PNC), cria o Sistema Nacional de Informações 
e Indicadores Culturais (Sniic) e dá outras providências. .......................................................176
Decretos
DECRETO Nº 65.347, DE 13 DE OUTUBRO DE 1969
Regulamenta a Lei nº 5.471, de 9 de junho de 1968, que dispõe sobre a exportação 
de livros antigos e conjuntos bibliográficos. ..............................................................................227
DECRETO Nº 72.312, DE 31 DE MAIO DE 1973
Promulga a Convenção sobre as Medidas a Serem Adotadas para Proibir e Impedir 
a Importação, Exportação e Transferência de Propriedade Ilícita dos Bens Culturais. ...230
DECRETO Nº 80.978, DE 12 DE DEzEMBRO DE 1977
Promulga a Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e 
Natural, de 1972. ..............................................................................................................................231
DECRETO Nº 95.733, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1988
Dispõe sobre a inclusão no orçamento dos projetos e obras federais, de recursos 
destinados a prevenir ou corrigir os prejuízos de natureza ambiental, cultural e 
social decorrente da execução desses projetos e obras. ..........................................................232
DECRETO Nº 3.551, DE 4 DE AGOSTO DE 2000
Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem 
patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial 
e dá outras providências. ................................................................................................................234
DECRETO Nº 4.073, DE 3 DE JANEIRO DE 2002
Regulamenta a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política 
nacional de arquivos públicos e privados. ..................................................................................237
DECRETO Nº 5.264, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2004
Institui o Sistema Brasileiro de Museus e dá outras providências. .......................................247
DECRETO Nº 5.753, DE 12 DE ABRIL DE 2006
Promulga a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, 
adotada em Paris, em 17 de outubro de 2003, e assinada em 3 de novembro de 2003. ....251
DECRETO Nº 5.761, DE 27 DE ABRIL DE 2006
Regulamenta a Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, estabelece sistemática 
de execução do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras 
providências. ......................................................................................................................................253
DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece 
o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras 
providências. .....................................................................................................................................273
DECRETO Nº 6.844, DE 7 DE MAIO DE 2009
Aprova a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e 
das funções gratificadas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(Iphan) e dá outras providências. ..................................................................................................301
DECRETO Nº 6.845, DE 7 DE MAIO DE 2009
Aprova a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão 
e das funções gratificadas do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e dá outras 
providências. ......................................................................................................................................322
lista De outras normas De interesse...............................................345
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 9
ApReSentAçãO
Ao ampliar o conceito de patrimônio cultural, incluindo nele os bens de 
natureza imaterial, a Constituição Federal de 1988 fortaleceu os objetivos e 
as ações voltados à preservação da memória nacional.
A reunião da legislação referente ao patrimônio cultural brasileiro em um 
único livro, agora em segunda edição, proporciona aos especialistas e ao 
público geral um material de grande utilidade para o acompanhamento do 
esforço coletivo empreendido no resgate e na preservação de nossa produ-
ção cultural.
A construção da verdadeira cidadania é resultado não apenas de oportuni-
dades de estudo e trabalho, mas também da atitude responsável de cada um 
perante os direitos individuais e coletivos, que formam a base da harmonia 
social, dentre os quais se encontram os direitos culturais.
Por tudo isso, além de produzir a legislação competente, o Parlamento atua 
também na divulgação do arcabouço legal que instrumentaliza a atuação 
das instituições e dos cidadãos em relação ao nosso patrimônio cultural.
Ao cumprir esse papel indispensável para o fortalecimento cultural da so-
ciedade civil, a Câmara dos Deputados oferece valiosa contribuição para 
que possamos consolidar uma nova mentalidade no país, sustentada na 
vontade de preservar nossa cultura e nossa memória de forma mais demo-
crática e consciente da pluralidade que nos constitui como nação.
Marco Maia
Presidente da Câmara dos Deputados
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 11
pRefÁcIO à pRIMeIRA edIçãO
Patrimônio Cultural na Legislação Brasileira
A Constituição de 1988 representou, pelo menos em nível formal, um avan-
ço considerável ao elevar à categoria de direitos fundamentais da pessoa 
humana os direitos culturais, expresso nos arts. 215 e 216 e ao consagrar 
dois princípios basilares que devem nortear a política de preservação de 
nosso patrimônio histórico-cultural. O primeiro deles é o princípio da ci-
dadania cultural:
O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentiva-rá a valorização e difusão das manifestações culturais.
Por sua vez, o § 1º do art. 215 consagra o princípio da diversidade cultural, 
ao estabelecer que o Estado tem a obrigação constitucional de proteger as 
manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, bem como 
de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. Mais 
adiante, determina também que lei específica disporá sobre a fixação de 
datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos ét-
nicos nacionais (art. 215, § 2º). Reconhece-se, assim, a pluralidade étnico-
cultural de nossa formação histórica. 
Consideramos, no entanto, que a inovação mais importante trazida pelo 
texto constitucional foi a de ampliar o conceito de patrimônio cultural, 
consubstanciado no art. 216 e respectivos incisos:
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos di-
ferentes grupos formadores da sociedade nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa-
ços destinados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Série
Legislação12
O legislador constituinte, reconhecendo a importância e a significação da 
preservação da memória para construção da cidadania e esteio de nossa 
identidade cultural, reservou artigo especial, em que se ampliou a noção de 
patrimônio histórico. Assim, hoje, o conceito de patrimônio cultural não 
está mais restrito ao dito “patrimônio edificado” – a chamada “pedra e cal” 
– constituído de bens imóveis, representados por edifícios e monumentos 
de notável valor estético e artístico e que foram preservados ou até mes-
mo tombados pelo poder público. O patrimônio cultural brasileiro engloba 
também os bens imateriais ou intangíveis, que, muitas vezes, são muito 
mais reveladores de nossa rica diversidade cultural, expressos nos modos 
de criar, fazer e viver de nosso povo. 
Até bem pouco tempo, a tutela preservacionista geralmente recaía sobre 
os bens culturais ligados aos setores dominantes da sociedade, na tentati-
va de se forjar uma identidade nacional homogênea e unívoca para o país. 
Neste sentido, preservaram-se as igrejas barrocas, as casas-grandes, os for-
tes militares, as casas de câmara e cadeia, em detrimento de outros bens 
reveladores de outros segmentos étnico-culturais, a exemplo de senzalas, 
quilombos, vilas operárias, cortiços, etc. Erguiam-se monumentos históri-
cos em alusão às efemérides nacionais, numa visão celebrativa da história, 
esquecendo-se de cultuar também os líderes dos negros e índios. 
