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Contestação em Ação de Cobrança

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LARISSA SALES BARBOSA, RA: 206426 – 7º TERMO A, NOTURNO.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA, ESTADO DE SÃO PAULO.
Processo n.º 0003333-33.2018.8.26.0032
ALEX BISPO CUSTÓDIO, brasileiro, casado, dentista, inscrito no RG sob o nº 54.643.332-2, e inscrito no CPF/MF sob o nº 273.546.455-55, endereço eletrônico abc.odontologia@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Cristiano Olsen, 1.762, Vila Estádio, CEP 16.100-000, na cidade de Araçatuba-SP, nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA, movida por PEDRO HENRIQUE MARTINS SILVARES, já qualificado nos autos, por sua advogada devidamente constituída pelo instrumento de mandato anexo (doc. 1), que recebe intimação em seu escritório localizado à Rua Maurício de Nassau, 194, Novo Paraíso, CEP 16050-207, na cidade de Araçatuba-SP, vem à presença de Vossa Excelência apresentar CONTESTAÇÃO, com fundamento nos artigos 335 e seguintes do CPC, pelos motivos a seguir expostos. 
DOS FATOS 
O requerente moveu em face do requerido a presente ação de cobrança alegando que é credor de ALEX BISPO CUSTÓDIO, na importância de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Foram emitidos dois cheques, todos do Banco ABX Agência 1.006, localizada no centro da cidade de Araçatuba-SP, conta corrente 1003487-5, de titularidade do requerido, que serviram como pagamento de uma piscina que o réu adquiriu do autor.
O suposto crédito de n.º 036 foi entregue no dia 23/03/2013 no ato de entrega da piscina, e o segundo cheque de n.º 37 o autor buscou no consultório odontológico do requerido no dia 23/05/2013. 
O valor da suposta dívida, atualizada para a presente data corresponde à importância de R$ 12.804,02 (doze mil e oitocentos e quatro reais e dois centavos). 
O autor alega que conhece ALEX e que de forma amigável tentou receber valor do hipotético débito. 
DA PRESCRIÇÃO 
Inicialmente, insta consignar que a presente ação foi proposta apenas em 23 de abril de 2018.
A ação cobra título já prescrito. Senão vejamos. Conforme artigo 206, parágrafo 5º, inciso I, do Código Civil, prescreve em cinco anos a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
Assim, considerando que o cheque fora emitido em 23/03/2013, tem-se configurada a prescrição do objeto em 23/03/2018, razão pela qual o requerente não possui direito a pretensão de cobrança do título extrajudicial em questão, visto que não foi apresentado em tempo hábil. 
PRELIMINARMENTE, DA INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. 
O autor declarou ser pobre nos termos da lei apenas para usufruir dos benefícios da assistência judiciária gratuita. 
O caput do art. 98 do NCPC dispõe sobre aqueles que podem ser beneficiários da justiça gratuita:
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”
Entretanto, não resta dúvida que o autor possui condições de pagar todas as custas processuais, pois sabe-se que é um empresário bem-sucedido que atua em diversos ramos da economia local, levando uma vida abastada conforme provas em anexo, devendo ser indeferido o pedido de concessão do benefício da justiça gratuita em questão. 
Esse entendimento predomina em nossos Tribunais, devendo ser indeferido o benefício pleiteado:
 “AGRAVO.DE.INSTRUMENTO. GRATUIDADE JUDICIÁRIA. INDEFERIMENTO MANTIDO. PATRIMÔNIO INCOMPATÍVEL COM A RENDA DECLARADA. O benefício da gratuidade da justiça somente deve ser concedido às pessoas que se situam num patamar remuneratório que não lhes permita pagar as despesas processuais, a não ser em prejuízo próprio ou de sua família, universo em que não se insere a parte-recorrente, pois a prova carreada para os autos não se coaduna com as alegações feitas. Aplicação do disposto no art.932, VIII, do CPC/2015, no art. 169, XXXIX, do RI do TJRGS e na Súmula 568 do STJ. Julgamento monocrático. Agravo de instrumento improvido. (Agravo de Instrumento Nº 70077513133, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 11/05/2018)”. 
Portanto, requer a extinção do processo com resolução do mérito conforme artigo 487, II, do Código de Processo Civil.
PRELIMINARMENTE, DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA.
O autor ajuizou a presente ação, arbitrando o valor da causa em R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Entretanto, o valor da causa deve ser alterado, haja vista que o requerente não observou os ditames legais dispostos no artigo 292, I, do Código de Processo Civil. Vejamos. 
DO DIREITO
O autor pretende cobrar juros e correção monetária de um cheque que diz já ter recebido no ato de entrega da piscina em 23/03/2013 de n.º 036, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) e posteriormente outro cheque de n.º037 no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), que expressamente diz ter buscado no consultório odontológico do requerido em 23/05/2013, todos eles sacados contra o Banco ABX Agência 1.006, localizada no centro da cidade de Araçatuba-SP, conta corrente 1003487-5, de titularidade do requerido. Portanto, além de confessar que já recebeu os respectivos valores, deseja cobrar juros e correção monetária além dos permissivos legais. 
Conforme o ilustre doutrinador Silvio Rodrigues (Direito Civil 2 - Parte Geral das Obrigações - 30ª Edição - 2007 - Coleção Direito Civil. Saraiva, 07/2002.P. 153)
“A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento (CC, art. 324) — Princípio universalmente aceito177, funda-se no pressuposto de que se o credor devolve ao devedor o título, que constitui a prova da relação jurídica, é porque remitiu a dívida ou recebeu a prestação devida. Isso é o que ordinariamente acontece, sendo mesmo estranho que um documento, que interessa diretamente a uma parte, seja entregue à outra, sem causa razoável que justifique o ato. ”
O artigo 940 do Código Civil Brasileiro dispõe que: 
"Art. 940 - Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas, ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição." 
