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Clínica de Pequenos – 16/04/2018 (AV2) Afecções da boca e Esôfago Temos enfermidades orais como: - Odontopatias: Tártaros - Estomatites/Gengivites: Acomete mais gatos - Alterações nas glândulas salivares: Sialocere ou mucocele, sialodenites, neoplasia (adenocarcinomas – raro) - Neoplasias orais: Mais comum Melanoma - Miosite dos músculos mastigatórios Avaliação clínica: > Inspeção e palpação: Gatos olhar sempre embaixo da língua para ver se tem objetos lineares - Alterações anatômicas: Se tem dente de leite e outros - Dor e desconforto - Fraturas: principalmente em queda de gatos - Massas/ corpo estranho/fístulas: Dentes soltos - Inabilidade de abrir a boca: Tétano - Exames complementares: Citologia, biopsia, radiologia. OBS: Filhotes tem 28 dentes (somente pré-molares) os molares só nascem depois de 6 – 8 meses. Adultos tem 42 dentes! Persistência dos dentes decíduos Ocorre em filhotes, na transição da troca de dentes, é chamado também de dente de tubarão, a frente são os dentes de leite e os de trás são os definitivos. Geralmente acomete filhote de raças pequenas. O ideal é estimular as brincadeiras para abalar os dentes, caso eles não caiam sozinho a extração é recomendada, se não for feito a retirada desses dentes pode haver acúmulo de sugidade, tártaro, levando esse animal a doença periodontal precoce. Doença Periodontal (tártaro) Acomete mais adultos, na região que faz sustentação do dente (periodontal), são bactérias que vivem na boca e que depositam cálcio entre a gengiva e o dente formando assim placa dentária, pode chegar ao ponto de expor a raiz e o animal acaba tendo perda do dente. Fisiopatogenia: Organização de bactérias (placa) > Acúmulo na superfície do dente (gengiva) > Resposta inflamatória do organismo > Gengivite > Periodontite O tártaro é evolutivo!!!!! Sinais clínicos: - Halitose (mal hálito): Bacterias fermentam os restos alimentares, bactérias uréase que transformam uréia em amônia. - Salivação excessiva: Lesões na gengiva, o tártaro atrita com a gengiva - Dificuldade de deglutição ou perda de apetite - Gengivite: Bacteria que produzem enzimas e toxinas causando lesão tecidual - Fístula infra orbitária: Inchaço da cara - Abcessos periodontoais: Pela reabsorção do osso aveolar - Retração da gengiva/Hiperplasia: Agravamento do processo inflamatório - Úlceras de contato - Espirro com pus: Pela ligação oronasal onde faz a drenagem de pus - Estomatite: Inflamação da mucosa oral - Perda dentária: Perda de tecido de sustentação - Fístula orbitária: Debaixo dos olhos, tem saída de pus e inchaço da face - Corrimento nasal: Cavidade oral se comunica com oral. Faz um buraco pela retração da gengiva e pelo processo infeccioso. Quando isso ocorre se faz uma plástica na pele do céu da boca e sutura para fechar o orifício - Alterações sistêmicas: Bacteremia (bactérias ativas) que podem causar: Meningite (cérebro) Endocardite (bactérias que infiltram e colonizam cães que já tem endocardiose) Hepatopatias Glomerulonefrite (MAIS IMPORTANTE) Artrite (bactérias que vão para o líquido sinovial) Tratamento Tem várias etapas (periodontal): 1 Exame minuncioso da cavidade oral 2 Radiografias da cavidade oral (para diagnóstico) 3 Antissépticos: Clorexidine (periogard) 3 dias antes do tratamento e 15 dias depois do tratamento 4 Antibióticos: Espiramicina + Metronidazol/ Metronidazol/ Amoxicilina + Clavulanato/ Clindamicina (casos mais graves) Fazer 3 dias antes da limpeza e 7 dias depois da limpeza, totalizando 10 dias de antibioticoterapia. Pré e pós tratamento. 5 Remoção do tártaro (várias etapas): Raspagem (remoção do tártaro), curetagem, fechamento da fístula, polimento com pasta arenosa (superfície lisa dificulta adesão da bactéria) Profilaxia Avaliação: 3-6 meses (cães que tem com mais frequência) ou 1 vex ao ano; Extração dos dentes de leite: Se não caírem Alimentação adequada Petiscos apropriados Aquadente: Solução que coloca na agua para prevenção do tártaro Escovação: Acostumar deste filhote (frequente) pasta C.E.T Periovet Exameta-fosfato: Se liga ao cálcio ? Estomatites/Gengivites É uma doença periodontal que acomete mais gatos devido a infecções como: - Fiv, Felve, herpesvírus, calicivírus ; - Lesões físicas: Corpo estranho, traumas, queimaduras; - Lesões químicas: Substâncias cáusticas e toxinas; - Doenças renais: Crônicas ou agudas. Sinais clínicos: - Dificuldade de ingerir alimento; - Hipersalivação; - Halitose; - Sangramento oral. Diagnóstico: - Exame oral completo e minucioso (geralmente animal está anestesiado) exames da boca - Lesões ulcerativas - Gengivite: retração da gengiva e hiperêmicas - Estomatite: Inflamação da mucosa oral, geralmente com lesões ulcerativas, pode haver lesões proliferativas - Avalias outras doenças: Causas sistêmicas - Exames complementares: Hemogramas, teste sorológico, radiografia, citologia, histologia, biópsia. Granuloma