A partir da década de 1980, devido à emergência dos movimentos sociais 
populares na cena política nacional e, em parte, à renovação da historio-
grafia brasileira, que passou a resgatar em suas pesquisas a participação 
dos “excluídos da história oficial”, é que a ação preservacionista do poder 
público passou a dar atenção a bens e valores de outros segmentos sociais 
e minorias étnico-culturais. Tenta-se, pois, com essa nova conceituação 
abrangente de patrimônio cultural, romper com a visão elitista de consi-
derar objeto de preservação apenas as manifestações e bens da classe his-
toricamente dominante, ao incorporar os diferentes grupos étnicos que 
contribuíram na formação da sociedade brasileira (índios, brancos, negros 
e outros imigrantes de origem europeia e asiática).
A presente compilação representa, pois, o esforço de reunir as normas le-
gais que se referem à preservação do patrimônio cultural, desde o primei-
ro ato normativo que criou a figura jurídica do tombamento (Decreto-Lei 
nº 25, de 1937), passando pela instituição do registro como instrumento 
tutelar do patrimônio imaterial (Decreto nº 3.351, de 2000), até as conven-
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 13
ções mundiais estabelecidas pela Unesco, das quais o Brasil é signatário, 
que foram incorporadas ao ordenamento jurídico brasileiro, através de de-
cretos legislativos.
A partir da ampliação do conceito de patrimônio cultural, consagrado em 
nossa Carta Magna, e por compreender que as obras, os documentos, os 
livros e demais criações artísticas e científicas são também parte integrante 
desse patrimônio, é que a compilação contempla também leis e decretos 
relacionados a esses bens e seus respectivos suportes da memória (arquivos, 
bibliotecas e museus), bem como normas correlatas presentes em outras 
leis e códigos.
No mundo contemporâneo, preservar o patrimônio cultural é uma ques-
tão de cidadania. Todos os brasileiros têm o direito à memória, mas têm 
também o dever de zelar pela salvaguarda de nossos bens históricos para 
as atuais e futuras gerações. O conhecimento da legislação, proporcionado 
pela presente compilação, é condição indispensável a essa tarefa, para que 
o Brasil possa se reconhecer no futuro como uma nação que preserva 
seu passado.
Ricardo Oriá1
1 Doutor em história da educação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em direito públi-
co pela Faculdade de Direito da UFC. Professor dos Departamentos de História da Universidade 
Federal da Paraíba (1991-1992) e da Universidade Federal do Ceará (1992-1994). Autor de livros 
didáticos para o ensino fundamental e médio sobre a história local e artigos em revistas especia-
lizadas sobre a temática do patrimônio cultural. Atualmente, é consultor legislativo da área de 
educação e cultura da Câmara dos Deputados. 
DisPosiTivos 
coNsTiTUcioNais
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 17
cOnStItUIçãO dA RepÚBLIcA fedeRAtIVA dO BRASIL1 
[Dispositivos referentes a patrimônio 
cultural.]
[...]
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes:
[...]
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô-
nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
[...]
TÍTULO III
DA ORGANIzAÇÃO DO ESTADO
[...]
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
[...]
Art. 23. É competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal 
e dos municípios:
1 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de outubro de 1988, p. 1.
Série
Legislação18
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráti-
cas e conservar o patrimônio público;
[...]
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar-
tístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e 
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de 
suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
[...]
Art. 24. Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:
[...]
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo 
e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,turístico e 
paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens 
e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
[...]
CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS
[...]
Art. 30. Compete aos municípios:
[...]
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observa-
da a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
[...]
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 19
TÍTULO IV
DA ORGANIzAÇÃO DOS PODERES
[...]
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇõES ESSENCIAIS à JUSTIÇA
seção i
Do ministério público
[...]
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
[...]
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difu-
sos e coletivos;
[...]
TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
[...]
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
[...]
seção ii
Da cultura
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valori-
zação e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas 
e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civili-
zatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação 
para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
Série
Legislação20
2§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, 
visando ao desenvolvimento cultural do país e à integração das ações do 
poder público que conduzem à:
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II – produção, promoção e difusão de bens culturais;
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múl-
tiplas dimensões;
IV – democratização do acesso aos bens de cultura;
V – valorização da diversidade étnica e regional.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores 
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos forma-
dores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destina-
dos às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e pro-
tegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautela-
mento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da docu-
mentação governamental e as providências para franquear sua consulta a 
quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens 
e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de remi-
niscências históricas dos antigos quilombos.
3§ 6º É facultado aos estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual 
de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária 
2 Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 48, de 10-8-2005.
3 Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 19-12-2003.
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 21
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a 
aplicação desses recursos no pagamento de:
I – despesas com pessoal e encargos sociais;
II – serviço da dívida;
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos inves-
timentos ou ações apoiados.
4Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de co-
laboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de 
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas 
e permanentes, pactuadas entre os entes da federação e a sociedade, ten-
do por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico 
com pleno exercício dos direitos culturais.
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de 
cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e 
rege-se pelos seguintes princípios:
I – diversidade das expressões culturais;
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens 
culturais;
IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados 
atuantes na área cultural;
V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e 
ações desenvolvidas;
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
VII – transversalidade das políticas culturais;
VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;
IX – transparência e compartilhamento das informações;
X – democratização dos processos decisórios com participação e controle 
social;
XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das 
ações;
XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públi-
cos para a cultura.
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas 
esferas da federação:
4 Artigo acrescido pela Emenda Constitucional nº 71, de 29-11-2012.
Série
Legislação22
I – órgãos gestores da cultura;
II – conselhos de política cultural;
III – conferências de cultura;
IV – comissões intergestores;
V – planos de cultura;
VI – sistemas de financiamento à cultura;
VII – sistemas de informações e indicadores culturais;
VIII – programas de formação na área da cultura; e
IX – sistemas setoriais de cultura.
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de 
Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais 
ou políticas setoriais de governo.
§ 4º Os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão seus respec-
tivos sistemas de cultura em leis próprias.
[...]
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações.
[...]
Leis, DecreTos-Leis e 
DecreTos LegisLaTivos
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 25
decRetO-LeI nº 25, de 30 de nOVeMBRO de 19375
Organiza a proteção do patrimônio his-
tórico e artístico nacional. 
O presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, usando da atribui-
ção que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta: 
CAPÍTULO I
DO PATRIMôNIO HISTóRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto 
dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de 
interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história 
do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bi-
bliográfico ou artístico. 
§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte 
integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, depois de inscritos 
separada ou agrupadamente num dos quatro livros do tombo, de que trata 
o art. 4º desta lei. 
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são tam-
bém sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios 
e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que 
tenham sido dotados pela natureza ou agenciadospela indústria humana. 
Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessoas naturais, 
bem como às pessoas jurídicas de direito privado e de direito público interno. 
Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de 
origem estrangeira: 
 1. que pertençam às representações diplomáticas ou consula-
res acreditadas no país; 
 2. que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas es-
trangeiras, que façam carreira no país; 
5 Publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de dezembro de 1937, p. 24056, e republicado 
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 11 de dezembro de 1937, p. 24520.
Série
Legislação26
 3. que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdu-
ção do Código Civil, e que continuam sujeitas à lei pessoal do 
proprietário; 
 4. que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou 
artísticos; 
 5. que sejam trazidas para exposições comemorativas, educati-
vas ou comerciais;
 6. que sejam importadas por empresas estrangeiras expressa-
mente para adorno dos respectivos estabelecimentos.
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de li-
cença para livre trânsito, fornecida pelo Serviço ao Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional. 
CAPÍTULO II 
DO TOMBAMENTO
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá 
quatro livros do tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o 
art. 1º desta lei, a saber: 
 1. no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, 
as coisas pertencentes às categorias de arte arqueológica, et-
nográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas 
no § 2º do citado art. 1º; 
 2. no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico 
e as obras de arte histórica; 
 3. no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, 
nacional ou estrangeira;
 4. no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se 
incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais ou 
estrangeiras. 
§ 1º Cada um dos livros do tombo poderá ter vários volumes. 
§ 2º Os bens, que se incluem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 
e 4 do presente artigo, serão definidos e especificados no regulamento que 
for expedido para execução da presente lei. 
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos estados e aos 
municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 27
pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os 
necessários efeitos. 
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa 
jurídica de direito privado se fará voluntária ou compulsoriamente. 
Art. 7º Proceder-se-á ao tombamento voluntário sempre que o proprietário 
o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte 
integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho 
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou 
sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se 
lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos livros do tombo. 
Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário 
se recusar a anuir à inscrição da coisa. 
Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acordo com o seguinte processo:
 1. o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por 
seu órgão competente, notificará o proprietário para anuir ao 
tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do re-
cebimento da notificação, ou para, se o quiser impugnar, ofe-
recer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação; 
 2. no caso de não haver impugnação dentro do prazo assina-
do, que é fatal, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico 
e Artístico Nacional mandará por simples despacho que se 
proceda à inscrição da coisa no competente livro do tombo; 
 3. se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-
se-á vista da mesma, dentro de outros quinze dias fatais, ao 
órgão de que houver emanado a iniciativa do tombamen-
to, afim de sustentá-la. Em seguida, independentemente de 
custas, será o processo remetido ao Conselho Consultivo 
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de ses-
senta dias, a contar do seu recebimento. Dessa decisão não 
caberá recurso. 
Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será 
considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo 
iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no 
competente livro do tombo. 
Série
Legislação28
Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, 
o tombamento provisório se equiparará ao definitivo. 
CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO
Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos estados ou aos 
municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à 
outra das referidas entidades. 
Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato 
conhecimento ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de 
propriedade de pessoas naturais ou jurídicas de direito privado, sofrerá as 
restrições constantes da presente lei. 
Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade particular será, 
por iniciativa do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional, transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos 
oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio. 
§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata este ar-
tigo, deverá o adquirente, dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa 
de dez por cento sobre o respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda 
que se trate de transmissão judicial ou causa mortis. 
§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro 
do mesmo prazo e sob pena da mesma multa, inscrevê-los no registro do 
lugar para que tiverem sido deslocados. 
§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação 
pelo proprietário, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
dentro do mesmo prazo e sob a mesma pena. 
Art. 14. A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem 
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Con-
selho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exporta-
ção, para fora do país, da coisa tombada, será esta sequestrada pela União 
ou pelo estado em que se encontrar. 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 29
§ 1º Apurada a responsabilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa 
de cinquenta por cento do valor da coisa, que permanecerá sequestrada em 
garantia do pagamento, e até que este se faça. 
§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dobro. 
§ 3º A pessoa que tentar a exportação de coisa tombada, além de incidir na 
multa a que se referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas comi-
nadas no Código Penal para o crime de contrabando. 
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objeto tombado, o res-
pectivo proprietário deverá dar conhecimento do fato ao Serviço do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob 
pena de multa de dez por cento sobre o valor da coisa. 
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, 
demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou 
restauradas, sobpena de multa de cinquenta por cento do dano causado. 
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes à União, aos estados ou 
aos municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo 
incorrerá pessoalmente na multa. 
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fa-
zer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar 
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o 
objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do 
mesmo objeto. 
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos 
para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma reque-
rer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa corres-
pondente ao dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela 
mesma coisa. 
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor 
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará executá-
las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo 
de seis meses, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. 
Série
Legislação30
§ 2º à falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, 
poderá o proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. 
§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e con-
servação ou reparação em qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las 
e executá-las, a expensas da União, independentemente da comunicação a 
que alude este artigo, por parte do proprietário. 
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Ser-
viço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-
los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos pro-
prietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa 
de cem mil réis, elevada ao dobro em caso de reincidência. 
Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1º desta 
lei são equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional. 
CAPÍTULO IV
DO DIREITO DE PREFERêNCIA
Art. 22. Em face da alienação onerosa de bens tombados, pertencentes a 
pessoas naturais ou a pessoas jurídicas de direito privado, a União, os esta-
dos e os municípios terão, nesta ordem, o direito de preferência. 
§ 1º Tal alienação não será permitida, sem que previamente sejam os bens 
oferecidos, pelo mesmo preço, à União, bem como ao estado e ao municí-
pio em que se encontrarem. O proprietário deverá notificar os titulares do 
direito de preferência a usá-lo, dentro de trinta dias, sob pena de perdê-lo. 
§ 2º É nula alienação realizada com violação do disposto no parágrafo an-
terior, ficando qualquer dos titulares do direito de preferência habilitado 
a sequestrar a coisa e a impor a multa de vinte por cento do seu valor ao 
transmitente e ao adquirente, que serão por ela solidariamente responsá-
veis. A nulidade será pronunciada, na forma da lei, pelo juiz que conceder 
o sequestro, o qual só será levantado depois de paga a multa e se qualquer 
dos titulares do direito de preferência não tiver adquirido a coisa no prazo 
de trinta dias. 
§ 3º O direito de preferência não inibe o proprietário de gravar livremente 
a coisa tombada, de penhor, anticrese ou hipoteca. 