Nesse sentido a jurisprudência é pacífica. Vejamos:
“RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA, POIS O AUTOR ALTEROU DELIBERADAMENTE A VERDADE DOS FATOS, QUANDO DO AJUIZAMENTO DA DEMANDA. RECURSO PROVIDO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº 71004301693, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Pedro Luiz Pozza, Julgado em 15/10/2013)”. 
Ademais, resta claro que o requerente se afigura litigante de má-fé, visto que ingressou com a presente ação de cobrança alterando a verdade dos fatos para conseguir objetivo puramente ilegal. É o que preceitua o artigo 80 do Código de Processo Civil: 
“Artigo 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. ”
DAS PROVAS 
Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos documentos acostados à contestação, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem necessários.
DA RECONVENÇÃO	
4.1- DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
Nos termos do artigo 343 do Novo Código de Processo Civil, o Requerido propõe, juntamente com a contestação, reconvenção. 
“Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexacom a ação principal ou com o fundamento da defesa.
 § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
 § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. [...]”
Conforme demonstrado na contestação, o autor-reconvindo moveu em face do requerido a presente ação de cobrança alegando que é credor de ALEX BISPO CUSTÓDIO, na importância de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Foram emitidos dois cheques vinculados, todos do Banco ABX Agência 1.006, localizada no centro da cidade de Araçatuba-SP, conta corrente 1003487-5, de titularidade do requerido, que serviram como pagamento de uma piscina que o réu-reconvinte adquiriu do autor.
O suposto crédito de n.º 036 foi entregue no dia 23/03/2013 no ato de entrega da piscina, e o segundo cheque de n.º 37 o autor buscou no consultório odontológico do réu-reconvinte no dia 23/05/2013. 
O valor da suposta dívida, atualizada para a presente data corresponde à importância de R$ 12.804,02 (doze mil e oitocentos e quatro reais e dois centavos). 
O autor-reconvindo alega que conhece ALEX e que de forma amigável tentou receber valor do hipotético débito. 
Verifica-se que o réu-reconvinte quitou o pagamento referente ao primeiro cheque de n.º 036, conforme documento anexo, no ato de entrega da piscina. Após a emissão dos cheques, ALEX passou por uma delicada situação financeira e PEDRO HENRIQUE propôs a compensação do segundo cheque de n.º037 através dos serviços de dentistas prestados por ALEX. 
ALEX aceitou a compensação e prestou o referido serviço odontológico em PEDRO HENRIQUE e seu filho MARCOS, sendo emitida uma carta de quitação referente ao cheque de n.º 037 (documento anexo) ao atingir o valor de R$ 3.000,000 (três mil reais), restando clara a quitação referente ao débito de ALEX.
Ocorre que o valor citado (R$ 3.000,000) não foi suficiente para o termino do tratamento odontológico, restando pendente o pagamento de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais), notas promissórias anexas, por parte do autor-reconvindo.
4.2- DO DIREITO
Diante dos fatos, é notório que o autor-reconvindo litigou de má-fé ao ingressar com a respectiva ação de cobrança contra ALEX, posto que o réu-reconvinte já havia quitado ambos os títulos extrajudiciais, o primeiro de n.º 036, já prescrito, no ato da entrega da piscina e o segundo de n.º 037 ao prestar o serviço odontológico.
Outrossim, em razão do tratamento odontológico ter superado o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), conforme carta de quitação, o autor-reconvindo está com uma dívida pendente de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais), razão pela qual o réu-reconvinte postula pelo pagamento do mencionado débito. 
Faz saber, Flávio Tartuce (Direito Civil - Vol. 2 - Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil, 12ª edição. Forense, 12/2016. P.225);
“Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa ele a responder pelo valor correspondente ao objeto obrigacional, acrescido das demais perdas e danos, mais juros compensatórios, cláusula penal, atualização monetária, custas e honorários de advogado. Essa é a regra do art. 389 do CC que trata da responsabilidade civil contratual, do inadimplemento de uma obrigação positiva, de dar ou de fazer. ”
DOS PEDIDOS 
5.1- DOS PEDIDOS QUANTO À RECONVENÇÃO:
A intimação do autor-reconvindo para apresentar resposta no prazo legal;
A procedência total do pedido;
Sucumbência em custas e honorários advocatícios; 
Recolhimento das custas processuais;
Intimação do advogado. 
Dá-se à reconvenção o valor de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais). 
5.2- DOS PEDIDOS QUANTO À CONTESTAÇÃO: 
Ante o exposto, requer: 
O Acolhimento das preliminares arguidas:
I.I) O reconhecimento da prescrição com consequente extinção do processo com resolução do mérito conforme artigo 487, II, do Código de Processo Civil. 
I.II) O indeferimento da justiça gratuita 
I.III) A incorreção do valor da causa, ouvindo-se o autor no prazo de 15 (quinze) dias, determinando que adeque o valor da causa para o patamar de R$ $ 12.804,02 (doze mil e oitocentos e quatro reais e dois centavos);
Por todos os fatos e fundamentos expostos, requer JULGUE TOTALMENTE IMPROCEDENTE todos pedidos expostos na inicial, com a consequente extinção do processo com resolução de mérito, nos moldes do art. 487, I, CPC;
A condenação do autor nas custas e honorários advocatícios nos termos do artigo 85, § 2, do Código de Processo Civil;
Intimação do advogado.
Termos em que, 
Respeitosamente, 
Pede deferimento. 
Araçatuba, 23 de maio de 2018. 
Larissa Sales Barbosa 
OAB/SP 206.426

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