Eosinofílico Felino Tem causa incerta, acredita-se que possa ser por hipersensibilidade alimentar, mas ainda não tem nada confirmado, pode ter diferentes tipos de manifestações como: - Úlceras: Geralmente nos lábios superiores; - Granuloma - Placa eosinofílica: Geralmente lesões de pele. - Diagnóstico diferencial: Tumor (fazer citologia) - Mudança de ração para hipoalergênica Tratamento: - Saber primeiramente a causa: Terapias específicas de acordo com a etiologia. - Periodontal: Clorexidine para limpeza oral diária. - Antibioticoterapia sistêmica - Analgésicos - Corticoides: +/- 7 dias - Extração dentária radical: Remoção de todos os dentes (casos reincidivos de estomatites) Alterações de Glândulas Salivares Pode ter inflamação ou obstrução das glândulas. - Sialoceles: É o acúmulo de saliva no tecido subcutâneo (não consegue sair), ocorrendo mais nas glândulas sublingual e mandibulares. Diagnóstico: - Aumento de volume: Pelo acumulo de saliva; pode haver secreção mucopurulenta; - Disfagia: dificuldade de abrir a boca (exoftalmia) - Salivação excessiva (sangue). Tratamento: - Antibióticos/ Antiinflamatórios - Aspiração agulha grossa: Fluido mucinoso, viscoso claro com sangue, compatível com saliva - Cirurgico. Neoplasias - Carcinoma de células escamosas: Acomete mais gatos, é maligno, localmente invasivo, geralmente ocorre lesões ulcerativas podendo acometer língua, gengiva e tonsilas. Tratamento: - Radioterapia: Mais eficiente - Eletroquimioterapia: Choque de baixa voltagem. Começo: choque no tumor (punção) + quimioterapia venosa, serve para desestabilizar membranas tumorais pe permitir a entrada do quimioterápico. - Melanoma: Altamente maligno, podendo fazer metástase pulmonar, ocorre mais na gengiva e palato. Tratamento: - Cirurgia: Mandibulectomia; - Radioterapia; - Eletroquimioterapia. - Fibrossarcoma: Malígno, localmente invasivo, massa rósea na gengiva ou palato. Tratamento: - Cirurgia; - Radioterapia; - Eletroquimioterapia. - Papilomatose: Benigno, massas múltiplas, róseas ou brancas com aspecto de couve-flor. Tratamento: - Cirurgico: Excisão ou crioterapia; - Vacina: A partir do próprio papiloma (autógenas estimula o sistema imune, aumentando assim a imunidade do animal); - Imunomediadores: Infervac (1ml/kg/IM/sem/5aplic) - Omeopatico: Thuya tintura mãe (2x ao dia) Thuya CH200 (4doses) Queima a verruga; - Epúlides fibromatoso/ossificante: Benigno, massa rósea solitária/ múltipla na gengiva. - Epúlides acantomatoso: Malígno, localmente invasivo, massa rósea na gengiva ou mandíbula rostral. Tratamento: - Alimento macio; - Extração ou curetagem dos dentes acometidos; - Cirurgia; - Mandibulectomia, maxilectomia (acantomatoso); - Radioterapia: Acantomatoso; - Eletroquimioterapia. Miosite dos Músculos Mastigatórios Desordem idiopática, auto-imune que afeta músculos mastigatórios de cães, musculo temporal e masseter inchados e doloridos (não relatada em gatos). Sinais Clínicos: - Fase aguda: músculos temporal e masseter podem estar inchados e doloridos.- Fase crônica: atrofia severa dos músculos mastigatórios, Inabilidade para abrir a boca (mesmo sob anestesia). Diagnóstico: Sinais clínicos + biópsia muscular Tratamento: Medicamentos imunossupressores - Prednisona 2,2mg/Kg/dia ± Azatioprina (50mg/m2/dia) Outras Possibilidades: Lábio leporino, penfingo (língua branca – mucosa se desfaz) e fraturas. Esôfago Principais enfermidades esofagianas são: Hipomotilidade (megaesôfago) considerada a mais importante, obstrução, perfuração, esofagite (refluxo), hérnia de hiato. Megaesôfago: Redução no tônus ou no peristaltismo que leva a dilatação, podendo ser: - Congênito: Filhotes; comum em pastor alemão - Adquirido/Secundario: Neuropatias, miopatias (golden), hipoadrenocorticismo, caquexia, dilatação gástrica, doença de chagas, doença hormonal (hipotireoidismo) entre outros... - Idiopático: 7 a 15 anos e raças grandes Sinais clínicos: - Regurgitação; - Má condição corpórea: Perda de peso, pelagem áspera; - Halitose; - Dispnéia: Broncoaspiração (pneumonia por aspiração). Diagnóstico: Radiografia simples, contrastada (seriada – várias com tempo diferente) e endoscopia (menos comum). Tratamento: - Congênito (filhotes): Aumento da motilidade, usamos os procinéticos (Metoclopramida (plasil), cisaprida, bromoprida) - Manejo alimentar: Vasilhas elevadas (posição bipedal) para que o alimento desça por gravidade, fracionar o alimento varias vezes ao dia, alimento pastoso para líquido é o ideal. - Adquirido (idiopática): Tratamento igual ao congênito, mas tem que descartar todas as causas. Prognóstico bom se houver causa primária tratável. - Adquirido (secundária): Tratar a causa primária (se houver), tratar complicações (pneumonia por aspiração). - Procinéticos: Cisaprida, metoclopramida, bromoprida; - Manejo alimentar Prognóstico bom se houver causa primária tratável.
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