§ 4º Nenhuma venda judicial de bens tombados se poderá realizar sem que, 
previamente, os titulares do direito de preferência sejam disso notificados 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 31
judicialmente, não podendo os editais de praça ser expedidos, sob pena de 
nulidade, antes de feita a notificação. 
§ 5º Aos titulares do direito de preferência assistirá o direito de remissão, 
se dela não lançarem mão, até a assinatura do auto de arrematação ou até 
a sentença de adjudicação, as pessoas que, na forma da lei, tiverem a facul-
dade de remir. 
§ 6º O direito de remissão por parte da União, bem como do estado e do 
município em que os bens se encontrarem, poderá ser exercido, dentro de 
cinco dias a partir da assinatura do auto do arrematação ou da sentença de 
adjudicação, não se podendo extrair a carta, enquanto não se esgotar este 
prazo, salvo se o arrematante ou o adjudicante for qualquer dos titulares do 
direito de preferência. 
CAPÍTULO V
DISPOSIÇõES GERAIS
Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de acordos entre a 
União e os estados, para melhor coordenação e desenvolvimento das ativida-
des relativas à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e para a 
uniformização da legislação estadual complementar sobre o mesmo assunto. 
Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras 
históricas e artísticas de sua propriedade, além do Museu Histórico Na-
cional e do Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros museus nacio-
nais quantos se tornarem necessários, devendo outrossim providenciar 
no sentido de favorecer a instituição de museus estaduais e municipais, 
com finalidades similares. 
Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procura-
rá entendimentos com as autoridades eclesiásticas, instituições científicas, 
históricas ou artísticas e pessoas naturais o jurídicas, com o objetivo de 
obter a cooperação das mesmas em benefício do patrimônio histórico e 
artístico nacional. 
Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer na-
tureza, de manuscritos e livros antigos ou raros são obrigados a um re-
gistro especial no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
cumprindo-lhes outrossim apresentar semestralmente ao mesmo relações 
completas das coisas históricas e artísticas que possuírem. 
Série
Legislação32
Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de na-
tureza idêntica à dos mencionados no artigo anterior, deverão apresentar a 
respectiva relação ao órgão competente do Serviço do Patrimônio Históri-
co e Artístico Nacional, sob pena de incidirem na multa de cinquenta por 
cento sobre o valor dos objetos vendidos. 
Art. 28. Nenhum objeto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 
desta lei poderá ser posto à venda pelos comerciantes ou agentes de leilões, 
sem que tenha sido previamente autenticado pelo Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, ou por perito em que o mesmo se louvar, 
sob pena de multa de cinquenta por cento sobre o valor atribuído ao objeto. 
Parágrafo único. A autenticação do mencionado objeto será feita mediante 
o pagamento de uma taxa de peritagem de cinco por cento sobre o valor da 
coisa, se este for inferior ou equivalente a um conto de réis, e de mais cinco 
mil réis por conto de réis ou fração, que exceder. 
Art. 29. O titular do direito de preferência goza de privilégio especial sobre 
o valor produzido em praça por bens tombados, quanto ao pagamento de 
multas impostas em virtude de infrações da presente lei. 
Parágrafo único. Só terão prioridade sobre o privilégio a que se refere este 
artigo os créditos inscritos no registro competente, antes do tombamento 
da coisa pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário. 
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937; 116º da Independência e 49º da República.
GETÚLIO VARGAS 
Gustavo Capanema 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 33
decRetO-LeI nº 2.848, de 7 de dezeMBRO de 19406
[Institui o] Código Penal.
O presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 
da Constituição, decreta a seguinte lei: 
7PARTE ESPECIAL
[...]
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMôNIO
[...]
CAPÍTULO IV
DO DANO
[...]
Dano em coisa de valor artístico,arqueológico ou histórico 
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade 
competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Alteração de local especialmente protegido 
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local 
especialmente protegido por lei: 
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
[...]
6 Publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro de 1940, p. 2391 e retificado 
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de janeiro de 1941, p. 61.
7 Canceladas na Parte Especial quaisquer referências a valores de multas, substituindo-se a 
expressão “multa de” por “multa” de acordo com o art. 2º da Lei nº 7.209, de 11-7-1984.
Série
Legislação34
Art. 361. Este código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da República.
GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 35
decRetO-LeI nº 3.866, de 29 de nOVeMBRO de 19418
Dispõe sobre [cancelamento de] tomba-
mento de bens no Serviço do Patrimô-
nio Histórico e Artístico Nacional.
O presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 
da Constituição, decreta: 
Artigo único. O presidente da República, atendendo a motivos de inte-
resse público, poderá determinar, de ofício ou em grau de recurso, inter-
posto por qualquer legítimo interessado, que seja cancelado o tombamen-
to de bens pertencentes à União, aos estados, aos municípios ou a pessoas 
naturais ou jurídicas de direito privado, feito no Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, de acordo com o Decreto-Lei nº 25, de 30 
de novembro de 1937. 
Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1941; 120º da Independência e 53º da República. 
GETÚLIO VARGAS
Gustavo Capanema
8 Publicado no Diário Oficial da União, Seção 1, de 29 de novembro de 1941, p. 22368.
Série
Legislação36
LeI nº 3.924, de 26 de JULHO de 19619
Dispõe sobre os monumentos arqueoló-
gicos e pré-históricos. 
O presidente da República, 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º Os monumentos arqueológicos ou pré-históricos de qualquer na-
tureza existentes no território nacional e todos os elementos que neles se 
encontram ficam sob a guarda e proteção do poder público, de acordo com 
o que estabelece o art. 175 da Constituição Federal. 
Parágrafo único. A propriedade da superfície, regida pelo direito comum, 
não inclui a das jazidas arqueológicas ou pré-históricas, nem a dos objetos 
nelas incorporados na forma do art. 152 da mesma Constituição. 
Art. 2º Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos: 
 a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que repre-
sentem testemunhos de cultura dos paleoameríndios do Brasil, tais 
como sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazi-
gos, aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, 
mas de significado idêntico a juízo da autoridade competente; 
 b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos 
paleoameríndios tais como grutas, lapas e abrigos sob rocha; 
 c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de 
pouso prolongado ou de aldeiamento, “estações” e “cerâmios”, nos 
quais se encontram vestígios humanos de interesse arqueológico 
ou paleoetnográfico; 
 d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de 
utensílios e outros vestígios de atividade de paleoameríndios. 
Art. 3º São proibidos em todo o território nacional, o aproveitamento 
econômico, a destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas 
arqueológicas ou pré-históricas conhecidas como sambaquis, casqueiros, 
concheiros, birbigueiras ou sernambis, e bem assim dos sítios, inscrições e 
objetos enumerados nas alíneas b, c e d do artigo anterior, antes de serem 
9 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de julho de 1961, p. 6793.
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 37
devidamente pesquisados, respeitadas as concessões anteriores e não 
caducas. 
Art. 4º Toda a pessoa, natural ou jurídica que, na data da publicação desta 
lei, já estiver procedendo, para fins econômicos ou outros, à exploração de 
jazidas arqueológicas ou pré-históricas, deverá comunicar à Diretoria do 
Patrimônio Histórico Nacional, dentro de sessenta dias, sob pena de multa 
de Cr$ 10.000,00 a Cr$ 50.000,00 (dez mil a cinquenta mil cruzeiros), o 
exercício dessa atividade, para efeito de exame, registro, fiscalização e sal-
vaguarda do interesse da ciência. 
Art. 5º Qualquer ato que importe na destruição ou mutilação dos monu-
mentos a que se refere o art. 2º desta lei, será considerado crime contra o 
patrimônio nacional e, como tal, punível de acordo com o disposto nas leis 
penais. 
Art. 6º As jazidas conhecidas como sambaquis, manifestadas ao governo 
da União, por intermédio da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, de acordo com o art. 4º e registradas na forma do artigo 27 desta 
lei, terão precedência para estudo e eventual aproveitamento, em conformi-
dade com o Código de Minas. 
Art. 7º As jazidas arqueológicas ou pré-históricas de qualquer natureza, 
não manifestadas e registradas na forma dos arts. 4º e 6º desta lei, são con-
sideradas, para todos os efeitos, bens patrimoniais da União. 
CAPÍTULO II 
DAS ESCAVAÇõES ARQUEOLóGICAS 
REALIzADAS POR PARTICULARES 
Art. 8º O direito de realizar escavações para fins arqueológicos, em terras 
de domínio público ou particular, constitui-se mediante permissão do go-
verno da União, através da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, ficando obrigado a respeitá-lo o proprietário ou possuidor do solo. 
Art. 9º O pedido de permissão deve ser dirigido à Diretoria do Patrimô-
nio Histórico e Artístico Nacional, acompanhado de indicação exata do 
local, do vulto e da duração aproximada dos trabalhos a serem executados, 
da prova de idoneidade técnico-científica e financeira do requerente e do 
nome do responsável pela realização dos trabalhos. 
Série
Legislação38
Parágrafo único. Estando em condomínio a área em que se localiza a jazida, 
somente poderá requerer a permissão o administrador ou cabecel, eleito na 
forma do Código Civil. 
Art. 10. A permissão terá por título uma portaria do ministro da Educação 
e Cultura, que será transcrita em livro próprio da Diretoria do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, e na qual ficarão estabelecidas as condições 
a serem observadas ao desenvolvimento das escavações e estudos. 
Art. 11. Desde que as escavações e estudos devam ser realizados em ter-
reno que não pertença ao requerente, deverá ser anexado ao seu pedido o 
consentimento escrito do proprietário do terreno ou de quem esteja em uso 
e gozo desse direito. 
§ 1º As escavações devem ser necessariamente executadas sob a orientação 
do permissionário, que responderá, civil, penal e administrativamente, pe-
los prejuízos que causar ao patrimônio nacional ou a terceiros. 
§ 2º As escavações devem ser realizadas de acordo com as condições es-
tipuladas no instrumento de permissão, não podendo o responsável, sob 
nenhum pretexto, impedir a inspeção dos trabalhos por delegado especial-
mente designado pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-
nal, quando for julgado conveniente. 
§ 3º O permissionário fica obrigado a informar à Diretoria do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, trimestralmente, sobre o andamento das 
escavações, salvo a ocorrência de fato excepcional, cuja notificação deverá 
ser feita imediatamente, para as providências cabíveis. 
Art. 12. O ministro da Educação e Cultura poderá cassar a permissão, con-
cedida, uma vez que: 
 a) não sejam cumpridas as prescrições da presente lei e doinstrumen-
to de concessão da licença; 
 b) sejam suspensos os trabalhos de campo por prazo superior a doze 
meses, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado; 
 c) no caso de não cumprimento do § 3º do artigo anterior. 
Parágrafo único. Em qualquer dos casos acima enumerados, o permissioná-
rio não terá direito à indenização alguma pelas despesas que tiver efetuado. 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 39
CAPÍTULO III 
DAS ESCAVAÇõES ARQUEOLóGICAS REALIzADAS 
POR INSTITUIÇõES CIENTÍFICAS ESPECIALIzADAS 
DA UNIÃO, DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS 
Art. 13. A União, bem como os estados e municípios mediante autorização 
federal, poderão proceder a escavações e pesquisas, no interesse da arqueo-
logia e da pré-histórica em terrenos de propriedade particular, com exceção 
das áreas muradas que envolvem construções domiciliares. 
Parágrafo único. à falta de acordo amigável com o proprietário da área 
onde situar-se a jazida, será esta declarada de utilidade pública e autorizada 
a sua ocupação pelo período necessário à execução dos estudos, nos termos 
do art. 36 do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941. 
Art. 14. No caso de ocupação temporária do terreno, para realização de es-
cavações nas jazidas declaradas de utilidade pública, deverá ser lavrado um 
auto, antes do início dos estudos, no qual se descreva o aspecto exato do local. 
§ 1º Terminados os estudos, o local deverá ser restabelecido, sempre que 
possível, na sua feição primitiva. 
§ 2º Em caso de escavações produzirem a destruição de um relevo qual-
quer, essa obrigação só terá cabimento quando se comprovar que, desse 
aspecto particular do terreno, resultavam incontestáveis vantagens para 
o proprietário. 
Art. 15. Em casos especiais e em face do significado arqueológico excep-
cional das jazidas, poderá ser promovida a desapropriação do imóvel, ou 
parte dele, por utilidade pública, com fundamento no art. 5º, alíneas k e l do 
Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941. 
Art. 16. Nenhum órgão da administração federal, dos estados ou dos mu-
nicípios, mesmo no caso do art. 28 desta lei, poderá realizar escavações 
arqueológicas ou pré-históricas, sem prévia comunicação à Diretoria do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, para fins de registro no cadas-
tro de jazidas arqueológicas. 
Parágrafo único. Dessa comunicação deve constar, obrigatoriamente, o local, 
o tipo ou a designação da jazida, o nome do especialista encarregado das es-
cavações, os indícios que determinaram a escolha do local e, posteriormente, 
uma súmula dos resultados obtidos e do destino do material coletado. 
Série
Legislação40
CAPÍTULO IV 
DAS DESCOBERTAS FORTUITAS 
Art. 17. A posse e a salvaguarda dos bens de natureza arqueológica ou pré-
histórica constituem, em princípio, direito imanente ao Estado. 
Art. 18. A descoberta fortuita de quaisquer elementos de interesse arque-
ológico ou pré-histórico, histórico, artístico ou numismático, deverá ser 
imediatamente comunicada à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artís-
tico Nacional, ou aos órgãos oficiais autorizados, pelo autor do achado ou 
pelo proprietário do local onde tiver ocorrido. 
Parágrafo único. O proprietário ou ocupante do imóvel onde se tiver veri-
ficado o achado, é responsável pela conservação provisória da coisa desco-
berta, até pronunciamento e deliberação da Diretoria do Patrimônio Histó-
rico e Artístico Nacional. 
Art. 19. A infringência da obrigação imposta no artigo anterior implicará 
na apreensão sumária do achado, sem prejuízo da responsabilidade do in-
ventor pelos danos que vier a causar ao patrimônio nacional, em decorrên-
cia da omissão. 
CAPÍTULO V 
DA REMESSA, PARA O EXTERIOR, DE OBJETOS DE 
INTERESSE ARQUEOLóGICO OU PRÉ-HISTóRICO, 
HISTóRICO, NUMISMáTICO OU ARTÍSTICO 
Art. 20. Nenhum objeto que apresente interesse arqueológico ou pré-his-
tórico, numismático ou artístico poderá ser transferido para o exterior, sem 
licença expressa da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
constante de uma “guia” de liberação na qual serão devidamente especifica-
dos os objetos a serem transferidos. 
Art. 21. A inobservância da prescrição do artigo anterior implicará na 
apreensão sumária do objeto a ser transferido, sem prejuízo das demais 
cominações legais a que estiver sujeito o responsável. 
Parágrafo único. O objeto apreendido, razão deste artigo, será entregue à 
Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 41
CAPÍTULO VI 
DISPOSIÇõES GERAIS 
Art. 22. O aproveitamento econômico das jazidas, objeto desta lei, poderá 
ser realizado na forma e nas condições prescritas pelo Código de Minas, 
uma vez concluída a sua exploração científica, mediante parecer favorável 
da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou do órgão ofi-
cial autorizado. 
Parágrafo único. De todas as jazidas será preservada sempre que possível 
ou conveniente, uma parte significativa, a ser protegida pelos meios conve-
nientes, como blocos testemunhos. 
Art. 23. O Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científi-
cas encaminhará à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
qualquer pedido de cientista estrangeiro, para realizar escavações arqueo-
lógicas ou pré-históricas, no país. 
Art. 24. Nenhuma autorização de pesquisa ou de lavra para jazidas, de 
calcário de concha, que possua as características de monumentos arque-
ológicos ou pré-históricos, poderá ser concedida sem audiência prévia da 
Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Art. 25. A realização de escavações arqueológicas ou pré-históricas, com 
infringência de qualquer dos dispositivos desta lei, dará lugar à multa de 
Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzei-
ros), sem prejuízo de sumária apreensão e consequente perda, para o patri-
mônio nacional, de todo o material e equipamento existentes no local. 
Art. 26. Para melhor execução da presente lei, a Diretoria do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional poderá solicitar a colaboração de órgãos 
federais, estaduais, municipais, bem como de instituições que tenham, en-
tre os seus objetivos específicos, o estudo e a defesa dos monumentos ar-
queológicos e pré-históricos. 
Art. 27. A Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional manterá 
um cadastro dos monumentos arqueológicos do Brasil, no qual serão regis-
tradas todas as jazidas manifestadas, de acordo com o disposto nesta lei, 
bem como das que se tornarem conhecidas por qualquer via. 
Art. 28. As atribuições conferidas ao Ministério da Educação e Cultura, 
para o cumprimento desta lei, poderão ser delegadas a qualquer unidade da 
Série
Legislação42
federação, que disponha de serviços técnico-administrativos especialmen-
te organizados para a guarda, preservação e estudo das jazidas arqueológi-
cas e pré-históricas, bem como de recursos suficientes para o custeio e bom 
andamento dos trabalhos. 
Parágrafo único. No caso deste artigo, o produto das multas aplicadas e 
apreensões de material legalmente feitas, reverterá em benefício do serviço 
estadual organizado para a preservação e estudo desses monumentos. 
Art. 29. Aos infratores desta lei serão aplicadas as sanções dos artigos 163 
a 167 do Código Penal, conforme o caso, sem prejuízo de outras penali-
dades cabíveis. 
Art. 30. O Poder Executivo baixará, no prazo de 180 dias, a partir da vigên-
cia desta lei, a regulamentação que for julgada necessária à sua fiel execução. 
Art. 31. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
Brasília, em 26 de julho de 1961; 140º da Independência e 73º da República. 
JÂNIO QUADROS 
Brígido Tinoco 
Oscar Pedroso Horta 
Clemente Mariani 
João Agripino
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 43
LeI nº 4.737, de 15 deJULHO de 196510
Institui o Código Eleitoral.
O presidente da República,
Faço saber que sanciono a seguinte lei, aprovada pelo Congresso Nacional, 
nos termos do art. 4º, caput, do Ato Institucional, de 9 de abril de 1964.
[...]
TÍTULO II
DA PROPAGANDA PARTIDáRIA
[...]
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
[...]
VIII – que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a postu-
ras municipais ou a outra qualquer restrição de direito;
[...]
Art. 382. Este código entrará em vigor 30 dias após a sua publicação.
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência e 77º da República
H. CASTELLO BRANCO
Milton Soares Campos
10 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 19 de julho de 1965, p. 6746 e retificada no 
Diário Oficial da União, Seção 1, de 30 de julho de 1965, p. 7465.
Série
Legislação44
LeI nº 4.845, de 19 de nOVeMBRO de 196511
Proíbe a saída, para o exterior, de obras 
de arte e ofícios produzidos no país, até 
o fim do período monárquico. 
O presidente da República, 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º Fica proibida a saída do país de quaisquer obras de artes e ofícios 
tradicionais, produzidas no Brasil até o fim do período monárquico, abran-
gendo não só pinturas, desenhos, esculturas, gravuras e elementos de ar-
quitetura, como também obras de talha, imaginária, ourivesaria, mobiliá-
rio e outras modalidades. 
Art. 2º Fica igualmente proibida a saída para o estrangeiro de obras da 
mesma espécie oriundas de Portugal e incorporadas ao meio nacional du-
rante os regimes colonial e imperial. 
Art. 3º Fica vedada outrossim a saída de obras de pintura, escultura e ar-
tes gráficas que, embora produzidas no estrangeiro no decurso do período 
mencionado nos artigos antecedentes, representem personalidades brasi-
leiras ou relacionadas com a história do Brasil, bem como paisagens e cos-
tumes do país. 
Art. 4º Para fins de intercâmbio cultural e desde que se destinem a exposi-
ções temporárias, poderá ser permitida, excepcionalmente, a saída do país 
de algumas das obras especificadas nas arts. 1º, 2º e 3º, mediante a autoriza-
ção expressa do órgão competente da administração federal, que mencione 
o prazo máximo concedido para o retorno. 
Art. 5º Tentada a exportação de quaisquer obras e objetos de que trata esta 
lei, serão os mesmos sequestrados pela União ou pelo estado em que se en-
contrarem, em proveito dos respectivos museus. 
Art. 6º Se ocorrer dúvida sobre a identidade das obras e objetos a que 
se refere a presente lei, a respectiva autenticação será feita por peritos 
11 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de novembro de 1965, p. 11859.
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 45
designados pelas chefias dos serviços competentes da União ou dos estados 
se faltarem no local da ocorrência representantes dos serviços federais. 
Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 19 de novembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República. 
H. CASTELLO BRANCO 
Octavio Bulhões
Série
Legislação46
LeI nº 5.471, de 9 de JULHO de 196812
Dispõe sobre a exportação de livros 
antigos e conjuntos bibliográficos 
brasileiros. 
O presidente da República, 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º Fica proibida, sob qualquer forma, a exportação de bibliotecas e 
acervos documentais constituídos de obras brasileiras ou sobre o Brasil, 
editadas nos séculos XVI a XIX. 
Parágrafo único. Inclui-se igualmente, nessa proibição a exportação de: 
 a) obras e documentos compreendidos no presente artigo que, por 
desmembramento dos conjuntos bibliográficos, ou isoladamente, 
hajam sido vendidos; 
 b) coleções de periódicos que já tenham mais de dez anos de publica-
dos, bem como quaisquer originais e cópias antigas de partituras 
musicais. 
Art. 2º Poderá ser permitida, para fins de interesse cultural, a juízo da au-
toridade federal competente, a saída temporária, do país, de obras raras 
abrangidas no art. 1º de seu parágrafo único. 
Art. 3º A infringência destas disposições será punida na forma da lei, deven-
do ser efetivadas pela autoridade competente as apreensões dela decorrentes. 
Parágrafo único. A destinação dos bens apreendidos será feita em proveito 
do patrimônio público, após audiência do Conselho Federal de Cultura. 
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação e será regulamentada 
dentro de sessenta dias. 
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 9 de julho de 1968; 147º da Independência e 80º da República. 
A. COSTA E SILVA 
Tarso Dutra 
12 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 10 de julho de 1968, p. 5769.
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 47
LeI nº 5.805, de 3 de OUtUBRO de 197213
Estabelece normas destinadas a preser-
var a autenticidade das obras literárias 
caídas em domínio público. 
O presidente da República, 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: 
Art. 1º As editoras sediadas no território nacional são obrigadas a adotar 
os textos fixados ou que tenham a fixação reconhecida pelo Instituto Na-
cional do Livro, quando editarem obras da literatura brasileira caídas em 
domínio público. 
Parágrafo único. A fixação de um texto consiste no estabelecimento do tex-
to original, após o cotejo de várias edições de uma obra. 
Art. 2º A edição de condensação, adaptações ou outras quaisquer formas 
de popularização dessas obras dependerá de assentimento prévio do Insti-
tuto Nacional do Livro.
Art. 3º O Instituto Nacional do Livro publicará, periodicamente, no Diário 
Oficial da União, a relação dos textos fixados ou reconhecidos, promoven-
do, ao mesmo tempo sua mais ampla divulgação. 
Art. 4º O Instituto Nacional do Livro fará arquivar, de modo a permitir aos 
interessados a consulta no local, os relatórios que contenham as justificati-
vas filológicas da fixação de cada texto, bem como os exemplares autênticos 
dos textos reconhecidos. 
Art. 5º A autoridade policial competente, por solicitação do Instituto Na-
cional do Livro, apreenderá os exemplares das obras de que trata esta lei, 
editadas em desacordo com os textos fixados ou reconhecidos. 
Art. 6º O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de sessenta dias. 
13 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 4 de outubro de 1972, p. 8841.
Série
Legislação48
Art. 7º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
Brasília, 3 de outubro de 1972; 151º da Independência e 84º da República.
EMÍLIO G. MÉDICI 
Jarbas G. Passarinho 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 49
decRetO LeGISLAtIVO nº 71, de 28 de nOVeMBRO de 
197214
Aprova o texto da Convenção sobre as 
Medidas a Serem Adotadas para Proibir 
e Impedir a Importação, Exportação e 
Transferência de Propriedade Ilícita dos 
Bens Culturais, aprovada pela XVI Ses-
são da Conferência Geral da Organiza-
ção das Nações Unidas para a Educação, 
Ciência e Cultura (Unesco), realizada 
em Paris, de 12 de outubro a 14 de no-
vembro de 1970. 
Art. 1º É aprovado o texto da Convenção sobre as Medidas a Serem 
Adotadas para Proibir e Impedir a Importação, Exportação e Transferência 
de Propriedade Ilícita dos Bens Culturais, aprovada pela XVI Sessão da 
Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura (Unesco), realizada em Paris, de 12 de outubro a 14 de 
novembro de 1970.
Art. 2º Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação, 
revogadas as disposições em contrário. 
Senado Federal, em 28 de novembro de 1972. 
PETRôNIO PORTELA, presidente
14 Publicado no Diário Oficial da União,Seção 1, de 29 novembro de 1972, p. 10633.
Série
Legislação50
cOnVençãO SOBRe AS MedIdAS A SeReM AdOtAdAS 
pARA pROIBIR e IMpedIR A IMpORtAçãO, expORtAçãO e 
tRAnSfeRêncIA de pROpRIedAde ILícItA dOS BenS cULtURAIS
A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, 
a Ciência e a Cultura, reunida em Paris, de 12 de outubro a 14 de novembro 
de 1970, em sua décima sexta sessão.
Recordando a importância das disposições contidas na Declaração dos 
Princípios da Cooperação Cultural Internacional, adotada pela Conferência 
Geral em sua décima quarta sessão;
Considerando que o intercâmbio de bens culturais entre as nações para 
fins científicos, culturais e educativos aumenta o conhecimento da civi-
lização humana, enriquece a vida cultural de todos os povos e inspira o 
respeito mútuo e a estima entre as nações;
Considerando que os bens culturais constituem um dos elementos básicos 
da civilização e da cultura dos povos, e que seu verdadeiro valor só pode 
ser apreciado quando se conhecem, com a maior precisão, sua origem, sua 
história e seu meio ambiente;
Considerando que todo Estado tem o dever de proteger o patrimônio cons-
tituído pelos bens culturais existentes em seu território contra os perigos 
de roubo, escavação clandestina e exportação ilícita;
Considerando que para evitar esses perigos é essencial que todo Estado 
tome cada vez mais consciência de seu dever moral de respeitar seu próprio 
patrimônio cultural e o de todas as outras nações;
Considerando que os museus, bibliotecas e arquivos, como instituições 
culturais que são, devem velar para que suas coleções sejam constituídas 
em conformidade com os princípios morais universalmente reconhecidos;
Considerando que a importação, exportação e transferência de propriedade 
ilícitas dos bens culturais dificultam a compreensão entre as nações, a qual 
a Unesco tem o dever de promover, como parte de sua missão, recomen-
dando aos Estados interessados que celebrem convenções internacionais 
para esse fim;
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 51
Considerando que a proteção ao patrimônio cultural só pode ser eficaz se 
organizada, tanto em bases nacionais quanto internacionais, entre Estados 
que trabalhem em estreita cooperação;
Considerando que a Conferência Geral da Unesco já adotou em 1964 uma 
recomendação em tal sentido;
Havendo examinado novas propostas relativas às medidas para proibir e 
evitar a importação, exportação e transferência de propriedade ilícitas dos 
bens culturais, questão que constitui o item 19 da agenda da sessão;
Havendo decidido, em sua décima quinta sessão, que tal questão seria obje-
to de uma convenção internacional,
Adota, aos quatorze dias do mês de novembro de 1970, a presente convenção.
ARTIGO 1º
Para os fins da presente convenção, a expressão “bens culturais” signifi-
ca quaisquer bens que, por motivos religiosos ou profanos, tenham sido 
expressamente designados por cada Estado como de importância para a 
arqueologia, a pré-história, a história, a literatura, a arte ou a ciência, e que 
pertençam às seguintes categorias:
a) as coleções e exemplares raros de zoologia, botânica, mineralogia 
e anatomia, e objetos de interesse paleontológico;
b) os bens relacionados com a história, inclusive a história da ciência 
e da tecnologia, com a história militar e social, com a vida dos 
grandes estadistas, pensadores, cientistas e artistas nacionais e 
com os acontecimentos de importância nacional;
c) o produto de escavações arqueológicas (tanto as autorizadas 
quanto as clandestinas) ou de descobertas arqueológicas;
d) elementos procedentes do desmembramento de monumentos ar-
tísticos ou históricos e de lugares de interesse arqueológico;
e) antiguidades de mais de cem anos, tais como inscrições, moedas 
e selos gravados;
f) objetos de interesse etnológico;
g) os bens de interesse artístico, tais como:
i. quadros, pinturas e desenhos feitos inteiramente a mão sobre 
qualquer suporte e em qualquer material (com exclusão dos 
Série
Legislação52
desenhos industriais e dos artigos manufaturados decora-
dos a mão);
ii. produções originais de arte estatutária e de escultura em 
qualquer material;
iii. gravuras, estampas e litografias originais;
iv. conjuntos e montagens artísticas em qualquer material;
h) manuscritos raros e incunábulos, livros, documentos e publica-
ções antigos de interesse especial (histórico, artístico, científico, 
literário, etc.), isolados ou em coleções;
i) selos postais, fiscais ou análogos, isolados ou em coleções;
j) arquivos, inclusive os fonográficos, fotográficos e cinematográficos;
k) peças de mobília de mais de cem anos e instrumentos musicais 
antigos.
ARTIGO 2º
1) Os Estados-Partes na presente convenção reconhecem que a impor-
tação, a exportação e a transferência de propriedade ilícitas dos bens 
culturais constituem uma das principais causas do empobrecimento 
do patrimônio cultural dos países de origem de tais bens, e que a co-
operação internacional constitui um dos meios mais eficientes para 
proteger os bens culturais de cada país contra os perigos resultantes 
daqueles atos.
2) Para tal fim, os Estados-Partes comprometem-se a combater essas prá-
ticas com os meios de que disponham, sobretudo suprimindo suas cau-
sas, fazendo cessar seu curso, e ajudando a efetuar as devidas reparações.
ARTIGO 3º
São ilícitas a importação, exportação ou transferência de propriedade de 
bens culturais realizadas em infração das disposições adotadas pelos Esta-
dos-Partes nos termos da presente convenção.
ARTIGO 4º
Os Estados-Partes na presente convenção reconhecem que, para os efeitos 
desta, fazem parte do patrimônio cultural de cada Estado os bens perten-
centes a cada uma das seguintes categorias:
a) os bens culturais criados pelo gênio individual ou coletivo de na-
cionais do Estado em questão, e bens culturais de importância 
Legislação sobre Patrimônio Cultural
2ª edição 53
para o referido Estado criados, em seu território, por nacionais de 
outros Estados ou por apátridas residentes em seu território;
b) bens culturais achados no território nacional;
c) bens culturais adquiridos por missões arqueológicas, etnológi-
cas ou de ciências naturais com o consentimento das autoridades 
competentes do país de origem dos referidos bens;
d) bens culturais que hajam sido objeto de um intercâmbio livre-
mente acordado;
e) bens culturais recebidos a título gratuito ou comprados legalmen-
te com o consentimento das autoridades competentes do país de 
origem dos referidos bens.
ARTIGO 5º
A fim de assegurar a proteção de seus bens culturais contra a importação, 
a exportação e a transferência de propriedade ilícitas, os Estados-Partes 
na presente convenção se comprometem, nas condições adequadas a cada 
país, a estabelecer em seu território, se ainda não existirem, um ou mais 
serviços de proteção ao patrimônio cultural, dotados de pessoal qualificado 
e em número suficiente para desempenhar as seguintes funções:
a) contribuir para a preparação de projetos de leis e regulamentos 
destinados a assegurar a proteção ao patrimônio cultural, e parti-
cularmente a prevenção da importação, exportação e transferên-
cia de propriedade ilícitas de bens culturais importantes;
b) estabelecer e manter em dia, com base em um inventário nacional 
de bens sob proteção, uma lista de bens culturais públicos e pri-
vados importantes, cuja exportação constituiria um considerável 
empobrecimento do patrimônio cultural nacional;
c) promover o desenvolvimento ou a criação das instituições cientí-
ficas e técnicas (museus, bibliotecas, arquivos, laboratórios, ofici-
nas, etc.) necessárias para assegurar a preservação e a boa apre-
sentação dos bens culturais;
d) organizar a supervisão das escavações arqueológicas, assegurar 
a preservação in situ de certos bens culturais, e proteger

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